A detetive assistiu ao vídeo gravado pelas câmeras internas do consultório da doutora Isadora pela terceira vez. As imagens mostravam a médica psiquiatra atingindo o corpo do paciente Lázaro várias vezes com a caneta metálica que usava para anotações. Finalmente, falou:
- Sinto muito, mas não estou entendendo o que você quer me dizer. Pelo que vi, ela te atacou e te feriu feio. Por que quer inocentá-la?
- Olhe bem as imagens dela fazendo anotações do que falo e compare com as do ataque. - Sugeriu Lázaro, ainda recebendo sangue nas veias e tendo uma paramédica lhe fazendo curativos.
- Sim, já fiz isso várias vezes. Diga-me o que quer que eu perceba.
- Escrevendo, a doutora é destra. Mas me atacou usando a mão canhota. Isso não te diz nada?
- Que ela é ambidestra?
- Não, não. O Raul, meu inimigo, é canhoto. Foi ele quem me atacou.
- Já te disse que ele está no presídio.
- Disse, sim. Mas eu o vi aqui. Ele também é paciente da doutora Isadora. Ela iria atende-lo, depois de mim. Mas insistiram que ele deveria ter a sessão primeiro que eu, para dar tempo de se encontrar contigo no presídio, linda. Pode confirmar isso com os agentes penitenciários que levaram a pobre médica presa. Ela não tem culpa. Foi abduzida por ele. Só não consigo entender como ele conseguiu o mesmo poder que eu.
- Isso é o que vamos descobrir - disse a detetive, pegando seu celular. Em seguida, ligou para o presídio remarcando a entrevista para o dia seguinte.
- E agora? - Quis saber o escrivão.
- Agora você vai pra casa e cuida de sarar. Não sei como não morreu.
- Eu morri. Só que estou conseguindo ressuscitar em menos tempo que antes.
- Eu não consigo entender bem esse teu dom. Mas não é à toa que teus pais te denominaram de Lázaro, aquele que voltou dos mortos.
- Não vai mesmo cuidar do enterro do teu marido?
- Não. Mas vou ao enterro da minha cunhada. Fiz questão de enterrá-la em um cemitério grã fino para não ter que estar perto daquele crápula quando for visita-la. Estou indo para o seu velório. Depois, vou pra tua casa, pode ser?
- Claro, linda. Estarei te esperando.
- Durmo por lá e amanhã cedo vou ao presídio. Mas confesso que não sei como provar que foi teu inimigo a te furar o couro. Ninguém acreditaria nessa coisa de abdução.
- Lá em casa, pensaremos em algo. Ele está cada vez mais perigoso. Continuará matando. Teremos de encontrar uma forma de para-lo. Nem que seja matando. - Disse Lázaro, muito sério. Ela ficou calada.
Depois de liberado, após receber duas bolsas de sangue na veia, o jovem foi para casa. Mas não seguiu as recomendações médicas de repouso. Assim que chegou ao seu apê, ligou o computador e ficou dando uma olhada nos arquivos digitais da delegacia. Voltou uns anos no tempo, desde a primeira notícia da prisão do assassino da namorada. Em outras reportagens, o jovem Lázaro aparecia em fotos e em matérias impressas, dando entrevistas sobre o seu dom inédito de solucionar crimes. Ele tinha sido responsável direto pela prisão do ex-amigo. Mas ainda estava abatido pela perda de sangue e adormeceu frente ao computador.
Despertou ouvindo o chamado de alguém perto de si. Abriu os olhos e viu a ruiva Aline ao seu lado. Ele perguntou:
- Onde você esteve esse tempo todo?
- No lugar que chamo de limbo. Vim me despedir de você. Perdi o direito de estar contigo. Mas agora você já sabe quem foi o meu assassino e quem matou a minha irmã: o mesmo que matou o marido da detetive e a cunhada dela.
- Antes de ir, me diga como devo fazer para punir o meu inimigo.
- Pretende mata-lo?
- Se for preciso, sim. Ele é mau. Não pode continuar matando e ficando impune.
- Tem que afastá-lo do corpo dele. E não pode haver ninguém por perto para que ele possa abduzir. Mas não se preocupe, você vai saber detê-lo. Agora, preciso ir. Estou perdendo minhas forças.
- Não iremos transar desta vez?
- Eu queria. Mas não tenho mais esse direito - disse ela, se desmaterializando. Lázaro ainda sentiu os lábios dela tocarem o seu. Aí, bateram na porta do seu apê. Ele foi atender. Espantou-se com a visita.
- Como me achou?
A psiquiatra Isadora abraçou-se com ele. Estava chorando.
- Você está vivo! Obrigada, meu Deus. Não sei como pude fazer aquilo.
- Não foi você. Teu corpo foi tomando pelo detento.
- Não me diga que...
- Digo, sim. Raul tem os mesmos poderes que eu. Talvez seja mais forte. Mas não me pergunte como.
- Ele me contou que, assim que foi preso por matar a namorada, tentou o suicídio. Mas conseguiu voltar da morte horas depois. Claro que eu não acreditei nessa história. No entanto, a detetive Bianca me mostrou o vídeo. Eu não sou canhota, mas o detento Raul é, sim. Você também morreu?
- Sim, mas ressuscitei logo.
- Quantas vezes você consegue morrer e reviver?
- Não sei. Espero que muitas. Mas, como te disse, é muito dolorido.
- Coitado. Eu imagino.
- Como chegou até mim?
- Eu vim com Bianca. Ela me soltou da prisão. Está esperando no carro.
- Por que não subiu contigo?
- É que... eu... queria te agradecer. Disse isso a ela. Ela disse que se eu não voltasse ao carro em meia hora, ela iria embora.
- Ah, não precisava me agradecer. Volte lá, pra não perder a carona.
- Achei que você iria querer...
- Querer o quê?
Ela esteve um tempinho indecisa, depois deu-lhe um selinho na boca. Falou:
- Nada não. Deixa pra lá. Vou mesmo descer. Muito obrigada por não ter dado queixa de mim. Te espero para nova consulta?
- Oh, claro. Na próxima semana estarei lá - disse ele, levando o dedo a tocar os lábios onde ela beijou.
A médica saiu apressada. Parecia envergonhada. Lázaro ficou na dúvida se ela o tinha beijado em agradecimento ou se tinha intenção nele. A doutora Isadora era uma coroa bonita, mas ele nunca a tinha visto como mulher. Sabia que ela era casada e amiga da detetive, inclusive levava o marido quando ia visitar a policial e seu esposo. E nunca demonstrara interesse nele. Ele sacudiu a cabeça para espantar os maus pensamentos e ia se deitar, quando bateram novamente na porta. Dessa vez era a detetive Bianca.
- Está melhor?
- Sim. As feridas estão doendo menos.
- Achei que iria transar com Isadora. Mas ela voltou pro carro chorando. O que houve?
- Não sei ainda. Ela estava estranha...
- Não te cantou pra trepar?
- Por que está me perguntando isso?
- Aquela puta trepava com meu marido. Dentro da minha própria casa. Ela pensa que não sei. Certa vez flagrei os dois nus na minha cama. Mas confesso que não tive coragem de enfrenta-los. Eu me escondi. No entanto, nunca mais tive coragem de foder com ele. O puto morreu sem saber por que eu o evitava.
- Sinto muito, linda. Você vai leva-la em casa?
- Não. Dei-lhe a chave do meu carro. Ela vai sozinha. Vou ficar contigo, posso?
- Claro. Aproveitamos pra conversar sobre Raul. De como podemos pega-lo.
- Certo. Mas essa conversa fica pra depois. Agora, quero mesmo é trepar com você. Acha que me aguenta?
- Se doer, eu grito.
- Pois então vou querer essa jeba todinha no meu rabo. Se doer, eu grito.
Ela gritou. Mesmo assim, não desistiu de receber todo o caralho dele no cuzinho. Ali mesmo, na sala. Bianca segurou no espelho da cadeira da sala e ficou de costas para ele, depois de tirar toda a roupa. Lázaro começou a beijando na nuca até a regada da bunda, mas teve que parar. O ferimento passou a doer. Disse isso a ela. Bianca, no entanto, não queria saber de preliminares. Pegou seu pau com uma das mãos e se enfiou nele. O jovem lhe enterrou a pica, depois de saliva-la. Nem bem começou os movimentos de cópula, tremeu das pernas. Estava fraco por conta da perda de sangue. A detetive o puxou em direção à cama. Fê-lo se deitar nela. Depois, subiu sobre ele e se acocorou no seu pau. Nem lambuzou o ânus com saliva. Fez com que o bicho entrasse inteiro no seu furico. Ele gemeu de prazer. Ela, também. Quando ela começou a cavalga-lo, ele não demorou muito a gozar dentro do seu cuzinho.
FIM DA NONA PARTE