Esse conto é totalmente fictício , não se baseia em fatos ou pessoas reais. Era uma vez ,há muito tempo , num sítio esquecido no interior do Brasil , sem luz nem água encanada ...
Um casal de agricultores muito pobres foram pais de 10 filhos.
Eram , dentro de suas modestas possibilidades , uma família unida e feliz. Porém entre José , e Amaro , dois anos mais novo , sempre existira uma afinidade especial.
Desde muito pequenos os dois meninos eram unidos e se amavam , como se fosse apenas uma alma e um coração que os fizesse viver. Brincavam juntos , dormiam na mesma cama , quando chegaram à idade de frequentar a escola , andavam sempre de mãos dadas pelos quilômetros que tinham de enfrentar , até chegar lá.
Isso causava um certo distanciamento dele dos demais irmãos , que se sucediam cono uma escadinha.
José e Amaro eram dois meninos bonitos , pele queimada pelo sol da roça , olhos e cabelos claros.
José tinha um sorriso encantador , um temperamento mais calmo e Amaro era muito alegre e sapeca.
No princípio da adolescência , porém , eles tiveram de abandonar os estudos , porque precisavam ajudar o pai na roça.
E tome plantar milho , feijão , batata , tomate ...
A única distração e forma de manter contato com o mundo exterior era o rádio de pilha , porque aquele buraco de lugar continuava a não ter luz elétrica.
Banho era numa cachoeira próxima , ou então era preciso tirar água de um poço , aquecer no fogão a lenha , muito complicado.
Por isso , quase sempre José e Amaro tomavam banho na cachoeira depois do trabalho , era mais rápido e prático.
Como estavam crescendo e os hormônios aflorando , a inocência foi batendo asas , e eles começaram a ter desejos desconhecidos ...
Sabiam que os homens da região se satisfaziam nas cabritas e porcas. Puteiro só na cidade mais próxima , e muito caro pra eles ...
Apesar de crescidos , continuavam a repartir a mesma cama. Em parte porque a casa era pequena , em parte porque gostavam mesmo de estar juntos ...
Já era muito tarde. A lamparina acesa , sobre um móvel próximo , iluminava uma imagem de Nossa Senhora feita de barro.
Fazia muito calor. José dormia de bruços , vestindo apenas um short velho de algodão. Amaro estava sem sono. Lá fora , a cantoria dos sapos e demais bichos da noite. O menino de 13 anos estava se sentindo estranho , inquieto , o corpo em brasa ... Febre não era. O que seria ? José se mexeu no sono e colocou uma das pernas sobre ele ...
Amaro contemplava o rosto adormecido de seu irmão , tão sereno à luz vacilante da lamparina. Achava o irmão tão bonito. Tinha os traços sérios e ao mesmo tempo suaves , sua pele , ao tocar na sua , era macia ... E de uns tempos pra cá lhe causava arrepios.
Tinha vontade de tocar em José , deslizar as mãos naquela pele ... Seus olhos desceram para a boca do outro. Era bem feita , e os dois nunca tinham beijado ...
Eram dois virgens perdidos no meio do mato e nada mais.
Mas José sonhava alto. Dizia a Amaro que eles ainda seriam uma dupla sertaneja famosa ... O menino ria.
Famosos ? Iriam envelhecer e morrer naquele buraco , batendo enxada , isso sim.
Desde que fosse ao lado de José , Amaro nem se importava.
Ele adorava o irmão e não se imaginava vivendo sem ele.
Mas , por que raios não dormia ? Tinha de acordar seis horas na manhã seguinte ...
Ficou ali estendido , pensando ... José começou a se agitar em meio ao sono. Se virou de barriga pra cima , suava , gemia ... Amaro sentiu quando ele pegou sua mão.
E a colocou sobre seu pau ereto ...