Olá pessoas, tudo bem??? Meu nome é Bia T e, antes de irmos para o conto, gostaria de dizer algumas coisas.
Bom, em primeiro lugar, apesar de nunca ter postado nenhum conto, eu quase li todos deste site relacionados a transexualidade, feminização forçada e cross-dressing. Achei todos que lí maravilhosos, o que me inspirou a escrever uma história também!
Também gostaria de dizer que, apesar de nunca ter conhecido vocês meninas pessoalmente, me sinto praticamente como uma amiga, já que partilhamos das mesmas preferências e sentimentos. Tá bom! Sei que é meio forçado falar em amizade entre pessoas que nunca se viram antes, ainda mais pela internet! Mas estou sendo sincera, de coração!
Legal, chega de papo fiado e vamos para o conto.
Anos Incríveis | Capítulo 1: Do desastre ao recomeço
Robson (eu): Nãããooo mãe!!!!
Acordei no meio da noite, com um pulo súbito, todo suado e tremendo feito vara verde. Ainda era madrugada e lá fora caia uma tempestade quase torrencial, com relâmpagos e trovões. Eu tivera um pesadelo, pra variar relacionado com a morte recente da minha mãe, a quem eu amava, e muito. Ela era praticamente a única pessoa que eu tinha na minha vida, uma pessoa que me amou incondicionalmente, me deu carinho, me criou e me ensinou.
Eu ainda estava com sono, mas não conseguia mais dormir. Fiquei sentado na cama, chorando, e tentando respirar pra me acalmar. Os relâmpagos iluminavam meu quarto, afastando por alguns segundos a penúmbra que se formava nos objetos. Eu não gostava de dormir totalmente na escuridão. Sempre deixava uma frestinha na porta e na cortina da janela, pra entrar um pouco de luz. Reparei que ainda eram 4:15 da manhã, e a chuva agora dera uma acalmada. Tentei voltar a dormir e, com muita dificuldade, consegui.
Acordei novamente às 9:45 da manhã, ainda meio cansada. Apesar da tempestade da madrugada, lá fora o céu estava limpo e o sol brilhava como nunca, um belo Sábado de manhã. Abri a janela e ví que havia muitos pássaros nas árvores ao lado da minha casa, todos felizes e cantarolantes, praticamente me dando bom dia! Espreguicei-me e fui ao banheiro. Fiz minhas necessidades, troquei de roupa e fui fazer café da manhã. Liguei a TV mas não assisti: Gostava de deixá-la sempre ligada, mesmo que não estivesse na sala, pra fazer algum barulho. Não gostava de me sentir sozinho e a TV era minha única amiga nestas horas. Minha mãe fazia muita falta. Ela era quem me acordava de manhã e preparava o café. Ela era sempre faladeira e feliz. Animava toda a casa com suas músicas na rádio AM.
Tomei o café da manhã, lavei roupa e as pendurei no varal. Eu já sabia fazer tais coisas pois minha mãe me ensinara muito bem! Eu só não sabia fazer comida porque ela dizia que ainda era cedo para um menino de 15 anos mexer com facas e fogo. Apesar disso, me ensinou a passar roupa também... rs, coisas de mãe. Chegando perto da hora do almoço, foi me dando nervoso: tinha que pensar em fazer comida. Nas últimas vezes que tentei fazer comida, foi um desastre: Queimei duas vezes o feijão e fiz uns cinco arroz-papa. Também já havia queimado carne e estragado um estrogonofe, uma receita que peguei da internet. Com certeza eu já havia perdido uns 3 kilos pois estava comendo muito mal.
Tentei fazer macarrão. Parecia fácil demais e aproveitei pra 'fazer' o molho, que na verdade era molho pronto, era só misturar água e esquentar. Terminei o almoço e fui comer. Estaria perfeito se não fosse um único porém: esqueci de por sal! Joguei sal por cima de tudo mesmo e vamos que vamos. Comi aquela gororoba e já senti uma sede avassaladora. Eu ainda estava aprendendo a cozinhar, tudo por conta própria mesmo. Os meus vizinhos sabiam da minha situação e mesmo assim não vinham me ajudar nem conversar comigo. Minha mãe morrera num acidente de carro na semana anterior, na volta do trabalho. Fiquei sozinha pois meu pai já havia falecido quando eu tinha só dois anos. Era só eu. Eu estava sozinha. A única pessoa que recebi em casa em 10 dias foi o oficial de justiça que me disse que, como eu era menor de idade, algum parente meu deveria ficar responsável por mim até que eu completasse 18 anos. Caso contrário, eu deveria ir para algum lugar reservado às crianças e adolescentes órfãos. Mas eu não queria isso de jeito nenhum! Queria ficar em casa mesmo. A herança que recebi dos meus pais era suficiente pra me manter durante um bom tempo sem trabalhar, talvez até bancar meu resto de colégio e minha faculdade se eu gastasse o dinheiro com sabedoria. Não tinha problema, eu estava sozinha mesmo...
Comecei a me sentir meio triste quando escuto a campainha tocar. Abri a porta e ví uma moça linda, bem arrumada, com uns 1,76 m de altura, cabelo loiro e grande até no meio das costas.
Alessandra: Oi, tudo bem? Meu nome é Alessandra, e o seu?
Robson: Me chamo Robson.
Alessandra: Oi Robson, prazer em te conhecer. Sou presidente da associação dos moradores deste bairro e gostaria de falar um pouco com você, pode ser?
Robson: Tudo bem, você quer entrar?
Alessandra: Claro...
Alessandra entrou na minha casa, se sentou no sofá da sala e ficou olhando para os móveis e para o resto da casa por um instante. Disse que sabia o que ocorrera com minha mãe e sabia que eu estava sozinha. Era o trabalho dela saber o que se passava com os moradores. Logo começou a me fazer uma série de perguntas. Queria saber minha idade, se eu tinha outros parentes, se estava indo para e escola e tal. Terminou de fazer as perguntas e algumas anotações e, de repente, me disse:
Alessandra: Sabe, estou preocupada com você... todo novinho assim e já com um problemão desses! O que você vai fazer?
Robson: Eu não sei. Eu não quero ir para o lar das crianças órfãs, eu quero ficar aqui em casa.
Alessandra: Mas o juiz não vai permitir isso! Ele vai te levar pra lá. Há uma outra possibilidade, que é você arrumar um emprego pra ver se ele te emancipa. Aí você será maior de idade, mesmo tendo só 15 anos. Mas é muito difícil que você consiga isso. Hoje em dia os juízes têm opinião de que adolescentes só têm que estudar.
Robson: É, eu sei... pesquisei na internet sobre essas coisas...
Alessandra: Bom... Você me parece meio solitário aqui. Quer ir lá em casa? Eu moro em uma república de mulheres mas atualmente só tem duas mulheres lá! Eu e a Monique, minha amiga, que também faz faculdade. Antes havia mais mulheres mas, quando a faculdade mudou a localização do campus, a república ficou meio longe e a maioria foi embora.
Robson: Eu não sei... será que não vou atrapalhar vocês lá? Eu não tenho nada pra fazer mas vocês me parecem ocupadas...
Alessandra: Não vai atrapalhar não! Faz o seguinte: Fica com a gente lá hoje, leva umas roupas e dorme lá! No Domingo você volta pra cá se quiser. Assim a gente te faz companhia!
Dei uma titubeada mas aceitei o convite. Era realmente difícil ficar sozinho naquela casa enorme, principalmente à noite! A Alessandra parecia estar com dó de mim e era muito boazinha. Arrumei uma malinha com roupas, escova de dentes, shampoo, essas coisas e fomos. A república ficava perto de casa, uns dois quarteirões de distância. Fomos a pé mesmo.
Chegando na república, vejo cômodos bem limpos, espaçosos e aconchegantes. Também havia uma cozinha grande e uma sala média, bem arejada. O lugar parecia realmente que abrigara mais gente, haja visto o tamanho dos quartos. Alessandra disse que eu poderia ficar com o terceiro quarto pois havia quatro quartos no total e somente dois estavam ocupados. Entrei no quarto, me sentei na cama e senti o conforto. Havia também uma hack de madeira com três gavetas e uma luminária em cima dela. Também tinha uma mesinha de mármore e uma cadeira giratória, iguais a estas de escritório. Pensei “Nada mal”... Quando a Alessandra me 'acorda':
Alessandra: Gostou do quarto?
Robson: Sim... bastante espaçoso!
Alessandra: Que bom... Eu fiz um bolo caseiro de fubá! Quer comer?
Aceitei na hora! Eu amava bolos, principalmente de fubá. Lembrava da minha mãe... Fomos na cozinha e ví uma moça sentada em uma das cadeiras da mesa.
Monique: Oi moço! Tudo bem? Eu sou a Monique e você deve ser o Robson, não é?
Robson: Sim, sou eu! Prazer em te conhecer.
Monique: O prazer sempre será meu, meu caro....
Estranhei a forma de a Monique se expressar e Alessandra já interveio:
Alessandra: Monique, não assunta o rapaz assim, logo de cara! Deixa ele se acostumar primeiro...
Monique: rs! Que isso Lê? Isso é o melhor que posso fazer, você sabe...
Conversa vai, conversa vem e reparei no jeito das duas. Elas eram bem felizes da vida, já cursavam faculdade e já eram independentes. As duas já tinham emprego. Alessandra tinha 22 anos e trabalhava em tempo integral na associação dos moradores do bairro, enquanto Monique, com seus 19 anos, era cabeleireira e manicure. Alessandra fazia Direito na mesma faculdade de Monique, que por sua vez fazia Moda. As duas eram orgulhosas do que faziam e amavam aquela república! Não queriam sair por nada, mesmo quando o campus ficou mais longe. Tinham esperanças de conseguir mais pessoas para morar lá.
A Alessandra era simpática e ao mesmo tempo séria, passava um ar de responsável e inteligente. Ela vestia um conjuntinho preto desses típicos das mulheres advogadas e já até falava como uma. Mas o que chamava a atenção nela mesmo era sua beleza. Ela era uma gata. Além do que já falei, ela tinha também olhos azuis que pareciam mais o espelho do oceano! Na verdade Alessandra parecia mais uma barbie em roupa de advogada, isso sim!
Já a Monique também era bonita, mas em um padrão mais modesto. Mas ela compensava com camaradagem e com seus parafusos soltos: Ela era uma linguaruda de mão cheia! Não parava de falar e fazia amizade rapidamente! Conversamos por 30 minutos e ela já me chamava por “Rob”! Quando ia chamar a Alessandra era “Lê” mas também ouvi várias vezes ela chamá-la por “Mí” de amiga, “Bem”, “Mor” ou até mesmo “Barbie Girl”. Ela também se vestia de um maneira peculiar: Usava uma saia jeans com uma cinta avermelhada, sandálias e uma blusinha branca com uma caveira estampada na frente. Também usava piercings nas orelhas e no nariz e tinha um cabelo curto e preto, com uma mecha dourada. Gostava de esmaltes pretos e tinha uma tatoo toda colorida no braço direito. Tinha mais ou menos a minha altura. Ela era uma espécie de punk misturada com hippie.
Comemos o delicioso bolo feito pela Alessandra e fomos para a sala. Lá eu era o centro das atenções, e as duas me faziam todos os tipos de perguntas. Passadas duas horas, já sabiam quase tudo sobre minha vida. Mas eu não me sentia incomodada com isso pois era maravilhoso poder conversar com duas pessoas tão alegres. E, além disso, as duas me faziam rir muito. Eram duas patetas. A Monique implicava com os 'ficantes' da Alessandra que, por sua vez, retrucava brincando com a aparência da amiga. Mas a Monique era imparável e ia ganhando nas brincadeiras e nas tiradas até que acabava por irritar a Alessandra, que saia correndo atrás da amiga para lhe fazer 'pagar' pelas brincadeiras, o que causava ainda mais risadas de todos. Alessandra encurralou Monique e fez cócegas nela até esta quase mijar na calcinha de tanto rir. Era uma gritaria pela casa e eu ria muito, me sentia muito a vontade por ali. Resolvemos assistir a um filme juntos e o tempo passou voando. Quando me dei conta já eram 8 horas da noite.
Alessandra: E então amigo, vai passar a noite aqui com a gente hoje?
Robson: Não sei... será que devo?
Monique: Há, para de fazer cuzinho doce vai, eu sei que você quer ficar aqui!
Robson: rs, hum.... tá bom vai. Aliás... obrigado vocês duas, pelo convite e por me aturarem por aqui hoje.
Alessandra: Aturar? Não menino, foi um prazer tê-lo aqui conosco...
Monique: “Foi um prazer tê-lo aqui conosco”... que isso lê? Parece uma freira discursando em formatura de curso de Catequese!
Robson: Há há há há!!!
Alessandra: Monique.....
Monique: Brincadeira meu amor! Você sabe que eu te amo! Hoje vamos dormir juntas “de novo” né?
Robson: Hã??? De novo? Como assim vocês dormem juntas?? – Perguntou o inocente.
Alessandra: Ai Robson, nem liga pras coisas que a hippie aí fala.. metade é mentira e a outra metade não é verdade!
Monique: Há há há!!! Mas bem que você queria desfrutar deste meu corpinho de mola...
Alessandra: Monique..... o que o rapaz vai pensar da gente?
Monique: Que somos legais! Não é “Rob”?
Robson: Sim, claro, hehehe.
Depois de um tempo, fui tomar banho e, logo após, fiquei olhando para as minhas roupas de menino que estavam dentro da mala. Lembrei-me de que nos últimos anos, desde os meus 12 anos de idade, de vez em quando me travestia em casa, escondido da minha mãe. Eu não sabia o porquê mas eu sentia uma atração incrível por roupas femininas. Amava os conjuntinhos, as calcinhas e os soutiens. Tinha aprendido a vestí-los sozinho, me olhando no espelho. Cheguei até a vestir biquínes e shortinhos bem apertados. Eram peças da minha mãe e eu as usava e as recolocava de volta na gaveta, sempre voltando exatamente para o lugar que as encontrava. E eu me sentia tão bem, mas tão bem usando aquelas roupas.... Ultimamente, estava deixando meus cabelos castanhos crescerem um pouco mais e eles já estavam encostando nos meus ombros. Treinava maneiras de amarrá-los e penteá-los, para ficar mais feminina no espelho.
O mais longe nessa história que cheguei foi no último mês, quando minha mãe foi viajar e fiquei sozinha em casa. Vesti calcinha, uma sainha curta, toda florida com rendinhas e um topzinho com alcinhas, branco e com babado. Fiz um make básico para iniciantes que ví no youtube e usei base, batom e rimel. Puz uma avaiana rosa que minha mãe tinha porque os outros calçados dela já não cabiam mais nos meus pés. Fiz chapinha no cabelo e voilá! Olhei-me no espelho e meu coração disparou: Eu estava uma menina-moça, muito linda e delicadinha. Fiquei espantada com o resultado, me olhando no espelho, de boca aberta. Eu já tinha 15 anos mas ainda não tinha traços masculinos nem pêlos pelo corpo. A natureza foi gentil comigo neste ponto. Minha pele é branquinha e tenho nariz e orelhas pequenas e lábios finos. Tirando o fato de não ter seios, o resto era tudo igual a uma menina. Meu espanto no espelho foi tão grande que senti um prazer repentino, vindo da calcinha: Eu havia gozado, e foi minha primeira vez.
Eu também era meio afeminada e na escola alguns alunos me chamavam de viadinho e outras coisas do gênero. Nunca liguei pra isso, eu achava que eu era bonita e que estavam com inveja. Também nunca gostei de meninos, só de meninas. Era uma coisa de louco: eu via uma menina na escola e já pensava “Nossa, que menina linda. Será que teria uma chance com ela?” mas logo após isso pensava “Nossa olha o vestidinho dela, que lindo... e esse par de brincos, uma graça!”. Ou seja, eu gostava de meninas mas também queria ser uma? Era uma confusão na minha cabeça e eu começava a me sentir incomodada com esta situação. Não tive tempo de dizer nada pra minha mãe a respeito. Quando decidi que ia contar, ela veio a falecer.
Também já havia me acostumada a ver filmes pornô. Todos eles com transsexuais,travestis ou mulheres e eu sempre adorei ver seus corpos femininos. Mas eu não gostava de vê-las em um relacionamento com homens: tinha que ser um relacionamento entre duas formas femininas, não importava o órgão sexual!
Me arrumei (como menino, claro) e fui para a cozinha. Pedimos pizza e refrigerante para a janta. Jantamos e fomos dormir... Na cama, eu estava feliz. E de uma coisa eu tinha certeza: Não queria mais voltar para casa, não queria mais voltar para a solidão. Fiz umas contas rápidas na cabeça e concluí que seria fácil ajudar a pagar o aluguel e as contas na república, principalmente se conseguisse alugar a casa de minha mãe. O difícil mesmo seria convencer o juíz a me deixar ficar lá... Adormeci.
Este foi o primeiro capítulo amigas, espero que tenham gostado. Mais pra frente teremos coisas mais interessantes mas o conto não terá apelo sexual! Poderemos ter cenas de amorzinho, quem sabe... ;-)
Tchauzinho!