No fim.... 12 - Duas almas gêmeas

Um conto erótico de Cookie
Categoria: Heterossexual
Contém 1824 palavras
Data: 19/12/2018 02:52:10

Quando duas línguas se entrelaçam, com desejo, mas sem desespero, com carinho, mas sem ser brando, com ritmo, mas sem pressa, é uma sensação de deliciosa de cumplicidade e afeto é liberada, tamanha sensação essa que talvez perca somente para o orgasmo simultâneo, no que diz respeito ao prazer obtido.

A primeira vez senti isso foi naquela noite, naquele exato momento, enquanto Bia me beijava. Nossas bocas eram feitas uma para a do outro, e agora que lhaviam se encontrado, não mais queriam se separar. A segurando pela nuca, levantei o tronco e me virei por cima de Bia, o desejo começou a tomar conta de nós dois e de repente suas mãos procuraram a barra da camiseta do pijama, forçando-a caminho acima, nos separamos apenas para a sua retirada. Ela continuava a passear a mão pelas minhas costas, e enquanto eu beijava seu macio pescoço, ela soltava pequenos gemidos de prazer. Com meus joelhos afastei as suas pernas e me encaixei entre elas, minha mão já busca a entrada de sua blusinha, enquanto Bia rebolava sentindo toda a extensão da minha rola, pulsando de tesão, com a sua xaninha. Puxei sua blusa pra cima, e tomei um momento pra admirar seus lindos seios com aureulas claras e mamilos enrijecidos. Ela, me olhando nos olhos, deu um sorriso safado e disse.

-Viu como você p me faz perder a razão?

Caí de boca em seus lindos seios, passeando com a língua em volta dos seus mamilos e chupando-os. Bia gemia baixinho, esfregando sua pélvis no meu abdômen me segurando pelo cabelo e me puxando contra si, ela já estava totalmente entregue a nossa loucura de prazer e por isso não escutou a algazarra que acontecia lá fora, percebi que era uma discussão, e levantei a cabeça deixando seus doces peitos molhados. Bia me olhou com reprovação e ia dizer alguma coisa quando finalmente ouviu as vozes exaltadas, ela pegou sua blusa e rapidamente a vestiu e jogou a minha contra mim, depois se cobriu com o lençol.

Vesti minha camiseta e sai da tenda, para descobrir o que estava acontecendo, quase ao mesmo tempo que todas as outras pessoas faziam o mesmo. Procurando a direção do barulho me deparei com Ellen e Júlio tomando um esporro dos professores. Aparentemente alguma das meninas tinha ido ao banheiro e na hora da volta ouviu algum barulho estranho na barraca deles, achou que talvez alguém tivesse passando mal e colocou a cabeça dentro da barraca, somente pra pegar os dois no ato, a menina e eles gritaram de susto, algum dos professores ouviram e saiu correndo procurar o que tinha acontecido, o resto é esporro. Os dois estavam levando um homerico, achei que seriam expulsos ali mesmo tal era o tom da conversa. Bia me chamou e perguntou o que estava acontecendo e eu disse o pouco que havia pegado na hora, ela deu intenção de sair da barraca e só então percebi algo, logo notariam que quem deveria estar naquela barraca com Ellen era a Bia, e iriam procurá-la. Me bateu um desespero, medo de entrar na mesma situação que os outros dois amantes, quando vi Bia já tinha se escapulido da barraca e estava passando pela borda do acampamento em direção ao salão,pelas costas dos professores. Por um momento achei que ela estava maluca, mas pensei melhor e vi que aquilo provavelmente era parte de algum plano de contenção caso desse merda. Logo que ela alcançou o salão e entrou direto no banheiro, me senti mais seguro para chegar mais perto e entender melhor o que estava acontecendo.

A conversa era muito séria, os dois estavam a ponto de serem expulsos ali e agora mesmo, Júlio porém argumentava que somente o diretor teria esse poder, tentando comprar tempo e uma chance dos seus pais conversarem com ele. Ele conseguiu convencer um dos professores que realmente o melhor seria deixar a decisão nas mãos do diretor, e com um professor do seu lado não foi tão difícil terminar de dobrar os outros quatro. Todo mundo, porém, sabia que a expulsão era inevitável. Apenas depois de calmos, os professores se lembraram de mim e de Bia, duplas de Júlio e Ellen, e que deveríamos estar de alguma forma envolvidos na confraria. Me aproximei deles, já estava a ponto de contar tudo quando Júlio me cortou.

-O Xande não tem nada a ver com a história, não fez nada além de dormir! Eu sabia que ele tem o sono pesado e por isso peguei ele de parceiro, ele nem sabia que eu sair da barraca!!

- É verdade o que o Júlio disse, Alexandre?- perguntou o professor de biologia.

- É... Na verdade eu tô tão surpreso quanto vocês.

- Certo...- eles não pareciam ter acreditado mas não tinham como contrariar, eu só havia saído da barraca uns 5 minutos depois da confusão começar e isso me servia de álibi.

- Você talvez não saiba de nada, Alexandre, mas a Bia não tem como não estar envolvida nisso, afinal de contas essa barraca era dela também e com certeza ela sabia o que ia acontecer hoje!- ponderou uma das professoras de educação física.

- Bem falado, onde ela está, falando nisso? Até agora não apareceu- perguntou o professor de história.

- No banheiro...- só então percebi Ellen, estava tentando se esconder da vergonha atrás das lágrimas, minha irmã estava ajudando sua amiga.

- Alguém, por favor, vá buscar ela.

A outra professora de educação física foi atrás de Bia, não demorou muito pra voltar com ela.

- Ela admitiu estar por dentro do complô.

- Só estava tentando ajudar minha amiga...

- Sim. Todos vocês tinham intenções nobres. Não importa. Você também está envolvida, e também deve ser punida. Não pode ser expulsa pois não estava no ato, mas, por ter ajudado na elaboração, a senhorita será suspensa!

- Mas...

Ela tentou argumentar algo, mas o professor logo a cortou, dispersou a pequena multidão de alunos envolta, os mandando de volta pras barracas. Ellen teve de ir com as professoras, enquanto que Júlio com os professores. Assim que a confusão tinha acabado, todos voltaram as suas barracas, vi Aninha me olhando de longe, porém desviei o olhar do dela, quando voltei a procurá-la ela estava dentro da barraca. Bia foi atrás de Ellen, para confortá-la. E eu voltei pra minha barraca, dormi como uma pedra depois de um dia tão conturbado.

Na manhã seguinte tudo parecia estar normal até a hora do café da manhã. O assunto das conversas porém não era outro além do ocorrido na madrugada, porém ninguém virá nenhum dos envolvidos. Logo após do almoço os professores nos reuniram, percebi que faltava o professor de história.

- Todo mundo sabe o que aconteceu aqui ontem a noite- começou a falar uma das professoras.- Os três alunos foram levados hoje,assim que o sol nasceu, de volta pra cidade, pelo professor Paulo. Vocês também serão levados. O ônibus já está a caminho daqui, portanto comecem a arrumar suas coisas.

Ouve um grande número de pessoas que saíram correndo do reclamar com os professores, eles porém explicaram que a decisão não era deles, mas do diretor. Houveram alguns rebeldes, porém assim que o ônibus chegou todos soubemos que o cancelamento do acampamento era real.

Me sentei no banco do fundo, tentando ficar sozinho, olhando para paisagem, não havia percebido que alguém havia se sentado do meu lado até que senti sua mão suave no meu braço. Olhei pro lado e ali estava minha irmã. Por um momento, quando vi o seu sorriso, esqueci de tudo o que tinha acontecido naquele final de semana, me senti leve de novo, pois todas as dúvidas que me sobrecarregam sublimaram. Sorri de volta pra ela. Me sentei direito no banco e ela veio se deitar com a cabeça no meu peito.

- Não consegui dormir ontem sabe...

- Já eu, dormi como uma pedra.- ela sorriu.

- Como sempre.

Ficamos metade da viagem daquela forma, eu sabia que ela queria falar mais alguma coisa, mas parecia estar tomando coragem, para perguntar ou para ouvir a resposta. Ela de repente se levantou e olhou fundo nos meus olhos.

- Eu vou te amar pra sempre.

Ela disse séria, como nunca havia sido. Um turbilhão de emoções tomou conta de mim, enquanto eu tentava me controlar pra não xinga-la e pra não beija-la. Meus olhos se encheram de lágrimas e mesmo segurando-as, uma teimou em descer. Sequei com as costas da mão e olhei pra fora, tentando disfarçar. Ela tomou minha mão e entrelaçou seus dedos nos meus, e gentilmente posou sua mão em meu rosto, me virando para olha-la.

- Eu estou com um buraco aqui dentro sabe- falei colocando nossas mãos sobre o meu peito.

- Eu sei, maninho. Sei porque também estou.

- Então por que?

- Porque... Porque eu não posso te dar o que você quer...

- Tudo que eu quero é você.

- Talvez agora mas...

- Só importa o agora.

- Só importa o futuro, meu amor.

- Mas eu só vejo você no meu.

- Eu sei que não. Eu sei que você quer uma família.

- Eu sei o que eu quero.

- Não sabe, por que eu te conheço melhor, e você também me conhece melhor do eu. Nós dois somos gêmeos, de sangue, e de alma. O que significa que temos que deixar um ao outro feliz.

- E você faz isso Ana. Eu não me vejo feliz sem você.

- Aí que tá meu amor. Nunca poderíamos ser felizes juntos, não de verdade...

- Você não pode saber disso. Não se a gente não tentar ser felizes juntos.

- Se a gente ficar junto, meu amor... Perdemos nossa família, nossos amigos...

- Mas ganhamos um ao outro!

- Alexandre- Ana me olhou fundo nos olhos. - Sempre fomos um do outro. Somos agora. E vamos ser pra sempre.

- Mas...

- Eu sempre vou te amar. Isso é tão difícil pra mim quanto é pra você.

- Então não dificulte. Vamos continuar como era antes...

- É isso que você quer? Pra sempre?

- Eu quero você pra sempre.

- E quer viver sempre na escuridão? Se escondendo dos nossos amigos? Fugindo dos nossos tios? Se excluindo da sociedade? Deixando tudo o que poderia construir com outra pessoa?

- Se esse for o preço pra poder ter você ao meu lado, então sim.

- Você não sabe o quanto eu te amo por ter dito isso...- ela disse com um sorriso triste.- Não... Eu não quero deixar você... Mas é o que tem que ser feito... Pra você poder ser feliz... e pra mim também...

Não conseguia mais conter as lágrimas. Segurei sua mão forte contra a minha. Sem pensar em consequências, a beijei. Um beijo de despedida, sem felicidade ou desejo, apenas saudade e dor. Nos afastamos quando senti o gosto salgado de uma lágrima, sem saber quem era o dono. Olhei em volta e ninguém havia percebido nada, apenas estavam em seus próprios mundos.

Ana voltou a deitar a cabeça em meu peito e assim ficamos até o fim da viagem de volta.

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