UM EPISÓDIO MAIS CEDO, PREFERI COLOCAR AGORA DO QUE NÃO POSTAR NADA, NÉ? ESPERO QUE VOCÊS ESTEJAM GOSTANDO. SE PUDER CURTIR, VOTAR E COMENTAR, EU AGRADECERIA MUITO. VAMOS PARA O CAPÍTULO DE HOJE:
Quem não gosta de uma praia, hein? Naquela tarde de sexta-feira, Samuel e Jonathan, começaram a se arrumar para um fim de semana em Ilha Bela, cidade litorânea de São Paulo. Wal e Antonella ficariam responsáveis por levar a turma, então, prepararam uma programação especial. A madrasta de Jonathan, ainda não tinha conseguido digerir a troca de corpos, por isso, resolveu não tocar no assunto com Samuel.
- Vamos lá, pirralhos! – gritou Antonella. – Samuel, Jonathan, Lana, Daniel, Henrique, Kleiton e Lorena. – dando a lista para Wal. – Nós duas somos linha dura.
- Eu posso imaginar. – soltou Henrique fazendo os outros rirem.
- Xiu, eu não sou mãe, não tenho filhos, por esse motivo, se algum de vocês morrerem, eu não vou me importar. Nada de álcool, aventurinhas idiotas ou sexo. – falou Antonella batendo na cabeça de Henrique com uma bola de praia.
- O que ela está tentando dizer é, por favor, tenham cuidado. Não falem com estranhos, nem aceitem bebidas. – continuou Wal. – A gente prometeu a mãe de todos que agiríamos com responsabilidade.
- Pode deixar capitãs, a gente promete se comportar, né? – perguntou Samuel em tom irônico, olhando para os amigos que concordam.
- Por mim, a gente podia ficar em São Paulo. – pensou Jonathan colocando seus óculos escuros.
Jonathan estava amargurado, ele e Samuel, mal conversaram depois da apresentação na festa de Gláucio. O jovem se esforçou para tentar entender os motivos do amigo, mas era em vão. O pai dele emprestou uma das vans da empresa para que o grupo viajasse em segurança. Essa seria a primeira vez que Samuel sairia de São Paulo, devido a situação financeira da família, Isabella, nunca teve viagens como prioridade.
Lana e Daniel estavam alegres para passar um tempo longe da escola. Eles se viram algumas vezes, mas nada como a brisa do mar para embalar um romance. Kleiton comprou camisinhas de várias cores e sabores, Lorena, também havia se preparado para ter um fim de semana romântico ao lado do namorado. Henrique prometeu a Antonella que seria discreto quanto ao relacionamento deles, a tia de Samuel curtia a situação, porém, o medo falava mais alto.
Seriam mais de três horas na estrada, Jonathan, ficou responsável por fazer a playlist da viagem, só que as músicas que escolheu pareciam feitas para um funeral. Lana, então, conectou o celular no sistema de som da van e animou o grupo. Samuel adormeceu e sua cabeça ficou encostada no ombro de Jonathan, que ficou nervoso, ele imaginou o comentário dos amigos, mas ninguém se importou na verdade.
Jonathan conseguia sentir o perfume doce de Samuel, ele aproveitou para fazer carinho na mão do amigo. Naquele momento, o tempo parou para o jovem, Jonathan, desejou com toda força que Samuel continuasse dormindo. Lana percebeu a cena e ficou calada, ela até distraiu Daniel, que quase viu. A viagem continuou sem grandes problemas, Wal e Antonella, decidiram parar em um restaurante, pois, ninguém havia almoçado ainda.
- Vamos, guris. Uma hora para almoçar! – gritou Antonella.
- Eu sei como vou usar a minha hora. – disse Henrique puxando Antonella para uma parte mais reservada.
- Esses dois não tem vergonha na cara mesmo, né? – comentou Jonathan.
- Deixa eles. A titia merece ser feliz. – falou Samuel. – Agora me conta, o que vai querer almoçar? – olhando no cardápio.
- Estou sem fome.
- Filhinho, você precisa comer alguma coisa. – disse Wal chamando a atenção de todos. – Considero todos vocês meus filhos.
Henrique e Antonella voltaram para a van, eles aproveitaram os minutos que tinham da melhor maneira possível, se amando. A dupla não percebeu quando Oliver parou a moto perto da Van, o jovem viu uma postagem de Lana, dizendo que o grupo viajaria para Ilha Bela e decidiu seguir para lá. Oliver deu a volta com a moto, estacionou do outro lado da rua e esperou o grupo voltar. No fundo, ele estava arrependido do jeito que tratou Jonathan, e queria compensar o amigo de alguma forma.
O grupo seguiu viagem até a travessia para Ilha Bela, muitos carros já aguardavam a bolsa, então, eles desceram para visitar o Porto, o lugar era lindo, de longe, Ilha Bela mostrava toda sua beleza, o mar azul e bem calmo, dava indícios de uma viagem tranquila. Demorou um pouco para a van embarcar, e os jovens começaram uma sessão fotográfica com a intenção de afastar o tédio.
Oliver acompanhava tudo de uma distância segura, aquele ainda não era o momento ideal para aparecer. Aos poucos, os carros foram entrando na grande balsa, depois que Antonella estacionou, eles seguiram para a área de passageiros. Foram 20 minutos de viagem até Ilha Bela, mas ninguém reparou, já que a paisagem chamou a atenção de todos.
- Lindo, né? – perguntou Samuel ficando ao lado de Jonathan.
- Sim, mas já vi mares mais azuis. – comentou o jovem.
- Você vai me tratar assim até quando?
- Estou te tratando normal. – garantiu Jonathan, ficando nervoso e não fazendo contato visual com Samuel.
- Eu não escolhi tudo isso, tá. Eu não sabia que você ia se apaixonar por mim.
- Eu também não esperava, mas aconteceu, como dizem, não se pode mandar no coração. – falou Jonathan se afastando.
- Nossa gente, nunca vi mais dramático. – comentou Samuel olhando para o mar.
Wal reservou um hotel localizado em uma das principais praias de Ilha Bela. Na recepção, Wal e Antonella, começaram a separação de quartos, a madrasta de Jonathan foi esperta e juntou os dois no mesmo quarto, Henrique, Daniel e Kleiton, em outra, e para o desespero de Lana, Lorena seria a sua colega de quarto.
- Meninos e meninas. – chamou Wal muito animada. – Eu já preparei toda uma programação especial, então, vão deixar as coisas de vocês, e nos encontrem aqui em 15 minutos. Vamos para a praia.
- Ótimo. – resmungou Jonathan subindo as escadas.
- Ele está bem? – perguntou Lana para Samuel.
- Amiga, nem te conto. Mas não pode ser agora. – respondeu Samuel olhando para os amigos.
- Entendi.
- Laninha, precisamos deixar nossas malas no quarto. E preciso de ajuda com o protetor solar. – disse Lorena subindo as escadas de forma sedutora.
- Eu juro que... – soltou Lana.
Nem o clima tropical conseguiu mudar a tristeza de Jonathan. Wal levou os jovens para o primeiro roteiro do dia, a Praia da Feiticeira. A água do parecia sair de um filme, azul e cristalina, não demorou muito para todos correram e se jogaram mar, quer dizer, menos Jonathan, que ficou debaixo de um guarda sol. Lana pediu para Daniel pegar uns sucos na lanchonete, uma desculpa, para conversar com Samuel em paz.
- Amiga, ele tá apaixonado por mim. – confessou Samuel.
- Pera aí, ele se apaixonou por ele? – perguntou Lana confusa.
- Como assim mulher?
- Tipo, você está no corpo dele, então, ele se apaixonou por si mesmo. – falou Lana ainda mais confusa.
- Lana, o Jonathan foi se apaixonando aos poucos, primeiro pelas minhas ações, depois fisicamente. Só que eu não sei quais são os meus sentimentos por ele, entende? – tentou explicar Samuel.
- Isso é mais confuso que a troca dos corpos. – comentou Lana.
- Eu que o diga, não sei o que fazer.
Oliver chegou a praia e viu Jonathan sozinho, afastado de todos os seus amigos. Aquele foi o momento de atacar, o jovem se aproximou, e tentou ser delicado, mas não funcionou, Jonathan, ficou assustado a vê-lo. Oliver pediu desculpas, confessou que seguiu o amigo até Ilha Bela. Com medo da reação de Samuel, Jonathan, levou Oliver para uma parte mais afastada.
- Eu nem sei por onde começar, Samuel. Quer dizer, eu sei, mas é complicado. – desabafou Oliver enquanto tomava suco.
- Bem, acho que pelo começo, né?
- Eu tenho um problema, um transtorno na verdade, cara, que vergonha. Eu sofro de compulsão sexual. – revelou Oliver ficando vermelho.
- Nossa, nunca imaginei. – garantiu Jonathan.
- É algo que tenho vergonha, porém, estou tratando. Faço terapia sexual e tomo antidepressivos, o que você viu naquele dia, Samuel, aquele não era eu.
- Nossa, Oliver, eu nem sei o que dizer.
- O que está acontecendo aqui? – perguntou Samuel.
- Jonathan? – falou Oliver ficando em pé.
- Samuel, vamos. – pediu Samuel para Jonathan.
- Eu vou ficar com o Oliver. – respondeu Jonathan. – Depois eu alcanço vocês no hotel.
- Samuel, eu disse para a gente ir. – disse Samuel aumentando o tom e ficando vermelho.
- Jonathan, eu sou grandinho, sei me virar. – ressaltou Jonathan. – Eu vou para o hotel daqui a pouco. Pode ir.
Samuel ficou vermelho de raiva, mas acabou indo embora, ele explicou para Wal que Jonathan havia encontrado um amigo e que voltaria mais tarde. À noite, o clima quente de ilha atiçou algumas pessoas, como Henrique e Antonella, que não deram trégua, a casal alugou um quarto extra para aproveitar a estadia em Ilha Bela. Quem aproveitou a ausência do amigo foi Kleiton, que resolveu fazer um jantar romântico para Lorena. Daniel levou Lana para a praia que ficava próxima ao hotel, eles também queriam um momento a sós.
Samuel se arrumou e não encontrou ninguém, nem mesmo Wal que capotou no seu quarto, após tomar remédio para dormir. Aborrecido pelo comportamento de Jonathan, Samuel, seguiu para a praia, por sorte não flagrou, Lana e Daniel, se agarrando. Ele sentou na areia, ficou curtindo o vento forte que soprava, só que um barulho estranho chamou a atenção do jovem.
Com medo, Samuel, ligou a lanterna do celular e foi guiado pelo som que ficava ainda mais próximo a cada passo. Ele quase gritou quando viu uma Orca encalhada na praia, apavorado, Samuel se aproximou do animal que emitia um barulho alto. Depois de algum tempo, o jovem tocou no animal.
- Você deve ser apenas um filhote, né? – perguntou Samuel. – Eu não sei o que fazer. Eu não sei.
A baleia reage ao carinho feito por Samuel. Como um foguete, ele corre de volta para o hotel e avisa ao gerente sobre o animal encalhado. Na entrada, Samuel, encontra Jonathan e Oliver, e precisa explicar toda a história da baleia. Os três seguem com baldes e toalhas para a praia. A ideia de Samuel é resfriar e hidratar o animal até os órgãos competentes chegarem para o resgate.
- Que amigo grande, hein, Jonathan. – afirmou Jonathan olhando para Samuel.
- Sim, enquanto as pessoas se divertem, faço novos amizades. – respondeu o jovem pegando água do mar em um balde e jogando na baleia.
- Isso deve ter uns seis metros. – comentou Oliver ajudando com os panos úmidos.
O gerente do hotel correu até Samuel e explicou que as autoridades iam demorar, pois, um barco havia virado e várias pessoas desaparecidas. Samuel olhou para a Orca e sabia que o animal não viveria muito tempo encalhada naquele ponto. Algo mudou dentro dele, um Samuel que Jonathan conhecia bem e adorava, o “Samuel Mandão”.
- Jonathan, vai atrás de toda a nossa galera, e Oliver, preciso de cordas. – pediu dos amigos.
- Sim, capitão. – disse Jonathan indo em direção ao hotel.
- Pode deixar. – falou seguindo Jonathan.
- Moço, o hotel possui um jet-ski ou barco? – perguntou para o gerente do hotel.
- Sim. Espere aqui. – o homem pediu.
- Claro, vou sim. – ele respondeu com sarcasmo. – Ei, grandona, posso te chamar de Izinha? Acho um nome adequado para uma orca. A gente vai conseguir, viu. – jogando mais água na baleia.
Jonathan bateu na porta do quarto de todos os seus amigos, ele conseguiu acordar até mesmo a Wal. Oliver conseguiu cordas e resolveu levar sua moto para a praia, afinal, ela poderia ser útil para alguma coisa. Lana e Daniel perceberam uma agitação em seu ninho de amor, a dupla quase foi flagrada, mas foram ágeis. Cada um pegou um balde ou pano e começou a molhar a pequena orca.
- Gente, precisamos de mais baldes. – afirmou Wal com nojo de jogar água no animal.
- E se a gente conseguisse uma mangueira, tipo, uma gigante? – sugeriu Lorena.
- Finalmente uma ideia boa, hein, gata? – comentou Lana jogando água na orca.
- Vamos, Kleiton. – disse Lorena praticamente arrastando o rapaz.
- Senhor. – falou o gerente do hotel. – O nosso jet-ski já está na água, alguém sabe operar um?
- Eu não sei.
- Deve ser parecido com moto, né? Tem até aquele comercial que afirma isso. – soltou Oliver se aproximando. – Acho que eu dou conta.
Todos ficaram penalizados com a situação da Orca, era apenas um filhote. Mas, entre o grupo, Samuel foi o que mais se colocou na situação do animal, pois, ele sabia como era estar em um lugar que não lhe pertencia. Não demorou muito, e Lorena, chegou com uma mangueira para ajudar, na verdade, uma gambiarra, várias mangueiras coladas uma na outra.
Foram cinco horas de trabalho ininterruptas, Wal e Antonella, foram comprar lanches para os jovens, e apesar, de algumas outras pessoas se aproximarem e ajudar, a orca, ficava cada vez mais frágil. Do outro lado da ilha, sobreviventes de um grande acidente ainda precisavam de ajuda das autoridades. Oliver passou parte da noite treinando no jet-ski para o resgate do animal.
Samuel estava esgotado, mas por nenhum segundo deixou de hidratar a orca. Jonathan sentia que o amigo se entregou 100% para a missão de salvar ‘Izinha’. O sol começou a surgir, e com ele, um número grande de curiosos, alguns ajudavam, outros ficavam apenas olhando. Samuel bolou todo um plano, usou até mesmo um caderno para externalizar melhor a ideia. Um grupo cavou em volta da orca para colocar uma rede e passar as cordas, Oliver por sua vez, ficou posicionado atrás do animal, um homem também disponibilizou um barco, que estava Jonathan, Henrique e Kleiton.
- Filhote. – disse Wal correndo na direção de Samuel. – Consegui um megafone.
- Ótimo, Wal. Obrigado. – agradeceu Samuel. – Alô. – se assustando com o barulho do megafone. – Quero parabenizar o esforço de todos. E tenho certeza que a Izinha, a orca, está agradecida também. Vamos arrasar! – gritou Samuel.
- Quem disse que ele é o líder? – perguntou Lorena segurando a rede.
- Cala boca. – soltou Lana, que se desculpou com a colega. – Força do habito.
Oliver seguiu para uma parte mais afasta, quando sentiu a corda puxar. Ele esperou a contagem de Samuel e ligou o jet-ski, enquanto, Jonathan, Henrique e Kleiton, avançaram com o barco. Na praia, um grupo de pessoas continuava molhando o animal, e outro a puxava com as redes. Wal parecia uma líder de torcida, Antonella preferiu não ver a cena, ela queria no fundo do coração que o plano desse certo.
A primeira tentativa não foi bem-sucedida, então, todos voltaram para os seus lugares, Samuel, precisou reparar uma das cordas que quebrou. Izinha começou a ficar impaciente e mexia sua calda com força. Lana riu quando Lorena foi atingida pela orca, mas ela ajudou a moça a levantar do chão. Samuel mais uma vez fez a contagem, e mais uma vez deu errado. Oliver praticamente voou do jet-ski, Henrique também caiu no mar.
- Droga. – disse Samuel tentando achar outra solução.
- Moço, o sol já está ficando quente demais. Vamos esperar a ajuda da Defesa Civil. – comentou um homem.
- Não, tem que haver um jeito. – falou Samuel olhando em volta.
- Ei, calma. – pediu Jonathan pegando no ombro de Samuel.
- Eu sei. – ele respondeu fechando os olhos e sentindo o toque do amigo. – Escuta aqui. A gente passou muito tempo tentando ajudar a Izinha, não vamos deixa-la morrer desse jeito. – gritou Samuel no megafone. – Ei, vocês. Venham ajudar também, precisamos de mais pessoas nas redes. Venham, agora!!!! – grito novamente o jovem.
- Uau. – soltou Jonathan ficando admirado com a persistência de Samuel.
- Você, volta para a sua posição. – ordenou Samuel.
- Sim, senhor, capitão. – brincou Jonathan fazendo uma saudação militar.
Samuel fez a contagem e correu para ajudar a orca, até mesmo, Wal e Antonella, decidiram ajudar também. Pouco a pouco, Izinha, era levada de volta ao mar, mesmo com o animal agitado, o grupo não parou por nenhum minuto. A força quase torrou o motor do jet-ski, uma das cordas se soltou do barco, mas Jonathan e Henrique, conseguiram segurar. Finalmente, depois de quase 10 horas, Izinha, nadou belamente pela praia, Oliver, a seguiu por um bom tempo, ele queria assegurar que a baleia não ficaria presa novamente.
- Não acredito! – celebrou Samuel abraçando Lana e Lorena.
Jonathan desceu do barco e correu em direção a Samuel, mas percebeu que havia algo de errado com ele. Samuel desmaiou no meio da praia e foi amparado pelos amigos. Nervoso, Jonathan, não saiu de perto do amigo, de acordo com o médico, foi apenas uma queda de pressão. O jovem precisou de repouso total. A tarde de domingo foi de preguiça, eles estavam acabados, como na segunda-feira, era feriado em São Paulo, Wal optou em pernoitar no hotel. Oliver ligou para Jonathan, e acabou sendo dispensado. Ele preferiu voltar para a capital, e tentaria falar com o amigo em outro momento.
Samuel dormia tranquilamente em seu quarto. Jonathan entrou no banheiro e ficou se olhando no espelho, ele tocou em seu rosto, que na verdade, é o de Samuel e começou a chorar. Depois de tomar um banho de quase 20 minutos, o jovem deitou na cama que ficava ao lado de Samuel. O silêncio tomou conta do ambiente, Jonathan, olhou para Samuel de uma forma tão afetuosa, ele ficou assim até adormecer.
Não demorou muito para Samuel acordar, ele olhou para Jonathan e sorriu. O coração de Samuel parecia dividido, o jovem não se achava bom o suficiente para ficar com Jonathan, por esse motivo, ele criou uma barreira entre os dois. Só que as coisas estavam mudando, Samuel, juntou coragem, saiu de sua cama e deitou ao lado do amigo. Jonathan despertou meio assustado, mas não comentou nada. Os dois ficaram se olhando até pegarem no sono de novo.
Teu olhar é trapaça
Mistério, previ
Pois é
Me tira o chão
O meu ar te embaça
De perto
Senti o que é amor então
Eu nunca vi ninguém
Fazer tanto barulho num só coração
Teu cuidado é desastre
É zona sem hora, sem onde
E agora
==
No domingo a noite, os jovens finalmente fizeram um luau na praia. Wal sabia produzir uma festa, ela ficou orgulhosa com o resultado final e mostrou para Gláucia em uma chamada de vídeo. Já Antonella e Henrique optaram em comemorar no quarto, nunca se viu tanto fogo quanto existe entre esses dois. O resto da turma ficou dançando na praia.
- Oi. – disse Jonathan se aproximando de Samuel.
- Oi, tudo bem? Cadê o teu crush? – perguntou Samuel tomando um drink.
- O meu crush, bem, se ele não estiver ocupado salvando alguma baleia, sabe, eu esperava que ele dançasse comigo. – comentou o jovem.
- Dançar assim, na frente de todos? – questionou Samuel sendo irônico.
- Cala boca. – disse Jonathan puxando Samuel para perto dele.
Lana e Lorena olham para a cena, riem e se olham. Lorena da uma piscada para a colega de sala. Kleiton tenta virar para ver o que a namorada viu de tão engraçado, mas para disfarçar Lorena lhe dá um beijo.
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Quando vi, já veio sim
Tomou parte de mim
Levou embora o meu pesar
Teu ver me encanta
Enfim, canta perto de mim
Tua voz amansa o teu olhar
Tua fala transpassa
O mistério em ti
Teu pé
Fora do chão
O meu ar te abraça
O critério perdi
Até explicação
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Enquanto atravessavam a balsa para voltar, o grupo viu duas orcas nadando próximo. Eles acreditaram ser Izinha e sua mãe. Samuel se sentiu com o coração leve naquele momento, ele olhou para a direita e viu a senhora, ela estava com roupas brancas, com os olhos voltados para o mar.
- E aí, preparado para voltar? – perguntou Jonathan.
- Não muito, mas é necessário. – comentou Samuel se apoiando e observando o mar.
- Você não respondeu a minha pergunta.
- Acabei de responder, oras.
- A outra pergunta, Samuel. – falou Jonathan ficando ao lado do amigo. – Quer sair em um encontro?
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Eu nunca vi ninguém
Fazer tanto barulho no meu coração
Teu cuidado é sem grade
É zona, sem hora
E o entrave que eu passo
Que eu beijo
E o quanto me leva pro chão
É por isso que eu canto outrória
Quando vi, já veio sim
Tomou parte de mim
Levou embora o meu pesar
Teu ver me encanta
Enfim, canta perto de mim
Tua voz amansa o teu olhar
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No mar de São Paulo, duas baleias dançavam, elas eram livres e podiam seguir qualquer caminho. Aquilo inspirou Samuel, ele demorou, mas acabou aceitando o pedido de Jonathan, que não escondeu a felicidade. Não demorou muito para que Samuel fosse contar a novidade para Lana, quem ouviu também foi Lorena.
- Eu sei que fui uma péssima amiga, mas com o Kleiton estou aprendendo bastante. E no que depender de mim, você e o Samuel, podem ser felizes. – falou Lorena abraçando Samuel.
- Se ela soubesse, hein? – perguntou Lana para Samuel e os dois começam a rir.
- O quê, gente? Tem mais babado? – questiona Lorena confusa.
- Calma, colega. Tudo no seu tempo. – diz Samuel.
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Quero ver você dançar
Quero ver você dançar sim
Quero ver você dançar
Quero ver você dançar em mim
Quero ver você dançar
Quero ver você dançar sim
Quero ver você dançar
Quero ver você dançar em mim
Quero ver (quero)
Quero ouvir (quero)
Quero ver você dançar em mim
Quero ver (quero)
Quero ouvir (quero)
Quero ver você dançar em mim
Quando vi, já veio sim
Tomou parte de mim
Levou embora o meu pesar
Teu ver me encanta
Quero ouvir
Você dançar em mim