Pessoal como vão? Conforme prometido segue a parte final do capítulo final.
Foram praticamente três anos escrevendo essa história e com isso encerro minha participação aqui no site.
No começo achei a história meio pesada mas depois vi que poderia deixar mais leve com o Rafael e o Arthur, adorava escrever as partes que eles apareciam, a mais divertida acho que foi quando o Rafael colocou a cabeça do irmão na grade do guarda corpo.
As partes que mais gostei de escrever foram:
Quando o Rodrigo rasgou o desenho do Rafael, nunca passei por algo assim mas consegui me colocar no lugar de uma criança naquele momento, achei muito triste e bem pesado.
Acho que a parte mais importante foi quando o Rodrigo perdeu os filhos na rua e depois achou o desenho rasgado e começou a chorar diante de Antônio, ali foi o começo da mudança dele.
Depois as partes que gostei foi quando tinha os embates de Antônio e Marcelo e Antônio e o pai, e as brigas de Rodrigo e Alice.
Outra parte emocionante foi quando eles descobriram que eram irmãos, quando foi revelado que o Gustavo era um impostor, quando foi revelado que o Marcelo e a Alice eram os vilões da história e quando a Maria morreu.
Mais uma vez obrigado pela presença de todos vocês que acompanharam essa história e também as outras que escrevi.
Vou sentir saudade de todos vocês que acompanharam a história até aqui.
Não vou escrever o nome de vocês que comentaram até esse último capítulo pois poderia esquecer algum e isso seria imperdoável. Obrigado pelos comentários.
Abraço a todos.
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Descobrindo o amor (95) Final 2
Os dois voltaram para a cama e finalmente dormiram, juntos, agarrados.
Rodrigo acordou bem cedo com Antônio dormindo com a cabeça em seu peito. Com muito cuidado ele saiu da cama, se esforçando ao máximo para não acordar Antônio.
Ele queria aproveitar enquanto seu amor descansava da viagem e preparar um café da manhã especial mas quando chegou a cozinha teve uma bela surpresa.
Rafael, Arthur e Ana Paula faziam a maior algazarra, dando risada, brigando, brincando.
Rafael – Bom dia pai.
Rodrigo – Não falo com traidores.
Arthur – Está felizinho né?
Ana Paula – Você caiu feito um patinho no nosso plano.
Rodrigo – Só quero deixar um aviso, já contatei meu advogado e os três estão fora do meu testamento.
Os três foram pra cima dele, fazendo cocegas, perturbando, apalpando.
Rodrigo – Pare com isso suas tripas eu ainda não perdoei vocês.
Rafael – E cadê o pai?
Rodrigo – O pai de vocês está dormindo, a viagem foi cansativa e ele ainda não se acostumou com o fuso horário, não tem nada que acorda-lo.
Foi só Rodrigo dar as costas e os três já foram para o quarto. Antônio acordou sendo bolinado pelos três.
Rafael – Conta como foi la pai. Você foi na Estátua da Liberdade? Foi em alguma balada?
Arthur – Pai você comprou aquelas paradas que eu pedi?
Ana Paula – Pai, tenho um monte de reclamação pra fazer.
Rodrigo – Mas eu não falei pra vocês deixarem ele dormir?
Antônio – Fui sim na estátua, não fui em balada.
Antônio – Comprei presente pra todo mundo mas ainda nem desfiz as malas.
Antônio – Sério Ana? O que aconteceu?
Rodrigo – Deixe ele se trocar primeiro, vamos tomar café e daí vocês matam a saudade.
Antônio ainda estava cansado mas a vontade de curtir a família era maior que qualquer cansaço. Depois de fazer sua higiene e trocar de roupa, foi para a sala.
Rodrigo tinha preparado uma big mesa de café da manhã com tudo que ele gostava.
Antônio contou da viagem, era um curso de especialização nos Estados Unidos que durou 6 meses.
Antônio se formou em direito e um tempo depois passou em um concurso para juiz, para trabalhar na vara de família.
Para ele era uma realização ainda maior trabalhar nessa área, pois tinha a chance de ajudar muitas crianças e famílias que tiveram uma história de dificuldades como a sua.
Rodrigo também conclui a faculdade de gastronomia e quando Antônio passou no concurso, não pensou duas vezes e se mudou com os filhos para ficar ao lado de Antônio, abrindo em seguida seu restaurante.
Antônio – Estudei bastante, não fui fazer turismo.
Antônio – Mas foi bem legal, consegui fazer alguns passeios.
Arthur – Ainda bem que você voltou logo pois o pai já estava quase tendo um ataque.
Antônio – Mas porquê? Nos falávamos todo dia pela internet e não chegou a dar nem seis meses completos.
Rafael – Mas já mataram a saudade né, tenho certeza que transaram a noite toda.
Antônio quase engasgou. Rodrigo deu um tapa no filho.
Rafael – Olha o respeito moleque, as vezes você parece que não tem um filtro entre o cérebro e a boca.
Rafael – Mas é verdade pai, você ficava ai pelos cantos, todo murcho, emburrado.
Ana Paula – Isso é verdade, o Rafa tem razão.
Arthur – Isso quando não acordava emburrado e já começava a dar coice na gente logo de manhã.
Rodrigo – Mas que mentira, que absurdo. Eu fiquei normal.
Rafael – Normal? Ta bom!!!!
Antônio deu uma risadinha de satisfação pois ele sabia que era a mais pura verdade.
Rodrigo – A partir de hoje se alguém tiver que ir embora, pra qualquer coisa que seja, todo mundo vai junto, ninguém mais vai se separar aqui.
Antônio se inteirou de todos os problemas da casa e aproveitou os dias de folga que ainda teria.
Antônio – É impressão minha ou o Rafael está com algum problema? Notei algo estranho nele.
Rodrigo – Você também notou? Ele está escondendo alguma coisa.
Antônio – Com certeza o Arthur sabe o que é.
Rodrigo – Mas jamais ira nos contar, aqueles dois são cumplices em tudo.
Antônio também ajudava Rodrigo no restaurante sempre que podia.
Eles estavam conversando sobre contas e nem imaginavam que a terceira guerra estava prestes a acontecer.
Rodrigo – Tem o carro do Arthur, prometemos que ele ia ganhar e já faz dois anos isso.
Antônio – Tudo bem, vou pegar umas aulas pra dar na universidade, daí vai entrar um extra.
Rodrigo – Ah, a Ana foi ao dentista, vai ter que por um aparelho, isso não estava no orçamento.
Antônio – Mas se ela precisa por então a gente dá um jeito, saúde em primeiro lugar.
Rodrigo – Não queria ter que pedir dinheiro para o meu pai, sobre o lucro das minhas ações.
Antônio – Não vai precisar, nós damos um jeito. Sempre damos um jeito.
Rodrigo – Nosso orçamento está bem apertado e acho que vai fechar, desde que nada fora do normal aconteça.
Rafael – Da licença, posso falar com vocês dois?
Antônio – Claro filho, entre.
Rodrigo – Que bom Rafael, acho que você quer nos contar algo né?
Rodrigo – Pode desabar com seus pais, estamos aqui pra te ouvir e te apoiar.
Rafael deu um sorriso, colocou as mãos para trás e ficou balançando o corpo, igualzinho quando era criança e fazia alguma arte.
Rafael – Eu amor vocês dos.
Rodrigo – Ai ai, Rafael Santarém...ja estou ficando com dor de cabeça.
Rafael – Então...
Depois de um leve rodeio Rafael foi aos finalmente.
Rafael – Eu vim falar...é que.. a Thaís está grávida.
Rodrigo – Sério? De quem?
Antônio fez uma cara feia para Rodrigo e no mesmo instante a sua ficha caiu.
Rodrigo – Seu irresponsável, seu moleque...
Rodrigo – Eu vou te dar uma surra.
Rafael pulou pelo sofá, tentando fugir.
Rodrigo – Eu vou te matar moleque.
Rafael – Calma pai, não precisa.
Rafael – O pai dela é delegado e ele já prometeu fazer isso.
Antônio – Poxa Rafael, conversamos tanto com você e seu irmão sobre isso.
Antônio – Que vacilo foi esse?
Antônio também queria esganar o rapaz mas primeiro teve que controlar a fúria de Rodrigo.
O clima na casa ficou pesado, Rodrigo ficou possesso e Antônio ficou no meio intermediando mas no fim o amor falou mais alto e uma semana depois todos já haviam feito as pazes.
Rafael estava super feliz por ser pai e Arthur feliz por ter um sobrinho. Já Ana Paula fazia planos com os cartões de crédito dos pais para comprar roupinhas e mais roupinhas para o sobrinho.
Rafael estava deitado fazendo carinho na barriga de Thais, conversando com o filho.
Thais – Ah Rafa, você nem sabe se é menino.
Rafael – Mas é claro que é um garotão, vai andar de skate comigo, surfar, jogar bola.
Rafael – Vamos pegar muita mulherada junto.
Thais – O que???
Rafael – Digo, vou ensinar ele a paquerar as gatinhas.
Rodrigo – E seu pai já se acalmou?
Thais – Já sim, o tio Xande e o tio Dan já conversaram com ele. Meu pai late mas não morde.
Thais - Agora ele está disputando com o tio Dan o posto de avô, eles brigam o tempo todo.
Antônio – Posso imaginar. Pelo visto não irá faltar avos e tios para mimar essa criança.
Antônio – Não digam que eu contei, mas o Rodrigo vai mandar fazer um quarto para o bebê.
Aos poucos as coisas foram entrando no eixo, Arthur ganhou seu tão sonhado carro e Ana Paula foi convidada para ser madrinha do bebê.
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Aquele ano tinha sido muito especial e pela primeira vez Antônio e Rodrigo iriam receber a família e os amigos no natal.
Rodrigo – O Fábio acabou de ligar, ele e o Lucas vão passar as festas em Nova Iorque.
Antônio – Pena eles não poderem vir, depois mando uma mensagem pra eles.
Rodrigo – Quem diria que os dois iriam dar tão certo.
Antônio – Pois é, o Lucas sempre foi um rapaz centrado e hoje administra os restaurantes do Fábio.
Rodrigo – Mas eu prefiro o meu juiz, que também é mil e uma utilidades e um furacão na cama.
Antônio – Palhaço, você está muito animadinho hein.
Antônio – Olha, já resolvi tudo do nosso natal.
Antônio – O Bruno e a Simone ficam no quarto de hospedes, a Cris e o Romeu no quarto do Arthur e a molecada fica no quarto do Rafael.
Antônio – A Rita fica no quarto da Ana Paula.
Rodrigo – Bom, acho que vai dar pra acomodar todo mundo com conforto e ninguém precisa ir pra hotel.
Arthur – Pai, o vô Sidney está vindo...
Rodrigo – O que? Se ele ligar ai você fala que eu não est....
De repente Sidney e Telma entram na cozinha.
Antônio ficou sem graça, mas já se preparou para evitar possíveis incidentes com Rodrigo e o adorável ex sogro.
Rodrigo abriu um enorme sorriso recebendo o ex sogro.
Rodrigo – Sidney!!! que surpresa boa. Perguntei ontem mesmo para os meninos se você não ia vir.
Sidney – Às vezes eu tenho a impressão que você está sendo cínico comigo.
Rodrigo – Ahhhhhh, imagina.
Antônio – Sejam bem vindos. Como esta Dona Telma?
Telma – Estou ótima, bastante animada pra esse natal.
Telma – Que saudade Arthur.
Telma – Como está a faculdade?
Arthur – Está tudo legal vó.
Antônio – o Arthur é muito estudioso.
Rodrigo – Arthur recolhe seu uniforme lá no quintal, já está lavado e seco.
Sidney – Na faculdade precisa ir de uniforme?
Arthur – Não vô, é que nas horas vagas trabalho no restaurante, sou garçom, faxineiro, fico no caixa, as vezes manobro o carro de alguns clientes, faço de tudo.
Sidney teve um verdadeiro ataque.
Sidney – O que? Você trabalha em um restaurante?
Sidney – Que absurdo Rodrigo, você explorando o próprio filho só para não ter que pagar um funcionário, pagar férias, fgts...
Arthur – O Rafa também trampa la vô.
Rodrigo contou até 10 milhões, a idade o fez ficar mais tolerante e menos explosivo.
Sidney – Coitado do menino, fazendo faculdade de medicina que é super difícil e ainda tendo que ir trabalhar?
Sidney – Olha isso Telma!!!!
Sidney – Por isso ele está assim desse jeito, pálido, fraco, abatido, magro.
Ana Paula – O Arthur magro???
Arthur – Relaxa vô, estou bem. Fui ao médico e os desmaios que eu estava tendo era porque ficava sem comer.
Arthur – Mas agora quando sobra comida em alguma mesa eu aproveito e como escondido, daí não descontam do meu salário.
Antônio fez uma cara feia para Arthur, que estava adorando ver o avô ter um dos seus chiliques.
Sidney – Mas que absurdo, não acumulei uma fortuna para o meu neto terminar comendo resto de comida.
Sidney – Nem dinheiro pra cortar cabelo, comprar gilete pra fazer essa barba medonha o Rodrigo dá pra ele.
Sidney – Fale alguma coisa Telma, o menino está sofrendo.
Sidney abraçou o rapaz, o sacudindo, apalpando.
Rodrigo – Sidney, ninguém terminou...
Telma – Meu bem vamos ver o Rafael, estou com saudade dele.
Ana Paula levou eles até o andar de cima enquanto Arthur correu para não levar um cascudo de Rodrigo.
Rodrigo – Eu vou te pegar tripa.
Antônio – Meu Deus, o Sidney ainda pensa que esses dois cavaloes são bebes.
Arthur – Ai tia Cris, ele quer me bater.
Cris – O que você já aprontou???
Cris chegou com Romeu, Ritinha e seu filho Junior.
Antônio – Achei que vocês não viriam mais.
Romeu – A Cris que atrapalha todo mundo.
Romeu – Quase pagamos taxa extra no aeroporto de tanta mala que ela trouxe.
Antônio – Como você espichou Romeuzinho, já está maior que seu pai.
Romeuzinho – Por favor tio, me chama de Junior.
Cris – É Romeuzinho, nome lindo que a mamãe escolheu.
Romeuzinho – Para de falar mamãe, olha o mico.
Antônio – E você, cada vez que vejo está mais linda.
Rita – Obrigada tio. Não vejo a hora de ir pra praia.
Cris – E sua mãe não vai vir Rodrigo?
Rodrigo – Vem sim, daqui a pouco ela e meu pai estão ai.
Antônio – Vocês já conhecem a casa, pode levar as malas para o quarto.
Rodrigo – Já eu vou aproveitar que estou do lado da nutricionista mais bonita que conheço e vou querer palpites na cozinha.
Rita – Tio, sua comida está liberada.
Rodrigo – Eu ainda não me conformo de você não ser minha nora.
Rodrigo – O Rafael já está encaminhado mas o Arthur....
Rita – Nem pensar tio, seus filhos são muito sem vergonha.
Rodrigo – Mais um motivo, você iria botar eles na linha e ai deles se aprontasse com você, iriam se ver comigo.
Rita – E a Ana esta ai?
De repente Ana Paula chega na cozinha toda afobada.
Ana Paula – Pai, o Rafa contou para o avô dele que vai ser pai e o velho desmaiou, acho que ele morreu.
Rodrigo – Era só o que faltava, essa múmia morrer dentro de nossa casa no natal.
Rodrigo – Antônio você que é advogado, vai rolar pericia, policia? Ou a gente pode desovar a múmia no mar?
Rodrigo - Vai la Antônio.
Antônio – Eu!!! Vai você, essa cruz é sua.
Cris – O Sidney já está ai? Pelo visto nosso natal será animadíssimo.
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Sidney estava tendo outro chilique.
Sidney – Mas ele ainda é novo e já vai ser pai.
Rodrigo – Finalmente concordamos em alguma coisa.
Sidney – O Rafael ainda é um menino, indefeso, ingênuo.
Sidney – Isso é culpa sua Rodrigo.
Rodrigo – Minha?? Ohhhhh
Telma – Mas e a camisinha Rafael?
Sidney – Que camisinha Telma? A criança já vai nascer e você ainda está na camisinha.
Sidney – Onde você estava que não viu isso Rodrigo?
Rodrigo – Ah sim, não tenho mais nada pra fazer na vida se não ficar grudado no pau do meu filho pra saber em que buraco ele está entrando.
Rafael – Eu era virgem vô.
Sidney abraçou o neto como se fosse uma criança.
Sidney – Esta vendo Telma???
Sidney – Esse menino foi abusado Telma, o Rafael é um menino indefeso, sem malicia, ingênuo.
Rafael – Isso é verdade vô.
Ana Paula – Rafa seu avô é o maior barato.
Sidney – Fica tranquilo o vô vai cuidar de você. Telma precisamos proteger o Arthur antes que o pior aconteça.
Ana Paula – Xiiii, acho que já é tarde viu.
Rodrigo colocou as mãos no rosto.
Rodrigo – Deus, me de paciência!!!!
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Simone e Bruno também chegaram com seu filho Gabriel.
Antônio – Até que enfim chegaram.
Antônio abraçou o amigo, recebendo ele e a família.
Rodrigo aproveitou que a casa estava cheia e preparou um churrasco em volta da piscina.
Antônio – Que bom que você veio meu amigo.
Bruno – Não perderia por nada esse natal em família.
Simone – Rodrigo, tenho uma bomba pra contar.
Rodrigo – Esta gravida?
Antônio – Vai ser avó?
Simone – Que isso gente, bate na madeira.
Simone – É uma fofoca da minha cunhadinha.
Cris – Eu não fiz nada.
Simone – Outro dia encontrei ela e sua mãe animadíssimas no shopping, desfilando cheia de sacolas.
Rodrigo – Meu Deus, as duas já chegaram a esse ponto?
Antônio – Cris, preferia você e a Stela como inimigas mortais, depois que vocês viraram amigas ficaram um nojo.
Cris – Eu e a Stela nunca fomos inimigas, sempre fomos best friends.
Rodrigo – Sei!!!
Rodrigo se afastou para servir os ex sogros.
Simone – Achei que a Stela e o Carlos viriam.
Cris – Eles vem sim. O Rodrigo disse que daqui a pouco eles estão ai.
Bruno – Também depois do que aconteceu com a Alice, seria normal eles não virem.
Cris – Eu achei que foi é pouco o que aconteceu com ela.
Romeu – Como assim pouco querida? Depois daquela tragédia, terminar daquela maneira?
Simone – Sem ser hipócrita, mas concordo com a Cris, ela teve o fim que mereceu.
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Há alguns meses atrás....
Alice cumpriu anos de cadeia e devido ao seu péssimo comportamento na prisão teve negado seus pedidos de liberdade.
Alice – Meus pais não vieram?
Advogado – Eles acharam melhor não vir, poderia ter imprensa, mas eles estão te esperando em casa.
Alice – Cretinos, conto no dedo as vezes que eles vieram aqui.
Advogado – Nossa, mas você está péssima.
Alice estava com a cabelo curto, a pele manchada e sem alguns dentes da boca.
Alice – Me tire logo desse lugar.
Alice entrou no carro do advogado e antes mesmo de sair dali mostrou que continuava a mesma, cheia de ódio no coração.
Alice – Vou retomar tudo que é meu, vou continuar de onde parei e acabar com o Rodrigo.
Advogado – Eu preciso lhe dar uma notícia ruim.
Alice – Noticia ruim? Fiquei anos nesse inferno por causa da sua incompetência, o que mais pode ser ruim seu asno?
Advogado – Seu pai conseguiu na justiça o direito de administrar suas ações, você não tem nada, absolutamente nada.
Alice – O que?
Alice virou o cão e começou a estapear o advogado, xingando.
Advogado – Pare sua louca.
Alice – Seu cretino, incompetente, vou destruir todos vocês.
Alice – Vocês não irão me vencer e o primeiro da minha lista será o Rodrigo.
Alice – E vou botar o terror, eu vou atropelar todos vocês.
Muito nervosa Alice saiu do carro, atravessando a rua sem olhar para os lados.
Advogado – Alice!!!!!
Foi tudo muito rápido, um caminhão de lixo vinha em alta velocidade em direção a Alice.
O impacto e o barulho foram tão fortes que chamou a atenção dos guardas do presídio. Todos foram para a rua mas já era tarde demais, o corpo de Alice já estava esmagado de baixo das rodas do caminhão.
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Carlos e Stela chegaram no meio da tarde.
Ana Paula – Vôooooo.
Carlos – Que delicia de abraço.
Carlos havia transferido para a neta todo carinho que Alice recusou.
Carlos – Vô, você vai me levar pra morar na sua casa? Sou muito mal tratada aqui.
Stela – Deixa de ser mentirosa, seus pais te tratam feito uma princesa.
Ana Paula – Não quero ser a princesa vó, quero ser a bruxa.
Carlos – Quando você for fazer faculdade dai você vai pra São Paulo, vai trabalhar na empresa.
Ana Paula – Vou ser rica? Mandar em todo mundo?
Carlos – Vai sonhando, você vai trabalhar é muito.
Antônio – Seja bem vindos, fizeram boa viagem?
Stela – Sim, o voo foi bem tranquilo.
Rodrigo abraçou os pais, beijando eles.
Rodrigo – Ué, vieram sozinhos?
Stela – Não, seu irmão está colocando o carro na garagem.
Segundos depois Douglas entrou.
Douglas – E ai irmão.
O rapaz abraçou Rodrigo, sorrindo para ele.
Rodrigo – Que irmão o que? Tenho idade pra ser seu pai.
Douglas – E ai tio Tonio, que saudade.
Stela – Não liga não Douglas, o Rodrigo morre de ciúmes de você.
Rodrigo – Mentira!!!
Antônio – Ele tem ciúmes sim Dona Stela.
Stela – Eu sei disso Antônio.
Carlos – Sua mãe sempre fica na sala esperando seu irmão chegar da rua. Dorme no sofá só pra ele levar ela no colo pra cama.
Carlos – Isso quando ele sai né, porque esse garoto só quer saber de estudar e trabalhar.
Stela – Está ótimo assim, o Douglas é um filho de ouro.
Stela – Tem que ficar dentro de casa mesmo, cuidando dos pais dele.
Rodrigo – Acho que estou sentindo uma indireta ai.
Antônio – Mas é ciumento mesmo.
Douglas – Cadê o Rafa e o Arthur?
Antônio – Estão la no quarto com o Romeuzinho e o Gabriel.
Rodrigo – Vocês vão dormir aqui?
Carlos – Vamos ficar em um hotel, o Douglas vai ficar aqui.
Rodrigo – Aqui???
Stela – Algum problema?
Rodrigo – Não, mas é que...O Rafael e o Arthur não são boa influência para o Douglas, vão botar o menino a perder.
Stela – Rodrigo!!!
Carlos – Ah e que história é essa que vou ser bisavô??
Rodrigo – Ah pai, o Rafael né, já aprontou. Não vou me espantar se daqui uns meses o Arthur aparecer com uma notícia igual.
Stela – Eu confesso que não estou preparada psicologicamente pra ser bisavó.
Ana Paula - Vó, você esta gatona ainda, ninguém vai acreditar.
Stela - Gatona ainda? Vou levar como elogio.
Carlos – Já eu estou adorando a ideia.
Rodrigo – Então pai trate de esconder essa animação se não é bem capaz dessa casa virar uma creche.
Stela – Com licença, vou ligar em casa pra avisar que chegamos.
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Enquanto isso na mansão dos Santarém.
Governanta – Aqui está tudo bem Dona Stela.
Governanta – Está bem, Feliz Natal também.
Valdir – Eram os patrões?
Governanta – Sim, já chegaram até a casa do Rodrigo. Você pode ficar com o carro se quiser.
Valdir – Que saudade daqueles moleques, quando eram crianças não me davam sossego, ficavam o dia todo correndo nesse jardim.
De repente começou uma gritaria na parte de cima da casa.
Valdir – O negócio está quente hoje hein.
Governanta – Isso vai acabar, o Seu Carlos já contratou um arquiteto para colocar isolamento acústico no quarto.
Valdir – Então já vou indo. Feliz Natal!!
Governanta – Vou ver o que está acontecendo e depois vou embora também. Feliz Natal.
Sentada em uma cadeira de rodas com o corpo todo atrofiado, Alice brigava com sua enfermeira.
Alice – Olha que você fez sua idiota, sujou meu rosto, limpe agora sua negra.
Alice sobreviveu ao acidente mas ficou condenada a passar o resto da vida em uma cadeira de rodas, sem conseguir mover um único músculo abaixo do pescoço, sendo totalmente dependente de outras pessoas para desempenhar as ações mais básicas.
Alice – Ande, me limpe!!!
Enfermeira – Me xingar de negra não me ofende. Sou só sua empregada e daqui a pouco vou pra minha casa, curtir meus filhos negros e meu marido negro e amanhã volto de manhã e você estará do mesmo jeito que lhe deixei, só que suja e cagada.
Enfermeira – Então acho bom você rever seus conceitos, não sou eu a coitada aqui.
Alice – Limpe meu rosto.
Enfermeira – Peça com educação, eu sei que é difícil mas você consegue.
Alice – Por favor, limpe meu rosto.
Enfermeira – Ainda não está bom, está faltando um pouco mais de mel, de açúcar em suas palavras.
Alice – Por favor, será que você limpar meu rosto, eu agradeço.
Enfermeira – Muito bem, boa menina. Viu como não dói nada?
Governanta – Com licença, Alice seus pais e seu irmão já chegaram à casa do Rodrigo.
Alice – Eu sou filha única, aqueles bastardos não são meus irmãos.
Governanta – Vim lembrar que está na hora de seu banho de sol.
Alice – Não quero banho de sol eu odeio ficar no jardim.
Enfermeira – O médico receitou, então você vai para o banho de sol querendo ou não.
Alice xingava mas as empregadas iam conversando enquanto empurravam a cadeira de rodas, ignorando totalmente seus insultos.
Governanta – Vou embora, vai ficar na casa só os seguranças e sua cuidadora da noite.
Enfermeira – Meia hora de banho de sol, depois lhe pego.
Alice – Onde você vai, não me deixe aqui.
Alice xingava mas era ignorada, sem conseguir se mexer só escutava os passos de sua enfermeira sumindo.
Sentada naquela cadeira de rodas, ficou sozinha no jardim, olhando a piscina, a casa, os carros e toda riqueza que sua família possuía.
Seu maior castigo não foi se tornar invalida, mas sim perceber que era uma pessoa totalmente amarga, sozinha e incapaz de despertar amor em quem que seja.
==
A noite Rodrigo preparou a ceia e curtiu com seus amigos e família.
Rodrigo – Onde você estava?
Antônio – Estava falando com a Dona Shirley pelo Skype, fico muito emocionado nessas datas.
Antônio - É uma pena ela não poder ter vindo, mas as crianças não podem ficar sozinhas.
Antônio – As crianças do orfanato estão eufóricas com os presentes que ganharam.
Rodrigo – Quando sobrar um tempinho vamos pra São Paulo e daí você mata a saudade deles.
Antônio – Promete?
Rodrigo – Eu sempre faço tudo que você pede.
Antônio – Então me beije agora.
Os dois caíram na cama, se beijando, dando risada.
Rodrigo – Tenho um fetiche, transar com a casa cheia de gente.
Antônio – Mentiroso, você inventou isso agora.
Os dois namoraram um pouco mas logo desceram. Rodrigo notou Sidney em um canto e se aproximou.
Sidney – Nunca vi essa foto da Elisa.
Rodrigo – Os meninos que escolheram. Eu que tirei, ela já estava gravida do Arthur nessa foto.
Sidney – Minha filha era tão linda.
Rodrigo colocou o braço no ombro do ex sogro conversando como velhos amigos até que...
Rodrigo – Ela era linda sim, muito linda.
Sidney – Ainda bem que meus netos puxaram ela.
Rodrigo – Não, o Rafael e o Arthur são a minha cara.
Sidney – Mas só no seu sonho né???
==
Cris – Aqueles dois já estão brigando.
Cris – Telma, você também não pensou em adotar uma criança do orfanato?
Telma – Confesso que pensei sim, mas o Sidney me da tanto trabalho.
Telma – Mas desde que comecei a ajudar a Stela e a Shirley nos projetos sociais meu dia ficou mais animado.
Cris – As crianças daquele orfanato deixam a gente mais viva.
Cris – Se a Maria fosse viva tenho certeza que ela iria adorar fazer parte desse time.
Simone – Por falar nela e o Laércio?
Cris – Vocês não ficaram sabendo?
Cris – Parece que ficou muito doente, teve diabetes, perdeu uma perna e ficou cego. Estava morando num cortiço horroroso.
Cris – Morreu sozinho, os vizinhos só perceberam dias depois por causa do mau cheiro. Dizem que quando a polícia entrou no quarto tinha até ratos em cima do corpo e rosto já estava todo mordido, foi enterrado numa cova rasa horas depois devido ao estado que estava.
Telma – Que horror.
Cris – Pra senhora vê, cada um tem o fim que merece. A Maria se foi abraçada ao Antônio e o Rodrigo, já essa praga apodreceu sozinha ao lado dos ratos.
Simone – E por falar em gente do mal, que fim teve o Marcelo?
Cris – O Marcelo e o Anselmo também foram soltos.
Cris – O Anselmo está morando em um asilo e o Marcelo parece que virou ambulante la no centro da cidade.
==
Bruno – O que o dono da casa está fazendo sozinho aqui?
Antônio – Estou olhando o mar, agradecendo pelo ano que tive e...
Bruno – E pensando na sua mãe né?
Antônio – Pois é. Mas não pensando com aquela tristeza, mas sim com saudade.
Bruno – Antônio, lembra quando éramos crianças e morávamos no orfanato?
Bruno – Por mais que nos esforçássemos nunca iriamos imaginar que nossa vida seguiria esse rumo.
Antônio – Sabe Bruno, você tem razão. Nossa vida foi melhor do que poderíamos imaginar.
Antônio – Olhe pra nós, pra onde chegamos e o que conquistamos.
Cris – Já estão me deixando de fora do grupinho?
Antônio agarrou Cris, beijando sua face.
Antônio – Ter uma amiga louca dessas.
Cris – Uma amiga que é seu anjo da guarda né. Ah Antônio sempre tirei você de enrascadas.
Antônio – Me tirou de enrascadas? Você é a enrascada em pessoa, só falta agora você querer que eu lhe agradeça.
Cris – Não sei o que seria de você e do Bruno sem mim.
Antônio e Bruno beijaram o rosto de Cris, enquanto Rodrigo assistia rindo de longe.
Rodrigo – Oi pai.
Carlos – Li um artigo em um revista citando seu restaurante.
Rodrigo – Sério? E ai, o que achou?
Carlos – Sou suspeito pra falar né, estou muito orgulhoso de você.
Rodrigo – Você não tem ideia do quando fico feliz em ouvir isso de você.
Carlos – Sou um privilegiado, pude educar o Douglas sem os erros que cometi com você.
Rodrigo abraçou o pai, conversando com ele como velhos amigos.
Rodrigo – Ah ai você sabe que se um dia precisar eu volto para o escritório, mas você já está bem representado com a Simone, o Douglas e em breve com a Ana Paula.
Carlos – Sim, mas se um dia eu faltar você ocupara meu lugar como o chefe dessa família.
Rodrigo – E pai está pensando em morrer é? Vai deixar mesmo a Dona Stela toda gostosona, sozinha por ai, pra chegar um garotão e...
Carlos – Olha o respeito com sua mãe rapaz. Ainda vou pegar muitos netos e bisnetos no colo antes de bater as botas.
Rodrigo – Acho bom mesmo.
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Douglas – E ai sobrinhos??
Rafael – Sobrinhos é o caralho.
Rafael e Arthur abraçaram Douglas, que eles viam como primo, até porque a diferença de idade era pequena.
Rafael – E o que tem aprontado la em São Paulo?
Arthur – Tem pegado alguém?
Douglas – Conheci uma menina esse ano, saímos uma vez.
Rafael – E rolou?
Douglas – Ainda não né, pois ainda não pedi ela em namoro.
Rafael – Mas que namoro cara?? Você está muito devagar.
Romeuzinho – A gente chama ele pra sair mas ele nunca pode.
Gabriel – É, esta sempre trabalhando.
Arthur – Vamos ter que destravar você, deixa com a gente.
Douglas – Ah não, vocês só me colocam em confusão.
Ana Paula – Aposto que aqueles ridículos só estão falando de mulher.
Ritinha – Ou então de futebol, mulher, bebida, mulher, carro.
Taís – E nós vamos falar de que?
Ritinha – Homens!!!
Ana Paula – Homens!!!
No dia seguinte a festa continuou, todos almoçaram juntos e na virada do ano Antônio e Rodrigo passaram sozinhos.
Semanas depois Rafael e Thais descobriram o sexo do bebê. Ele já imaginava o filhão em seus braços, fazendo mil coisas até que a médica mostrou o bebê na tela.
- Esse é o filho de vocês, uma menina muito saudável.
Rafael – Menina?
Sua frustração durou 0,00001 milésimos de segundos.
Rafael – Uma menina???
No mesmo instante abriu um sorriso enorme, beijando Thais.
Thais – É uma menina Rafa.
Rafael começou a sorrir sem parar e beijou a barriga de Thais, se lambuzando com o gel que estava nela.
No dia do parto foi a maior confusão, sua família e a de Thaís ficaram no hospital esperando ansiosos.
Rafael acompanhou o parto da filha e em seguida foi até a recepção dar a notícia a todos.
Arthur foi o primeiro a abraça-lo, dividindo com ele a felicidade.
Rafael – Ela nasceu irmão!!!
Rafael – Pai, ela é cabeludinha, está toda roxa, parece uma bolinha.
Rafael - Pai, minha filha é linda, ela é maior legal.
Antônio – Parabéns filho.
Antônio e Rodrigo abraçaram o filho muito emocionados.
Rafael e Thais decidiram não se casar, pelo menos por enquanto. Eles pretendiam se firmar profissionalmente primeiro antes de tomar outra decisão difícil.
Rodrigo e Antônio mudaram a rotina da casa. Eles construíram um quarto para a neta para que ela tivesse todo conforto quando ficasse la.
Rodrigo – Tem coisa mais gostosa que essa bolotinha cheirosa do vô?
Antônio se juntou a eles, deitando no tapete da sala, brincando com a neta.
Antônio – Também quero curtir essa princesinha pois depois que o Arthur e a Ana Paula chegarem eles irão roubar ela da gente.
Rodrigo – Quem era no telefone?
Antônio – O João, ele disse que a filha dele passou na faculdade daqui, e o Fernando está todo preocupado.
Antônio – Eles pediram para recebermos ela enquanto ela se adapta a cidade.
Rodrigo – Claro, será um prazer.
Antônio – Ela foi até o restaurante, o Arthur está lá, poderá recebe-la.
Rodrigo – Já disse que não quero o Arthur como garçom, ele é muito desastrado.
Arthur estava em um dia de sorte, apesar de estar ralando como garçom ele nem imaginava que sua vida iria mudar a partir daquele momento.
Levando um suco na bandeja foi em direção a uma linda garota que parecia concentrada em seus livros.
Próximo a menina, ele tropeçou fazendo com que a bandeja voasse, dando um banho de suco na garota.
Arthur – Desculpe!!!
- Ahhhh, olha o que você fez!!! Seu desastrado.
- Eu quero falar com seu chefe agora!!!
Arthur deu um sorriso para a garota, fazendo aquela cara de fofo.
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Enfrentando a rotina e os problema do dia a dia, Antônio e Rodrigo viviam como qualquer casal normal.
Rodrigo – Bom dia sr. Juiz.
Antônio – Aqui não sou juiz, sou só o Antônio.
Rodrigo deitou a cabeça no peito de Antônio, sendo abraçado por ele.
Antônio – O que foi hein!!!
Rodrigo – Estou meio carente.
Antônio – Hummm.
Antônio – Sabia que sou um ótimo remédio pra carência?
Rodrigo – Sabia sim, por isso pretendo passar o dia grudado em você.
Antônio caiu na risada. Nos finais de semana eles se davam ao luxo de ficar na cama até mais tarde, deixando as preocupações fora do quarto.
Antônio – Essa casa está silenciosa de mais.
Rodrigo – Acho que já devemos nos acostumar né.
Rodrigo – Não vai demorar para o Rafael e a Thais se casam.
Rodrigo – O Arthur deve seguir pelo mesmo caminho.
Antônio – E pelo visto a Ana Paula vai pra São Paulo, estudar lá e morar com seus pais.
Antônio – Tenho até medo disso, da última vez que ela foi pra São Paulo ela jogou a sua irmã com cadeira e tudo dentro da piscina.
Rodrigo – Ela disse que esbarrou sem querer.
Antônio – E você acreditou?
Rodrigo – Lógico que não.
Rodrigo caiu na gargalhada, abraçando Antônio.
Os dois namoravam e conversavam enquanto preparam o café da manhã.
Rodrigo – Não se preocupe. Prevejo um futuro com essa casa cheia de netos.
Rodrigo – Vai ter criança saindo de tudo qualquer lugar.
Antônio – Agora que estou caindo na real, estou velho.
Rodrigo – Esta sim, mas um velho gostoso.
Rodrigo – Deve ter um monte de advogado novinho que fica olhando o rabão do juiz nas audiências.
Antônio – Eu espero nunca lembrar dessas coisas enquanto estiver trabalhado.
Rodrigo – iria ser engraçado ver você todo certinho saindo dos trilhos, caindo na gargalhada enquanto da uma sentença.
Rodrigo – E por falar nisso, semana que vem tem gente que vai ficar mais velhinho ainda.
Antônio – Já disse que não quero festa.
Rodrigo – Não falei nada, só fiz um comentário.
Uma semana depois Antônio acordou e como sempre acontecia em todos os anos esperou Rodrigo lhe beijar para lhe desejar feliz aniversário.
Para sua surpresa ele não estava mais no quarto. Descendo as escadas viu que a casa estava vazia, silenciosa.
Antônio – Ué, todo mundo saiu?
Olhando pela janela viu que os carros não estavam na garagem e ao pegar o celular viu uma mensagem de voz de Rodrigo.
Rodrigo – Amor tive um problema no restaurante, a noite nos vemos.
Rodrigo – As crianças foram para a cidade na casa de uns amigos.
Antônio – Nossa, poxa!!!
Antônio abriu um bico enorme, era seu aniversário e ele queria iniciar o dia com a família.
Perdendo totalmente o apetite foi até a cozinha até que escutou um barulho vindo da sala.
Para sua surpresa, a neta estava em uma cadeirinha, sozinha.
Antônio – Meu Deus, mas o que você está fazendo aqui?
Antônio – Cadê os pais irresponsáveis dessa crianças?
Antônio pegou a garotinha no colo, que dava risada o tempo todo, balançando as perninhas.
Antônio – Será que o vô saiu e esqueceu você?
Antônio – Não tem problema, o vô cuida de você. Dai você me faz companhia.
Antônio – Todo mundo abandonou nós dois.
A garotinha sorria, passando os dedinhos no rosto do avô.
Antônio – Será que deram sua mamadeira?
Antônio – Todo mundo foi embora, deixaram o vô sozinho hoje.
Antônio - Ainda bem que você esta aqui, dai o vô não fica triste.
Antônio ergueu a menina no ar e só então viu a camiseta que ela usava.
Antônio – O que que é isso?
Antônio – Feliz aniversário vovô!!! Vá até a praia.
Com a garota no colo Antônio foi até a porta e levou um susto ao ver Rodrigo, os filhos e as noras ao lado de uma mesa enfeitada com bolas, bolo.
Rodrigo – Surpresa!!!
Antônio – Não acredito.
Rodrigo – Você achou mesmo que tínhamos abandonado você?
Rodrigo – Mas que vovô mais carente.
Rafael – Pai a babá eletrônica estava ligada.
Arthur – Escutamos todo seu chororo.
Antônio – Sério!!! Que vergonha.
Antônio – Essa trolagem vai ter volta, vocês me pagam.
Arthur – Parabéns pai.
Rafael – Feliz aniversário.
Ana Paula – Pai, eu te amo.
Antônio recebeu os parabéns de toda família. Rodrigo preparou um almoço e depois a tarde todos foram se divertir na praia.
Na varanda da casa, os dois ficaram vendo os filhos de longe.
Rodrigo – Gostou? Inovei na surpresa esse ano.
Antônio – Estou parecendo um velho carente.
Rodrigo – Seu bobo, ninguém vai ter abandonar.
Antônio – Eu sei, por um momento me deu uma agonia.
Rodrigo segurou a mão do seu amor enquanto assistiam os filhos brincando com a neta.
Os dois ficaram o tempo todo de mãos dadas, enquanto conversavam e tomavam um vinho.
Rodrigo – Nossa, olha essa música, faz tempo que não ouvia.
Rodrigo - Vamos dançar?
Antônio deu um sorriso e levantou-se. Os dois se aproximaram e tocaram seus corpos, colando seus rostos um no outro.
https://www.youtube.com/watch?v=M0p4VqQ_PMs
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Ana Paula – Ai que mico, eles estão dançando. Quem dança assim hoje em dia?
Arthur – Eles estão felizes.
Rafael – Deixa os coroas se divertirem.
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Antônio e Rodrigo caíram na risada.
Antônio – Melhor não olhar agora, mas acho que tem gente dando risada.
Rodrigo – Não estou nem ai.
Antônio – Nem eu.
Rodrigo – Na pressa de preparar sua surpresa até esqueci seu presente.
Rodrigo – O que você quer ganhar?
Antônio sorriu, fazendo um ar de feliz e em seguida acariciou a barba de Rodrigo.
Antônio – O que eu quero ganhar?
Antônio – Eu já tenho tudo Rodrigo.
Antônio – Não estou me fazendo de limitado, mas posso dizer que tenho bem mais do que um dia eu sonhei em ter.
Antônio – Viver ao seu lado todo esses anos, acordar junto todos os dias, cuidar da nossa casa, dos nossos filhos.
Antônio – Você me ensinou muita coisa, fez eu conhecer muita coisa, me deu força pra conquistar meus sonhos.
Rodrigo beijou a mão de Antônio.
Rodrigo – O aniversário é seu mas eu que estou ganhando o presente com uma declaração dessas.
Rodrigo – Nossa vida não é um mar de rosas mas ai que está a delícia de tudo, enfrentar os obstáculos ao seu lado.
Antônio – Pois é, e não foi mesmo um mar de rosas.
Antônio – Mas respondendo sua pergunta sobre o que eu quero ganhar...
Antônio – Eu já ganhei.
Antônio – Um amor, um irmão e um amigo.
Antônio – Tenho tudo isso em você.
Rodrigo – Então eu também ganhei.
Rodrigo – Antônio, eu sou o cara mais feliz do mundo.
Rodrigo – Eu te amo Antônio!
Antônio – Eu também te amo Rodrigo!
Os dois se beijaram e em seguida se abraçaram, um repousando a cabeça no ombro do outro enquanto contemplavam o pôr do sol.
FIM!!!