- O que houve, cara? Nunca te vi fazer essas safadezas perto de mim. - Repreendeu o escrivão a detetive.
- Ela estava aqui. Neste instante. Perto de mim. Me deu uma senhora chupada.
- O que eu vi foi você ejaculando no vazio. Um tremendo desperdício. Chegou a me dar água na boca, caralho.
- Desculpa. É como se eu estivesse noutra dimensão. O cenário era o mesmo, só que você não estava inserida nele.
- Como assim?
- De repente, só estávamos eu e a ruiva aqui neste quintal, entende? E ela me chupou. Depois, me fez prometer-lhe que encontraria o seu assassino.
- Você viu o cara? Como ele é?
- Não o vi. Só ela. Ela estava totalmente nua. Depois de me chupar, se deitou no chão bem ali. Em seguida, desapareceu.
- Okay. Mas vem me ajudar a trazer o corpo dela pra cá. Colocaremos seu corpo onde você diz que se deitou, pois parece ser onde foi morta. Ela está atrás daqueles arbustos.
Quando o rapaz foi com ela até o matagal, no entanto, teve nova surpresa: o corpo não era o da ruiva que acabara de lhe chupar, segundo disse.
- Como assim, não é ela? - Perguntou a detetive Bianca.
- Ela era mais bonita, apesar de ser parecida com esta. E era ruiva. Esta, não.
- Você pode estar se confundindo, não? Ou ela pode ter pintado recentemente o cabelo.
- Não, não. Eu a vi nitidamente por duas vezes hoje. Reafirmo que não é essa. As feições não conferem.
- Está bem. Ao menos achamos o corpo. A vítima não parece ter sido morta há muito tempo.
- Foi morta ontem de madrugada. Ainda não se passaram nem doze horas do crime. Precisamos pegar já o assassino.
- Calma aí, tigrão. Qual é a pressa?
- Ela me disse que o cara está se arrumando pra fugir. Pediu que eu o detivesse o quanto antes.
- Caralho, meu. Você e tuas promessas. Como pretende cumpri-las?
- Precisamos saber a quem pertence essa mansão.
- Casarão, você quer dizer.
- Que seja. Tem como descobrir?
- Sim. Posso me informar com funcionários da prefeitura do Recife. Enquanto isso, você vai pra casa e troca essa roupa suja de esperma. O cheiro já está me incomodando.
- Não gosta do odor de esperma?
- Adoro. por isso está me incomodando, cacete.
A detetive Bianca deixou o rapaz em casa e seguiu para a Prefeitura. Lázaro tomou um banho demorado, querendo tirar da cabeça a sensação de ter sido chupado divinamente por um fantasma. Mas ele parecia tão real! Olhou para o relógio de pulso, à prova d'água, que usava. Ainda ia dar meio-dia. Porém, já estava com fome. Resolveu-se a ir almoçar num restaurante perto do apartamento mas se lembrou que a detetive Bianca poderia passar de volta à casa dele com novas informações trazidas da prefeitura. Resolveu esperá-la. No entanto, a fome aumentou cada vez mais. Então, ligou para uma pizzaria. Sabia que a detetive também gostava de pizza.
Meia hora depois, tocaram a campainha do apartamento onde Lázaro morava. Ele foi atender. A entregadora era uma ruiva bonita, muito parecida com a mulher que viu em seus devaneios. Ela sorria de uma forma bem safada para ele. Lázaro perguntou quanto devia. Ela respondeu:
- Recebi um recado de alguém dizendo que você está devendo um favor a ela. Pediu que eu te cobrasse a pizza em esperma.
- Não entendi, senhorita.
- Entendeu, sim, senhor. Quando minha Pomba-Gira me dá um recado eu tenho que cumprir, senão me lasco.
- Qual foi mesmo o recado?
- É surdo? Eu disse que tinha que te cobrar em esperma.
- Ah, sim. Então, pode começar.
A entregadora fez uma cara mais safada ainda. Ajoelhou-se perante o jovem e tratou de tirar seu caralho de dentro do calção leve de dormir que usava. Ficou maravilhada com o tamanho e a grossura do cacete do cara. Achava o jovem muito bonito, também. Nunca havia chupado um rapaz tão belo. Mas a posição em que ficou não era ideal para uma chupada. Pediu que ele se sentasse num sofá. Agora, sim, podia mama-lo ajoelhada entre as suas pernas. Começou lambendo a pica e masturbando o rapaz suavemente. Depois, mordiscou os lados da peia, lhe apalpando os bagos. Lázaro relaxou e deixou que ela tomasse as rédeas do coito. Ela não parecia querer sentir prazer. Dava a impressão de que estava ali apenas para faze-lo gozar. Apressou a punheta quando sentiu o pau do cara inchar. O jovem começou a gemer quando sentiu se aproximar o orgasmo. Disse a ela que ia gozar. Ela não lhe deu ouvidos. Continuou masturbando-o com urgência. Aí o escrivão deu sua primeira gozada. Ela lambuzou-se com o esperma dele. Depois, se levantou de repente e saiu do apartamento, batendo a porta.
Lázaro ficou sentado no sofá, destruído. Arfava ainda quando tocaram novamente a campainha do apartamento. Vestiu o calção. Levantou-se penosamente e foi abrir a porta, achando que era a detetive. Ficou surpreso quando viu novamente a entregadora de pizzas à sua frente. Ela apressou-se em dizer:
- Senhor, esqueci de pegar o dinheiro do pedido. Meu patrão fica uma arara quando isso acontece. Tem me dado uns brancos na mente, ultimamente, e eu ando esquecendo das coisas. O senhor se importaria de me dar o que me deve? Ainda tenho que fazer duas entregas, antes de ir almoçar.
Ele olhou para o rosto e para a blusa que a ruiva usava. Disse para ela:
- Você está toda suja de esperma. Venha se lavar.
- Como é que é?
- Venha se lavar. Está toda melada de porra.
- O senhor é um depravado. Está me confundindo com algumas das entregadoras catraias. Eu sou uma mulher casada. Me dê o que me deve ou vou chamar a Polícia.
O rapaz se encaminhou até o quarto, pegou o dinheiro junto com um espelho pequeno. Entregou primeiro o objeto a ela, dizendo:
- Dê-se uma olhada pelo espelho. Verá que não estou mentindo. Não deve voltar para a pizzaria assim.
A mocinha espantou-se quando conferiu o que o sujeito dizia. Pediu-lhe um pano. Ele retrucou:
- Entre e se lave no banheiro, senhorita.
- Não. Você vai querer me tarar neste apartamento, por eu estar sozinha.
- Se prefere voltar ao trabalho assim, faça como quiser. Só quis te ajudar. Tome o teu dinheiro. Não precisa me dar troco.
Ela ficou abobalhada, olhando para o dinheiro. Perguntou para ele:
- O que fez comigo, moço? Não consigo me lembrar de nada.
- Você parecia ter incorporado alguém.
- Ah, deve ter sido minha pomba-gira. Tem razão. Eu sempre fico meio aluada quando recebo uma entidade. Obrigada, moço. E desculpe-me qualquer coisa.
- Não vai se limpar?
- Eu já tinha esquecido, tá vendo? Leve-me ao banheito, por favor.
Quando a entregadora saiu, Bianca encontrou-se com ela no corredor. Viu sua roupa molhada, mas não lhe maldou em nada. Apenas achou a jovem tão desligada do mundo quanto o seu auxiliar Lázaro. No entanto, perguntou quando ele lhe abriu a porta:
- Dia movimentado? Estou sentindo ainda o cheiro de esperma.
- Sim. Movimentado. Já almoçou?
- Não deu tempo. Saí da prefeitura e vim direto pra cá.
- Ótimo. Guardei pizza pra ti. Vamos, entre.
Bianca sentou-se à mesa da cozinha. Já conhecia bem a residência do escrivão. Estivera ali algumas vezes. No entanto, ainda persistia o cheiro de esperma. Perguntou-lhe:
- Vi a entregadora saindo pelo corredor. Estavam transando? Sinto um cheiro forte de porra aqui dentro.
- É que não tinha ainda passado a vontade de foder. Aí, bati uma bronha - mentiu. Deve ser o cheiro que você está sentindo...
- Porra, não me diga que fez mais um desperdício de gala!?
- Não é da tua conta.
- É sim, caralho. Queria eu que meu marido tivesse a vitalidade que tu tens. Eu estaria no céu.
- Não gostas do teu marido, Bianca?
- Gosto, sim. Mas parece que ele é quem não gosta mais de mim. Não temos fodido tanto como antigamente. E ele vive querendo que eu pinte o cabelo. Me diz isso quase que diariamente. Ele me quer ruiva.
- Parece que todas as mulheres querem ser ruivas, hoje em dia. Deve ser moda. - Observou o escrivão.
- Porra, é mesmo! A que acabou de sair daqui era ruiva também. Mas passa logo essa pizza. Estou com uma fome do caralho.
No entanto, quando o sujeito abriu a caixa de pizza, a comida estava totalmente estragada.
FIM DA SEGUNDA PARTE.