– Não temos que... fazer amor. - Quando ele não disse mais nada, Addan murmurou:
– Michael, a esta altura seu membro deve estar latejando.
– Vou me aliviar sozinho.
– Deixe-me fazer isso para você.
– Não! – ele sacudiu a cabeça veementemente. Depois, esfregou o rosto. – Escusa meu humor.
Considerando o quanto ele estava excitado, aquilo era perfeitamente razoável. Aceitável, até.
– Só me ajude a entender o motivo.
– Tu tentarás negociar com o motivo.
– Porque quero estar com você. Quero fazer com que você se sinta bem.
– Isso não pode acontecer. - ele começou a sair da cama.
– Não faça isso – Addan disse bruscamente. – Não me deixe – quando Michael ficou parado, Addan levantou-se e abraçou-o. – Juro que irei devagar, podemos parar quando você quiser.
– Tu não... tu não vais querer o que tenho.
– Não tome decisões por mim. E, se está com vergonha, apague todas as luzes. Depois de um momento, o quarto mergulhou em uma completa escuridão. Addan beijou-lhe o ombro e empurrou-o contra os travesseiros.
Suas mãos ávidas encontraram o nó da faixa que lhe amarrava o roupão e ele imediatamente o desatou.
Quando Addan colocou as palmas das mãos sobre o peito musculoso dele e começou a acariciar-lhe os mamilos retesados, a respiração de Michael transformou-se em leves, muito embora másculos, grunhidos de prazer. Addan foi abaixando, descendo pelo abdômen bem marcado cujos músculos esticavam-se debaixo da pele completamente sem pelos... Encontrou a cabeça do membro dele e ambos ofegaram.
Santíssimo... Jesus! Addan não tinha pensado que fosse tão largo. Mas, bem... ele era grande por todos os lados, de modo que... enfim...
Michael estremeceu e rugiu quando Addan tomou-lhe o pênis na mão. Deus, era muito grosso, ele sequer conseguia fechar a mão ao seu redor. Entretanto, Addan sabia como tratá-lo. Acariciou-lhe de cima para baixo, fazendo Michael gemer e mover os quadris instintivamente.
– Estou... – proferiu um ruído incoerente. – Estou... tão perto...Já estou tão perto... Addan o acariciou, deslizando a mão para a base e...
Ele ficou imóvel. E ele deixou de respirar. Algo estava errado. Uma cicatriz anormal descia para seus...
– Jesus... Michael - Ele afastou-lhe a mão.
– Não é necessário que termines – disse com voz rouca. Addan lançou-se em cima dele para evitar que ele fugisse.
– Eles tentaram castrá-lo? – Graças a Deus que não tinham conseguido. – Por quê? Por que poderiam querer...
O corpo dele estremeceu. Desta vez, todavia, o tremor não tinha nada que ver com o fulgor sexual.
– Minha mãe pensou... que ajudaria a me controlar. Mas não pude permitir que o fizessem. Feri o médico. Gravemente, Foi aí que me acorrentaram – ele o obrigou a sair de cima de seu corpo e Addan ouviu o roçar do roupão quando ele voltou a fechá-lo. – Sou perigoso.
Addan tinha a garganta tão tensa que quase não podia falar.
– Michael...
– Mas eu nunca faria mal a ti.
– Eu sei. Não duvido disso. Um longo silêncio se instalou.
– Não quero que vejas como sou.
– Não ligo para uma cicatriz. Só fico triste com tudo o que você passou. Isso é o que me importa – estendeu a mão nas sombras do quarto. Quando tocou-lhe o ombro, ele assustou-se.
– Quero continuar. Quero beijá-lo, como você quis me beijar. - Houve outro longo silêncio.
– Tenho medo – ele sussurrou.
– Santo Deus, por quê?
– Porque desejo que o faças... desejo que faças o que disse. Desejo... a ti.
– Então, deite-se novamente. Nada do que acontecer entre nós jamais será errado. Volta para mim. - Addan encontrou as mãos grandes e masculinas e as segurou até que ele se deixou cair sobre os travesseiros. Depois, abriu a parte de baixo do roupão e segurou novamente o enorme mastro em suas mãos. Estava parcialmente ereto, mas logo voltou a crescer em sua palma, e de forma imediata enrijeceu-se como uma rocha. Quando Addan baixou e colocou a cabeça rígida entre os lábios – e aquilo encheu-lhe completamente a boca -, ele gritou o nome dele e afundou o corpo pesado e rígido no colchão, Tentou afastá-lo.
– Vou terminar em tua...
– Não, não vai. Vai terminar em outro lugar – Addan encontrou um ritmo com a mão e, sugando-lhe a cabeça do membro, sentiu-o tremer e suar e...
E quando estava rijo e pronto, Addan o soltou e arrastou-se para cima do peito de Michael.
– Faça amor comigo, Michael. Termine dentro de mim. Ele gemeu.
– Tu és tão pequeno...
Ele sentou-se com as pernas abertas sobre o quadril de Michael, preparado já para uni-los, mas hesitou quando Michael ficou completamente quieto. Deus, agora ele sabia como agiam os homens decentes, o desconforto antes de tomar alguém pela primeira vez. Não desejava forçá- lo a nada. Desejava-o com toda a intensidade do mundo, mas só o aceitaria se o sentimento fosse verdadeiramente mútuo.
– Michael? – disse em um tom brando.
- Você está bem? - Ele não estava e a quantidade de tempo que levou para dizer que sim deixou isso bastante claro.
– Se pensar que estamos levando isto muito lon... Repentinamente, ele o abraçou.
– E se eu te machucar?
– Essa é sua única preocupação?
– Sim.
– Não vai. Prometo que não – disse, acariciando-lhe o peito. – Vou ficar bem.
– Então... por favor. Aceita-me inteiro. Dentro de ti. Obrigado, Deus...
– Vamos mudar de posição. Você gostará mais dessa forma – considerando a veia dominante dele, Addan sabia que Michael gostaria de ter o controle. – Se estiver em cima, pode conduzir... - Caramba, como ele se movia rapidamente. Em uma fração de segundo, ele já estava deitado de costas. Mas Addan também foi rápido ao colocar a mão entre ambos e posicionar o membro em seu anel rosado e umedecido.
– Empurre com os quadris, Michael. Ele fez o que Addan disse e...
– Ah, Cristo.
– Ah... – ele gemeu. - Addan agarrou-se nele e arqueou o corpo. Sentiu o enorme membro penetrar-lhe, desbravando seu interior. Addan apertava as coxas mais e mais enquanto se acostumava com o volume em seu cuzinho.
– Estás sentindo dor? – ele grunhiu.
– Está ótimo – Addan o incentivou a adotar um ritmo de investidas mais pungentes, uma lenta e erótica dança que acompanhava a perfeição de seu corpo.
Era a glória, o corpo pesado e maciço de Michael sobre o de Addan, a pele quente e umedecida de suor, os músculos duros e retesados. – Mais, Michael. Não vai me rasgar. Não vai me machucar. - Ele enterrou-se ainda mais profundamente em Addan e começou a bombear. Addan subitamente sentiu uma fragrância no ar, uma fragrância que emanava do corpo dele. A essência era seu cheiro natural, só que agora muito, muito mais intensa, com uma base diferente e completamente sexual. Quando ele começou a mover-se desenfreadamente, seus cabelos enredaram os corpos; seus lábios encontraram-se com os dela.
Ele enfiou-lhe a língua na boca e Addan teve o pensamento fugaz de que nada em sua vida voltaria a ser como antes, jamais. Havia algo sendo compartilhado entre ambos, um trato feito e aceito... só que ele ainda não sabia o que estava recebendo nem a que deveria renunciar exatamente.
Entretanto, sentia-se bem.
E logo perdeu-se de seu corpo, caindo em uma chuva de estrelas. Como se estivesse a certa distância, ouviu Michael rugir e convulsionar, gozando uma vez, e logo outra e outra mais. E muitas outras vezes mais.
Quando terminaram, ele permaneceu estendido sobre Addan, ofegante, enquanto percorria-lhe com a mão os ombros regados de suor.
Continua...