Aprende que, ou você controla seus atos, ou eles o controlarão... e que ser flexível não significa ser fraco, ou não ter personalidade, pois não importa quão delicada e frágil seja uma situação, sempre existem, pelo menos, dois lados. Aprende que heróis são pessoas que fizeram o que era necessário fazer, enfrentando as consequências. Aprende que paciência requer muita prática.
Descobre que algumas vezes a pessoa que você espera que o chute quando você cai é uma das poucas que o ajudam a levantar-se. [...]
William Shakespeare – O Menestrel
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Capítulo 09
- Vamos sair daqui. – Falei.
- E para onde vamos? – Ele perguntou.
Eu ergui a sobrancelha e ele entendeu.
***
Dez minutos depois estávamos no apartamento dele. Nos beijando e então estávamos na cama. Ele tirou minha camisa e eu a dele, logo estávamos só de bermuda. O corpo do Rodrigo era bem definido, um cara muito bonito, realmente, eu cheguei a me perguntar o que um cara como ele queria comigo. Não sou feio, pelo menos dizem que sou bonito, mas a gente sabe quando é “areia demais para nosso caminhão”.
Ficamos nos beijando por um bom tempo, senti o pênis dele ereto dentro de sua bermuda e o meu não estava diferente. Ficamos por um bom tempo, até que ele foi tirar minha bermuda e eu meio que na defensiva eu segurei sua mão.
Ele afastou os lábios dos meus e me olhou, não tinha notada até então, ele tinha os olhos castanhos amendoados, e suas pupilas era dilatadas cobrindo metade da íris do olho.
- O que foi? Você não quer? – Perguntou ele.
Eu me afastei e me sentei na cama.
- Não é que não quero. – Falei olhando para seus olhos. – Eu quero, mas...
- Para! – Falou ele e colocou a mão em minha bochecha. – Nada de pressa, quero ficar com você, quis desde o primeiro dia que lhe vi na empresa, apesar de pensar que isso nunca iria acontecer. Acho que foi amor à primeira vista.
Ouvir aquilo me deixou mais inquieto, eu tinha brigado com o Lucas, e não era justo fazer isso com o Rodrigo.
- Sem pressa, Santiago.
Dizendo isso ele me beijou e levantou.
- Vamos faze rum lanche? – Perguntou ele indo para a cozinha e me chamando.
Fizemos sanduíches e comemos com refrigerante, enquanto jogávamos dama, e conversando, não tocamos em assuntos de relacionamento, nem nada disso. A hora passou que eu nem vi, quando dei por mim já era quase meia noite.
Ele se ofereceu para ir me levar em casa e aceitei, pois já estava tarde. Ele me deixou em casa e prometeu outra noite daquelas, pois ele disse que como morava só, muitas vezes, sentia falta de alguém para conversar.
Ao chegar em casa, peguei meu celular, tinha um monte de mensagens do Stefan, do Lucas, do João e outras mais no celular, nem li, apenas cai na cama e capotei.
***
Passei o fim de semana incomunicável, pedi para a minha mãe e a Vanessa que se alguém me procurasse dissesse que eu tinha ido para o sítio para a casa dos meus avós. Tentei não pensar naqueles dois, mas eu me pegava pensando e com tanta raiva do que eles fizeram que se eu os visse eu era capaz esganar os dois.
Segunda fui trabalhar e ao chegar na empresa encontrei o Rodrigo na portaria.
- Eai grande Santiago como foi o fim de semana? – Falou ele dando um enorme e belo sorriso com aqueles dentes brancos.
- Foi ótimo. Fiquei em casa. E o senhor?
- Foi ótimo, companhia maravilhosa. – Eu deu uma piscadela.
Eu ri e fui para o setor trabalhar.
A tarde logo passou e eu estava indo para casa, o Rodrigo meu deu carona de novo e me deixou em casa.
- Assim vou ficar mal-acostumado. – Falei.
- A ideia é essa. – Ele riu e foi embora.
Quando entrei me deparei com o João.
- João? – Ele estava sentado e logo mais a frente vi o Stefan e o Lucas sentados. – O que porra vocês estão fazendo aqui?
Eles ficaram calados, foi o João quem falou.
- Eu quem chamei, fazia tempo que não nos víamos, então pensei em irmos para o shopping o que acha?
- Com esses filhos da puta não vou nem na esquina.
O João parecia não entender o que estava acontecendo.
- Calma Sam. O que houve? – Falou ele se aproximando de mim.
- Eles não lhe falaram o que fizeram?
O João olhou para eles esperando uma resposta e eles simplesmente abaixaram a cabeça.
- Desembuchem! – Ordenou o João.
Não houve resposta.
- Eu resumo. – Falei com o tom de voz já elevado.
Antes de eu falar, minha mãe chegou na sala.
- Santiago, que gritaria é essa. Isso é jeito de falar com seus amigos?
- Eles não são meus amigos – o João arregalou os olhos - pelo menos não esses dois.
- Não me interessa o que eles fizeram, vou sair com seu pai, tem comida feita, a Vanessa foi para o cinema com o Charles. Sentem-se e conversem como pessoas civilizadas. Não foi essa a educação que eu lhe dei.
Minha mãe logo saiu com meu pai, e deixou o João encarregado de colocar ordem na bagunça.
- Os dois vão falar ou querem que eu fale? – Perguntei irritado.
- Bora! Falem logo – Foi o João que falou.
O Lucas me olhou e então falou.
- O Santiago interpretou errado uma situação.
- Errado o caralho, seu desgraçado, seja homem e assuma seus erros, conte ao João que eu peguei vocês dois dormindo juntos e que isso já vem acontecendo a um bom tempo.
- O que? – O João franziu o cenho.
- É João. Foi isso mesmo que você ouviu.
- Sam... – O Stefan veio em minha direção.
- Fica longe! – Ordenei. – Ou não vou me responsabilizar pelo que vou fazer.
Ele se conteve e recuou.
- Santiago. Por favor deixa eu explicar. – Foi o Lucas quem falou dessa vez.
- Eu não quero explicações de nada. Podem fazer o que vocês quiserem.
O Lucas se aproximou de mim e segurou o meu braço.
- Foi um erro. A gente errou e estamos arrependidos.
Eu serrei o punho e dei um murro nele que caiu no chão. O Stefan logo se abaixou para ajudá-lo a levantar.
- Nunca mais encoste em mim. Para mim vocês não são mais ninguém.
- Sam... – O Stefan levantou.
- Cala a boca seu merda. Maldita hora que me tornei seu amigo. É assim que você me agradece o apoio que lhe dei? Ficando com o meu namorado?
O João observava calado. Mas eu sabia que quando ele falasse ele ia colocar os pingos nos “is”.
O interfone tocou e o João foi atender.
Saiu e foi para o portão.
Segundos depois chega o João e em seguida o Rodrigo.
- Santiago? O Rodrigo quer falar com você.
Eu me virei e vi o Rodrigo na porta.
Ele olhou ao redor para todos, o Stefan em pé próximo o Lucas; que estava caído no chão ainda e para mim que estava com os punhos cerrados.
- Só vim lhe devolver seu celular que você esqueceu no carro. Ele estendeu a mão com o meu celular que eu peguei.
- Obrigado! – Mal saiu a palavra.
- No carro? Vocês estão saindo? – O Lucas se pôs de pé com uma mão massageando o queixo.
- Não... – O Rodrigo começou a falar, mas eu o interrompi.
- Não é da sua conta e que quero que vocês dois saiam da minha casa agora!
- Eu só saiu daqui quando você me der uma explicação. – Falou o Lucas.
- Você vai sair. E é agora.
Eu peguei o Lucas pelo braço e fui empurrando ele casa a fora, ele dizendo que não ia. O Stefan veio logo atrás, colocado pelo João, e o Rodrigo nos acompanhou. Eu abri o portão e empurrei o Lucas portão a fora, seguindo pelo Stefan.
- Eu quero é que vocês dois vão se fuder! – Gritei batendo o portão na cara dele.
- Santiago? – O Lucas bateu no portão. – Abra essa porta.
Voltei para dentro com o João e o Rodrigo e deixei ele falando sozinho lá no portão.
- Desculpa Sam. – Falou o João. – Eu não sabia, se eu soubesse não tinha chamado eles.
- Eu sei.
O Rodrigo permaneceu calado o tempo quase todo até que falou ao sentar no sofá.
- Foi por causa dele? – Perguntou ele.
- O que? – Perguntei sem entender.
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Boa noite galera. Como prometido está aí mais um capítulo. Espero que gostem.
Obrigadão a todos que tiraram um tempinho para comentar. Desculpa o atraso, mas é a correria danada. Desculpa não poder responder aos comentários, mas tentarei tá respondendo a todos na postagem do conto, o mais rápido possível. Abração.
Obrigado rapazes por sempre deixarem comentários. Abração a todos que leem o conto. 😉.