Eu não fui a nenhuma festa. Eu fiquei em casa naquele sabado. Mas eu fui a festa.
Eu admito que comprei alguma lingerie que pode ser chamada de vagabunda. Mas eu nao sou uma vagabunda, e eu nunca tive coragem de vestir aquela lingerie. Eu deixo ela bem guardada, no fundo do armário.
Quando eu penso em quando eles me viram, eu penso no supermercado. Eles eram jovens, felizes. Eles eram amigos. Eles eram crueis.
Voce nunca pensa que uma mulher está olhando para o seu decote, mas algumas estao. Eu nao percebi ela e só sorri de volta. Eu achei ela estranha, eu achei ela infantil. Ela deve ter me achado frágil e ao mesmo tempo deliciosa.
Eu me lembro dos gritos, do barulho. Eram duas da manhã e eu tinha ouvido tiros e gritos e portas quebrando.
Eles arrombaram a minha porta e me pegaram de jeito. Destruiram as minhas roupas até eu ficar nua.
Ela, aquela menina do mercado, foi a primeira a me beijar na boca. Eu nunca tinha beijado uma menina. Em um minuto eu havia beijado seis.
Seus namorados não me beijaram na boca, mas eles a beijavam depois de elas tocarem os meus lábios. E eles me davam socos. E seus paus duros entravam na minha buceta. EU tentei resistir mas logo eu era uma massa de carne chorando no chão.
Percebendo minha rendição, a garota do mercado me amarrou pelos pés e pelas mãos. Logo foi virada para aqui e para lá, recebendo cuspidas e insultos e tapas.
Cada um deles gozou na minha buceta, se vestiu e foi se sentar com sua namoradinha para me ver sofrer.
Quando o último deles terminou, eu percebi que não vi a loira ou o namorado dela.
Foi então que uma cadeira foi puxada para que uma camera portátil me filmasse.
Eu não vi o strap-on, mas eu senti. No meu cu.
Eu nao sabia quanto isso ia durar. Eu nao me lembro quanto tempo durou. Eu só me lembro quando terminou.
Ela gritou para alguém que eu nao estava vendo "goza docinho, goza a minha boquinha!"
Eles começaram a se arrumar para sair. Eu só fechei os olhos e me deitei na posição fetal.
Quando achei que os últimos pés tinham saído, ela falou "Hey, abre os olhos garota!"
Eu abri de medo. Eu podia ver ela e o namorado dela. Ele era bem, bem mais novo que os outros. Novo demais...
"Acha que está gravida?" ela perguntou.
"Talvez" eu respondi.
Ela apertou um botão que desligou a luz vermelha. O filme macabro dela tinha acabado.
Eu vi ela beijar o namoradinho dela e dizer "Não se preocupe, o segundo vai ser teu".
Antes de sair, gritou "te vejo no chá de bebe".
A policia veio, claro. Eu dei os melhores retratos-falados que eu podia.
Mas nao o dela. Ela ainda frequenta meus sonhos. E pesadelos. É ela que não consigo esquecer.
Estou grávida de sete meses. Eu sinto que ela vai voltar. E desssa vez, eu vou abrir a porta...
