Como será amanhã? – Capítulo 01 (Baseado em fatos reais)
Cada minuto de vida é sempre um minuto a menos e não um minuto a mais. Mal nascemos e já começamos a morrer.
(Trecho do livro O que realmente importa?)
- Anderson Cavalcante
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Capítulo 01
Eu sou o Santiago, tenho 17 anos, tenho 1.79 altura, 73 Kg, moreno claro, cabelos e olhos castanhos claros, moro com meus pais e minha irmã, Vanessa (18 anos). Somos uma família de classe média alta, não somos ricos, mas sempre vivemos em uma condição boa de vida.
Era uma segunda, já passava das 09:00 quando acordei. O primeiro dia de férias após concluir o ensino médio. Levantei, escovei os dentes, tomei banho e saí do quarto para ir tomar café. Estava sozinho em casa, meus pais já tinham ido trabalhar e minha irmã tinha ido para a faculdade. Preparei umas torradas com suco de laranja e fui para a sala assistir a TV Globinho.
Passei a manhã quase toda assistindo os desenhos. Por volta das 11:30 a Vanessa chegou da faculdade, ela faz Ciências Biológicas na Universidade Federal daqui.
- Oi Sam. – Falou a garota ao entrar.
Vanessa é o tipo de garota padrão daqui. 1.67 altura, 50 Kg, morena claro, cabelos caracolados que batem na cintura, um pouco magra, mas bem definida. O tipo de garota que a maioria dos meninos gostaria de “pegar”.
- Oi. – Falei indo da cozinha em direção ao meu quarto. – Você não tem aula o dia todo dia de hoje?
- Tenho, mas hoje o professor liberou cedo então vim em casa tomar um banho e almoçar para poder voltar para a aula. – Falou ela indo em direção ao seu quarto.
Ela entrou no quarto e fechou a porta. Ao mesmo tempo que ela gritou.
- SAM, POR FAVOR ESQUENTA A COMIDA QUE VOU JÁ ALMOÇAR.
Fui para a cozinha e esquentei a comida, era lasanha que tinha sobrado do almoço do domingo. Minha mãe trabalhava como empregada doméstica na casa de um dos empresários da cidade o dia todos de segunda a sexta e no sábado até as 14:00, então fazia comida no fim de semana para eu apenas esquentar o de comer durante a semana, muitas vezes quando não dava para ela fazer, ou saíamos no fim de semana para a casa dos meus avós eu quem fazia a comida durante a semana quando eu chegava da escola ou a Vanessa quando chegava da faculdade. Quem chegasse primeiro fazia.
Meu pai passava a semana fora, pois trabalhava na Construção Civil como pedreiro e só vim para casa aos fins de semana.
Esquentei a comida e coloquei os pratos na mesa junto a lasanha e uma jarra de suco de laranja que estava na geladeira.
Comemos e eu lavei a louça enquanto a Vanessa secava. Logo em seguida ela saiu para a faculdade e eu fui para o quarto. Peguei meu notebook e digitei o endereço de uma sala de bate papo bem famoso, o Bate Papo Uol.
Algumas pessoas dizem que você vira gay, outras que é uma opção sexual. Na verdade, desde que eu comecei a entender o que era relacionamentos eu já sabia que eu gostava de meninos e de meninas. Mais de meninos na verdade. Nunca contei para minha família o que é meio complicado para quem vive esse drama. Mas porque eu tinha que dizer que gostava de meninos se ninguém nunca me perguntou? Por que essa é a regra?
Acessei o bate papo e logo chegou uma mensagem de um cara chamado Carllos18. O engraçado que acho é que pela internet você é quem você quer ser.
Carllos18: Oi. Tudo bom?
Santi17: Oi. Tudo bem e com você?
Carllos18: Tô bem. De onde?
Santi17: Da cidade mesmo e você?
Carllos18: Também. 17 anos é?
Santi17: Sim. Completo 18 no fim do ano.
Carllos18: Legal.
Conversamos por quase duas horas. Mas como sempre nunca saiu mais do que conversas. Eu já tinha beijado garotas e garotos, mas até então não tinha transado com nenhum dos dois. O que deixou Carllos18 mais curioso, pois o normal era na minha idade já ter feito sexo. Apesar de que eu nunca fui muito de regras. Sempre fui diferente do “normal” das pessoas.
Depois de quase duas horas de conversa tive que sair porque tinha que ir no mercado.
Santi17: Tenho que sair. Vou ao mercado. Me passa seu número para a gente conversar?
Carllos18: Prefiro que você me passe o seu.
Sempre era assim, ninguém queria ceder pois como é cidade pequena todo mundo meio que tenha alguém que conhece alguém, um amigo em comum.
Terminou que eu sai da sala de papo e ninguém passou o número.
*** DOIS MESES DEPOIS***
Passaram-se dois meses e eu já estava entediado em casa sem ter o que fazer. Eu terminei o ensino médio e não passei para o curso que eu queria na Federal, então teria que esperar as novas convocações para ver se era chamado.
Já era março quando resolvi que iria procurar um emprego como jovem aprendiz em alguma empresa. Porém enquanto não aparecia eu decidi fazer um curso profissionalizando pelo Senai aqui da cidade.
Durante o curso conheci pessoas novas, uma garota em comum chamada Catarina, logo nos tornamos amigos.
Catariana é alta, branca com longos cabelos negros e lisos que pairavam abaixo da bunda, aquela menina magra e bem-feita.
O curso teria duração de 4 meses, logo com o fim do curso eu procuraria novos até ver se consegui um emprego. Com 15 dias que eu tinha começado o curso eu soube que uma indústria grande da cidade estava com seleção para jovem aprendiz. Era uma quinta quando cheguei na portaria da empresa. Uma vigilante, moreno, muito bonito e com uma voz bem sedutora me atendeu.
- Bom dia. – Falou ele ao me aproximar da janela de identificação da portaria.
- Bom dia. – Respondi.
- O que deseja?
Eu olhei para o crachá no seu uniforme que estava escrito seu nome RODRIGO.
- Rodrigo eu soube que a empresa está com seleção aberta para aprendiz. Gostaria de me informar como funciona e como faço para fazer minha inscrição.
- Como é seu nome? – Perguntou ele todo gentil.
- Santiago.
- Santiago, aguarda só um minuto por favor.
Ela pegou um telefone, digitou alguns números e logo falou:
- Inscrições para aprendiz. Tem um garoto aqui posso encaminhar para aí? Tá certo.
Houve uma resposta do outro lado da linha ele desligou o telefone em seguida e se dirigiu a mim novamente.
- Vou lhe encaminhar para a recepção.
Ele acionou um botão e logo o portão ao meu lado abriu e em seguida a porta de entrada da guarita e o belo Rodrigo saiu de lá com aquele uniforme que exibia cada musculo do seu corpo.
O que eu não faria com uma cara daqueles na minha cama?
Ele me mostrou o caminho e logo voltou a seu posto de trabalho.
Eu nunca tinha entrado em uma empresa tão grande antes. Era uma indústria de alimentos.
Cheguei na recepção e uma linda mulher chamada Bárbara me atendeu.
Preenchi o formulário de inscrição e ela disse que eu aguardasse o contato da empresa.
Sai em direção a portaria. Ao chegar quem me atendeu foi outro segurança, um senhor de seus 50 anos, bem simpático por sinal.
Saí da empresa e fui para casa. Não morava muito longe da empresa, mas tinha que esperar um ônibus que gastaria em media uns 30 minutos até a minha casa. Estava eu no ponto de ônibus quando um carro parou. Era um palio vermelho. Os vidros fumês que não deu para ver quem era. Logo o vidro do lado do passageiro baixou e eu reconheci o belo cara que estava dirigindo.
- Eai garoto está indo para onde? – Perguntou o Rodrigo, segurança da empresa.
Eu fiquei meio nervoso e levei alguns segundos para responder.
- Pra casa.
- Onde é sua casa?
- Perto do Mercadão Bens.
- Quer ir? Passo por lá. Estou em horário de almoço e minha casa é caminho.
Eu pensei por alguns segundos. Por que aquele cara lindo estava me oferecendo carona? Ele nem me conhecia direito.
Acho que ele percebeu minha reação e logo falou.
- Só tenho uma hora almoço, não é lhe apressando, mas tenho que ir. Vai?
Aquele cara tão lindo me chamando para entrar no carro dele? Mas com quais intenções?
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Boa noite galera. Está aí o primeiro capítulo dessa história. Espero que gostem. Acredito que essa semana vou postar mais um capítulo por conta que estou com um tempinho livre.
Abraços e se cuidem.