Addan sorriu, satisfeito, feliz e Realizado. – Isso foi...
Michael saiu de cima de Addan em um salto, as correntes retumbaram rapidamente no chão. Um momento depois, Addan ouviu a água da ducha. Depois que uma boa dose de estupor desvaneceu, ele envolveu o corpo nos lençóis e curvou-se. Addan evidentemente havia interpretado a maravilha daquele coito de forma equivocado.
Ele estava apressadíssimo para lavar o corpo e desfazer-se do toque de Addan Então, Addan ouviu os soluços. Ou, ao menos, o que pareciam soluços. Sentou-se lentamente, tentando separar o ruído da queda da água e isolar o que seu ouvido tinha percebido. Não estava seguro do que estava ouvindo, de modo que vestiu o roupão e saiu da cama, dirigindo-se para o banheiro, usando as estantes de livros como orientação, quando estava na entrada, vacilou com a mão apoiada no batente.
– Michael? – chamou-o brandamente ele deixou escapar um grito de surpresa e ladrou:
– Volta para a cama.
– O que aconteceu?
– Suplico-te... – a voz dele se desfez.
– Michael, está tudo bem se você não gostou...
– Deixa-me. O inferno que Addan o deixaria! Cambaleou para a frente, estendendo as mãos para a infinita escuridão e avançando rumo ao som da corrente de água. Quando suas palmas tocaram a água, Addam deteve-se. Deus! E se ele lhe tivesse feito algum mal? E se tivesse pressionado um inocente recluso, o levando longe demais, rápido demais?
– Fale comigo, Michael – quando Addan não ouviu mais o som da água correndo, sentiu os olhos encherem-se de lágrimas. – Sinto muito tê-lo forçado a fazer o que fizemos.
– Eu não sabia que seria tão... – ele limpou a garganta. – Estou despedaçado. Destituído de minha própria pele. Nunca mais voltarei a estar completo. Foi tão... belo.
Addan curvou-se. Pelo menos ele não tinha detestado o que fizeram.
– Venha se deitar comigo.
– O que farei quando partires?
– Não ficará aqui por muito tempo, lembra?
– Sim, vou. Devo ficar. E tu deves partir, o medo correu o corpo de Addan.
– Isso não vai acontecer, não foi isso que combinamos. Enquanto a água gotejava, Michael suspirou, frustrado.
– Sede sensato...
– Sou sensato até demais, Michael. Sou advogado, raciocinar é meu trabalho – Addan estendeu a mão para tocá-lo, mas a única coisa que encontrou foi os ladrilhos de mármore. Virando-se no escuro, com as mãos estendidas para a frente, Addan buscou-o, embrenhando-se
na escuridão.
Tinha a sensação de que ele deliberadamente estava mantendo-se afastado dele.
– Quer parar de se esconder?
Ele riu suavemente.
– Tu és tão... autoritário.
– Sou. O som de uma toalha sendo esfregada contra um corpo a guiou para a esquerda, mas o ruído afastava-se à medida que Addan o perseguia.
– Pare com isso. A voz de Michael veio de trás dele.
– Com os homens com os quais te envolveste também foste assim? Intenso e tenaz? Como foste comigo?
– Você pode se desmaterializar ou algo assim? Como pode se mover tão rápido?
– Conta-me sobre os homens que te amaram. Eles eram tão graves como tu?
Addan pensou em Mick Rhodes, seu amigo de infância que também era sócio no WN&S.
– Ah... um deles era, os outros, não, e eles não me amavam olhe, vamos nos concentrar no agora, o que lhe parece? Onde você está?
– Então, por que tiveste relações íntimas com eles? Se eles não te correspondiam o amor?
– Eu tampouco estava apaixonado por eles, foi apenas sexo – no silêncio que seguiu, um estranho tipo de frieza percorreu-lhe a coluna vertebral. – Michael? Michael?
– Temo estar sendo eu mesmo insensato.
– Por quê? – perguntou-lhe Addan com cautela.
De alguma forma, todavia, Addan soube quando ele saiu do banheiro; era como se seu corpo pressentisse o dele ou algo assim. E ele o caminhou para o quarto.
– Michael?
– Comportei-me de maneira infantil, não é mesmo? – o tom de voz dele era calmo e contido, Terrivelmente calmo e contido. – Ter chorado por algo que... por algo que para ti é completamente normal.
– Ah, Deus, Michael, não! – normal? Aquilo não tinha sido nada normal. De forma alguma. – Agora eu também sinto vontade de chorar porque...
– Porque sentes pena de mim, não é mesmo? – disse ele. – Não deverias. Não é um crime não sentir o que sinto...
– Cale-se. Cale-se agora – Addan queria apontar o dedo indicador na cara dele, mas não estava precisamente seguro da direção em que devia apontar.
– Não sou uma pessoa que sente pena das pessoas, e definitivamente não sou uma pessoa que mente, aqueles outros homens não eram você, não tinham nada a ver com você, conosco. Agora eles eram “nós ”, não eram?, Addan pensou.
– Michael, sei que tudo isto é muito difícil para você e provavelmente acrescentar sexo a todo o resto não foi uma boa ideia, Também posso entender por que sair daqui pode causar-lhe medo, Mas você não está mais sozinho, Faremos isso juntos. -
Addan não tinha ideia de como aquilo acabaria ou de onde eles iriam parar, mas o compromisso tinha sido feito. Com suas mentes, Com seus corpos. E, pelo inferno! Addan o cumpriria.
Não, não é que ele de repente tivesse se transformado em um romântico descomedido, Durante toda a vida Addan tinha se furtado ao assunto do matrimônio e tal e sexo, de acordo com seu ponto de vista, era simplesmente sexo, Agora, todavia, ele pensava de outra forma, Sentia, sem que a razão mediasse, que eles estavam unidos. Não fazia sentido, mas o vínculo estava ali, era praticamente palpável, e a intimidade física tinha sido... bem, uma parte – e grande, diga-se de passagem – dele.
Os braços de Michael envolveram-no por trás.
– Sim, faz sentido, Sinto o mesmo.
Addan segurou-lhe a mão e reclinou-se contra ele.
– Não sei onde acabaremos, mas vou cuidar de você. O tom de voz de Michael era baixo e grave quando ele disse:
– E farei o mesmo por ti. - Eles permaneceram assim, unidos na escuridão, abraçando-se. Addan sentia o quente e enorme corpo dele contra as costas e, quando aproximou-se um pouco mais, pôde sentir a ereção majestosa que já se formava.
Addan moveu os quadris, esfregando-se contra Michael, provocando-o.
– Quero você – disse-lhe. O suspiro dele disparou no ouvido de Addan causando-lhe frissons de calafrios eróticos.
– Pode estar... pronto outra vez... tão depressa?
– Geralmente é o homem quem precisa se recuperar.
– Ah. Bem, acredito que eu poderia fazer durante toda a noite. Sem parar... - Jesus Cristo! e era verdade, como ele depois veio a lhe provar.
Fizeram amor tantas vezes que a atividade sexual confundiu-se, formando um único episódio erótico que durou... Santo Deus, horas e mais horas! Durante todo o jantar do segundo dia. Durante toda a noite.
O corpo de Michael era capaz de ter um novo orgasmo a cada dez minutos, aproximadamente, e ele sentia-se inclinado a explorar todos os gozos carnais do sexo. O amou de todas as formas possíveis e, à medida que ia se sentindo mais e mais confortável, sua veia dominante surgia com mais força. Não importava como começassem, a coisa toda sempre terminava com Addan por baixo, fosse de frente, de costas ou de lado. Ele gostava de mantê-lo subjugado sob o peso de seu corpo musculoso e, às vezes, usava as mãos para obrigá-lo a deixar-se ser domado por Michael como a um animal indômito. Especialmente enquanto ele bebia de sua garganta.
E Addan encantava-se com tudo o que ele fazia, A forma com que ele o dominava com força, a sensação da espessura e do tamanho daquele enorme mastro dentro dele, o beijo ardente daquela boca em sua garganta.
Foi assim até que as penetrações dele finalmente tornaram-se dolorosas e Addam já não era capaz de aguentá-las. Então, Addan forçou-se a fazê-lo parar. E, Deus, como ele se sentiu frustrado porque não podia seguir recebendo aquele formidável e viril órgão dentro de si! Addan queria mais, precisava de mais daquela doce asfixia sob aquele corpo másculo ao qual Addan se subjugava como um escravo erótico e servil.
Em alguns aspectos, Addan sentia-se uma Mulher no corpo de um homem, embora não se desse conta disso até que conhecesse Michael, sua atitude, sua impulsividade, sua acuidade, todos esses componentes de guerreiro que havia em sua personalidade nunca estiveram de acordo com o corpo que Addan possuía.
E seus interesses, no mais, nunca tinham sido os mesmos de outros Homens, nem quando ele era jovem.
Continua....