- Quando vão tirá esse trem doutor ? Incomoda demais da conta ... - perguntava Leon apontando o cateter.
Dr. Carlos sorria.
- Tenha mais um pouco de paciência , Leon ... Você já passou por tanta coisa mais difícil , e está de parabéns. Sua recuperação é extraordinária ! Em vinte anos de profissão , nunca tinha visto um transplantado com recuperação tão boa ...
Leon olhou para Luan , sentado ao lado dele no sofá. Haviam decorrido quarenta dias do transplante , e naquele ambiente eles não precisavam mais usar máscaras. Leon estava com excelente aspecto. Ganhara peso , as cores estavam voltando ao seu rosto , seus cabelos já estavam bem crescidos.
Ele segurou a mão de Luan com um carinho infinito.
- Devo tudo a ele , doutor ... Abaixo de Deus , e sem desfazê do senhor , mas meu mano me deu a vida outra veiz ...
Luan baixou os olhos , as faces ardendo.
- Fala assim não , mano ... - respondeu. - Então eu dei a vida pra quem é minha vida ?
Dois pares de olhos verdes se encontraram , esquecendo por um instante a presença do médico no quarto.
- Seu irmão está certo , Luan , disse o médico , Nesses casos o encontro de um doador ideal o mais rápido possível é de suprema importância. - olhou para Leon. - Você tem muita sorte , Leon , por ter seu doador de medula ao seu lado , e também pela dedicação e carinho dele ... Nunca vi tamanha dedicação como a de Luan.
Os dois sorriram. Silêncio embaraçoso , que foi interrompido por um coro de vozes femininas cantando Amor Escondido.
- Oxe ! Que é isso ?
- Um grupo de fãs de vocês , elas descobriram onde você está internado , Leon , e vieram manifestar seu apoio... - explicou o médico.
Os dois irmãos foram até a janela e viram um grupo de várias jovens , vestindo camisetas com a foto da dupla e segurando cartazes com mensagens e fotos deles , cantando lá embaixo. Quando elas os avistaram na janela , foi uma gritaria , choro e muita emoção. Os dois acenaram , sorrindo , e se recolheram.
Depois lhes foi entregue uma cesta com presentes que elas haviam deixado ; cartas , orações , cartões , chocolates , mel , flores , imagens de santos e terços.
- Por enquanto você não deve tocar nisso. - recomendou a enfermeira a Leon , e a cesta foi guardada.
Daí em diante , quase todos os dias fãs deixavam presentes na portaria da clínica. Repórteres também rondavam o local , tentando descobrir em primeira mão o que estava acontecendo. Leon pretendia ver um por um dos presentes mais tarde , quando seu sistema imunológico estivesse mais forte.
Dez dias mais tarde , finalmente o cateter pôde ser retirado , e ele passou a tomar a medicação por via oral. Agora não via a hora de ter alta. Dr. Carlos prometeu que seria logo.
Às vezes , de madrugada , ele chamava Luan para sua cama , e os dois dormiam abraçados. Então Luan sentia seu desejo arder , mas sabia que ainda cedo para isso.
Finalmente , após dois meses de internação , Leon teve alta. O tratamento , é claro , continuaria por muito tempo , e ele teria de voltar à clínica três vezes por semana , para avaliar seu estado geral.
A casa foi cuidadosamente limpa e desinfetada para sua volta. Quando o carro subiu a rampa da mansão , seus olhos se encheram de lágrimas ... Luan também chorava.
Mas tudo ainda era muito restrito , Leon não podia ter contato com pessoas de fora , nem animais ou plantas , nem tomar sol. A alimentação também era extremamente selecionada , tudo precisava ser desinfetando de forma especial , antes de ser consumido por ele. Para sair à rua , precisava usar máscara.
Mas ele não saía , a não ser para ir ao hospital , e quando o tempo estava bom passava longas horas no jardim , à sombra , sempre acompanhado de Luan. Voltou a compor. Sua inspiração parecia mais aguçada após aquela experiência.
Era um lindo entardecer. Os dois irmãos estavam sentados à beira da piscina. Leon passou o braço em volta de Luan , que acariciava seus cabelos.
- Vieram mais bonitos que antes , mano ...
- É o seu sangue , mano . - respondeu Leon sorrindo.
Luan sentia a respiração quente do irmão em seu rosto. Desde que ele adoecera , nunca mais tinham se beijado , e o desejo era torturante , quase incontrolável , de ambas as partes. Leon pegou a mão de Luan entre as suas e a beijou , provocando descargas elétricas no corpo do outro.
- Por enquanto não pode , mano ... - disse Luan ofegante.
- Hoje no hospital eu perguntei ao dr. Carlos se já podia transar . - disse Leon. - E ele disse que sim , se eu tiver vontade ... E não exagerar , claro. - encarou Luan demoradamente. - E eu estou doido de saudade de ocê , mano ...
- Eu também ... - confessou Luan. - Quase não me guento de vontade. Mas ... Tenho medo ...
- Medo do que , mano ?
- De passar alguma coisa pra ocê ...
- Você me passou foi vida , meu adorado. - disse Leon , segurando-o pela nuca . - Vamos fazer como quando a gente era novinho , lá na roça ... Só brincar um pouco.
Sem aguentar mais os dois se beijaram. Primeiro foi um selinho , que depois foi se aprofundando. Luan passou os braços em volta do pescoço de Leon e dali a pouco estavam um explorando a boca do outro com a língua.
- Ai , meu amor ... Meu coração ... Se eu perdesse ocê ... Eu morria ...
- Pensa que eu ia deixar ocê pra trás ? Ia levar ocê comigo ...
- Nem precisava ... Porque eu morria com ocê , meu adorado. Sou seu , de mais ninguém ... Se ocê soubesse o que eu sofri ... Quase fiquei louco ...
E os beijos continuavam. Leon levou o irmão pela mão para dentro , para o quarto. Trancou a porta.
Quando tiraram a roupa , Leon já estava de pau duro , o que muito o aliviou , porque o médico advertiu que a quimioterapia poderia trazer problemas de ereção. Luan gemeu quando sentiu o peso daquele corpo quente sobre o seu , aquela boca mamando em seu peito.
- Lembra , mano - disse Leon baixinho - A primeira vez que eu peguei no seu bicho ?
- e sua mão pegou o pênis de Luan , acariciando e punhetando com muita delicadeza. - Como havera de esquecer , meu adorado ? ele respondeu. O prazer e a carência de Luan eram tão grandes que ele gozou quase que imediatamente , enchendo a mão de Leon com porra quente.
Leon foi ao banheiro e lavou as mãos com sabonete antibacteriano. Depois voltou para a cama , e Luan , ainda temeroso , mas se entregando depois , o beijou , mamou em seu peito , e depois abocanhou sua pica , enquanto Leon gemia e suspirava de prazer. Vou gozar , mano , avisou , e quis tirar o pênis da boca do outro , mas Luan não deixou e engoliu seu gozo até a última gota , os jatos de porra descendo por sua garganta abaixo...
Era o suficiente para o momento , e os dois ficaram por muito tempo na cama , os corpos nus entrelaçados , perdidos num céu particular ...