Eu estava trancado no meu quarto deitado na cama pensando na briga que havia tido com o Giovanni pensava que talvez ele estivesse certo, que eu estava sendo ciumento demais e que o Tiago realente não quisesse nada com ele, resolvi ligar pro meu lindinho e pedir desculpas, depois de chorar e ficar tristinho pude ver que o melhor mesmo é fazer ás pazes.
Na escola enquanto todos iam embora eu tentei uma conversa amigável com o Tiago e foi aí que ele demonstrou sua real face:
-"O Ricardo tem total razão de não querer você na família dele, olha só pra você...você é feio, gordo, patético! além de não ter a mesma classe social que o Giovanni, você é tão idiota que não percebe que o Giovanni só está te usando pra poder enfurecer o pai, foi namorar justo com quem? com o menino que o pai dele mais odeia nesse mundo, ele está querendo atingir o pai e á mim, porquê o Giovanni me ama e eu ainda vou provar isso!" - Diz isso e sai.
As palavras daquele homem me atingiram como flechas, chorei, mas decidi que não iria mais falar com o Tiago, nem tampouco ser amigo dele ou deixa-lo atrapalhar minha relação com o Giovanni. Enxuguei minhas lágrimas ergui a cabeça e segui em frente, embora as palavras que ele me disse ainda ecoassem na minha cabeça, que ele só estava me usando para atingir o pai. Os dias se passavam Tico e os valentões da escola continuavam me zoando, porém eu encontrei ajuda em quem eu menos esperava: Na Vivi uma patricinha metida mas que sempre me defendia. Por causa dela, eles levaram várias suspensões e quase foram expulsos da escola. Em pouco tempo Vivi se tornou a minha melhor amiga, e após um mês eu acabei contando pra ela toda minha história com o Giovanni por isso ela passou á pegar no pé do Tiago o tempo inteiro, pra nos ajudar Vivi marcava encontros comigo e o Giovanni na casa dela, e ela chegou até mesmo á fingir que era namorada dele por um tempo. Assim o pai dele dispensou o segurança e parou um pouco de marcar território comigo, eu e o Giovanni agora tínhamos mais espaço pra viver o nosso amor.
É chegada a época de férias escolares Vivi convidou eu e alguns amigos nossos pra passarmos uns dias na casa de praia da família dela, e lógico que eu concordei pois lá eu poderia ficar com o meu amor sem complicações...Assim eu pensava, até que no último dia de aula antes das férias de julho eu estava saindo em direção á porta da escola quando sou barrado pelo Tiago
-"Me Permite passar?!" - Digo sem nem ao menos olhar em seus olhos.
-"Eu deixo você passar mas antes quero que você veja uma coisa"
Ele me mostra seu celular, e a cena que vi me entristeceu profundamente. Nele há uma foto do Giovanni beijando o Tiago, pela data da foto percebo que a tal fotografia foi tirada hoje de manhã, no máximo ontem á noite!!! parecia como se ele estivesse enfiando uma faca em meu peito. O susto foi tão grande, que deixei os meus livros caírem,os peguei do chão rapidamente, enquanto eu abaixava para pega-los Tiago sussurrava em meu ouvido:
-"Eu disse que ia te provar que ele ainda me ama!"- aquelas palavras feriram ainda mais o meu já alanceado coração
Eu quase caí pra trás, Não consegui reagir. Estava acabado. Tiago saiu em direção á porta da escola, sorridente e vitorioso. E eu saí correndo cortando o vento não queria que ninguém me visse chorar. Longe dos olhos de qualquer pessoa, eu chorava descompassadamente e deixando as lágrimas escorrerem. Estava completamente acabado por dentro, agora as palavras que o Tiago havia e dito faziam mais sentido pra mim, ele realmente o amava e estava apenas me usando para afrontar o pai.
NO DIA SEGUINTE
Olhava pra mim mesmo no espelho. Buscava respostas. Eu estava quase morto, o meu eu buscava descanso, daquela escola, e principalmente, da figura antológica que ele é. Fui surpreendido pela abertura da porta. A mesma fazia um rangido que doía os dentes, sinal de que precisava de óleo. Nem me preocupei em olhar, mas não pude evitar, quando senti aquele perfume que era o da Vivi, ela entra no quarto querendo saber como estou, nós conversamos pelos bate-papo e eu contei o que havia ocorrido na escola
Meu visual era péssimo. Estava com diversas olheiras, não conseguia mais sorrir, nem sentia meu coração bater direito. Estava sem vida, sem cor, sem sentido pra viver. Minha avó entrou lentamente no quarto. Sentou a beira da cama. Olhou pra mim e viu o quão triste eu estava.
-"Vem viajar comigo Dani!"
-"Ah vivi eu não tô afim de viajar!"
-"Não Precisa ficar afim!! você só vem com a gente, sai um pouco de casa, espairece, se diverte e esquece um pouco o que houve! "
-"É filho vai! isso vai ser o melhor pra você, pois você não pode passar suas férias enfiado dentro de casa!" - Diz a minha avó.
-"Tem Razão Vó, Ficar nessa cidade vendo esses dois desfilando pra cima e pra baixo não tá pra mim!" - Enxugo as lágrimas e arrumo ás malas.
Na manhã seguinte, Vivi e os nossos amigos vem me buscar, entro no carro coloco os fones de ouvido, do meu celular toca a música "Sessão da Tarde" do Pedro Sol, eu sigo o caminho, calado olhando pelo vidro do carro aquela estrada, o campo e as curvas que faziam ao horizonte, as núvens no céu, choro relembrando os momentos que passei com ele, o tanto que o defendi, o quanto lutei pelo nosso amor enquanto a música toca:
"O meu quarto é um cinema
Vejo sempre a mesma cena:
Eu pensando nesse nosso amor
E do teto faço a tela
A luz entra da janela
Os meus olhos são o projetor
O filme então começa, logo você vem
Ver você sorrir me faz tão bem
Se eu percebo alguém vindo
Finjo que estou dormindo
E a cena muda de lugar
Nós estamos de mãos dadas
Caminhando numa estrada
Que eu não faço ideia onde vai dar
E a estrada não termina, o filme segue assim
Falando de um amor que não tem fim
Ref:
Um amor...
Que não quer mais ser sessão da tarde
Que tem pressa de realidade
Que pra se completar falta a metade... A sua metade
O telefone mudo, o filme segue assim
Falando de um amor que não tem fim..."