INSÔNIA - Cap. 01 - ESTUPRADA E MORTA

Um conto erótico de Ehros Tomasini
Categoria: Heterossexual
Contém 2340 palavras
Data: 04/10/2018 01:30:07
Última revisão: 13/10/2019 06:08:47
Assuntos: Anal, Heterossexual, Oral

INSÔNIA - Parte 01

Já passavam das três da madrugada quando o taxista saiu da Av. Norte e dobrou à direita, pegando a rua Guimarães Peixoto. Estava rodando desde as seis da noite e pegara apenas um único passageiro, mesmo assim numa corrida curta. Em dias como aqueles, era bem melhor recolher do que ficar exposto a assaltos na calada da noite. Pensava em chegar em casa, tomar um banho, esquentar um café com leite e deitar na cama, ao lado da nega veia. Aí, quando estava para passar diante de um bloco de apartamentos situados naquela rua deserta de pedestres, um clarão intenso o ofuscou. Arrepiou-se todo. Pressentiu que ia ser assaltado. Mas não.

Um vigilante de rua, fardado, desviou a lanterna do seu rosto e apontou-a para uma coroa boazuda e bonita, vestindo roupas leves, sem nada nas mãos. O guarda noturno disse:

- Boa noite, taxista. Esta senhora está querendo ir para casa, apesar do adiantado das horas. Pode leva-la, por favor?

- Boa noite. Para onde a senhora vai? - perguntou ele, enquanto a coroa se sentava ao seu lado.

- Boa noite, moço. Estou querendo ir para Olinda, mas só tenho dinheiro em casa. Vim visitar minha filha e meu genro, que são recém casados, porém peguei no sono. Acordei agora, mas não quis despertá-los para pegar dinheiro com eles. Não se preocupe: quando chegar em casa, te pago.

- Eu confio na senhora. Mas o problema não é esse, madame.

- E qual é, então?

- Eu estava largando. Noite ruim. Não vale a pena estar rodando. Levá-la a Olinda e depois voltar daquela lonjura sozinho vai me deixar exposto a assaltos, entende? - Explicou ele, sem tirar os olhos das grossas pernas da mulher. Ela usava um vestido quase transparente, deixando seu corpo bem delineado pelo tecido.

- Então, me faça um favor: leve-me ao ponto de táxi mais perto. Lá, eu pego uma condução para casa.

- Sim, posso fazer isso. Nós vamos passar por um, defronte ao Hospital Agamemnon Magalhães. Lá, ficará mais fácil da senhora pegar um táxi. Eu vou pra casa, me agarrar com a minha nega veia, já que hoje faz frio.

- Eu o invejo de ter alguém que o esquente. Eu sou divorciada já há uns dez anos.

- Devia ter ficado na casa da sua filha.

- E continuar ouvindo os dois fazerem aquela zoada toda praticando sexo? Não. Prefiro ir embora. Mas vamos mudar de assunto, que esse já está me deixando incomodada.

O taxista olhou para entre as pernas dela. A coroa apertava-as uma contra a outra. Ele finalmente parou e apontou um táxi do outro lado da rua, estacionado defronte ao HAM. Disse:

- Pronto. Tem um veículo no ponto. Fale com o motorista. Acredito que não fará objeções para leva-la a Olinda.

- Quanto te devo?

- Só um boa noite, senhora. Em troca, eu te desejo boa sorte.

- Ela deu-lhe um rápido beijinho nos lábios. O cara ficou corado. Não esperava por aquilo. Ela saiu do táxi sorrindo, ainda agradecendo a ele. Quando entrou no outro táxi e este deu partida, só então o motorista, ainda aparvalhado, seguiu viagem. O pau ainda latejava, de tão duro. Parou na Avenida 17 de Agosto, deserta àquela hora. Botou o cacete duro para fora das calças e bateu uma punheta básica. Não demorou muito a gozar. Pegou uns guardanapos que costumava oferecer principalmente a mulheres, limpou-se, jogou o papel de qualquer jeito na avenida e seguiu viagem. Mas, ao chegar em casa, não iria conseguir dormir. Seu celular tocou insistentemente, até que o atendeu.

O vigia do conjunto residencial Baixa Verde, que havia parado o táxi para a bela senhora usando sua forte lanterna, sabia fazer bem o seu trabalho. Gostava secretamente da coroa, por isso a enchia de mimos, sempre que ela ia visitar o casal de moradores daquele prédio. Pouco antes, havia anotado a placa do táxi, enquanto a mulher entrava nele. Deu um tempo necessário para que ela chegasse em casa, em Olinda, e ligou para o seu celular. A própria filha da coroa havia dado o número a ele, pois sabia que a mãe não era de dar satisfações da sua vida, se chegasse ou não em casa. O aparelho tocou várias vezes, mas a coroa não atendeu. Quando o vigilante já ia desligar, pra ligar novamente, uma voz masculina atendeu:

- Alô?

- Olá, boa noite. Passe o telefone para a senhora ao teu lado, por favor - pediu o vigilante.

Não obteve resposta. Desligaram totalmente o celular. O vigilante ficou cismado. Ligou para a Polícia. Um sargento atendeu. Disse que estava numa viatura na Avenida Norte, bem perto dali. Pediu que o vigilante os esperasse na frente do prédio.

Quando os quatro militares desceram da viatura, o guarda-noturno os esperava de lanterna acesa. Aproximou-se dos policiais, mas estes sacaram suas armas. O coroa fardado de guarda de rua, com cerca de uns quarenta e cinco anos, identificou-se e depois disse:

- Uma moradora deste prédio, cujo número de celular tenho em minha agenda, acabou de pegar um táxi em sentido a Olinda. No entanto, deve ter dado a volta, para pegar de novo a avenida.

- E o que tem de errado nisso, cidadão?

- Quem atendeu o celular que pertence a ela foi uma voz masculina. Em seguida, desligou totalmente o aparelho, depois que perguntei por ela. Eis o número do táxi que ela pegou...

O sargento pegou o papel que ele lhe deu, passou um rádio para a empresa de táxi à qual aquele número pertencia, identificou-se e ficou no aguardo. Pouco depois, uma moça dizia ao rádio:

- Boa noite, sargento Ferreira. Acabo de saber que houve um assalto nas imediações de onde o senhor diz estar. Há um taxista desaparecido. Quanto ao número que me deu, pertence ao veículo de um taxista veterano. Entrei em contato consigo. Ele pergunta se deve esperar em casa ou ir até o senhor.

- Tem o endereço dele?

- Tenho sim, senhor.

- Então, que ele venha até mim. Se demorar mais de uma hora para chegar aqui, é sinal de que está fugindo da gente. Então, acionaremos todas as viaturas para pega-lo.

- E o outro táxi que parece estar desaparecido, senhor?

- Uma coisa por vez. Deixe que eu resolva primeiro esse mistério da mulher desaparecida. Depois, cuidamos do táxi sumido.

Não foi preciso esperar muito. Em menos de vinte e cinco minutos o taxista que colocara a mulher em outro táxi com destino a Olinda estava com os policiais. Contou a sua história. Não havia porque não acreditarem nele. O sargento pediu à Polícia do Trânsito que mandasse, com urgência, as imagens de câmeras postadas na frente do HAM, onde ficava o ponto de táxi, naquele determinado intervalo do horário. Logo, assistiam um vídeo onde a mulher descia do carro do coroa que estava diante deles e entrava em outro.

- Conhece o motorista do táxi que ela pegou?

- Não prestei atenção. Estava doido para ir pra casa. Dia ruim, sabe?

- Está bem. Pode ir. Mas deixe telefone, pois talvez precisemos de você novamente.

- Então, prefiro acompanhar as diligências. Agora, não vou conseguir mais dormir.

- Quem sabe é você. Só não nos atrapalhe.

- SARGENTO. TEMOS UM COMUNICADO URGENTE FEITO PELO RÁDIO: TRÊS LEÕES ACABAM DE FUGIR DO HORTO DE DOIS IRMÃOS! - Gritou um policial.

- Puta que pariu! É hoje que a merda fede. - Exclamou o sargento, aperreado. Deu ordens:

- Todos comigo em direção ao Horto. Chamem os Bombeiros e quantas viaturas estiverem por perto. Precisamos pegar esses bichos antes que o dia amanheça e eles ataquem pessoas!

Quando a Polícia chegou nas imediações do Horto de Dois Irmãos, avistaram um dos leões. Este estava deitado ao lado do corpo nu e ensanguentado de uma mulher, e lambia as próprias patas. Os policiais desceram da viatura de armas engatilhadas, mas se borrando de medo. Olhavam em volta, para ver se não havia outro bicho daquele por perto. Se aproximavam do animal, que parecia não lhes dar a mínima atenção, quando um jovem saiu correndo do Horto, que ficava perto, agitando os braços e gritando:

- Não atirem. Não atirem. Deixem que eu cuido dele.

O sargento gritou para os policiais:

- Vejamos o que o rapaz vai fazer. Se ele não conseguir amansar o bicho, fogo na fera!

Naquela hora, o taxista, que viera seguindo a viatura até ali, parou seu carro perto. Reconheceu logo o corpo da bela coroa. Ficou consternado. Arrependeu-se de não ter, ele mesmo, levado a mulher em casa. Agora, ela estava sem vida bem à sua frente. Da sua boceta e do seu ânus saía muito sangue. Será que a fera a havia abocanhado bem ali?

Enquanto isso, o rapaz se aproximava sem medo do animal. O leão, quando o viu, se levantou e caminhou calmamente em direção ao jovem. Ergueu-se sobre as patas traseiras e pôs as dianteiras sobre os ombros do cara, mas sem violência. Parecia abraça-lo. O rapaz fez um afago em sua enorme juba e depois disse para os policiais:

- Vou com ele procurar os outros que estão soltos. Não se aproximem. Fiquem onde estão. Não há perigo. Logo, estaremos de volta.

Dito e feito. Pouco depois, o rapaz aparecia montado em um leão e seguido de dois outros. Rumou para dentro das dependências do jardim zoológico, acompanhado de longe pelos policiais. Enquanto o jovem estivera ausente, os militares haviam dado uma olhada no cadáver da mulher. Não havia mais o que fazer por ela. O taxista havia perguntado a ele se a fera a havia atacado. O sargento afirmara:

- Parece que não. Ela parece ter sido estuprada. Mas o leão não tocou nela. Incrível.

Quando o jovem trancou os três felinos na jaula de onde haviam escapado, juntou-se aos policiais. Naquele momento, apareceram duas viaturas de Bombeiros, mas foram dispensados pelo sargento. O rapaz que havia recapturado os animais disse:

- Alguém abriu a jaula sem arrombar a fechadura. Ou tem a cópia da chave, ou é muito bom em arrombamentos. É preciso chamar a doutora Moacyra, responsável por esses animais.

- Quem é você, garoto? Tem muita coragem.

- Sou Leonardo, o cuidador desses bichos, junto com mais duas pessoas. Acontece que, hoje, somente eu estou de plantão. Os outros, um casal de cuidadores, estão de folga.

- E o que aconteceu, para essas feras serem encontradas na rua?

- Não sei, senhor. Eu estava cortando a carne deles, quando percebi que não estavam na jaula. Dei o alarme, imediatamente, à Polícia e aos Bombeiros, mas só apareceram os senhores. Pelo jeito, alguém abriu as jaulas e os libertou, antes que eu desse fé.

- Costuma passar a madrugada cuidando dessas feras?

- Só quando é meu plantão, senhor. Corto todas as carnes e todas as frutas enquanto os animais estão adormecidos. É a primeira vez que tenho esse tipo de problema.

Pouco depois, um policial dava a má notícia:

- Um taxista encontrou o corpo de um companheiro de trabalho, perto daqui. Tomei a liberdade de mandar uma viatura lá, pelo rádio. Encontraram o profissional que estava desaparecido, senhor: o dono do táxi que vimos pegar a passageira na frente do HAM.

- Caralho. É muito, pra mim. Liguem pro comissário de plantão e peçam pra ele mandar um detetive para resolver esse caso. Essas merdas estão fora da minha competência.

- Sim, senhor.

O sargento parou defronte ao corpo da bela coroa. Pediu que conseguissem um lençol e cobrissem o cadáver. Leonardo deu-lhes um lençol limpo. O policial perguntou ao taxista, que ainda olhava pasmo para o corpo da bela coroa:

- Está tentando gravar na memória a cena, para poder bater uma punheta mais tarde, senhor?

- Desculpe, mas eu pensava que podia ter salvo a vida dela. Tive preguiça de leva-la, eu mesmo, a Olinda. Podia ter evitado isso.

- Sim, podia. Mas vocês, taxistas, só fazem aquilo que lhes interessa, não aos passageiros. Se quer ser útil, traga o vigia noturno aqui. Já está amanhecendo. Logo, isso aqui estará fervilhando de gente.

- Está bem. Vou busca-lo. Depois vou pra casa, tentar dormir.

Quando o coroa voltou com o vigilante, a filha da vítima e seu marido, a moça estava desesperada. Procurou o sargento para mais informações, mas ele disse estar esperando o detetive responsável pelo caso. Só depois de se reportar a ele, poderia conversar com a moça. Mas avisou que não teria muito mais a dizer. A jovem de cerca de trinta anos de idade descarregou sua raiva e frustração contra o pobre taxista, dizendo que ele tinha sido o culpado pela morte de sua mãe. O marido tentou defender o coroa taxista, dizendo que ele não tinha como prever a tragédia, mas ela também ralhou com ele:

- Você também é culpado. Mainha deve ter ido embora aquela hora porque você ficou insistindo em ter sexo comigo, mesmo sem eu querer. Ela deve ter ouvido os nosso gemidos. Nunca mais vou querer fazer sexo com você!

O cara abaixou a cabeça, envergonhado dela estar dizendo aquilo para todos ouvirem. Ainda tentou argumentar, mas ela deu-lhe as costas. Chateado, o jovem deixou-a lá e pegou o táxi do coroa. Queria voltar para o apartamento. O taxista aconselhou:

- Não faça besteira, amigo. Ela está de cabeça quente. Deixe a raiva passar, depois conversem.

- Não dá mais. Sempre estamos brigando por besteiras. A mãe dela é quem amenizava as nossas discussões. Com a mãe morta, não haverá mais quem faça isso. Eu estou fora! Passemos lá em casa. Eu pego minhas poucas coisas e você me leva para uma pousada.

Quando os dois saíram, apareceu uma jovem alta e bonita, de cabelos curtos e corpo de falsa magra, perguntando por Leonardo. Sua silhueta chamava à atenção das pessoas que rodeavam o cadáver. Ela perguntou, em voz alta:

- Quem é o sargento que achou o corpo?

- Eu, senhora detetive. - Levantou o dedo e a voz o militar.

- Você me conhece? Sabe quem sou?

- Chama-se detetive Ana Mendonça e deve ter sido enviada pelo comissário Etelvino.

- Muito bem. Então, prenda imediatamente o rapaz que levou os animais de volta para a jaula. Ele é o culpado da morte do taxista que achamos aqui perto e da senhora que está estendida aos pés de vocês!

FIM DA PRIMEIRA PARTE

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Comentários

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Pois é, dann. Tenho publicado minhas séries completas em meu próprio blog. Dá uma olhada lá.

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Roteiro bem doido, mas criativo. Tá faltando textos mais ousados como esse por aqui. Esse site está se tornando um conjunto de textos fáceis e insossos

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