O delegado Venceslau não era um homem fraco. Menos de duas semanas depois, estava de alta do hospital. No entanto, como foi pego em flagrante depois de atirar contra a ex esposa e no amante dela, o sujeito foi direto para o xadrez. Mas Gorethe, a advogada que o estava representando a pedido da filha dele, prometeu soltá-lo em dois dias. Ela cumpriu com a promessa.
A sargento Nara estava irada. Temia que o sujeito escapasse das suas garras. Desde o internamento do delegado, ela se encontrava quase que diariamente com Lucas. Ele pagou uma cirurgia plástica para a mocinha Cynnara e esta vinha se recuperando bem. Segundo os médicos, não ficaria com cicatrizes. A moça, no entanto, insistia em querer pegar ela mesma a dupla que a esfaqueou. Lucas havia se afastado das ruas, esperando o julgamento do delegado. Também não lhe convinha ser pego por policiais antes da sessão de Justiça. Portanto, deu um tempo em sua caça aos marginais. Leandra não quis mais saber dele. Lucas lhe ficara devendo uma comida de cu. Mas a mãe dela disse ao jovem que a garota o estava detestando. Ela havia jurado vingar o pai. Alertou para que Lucas tivesse cuidado.
Quando largou da delegacia, a sargento foi se encontrar com Lucas em sua casa de Itamaracá. Era onde ele se escondia agora. Estava radiante. ,Hhavia encontrado uma forma de fazer o delegado pagar por seus crimes. Nem bem chegou à residência do rapaz, falou-lhe:
- Amor, entrei hoje em contato com um advogado famoso por haver vencido todos os seus processos jurídicos. O cara é jovem mas muito bom. Está disposto a enfrentar tua ex namorada, se nós lhe pagarmos as custas do processo. Você pode me ajudar? Eu preciso foder o delegado, pois almejo uma promoção no trabalho.
- Eu ainda não perdi as esperanças de matar aquele filho da puta, Nara. Mas posso pagar o advogado, sim. Quanto ele cobra?
O escritório de advocacia Wilton e Janna era luxuoso. Ficava em plena Avenida Boa Viagem, num dos bairros mais ricos do Recife. Lucas foi atendido pela sócia do tal advogado famoso. Janna era uma morena bonita, quase da altura do rapaz. Não parecia advogada. Era simpática e bem falante. Também simpatizou com o jovem. Quase não soltou a sua mão quando se cumprimentaram. Tinha o busto firme sob o blazer azul escuro que usava. Já estava sabendo do caso. Por isso, foi direto ao assunto:
- Estive conversando com meu sócio e chegamos à conclusão de que precisaremos exumar o corpo do teu pai. Algum problema?
- Por que essa decisão? O que meu falecido pai tem a ver com esse caso?
- Desconfiamos que as balas que o mataram saíram da mesma arma que acertou o delegado.
- Está me dizendo que sua esposa matou o meu pai?
- Quem sabe? Mas a desconfiança é a de que o delegado não mandou quem fizesse, ele mesmo atirou no teu velho. Se conseguirmos provar isso, teremos mais uma grande chance de vencermos essa causa.
- Entendo. Assino os documentos para a exumação do corpo. Do quê mais precisa?
- De uns copos de cerveja. O dia hoje foi estafante e com três audiências seguidas. Estou cansada e de garganta seca. Vamos? Você paga.
No bar, parecia que já se conheciam havia muito tempo. Contaram piadas, falaram de si mesmos, de seus sonhos, suas ambições. Lucas disse que gostaria de voltar a ser policial. Ela confessou que o que mais queria era arranjar um bom casamento. Já fora casada três vezes e nenhuma tinha dado certo. Foi quando Janna perguntou o que a sargento Nara representava para ele.
- É a pessoa que tem me ajudado, depois de ter me perseguido por algum tempo.
- Nunca transaram? Não minta. Faz de conta que está sob juramento.
Ele riu. Estava gostando da morena. Ela era espirituosa. Ele apreciava mulheres assim. Por isso, entrou no jogo dela. Confessou seu crime:
- Já transamos, sim, algumas vezes. Mas nosso sexo é incompatível. Prefiro a sensualidade à violência, entende?
- Mais dois pontos para você: um pela sinceridade, outro pelo gosto sexual. Se fizer mais um ponto, ganha um beijo.
Ele olhou para ela por um instante. Inesperadamente, roubou-lhe um beijo de língua. Ela agarrou-se com o rapaz, prolongando o beijo. Não era a toa que já tivesse se casado três vezes: era muito objetiva no seu jeito de paquerar. Menos de uma hora depois, estavam num motel.
- Teremos que manter sigilo sobre esse nosso encontro. Um advogado não pode se envolver com seu cliente. E acredito que você não seja um santo. Tenho acompanhado os noticiários e também desconfio de que você é o justiceiro de quem tanto falam. Estou certa? Lembre-se de que continua sob juramento...
- Essa é uma longa história. Te conto enquanto fodemos.
- O quê? Nem morta. Sessão encerrada, meu bem.
Dito isso, ela passou a tirar as roupas do jovem. Beijava seu corpo a cada parte descoberta. Até alcançar a enorme rola do rapaz, já o tinha deixado várias vezes arrepiado com suas carícias. Lucas achava que ela iria elogiar o tamanho da sua pica. Esperou em vão. Então, enquanto ela o chupava com maestria, ele perguntou:
- Não achou minha jeba grande?
- Já fodi maiores, meu bem.
O jovem ficou na dúvida se ela dizia a verdade ou se estava brincando. Mas, naquele momento, isso não lhe importava. Concentrou-se na chupada que ela lhe dava. Mas ela não foi até o fim na felação. Tirou as próprias roupas e deitou-se na cama. Disse:
- Agora é a sua vez, meu bem.
Lucas deu o melhor de si. Ela demorou a ficar excitada de verdade. Mas, aos poucos, foi ficando de xana encharcada. Ele lhe enfiou o dedo na boceta à procura do seu ponto G. Não demorou a acha-lo. Ficou mexendo com o dedo nele, enquanto chupava e lambia seu grelo. Aí, sim, ela gozou pra valer. Pegou a cabeça dele com as duas mãos e puxou-a de encontro à vulva. Em menos de um minuto, teve o seu primeiro squirt. O segundo não tardou a acontecer. Chamou o jovem para cima dela. Ansiava por ter dentro de si aquela enorme jeba. Ele, no entanto, teve dificuldades em penetra-la, derrubando por terra o seu argumento de que já havia engolido caralhos maiores. As gozadas que se seguiram foram escandalosas.
Demorou semanas para o resultado da balística sair. O escritório de advocacia havia pedido uma comparação entre as balas encontradas no corpo do pai de Lucas que, não se sabe porquê, ainda permaneciam no cadáver. O legista foi investigado. Alegou que a ordem de deixar os projéteis dentro do corpo partiu do Comando da Polícia. A documento estava assinado pelo delegado preso. A sargento explicou ao rapaz que a manobra havia sido para driblar qualquer investigação futura. Raspar o número de identificação da arma, também.
A advogada não interferiu no relacionamento do rapaz com a sargento. Por isso, Nara continuou se encontrando com ele. Mas de vez em quando o jovem escapulia e ia se encontrar com a outra. Porém, havia noites em que ele não ficava com nenhuma das duas. Era sua pausa para descanso. Já se sentia esgotado por estar com mulheres todos os dias. Foi numa dessas noites de intervalo que bateram à sua porta. Lucas armou-se com uma das armas confiscadas dos capangas mortos do traficante da favela e foi atender. Espantou-se quando viu Cynnara toda ensanguentada à sua frente. Ela quase caiu nos seus braços. Ele a levou para a cama. Deitou-a com cuidado e abriu a sua blusa para ver o ferimento. Felizmente era superficial. Ela disse com voz débil:
- Perdi muito sangue vindo para cá. Não quis ir para um hospital. Iria ser interrogada pela Polícia.
- O que andou fazendo, menina?
- Andei me vingando. Achei os dois que me foderam. Mas tive azar. Me acertaram de novo. No entanto, agora já sei onde encontra-los.
- Por que veio pra cá e não foi pra casa da tua mãe?
- Minha mãe está com raiva de mim por eu ter seguido teu exemplo. Eu quero ser uma justiceira igual a você. Ponteie meu ferimento, por favor.
- Não tenho anestesia aqui, Cynara. Vou te levar para um hospital.
- Porra nenhuma. Costure a cru. Eu aguento.
Meio a contragosto, ele a costurou. Ela desmaiou antes dele terminar o trabalho. Ele achou melhor assim. Tirou-lhe toda a sua roupa suja de sangue e a cobriu com um lençol limpo. Admirou-se de ver a sua xoxota cabeludíssima. Mas não mexeu com ela. Passou a noite de vigília, pois ela ardeu em febre. Mas, pela manhã, ela estava melhor. Ele fez questão de lhe comprar umas frutas para o desjejum. Quando acordou, ela quis beijá-lo na boca em agradecimento aos seus cuidados. Ele não reagiu ao beijo. Ela perguntou:
- Não gostou?
- Sim, gostei. Mas não vejo porque me beijar. Você nem gosta de mim...
- Não gostava, antes. Agora te acho do cacete! Acho que me apaixonei por você, sabia? Por isso minha mãe ficou com raiva de mim. Ela confessou que também é apaixonada por ti. Eu acho que dá pra você ficar com nós duas.
Ele sorriu. A história se repetia de forma invertida: agora era a filha que queria roubar o namorado da mãe. Ele já havia passado por isso quando conheceu Leandra mas se apaixonou pela mãe dela. Não queria repetir tal experiência. Mas não disse nada a ela. Apenas perguntou:
- Conseguiu ao menos ferir os caras?
- Que nada. Fui desarmada e ferida por minha própria faca. Me deixaram ir mas disseram que, se me encontrassem outra vez, me matavam. Me ajuda a pegá-los, vai...
FIM DA OITAVA PARTE