A Vida que Não Escolhi - 05: "ESTAMOS LASCADOS"

Um conto erótico de Escrevo Amor
Categoria: Homossexual
Contém 1844 palavras
Data: 30/01/2019 03:39:08

DEMOROU MAIS CHEGOU. ESPERO QUE GOSTEM DO CAPÍTULO DE HOJE:

Agora mais uma pessoa sabia o segredo de Jonathan e Samuel. Naquela manhã, os três decidiram voltar ao Parque dos Sonhos, o objetivo era achar as pistas desse mistério. Eles ficaram perplexos quando encontraram o lugar completamente vazio. Apenas algumas pessoas trabalhavam para retirar a estrutura do parque.

- Não é impossível. Ele.. ele... estava aqui! – exclamou Lana olhando para todos os lados.

- Cara, como assim? – questionou Samuel coçando a cabeça.

- E, agora? Onde está o parque? – perguntou Jonathan.

Sim, o Parque dos Sonhos não estava mais no bairro. As barracas e brinquedos foram retirados. Lana perguntou para um senhor, que confirmou a suspeita deles, os empresários decidiram tirar de circulação as atrações, após o acidente com Samuel e Jonathan. Sem ter muito o que fazer, o trio seguiu para uma lanchonete, eles começaram a arquitetar formas de fazer a troca de corpos.

- E se vocês trombassem? Tipo, corressem e boom. – diz Lana fazendo um efeito de explosão.

- Perigoso. – comentou Samuel.

- E se vocês pegassem choque juntos? – ela sugeriu.

- E correr risco de queimar o meu rostinho, lindo? – perguntou Jonathan. – Não, definitivamente não.

- Que droga. Segunda-feira, vocês já voltam para a escola. As coisas podem complicar ainda mais. – garante Lana tomando um milk-shake.

- Ela tem razão, Jonathan. A gente precisa ter cuidado. A minha vida acadêmica precisa ser perfeita, eu sou bolsista.

- Sério? Eu não sabia. – revelou Jonathan. – Mas não se preocupa, eu não sou burro, ok?

- Pensei que fosse. – cochichou Lana rindo.

- Lana, eu nunca pensei que fosse dizer isso, mas... o... obrigado. Você está sendo uma boa colega. – disse Jonathan.

- Faço isso pelo Samuel, você sempre foi um babaca conosco, e sem motivos.

- Eu sei, o karma da minha vida.

Oliver e seu primo, Hércules, seguiram para mais uma casa de swing, eles queriam diversão rápida. O encontro com Yago, na última noite, não fez bem para Oliver, por esse motivo, ele convidou o primo/amante para sair. Quando o jovem dobrou em um cruzamento, ele viu Jonathan, no corpo de Samuel, entrando no metrô. Do nada, Oliver, freia o carro e pede para Hércules assumir a direção.

- Já volto. – avisou Oliver saindo em direção a entrada do metrô.

- Seu louco! – gritou Hércules assumindo o lugar do motorista. – Cada uma velho.

Mesmo nas férias escolares, o metrô de São Paulo continuava um caos, Oliver, percebeu isso da pior maneira, ele foi praticamente engolido por uma multidão que tentava entrar na estação. Alheia a perseguição. Jonathan, continuava sua jornada para a casa de Samuel, ele entrou no vagão e não percebeu que Oliver o observava da porta. Com o volume do MP3 nas alturas, Jonathan, escuta o áudio de um dos ensaios que fez antes de trocar de corpo com o colega.

- Ei! – gritou Oliver tentando chamar a atenção de Jonathan. – Ele está ouvindo música. Será que eu entro?

- Com licença, jovem. – disse uma senhora empurrando Oliver e entrando no vagão antes das portas se fecharem.

- Droga. Quem é você, ursão lindo, quem? – perguntou Oliver.

O final de semana passou rápido, a dupla não estava preparada para enfrentar a escola. Por dentro, Jonathan ainda se sentia envergonhado, ele não queria aparecer no corpo de Samuel. Ele tentou várias combinações da farda para esconder as gordurinhas, mas nada adiantava. Já Samuel ficou preocupado com sua bolsa de estudos, afinal, a mãe não poderia bancar uma mensalidade integral na escola.

Lorena só faltou pular em cima de Samuel, pensando abraçar o verdadeiro Jonathan, ah, se ela soubesse. Lana riu bastante da situação, ela até registrou o momento. Jonathan mal entrou na sala e recebeu o primeiro bullying de sua vida, Rodrigo e Hebert, dois projetos de marginais, fizeram o famoso ‘cuecão’. Todos da sala riram, e Jonathan ficou revoltado, ele partiu para cima dos dois alunos, só que Samuel, o impediu. A professora Selma entrou na sala e pediu para os alunos ficarem em silêncio.

Jonathan ficou visivelmente chateado com a situação, Samuel tentou apaziguar tudo, pois, o temperamento do colega era explosivo. A aula ocorreu dentro da normalidade, a professora passou um exercício em dupla, então, Samuel e Jonathan, teriam mais uma ligação para colocar em dia. No intervalo, Lana e Samuel, foram lanchar, enquanto, Jonathan preferiu ficar isolado no banheiro.

- É estranho, sabe, eu sei que estou falando com você, mas ter que ficar olhando para o Jonathan é demais. – reclamou Lana.

- Eu que o diga amiga. Nunca pensei que fosse dizer isso, mas estou com saudades do meu corpinho. – revelou Samuel.

- Oi? – perguntou um rapaz assustando Lana e Samuel.

- Olá. – responderam os dois em perfeita harmonia.

- Você é a Alana, né? – ele questionou olhando para Lana e sorrindo.

- Sim, e você é?

- Não sei se lembra de mim, me chamo Daniel. Fizemos um curso de verão juntos.

- Ah, Daniel. Nossa, você está diferente, né? – perguntou Lana.

- Sim, a academia fez esse milagre. – soltou Daniel rindo.

- Bem, crianças. Eu odeio atrapalhar essas conversas animadas, preciso ir atrás de mim, com licença. – pediu Samuel.

Samuel não deu nem três passos e Lorena praticamente o arrastou para o refeitório, como ele havia prometido manter as amizades de Jonathan, o jovem seguiu a abelha rainha. Lorena podia ser uma vadia quando queria, mas sabia desenvolver um papo interessante. Samuel até esqueceu com quem estava conversando. Jonathan passou pelo lado deles, e Lorena, para provocar, começou a soltar seu veneno.

- Ei, Lorena, não é legal. Para.

- Qual é, o Samuorca merece. – ela rebateu.

- Não, ele não merece. Eu pude conhecer mais do Samuel. E, ele é um cara super do bem, estou tentando compensar a cagada que fiz. Séria legal se você cooperasse. – falou Samuel.

- Tudo bem, docinho. Só por que você está pedindo.

Lana e Daniel passaram todo o intervalo relembrando os velhos tempos. Na verdade, o rapaz tinha ficado na friendzone, mas esse não era mais o caso. Agora, ele chamava a atenção de todos, e Lana, claro, se arrependeu de ter deixado aquele partido escapar.

- Soube que o professor te chamou para a equipe de corrida?

- Sim, mas ainda estou pensando. – respondeu Lana.

- Puxa. Vem correr conosco, em breve, vai ter a competição regional.

- Claro. Vou ver e te aviso. – falou Lana.

Sorrateiramente, Jonathan, saiu do banheiro. Sua barriga roncava, mas ele decidiu cortar os lanches, dessa forma, o jovem achava estar fazendo bem para o corpo de Samuel. Ao sentar na cadeira, três tachinhas furaram suas nádegas, em um único pulo, Jonathan chamou a atenção de todos que riram, lógico. Samuel chegou na sala e viu o amigo sendo chacota dos outros. Em um movimento brusco, ele resgatou o colega e o levou para o banheiro mais uma vez.

- Esse bando de filho da... – reclamou Jonathan encostado de bruços na pia, enquanto Samuel tirava as tachinhas.

- Ei, olha a boca. – repreendeu Samuel tirando uma tachinha do bumbum de Samuel.

- Não sei como você aguenta? – questionou Jonathan.

- Você que iniciou a brincadeira das tachinhas, lembra?

- Brincadeira? Isso não é uma brincadeira. É tortura. – ele respondeu.

- Bem-vindo ao meu mundo, Jonathan.

- Nossa. Acho que faço tudo de errado, né? Foi mal, Samuel, de verdade. – lamentou Jonathan.

Cada vez mais, Jonathan percebia seus erros, como dizem, é preciso estar na pele do outro para saber o que se passa de verdade. Na saída, Samuel falou que preferia ir para sua casa, Jonathan, concordou. Para visualizar melhor o plano de troca dos corpos, Samuel, teve a ideia de passar no Centro para comprar alguns materiais. No caminho, eles encontraram com Nando, que comprava alguns materiais para um novo evento de cosplay.

- Olha só, a dupla dinâmica ganhou um novo integrante? – perguntou Nando.

- Garoto se toca. E vaza. – mandou Lana.

- Precisa colocar a tua amiga na coleira, Samuel.

- O que você disse? – perguntou Jonathan segurando Nando pela camisa. – Repete, se quiser que eu quebre os teus dentes, repete.

- Ei, para. – pediu Samuel. – Não vale a pena.

- Por mim pode quebrar. Eu ainda ajudo. – falou Lana puxando a orelha de Nando.

- Dois contra um não vale. – soltou Nando se debatendo.

- Se você jogar qualquer piadinha para mim ou a Lana, eu juro que te arrebento. Esqueço que um dia te namorei. – ameaçou Jonathan, no corpo de Samuel.

- Eita, Giovanna. – comentou Lana.

- Para, por favor, não briga. – pediu mais uma vez Samuel pegando no ombro de Jonathan.

- Só por que você quer. – garantiu Jonathan soltando Nando.

- Eu posso continuar apertando a orelha dele a tarde toda. – disse Lana.

- Deixa amiga. – interveio Samuel..

- Tá bom. – deixando Nando ir.

Quando chegaram na casa de Samuel, Jonathan e Lana, seguiram para o quarto dele. Eles começariam a trabalhar em um mural para reunir pistas sobre as mudanças de corpos. Samuel ficou na cozinha preparando um lanche para eles. Isabella chegou e encontrou o jovem em sua cozinha. Sem graça, ele inventou uma desculpa qualquer. Para piorar a situação, Antonella trouxe as crianças da escola.

- Esse menino está pagando aluguel? – brincou Antonella.

- Você vai morar aqui? – questionou Silvio.

- Não, eu e o Samuel, estamos fazendo um trabalho de escola. Inclusive, ele e a Lana estão no quarto. Eu me ofereci para preparar um lanche, claro, se não tiver problema.

- Relaxa, garoto. Você é amigo do me filhinho, não é? Então, é bem-vindo na minha casa. – falou Isabella. – Agora, a gente precisa ir. Vamos receber de um cliente bem importante.

- Por favor, que aquele gato nos pague. – pediu Antonella olhando para o céu e juntando as mãos.

- E vocês dois. – disse Isabella olhando para os gêmeos. – Dever de casa e banho, por favor. – saindo com Antonella.

- Legal, a sua mãe. Ela lembra bastante a minha – soltou Jonathan.

- Que susto, garoto. Não faz isso. – Samuel reage meio afeminado e faz Jonathan sorrir.

- Nunca percebi que eu era tão engraçado. – comentou Jonathan.

- Por que você não era. Eu que faço você ser legal, engraçado, inteligente... posso continuar. – ressaltou Samuel.

- Bobo. O que vou lanchar hoje?

A noite caiu e Samuel voltou para a casa de Jonathan. Lana como morava perto ficou para ajudar o colega com as crianças, afinal, o forte de Jonathan definitivamente não era o de Super Nanny. Após terminar de ler para os pequenos, Jonathan seguiu para a sala, ele e Lana, assistiram mais alguns capítulos de dorama. Em seguida, a moça se despediu e Jonathan se viu lavando louça, ele riu sozinho, pois, o Jonathan da semana passada nunca faria isso. No banho, o jovem ficou se olhando, ainda com nojo de Samuel, por isso, ele decidiu triplicar a dieta, não comeria nada, e começaria a fazer atividades físicas.

Já Samuel, ficava com ereção toda vez que olhava o corpo de Jonathan. Mas nem pensava em violar o corpo do colega, para sossegar, Samuel assistia a vídeos tristes na internet. À noite, o jovem teve um pesadelo, novamente com o acidente, mas dessa vez, a velha estava lá. Ela apontava para o corpo de Samuel que parecia flutuar. Num súbito movimento, a mulher se aproxima e empurra Samuel. Ele acordou com a sensação de estar caindo.

- Quem é essa mulher? – se questiona Samuel. – O que ela quer dizer? Será que o Jonathan corre perigo?

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