O Recruta Viado
Eu vinha de uma família com poucos recursos e, me engajar no exército foi uma maneira de ter uma vida decente e um futuro garantido. Quanto surgiu a oportunidade de estudar de graça, fazer cursos de aperfeiçoamento e ter uma carreira no exército sem grandes sobressaltos, eu me engajei nessa ideia a não a abandonei. Aos trinta e dois anos era um homem atraente fisicamente. A farda não só me tornava mais másculo e viril aos olhos das mulheres como me fazia muito desejável. Elas costumavam apontar para a quantidade de distintivos e condecorações que estavam presos à minha camisa da farda, querendo saber o que significavam e, isso me levava a esticar o papo durante uma cantada. Era uma tática quase infalível e me proporcionava um bom plantel na cama.
Era chegado o momento de renovação do efetivo do batalhão do exército onde eu estava alocado. Parte dos soldados incorporados há cerca de um ano estava dando baixa quando chegaram os novos recrutas. Os demais soldados antigos dariam baixa em poucas semanas, tempo necessário para que deixássemos os recrutas minimamente preparados para substituí-los nas diversas funções do quartel que, a bem da verdade, não tinham nada de especial ou particularmente complicado. Desde minha incorporação ao exército como terceiro sargento, há alguns anos, como egresso da escola de sargentos, a renovação do efetivo da soldadesca se constituía num evento aguardado com certa ansiedade pelos militares de carreira. Tripudiar sobre essa garotada paisana que, pouco ou nada, conhecia da vida militar era um prazer mórbido que tirava aquele bando de aquartelados, sem muito que fazer, de sua modorra.
Naquele ano em particular, eu estava pouco interessado nessa atividade. Havia acabado de dar um pé na bunda da minha primeira esposa com quem fiquei casado por quatro anos. Havíamos chegado a um ponto tão desgastante da relação, que eu muitas vezes pernoitava no quartel para não ter o dissabor de ver aquela cara para a qual eu mal podia olhar sem sentir um desejo irrefreável de cobri-la de porradas. Já no primeiro ano de casamento dei-me conta do erro que havia cometido ao não ter esticado aquele namoro por mais alguns meses. O verdadeiro caráter dela emergiu pouco depois dos papéis assinados. Em questão de menos de um ano eu quase não tinha mais contato com nenhum dos meus irmãos e cunhadas. Ela havia feito tantas intrigas que passamos a ser personas não gratas em qualquer evento familiar. Era um dos meus irmãos que tinha que ser sustentado pelos meus pais, uma cunhada que repentinamente foi transformada em prostituta, uma irmã que, por residir noutro estado, era considerada uma devassa que passava de mão em mão dos diversos homens com quem saía e, minha mãe que pouco caso fazia da minha presença. Eram verdades que surgiram do nada e, que ela ficava a incutir na minha cabeça para que eu enxergasse a minha família sob um ângulo tão diverso daquele que sempre nos uniu, com o único objetivo de me afastar do convívio deles. Foi difícil constatar o quão idiota eu fui ao me deixar levar por suas intrigas, tudo em nome da paixão que sentia por ela, nascida da tara por seus seios e ancas fartas. Quando abri os olhos, já era tarde, estava isolado e meus familiares me viam como uma marionete nas mãos da mau caráter. Ao notar que todo meu futuro poderia ser corrompido por sua fuxicaria, resolvi dar um basta na relação. Ela não aceitou. Terminar o casamento significava ter que voltar para a casa dos pais, onde não era benvinda, por sempre ter se mostrado um peso morto nas costas dos pais. Os poucos empregos que teve foram motivados pela pressão da mãe que não se conformava em ter uma filha desocupada e inútil vivendo sob seu teto. Nenhum deles chegou a durar mais do que um ano, pois era demitida assim que vinham à tona suas intrigas envolvendo patrões, outros funcionários e até clientes. Toda essa sordidez me passou totalmente batida, oculta sob suas curvas sensuais e seu jeito meretrício de fazer sexo. Quando entrei com o pedido de divórcio litigioso, ela partiu para a agressão. Eu acabara de chegar em casa num final de tarde quando ela me esfregou a intimação que recebera do juiz para uma audiência. Eu já a prevenira de que o faria semanas antes, mas ela me ignorou, como a tudo que eu dizia. Diante da irrefutabilidade das circunstâncias, partiu para cima de mim como uma louca. Procurei contê-la, sem sucesso. Adverti-a de que agindo assim só estava piorando a situação, ela me menosprezou. Meus nervos estavam em frangalhos há meses com aquela circunstância que não se resolvia e, um tapa na minha cara, enquanto eu procurava desvencilhar-me dela sem agredi-la, foi a gota d’água que faltou para tudo transbordar. Senti meu sangue ferver nas veias. Todo autocontrole se esvaiu com aquela ousadia e eu a cobri de porradas. Ela ameaçou de me denunciar à polícia. Eu a coloquei no carro e a levei à casa dos pais. Relatei a situação e, conhecendo-a como a conheciam, logo tive total apoio dos pais dela. Ao se encontrar encurralada, ela passou a agredi-los verbalmente e, numa atitude inesperada do meu sogro, ele a surrou como havia deixado de fazer enquanto a criavam.
Apesar do meu baixo astral, resolvi atender ao chamado do sargento Pimenta para acompanharmos a chegada dos novos recrutas, que estava acontecendo no pátio central da unidade. Todos haviam passado pelos trâmites do alistamento e da convocação compulsória para servirem sua pátria. Pelas caras abobalhadas dava para perceber que muitos nem desconfiavam que aquele era um caminho sem volta. Alguns haviam conseguido burlar o sistema nas etapas anteriores e conseguiram se livrar do transtorno, fosse por influência de algum militar da ativa ou jogando os pauzinhos certos com as pessoas certas. Mas, os que ali estavam, teriam um ano de caserna pela frente. Eram raros os que demonstravam um mínimo de entusiasmo. A grande maioria ainda devia estar se questionando como foram cair em tamanha cilada.
Alguns sargentos da primeira companhia tinham perfilado razoavelmente a trupe de garotões à paisana no pátio central sob um sol da manhã já bastante quente para o horário, a fim de ouvirem o discurso de boas-vindas do coronel comandante da unidade. Era o blá blá blá de sempre, ao qual já estávamos cansados de ouvir e, que também pouco efeito tinha sobre aquelas cabeças imaturas. Essa era a oportunidade de analisarmos cara a cara as novas figuras que se juntariam a nós. Também, era onde alguns começavam a garimpar o que no linguajar das casernas se chama de ‘peixinho’, aquele soldado com o qual se travava uma espécie de amizade que poderia render bons serviços de forma fácil e sem grandes esforços. A simbiose parecia ser vantajosa para ambos os lados e, ocorria em todos os níveis hierárquicos. O soldadinho se via como um privilegiado por ter um certo amparo no oficial ou sargento que o acolhia, enquanto o militar de carreira teria uma espécie de escravo fazendo pequenos favores.
Um rostinho despertou minha atenção logo na primeira fila, onde ficavam os de maior estatura. Não tenho dúvidas de que aquele rosto lindo, emoldurado sob cabelos cor de mel, ainda não aparados ao estilo militar e, um olhar assustado e inseguro que parecia tão claro quanto o verde translúcido do par de olhos de onde emergia, tinha aguçado os olhares vorazes de outros sargentos e oficiais. Pela sua posição dentro da formação do batalhão, ele seria alocado na minha companhia, à qual chamamos de comando e serviços, pois era a companhia encarregada de tocar a mecanização das viaturas, o refeitório, o serviço médico, assessoramento do comando geral e etc. Em meu subconsciente já me preparava para transformá-lo em meu peixinho, sabendo que a concorrência seria grande e até feroz. Além de outros primeiros-sargentos como eu, havia dois tenentes, um capitão e um major que certamente também já tinham arregalado seu olhar cobiçoso sobre o garotão. O único que me preocupava era o major, pois já havia perdido um peixinho no ano retrasado para a sebosa e tarada figura de meia idade, cujos métodos para conseguir seu intento não eram dos mais éticos. Para ele, passar por cima de um simples sargento como eu era tão fácil quanto um rolo compressor assentar o asfalto numa rodovia.
No início da tarde os recrutas receberam seus uniformes bem como as orientações de como usá-los e mantê-los. Fiz questão de circular entre eles, assim como outros sargentos, para nos familiarizarmos com as novas caras. Claro que me aproximei do recruta bonitão para descobrir seu nome de guerra que já estava estampado na camiseta camuflada, bem ajustada ao seu tronco, em letras amarelas, SD RENAN. As calças estavam deliciosamente preenchidas por um belo par de coxas grossas e uma bunda carnuda e arrebitada. Sem dizer uma palavra, pois havia um sargento conversando com a tropa, encarei-o há pouco mais de meio metro de distância. Ele parecia envolto numa aragem cítrica e fresca, embora diminutas gotículas de suor aflorassem em suas têmporas. Ele não se deixou distrair pela minha presença, após alguns recrutas terem sido advertidos aos berros com insultos para não se desconcentrarem e prestarem atenção ao que estava lhes sendo passado, ele permanecia rijo e um pouco tenso. Precisei levar minha mão até o cacete e acomodá-lo, pois aquelas gotículas de suor aflorando daquela pele imaculadamente clara começava a me dar coceira na cabeça da rola. Na parte exposta dos braços não se via mais do que uma discreta lanugem dourada que brilhava ao sol, ele, além de imberbe, não tinha pelos que atestassem um fluxo de hormônios masculinizantes. Fiquei a imaginar como seria a pele daquela bunda e, controlei-me para não ter uma ereção. Eu o teria trabalhando comigo no meu setor, isso era ponto pacífico, nem que tivesse que mover montanhas para isso. Concentrado em como proceder para requisitá-lo, só me ative à presença do major Fogaça rondando o garotão com as mesmas intenções quando quase esbarrei nele. O velhote era um notório comedor de bundinhas de garotos, e ali estava uma tentação irresistível. Ele me encarou com desprezo, eu apenas esbocei um discreto aceno com a cabeça, embora minha vontade fosse a de dar-lhe um tiro no meio da testa. Senti que aquele rodopiar ao seu redor deixou o Renan mais tenso e sua respiração mais acelerada. Pressentia-se que estava desconfortável com toda aquela situação, com o quartel, com aquelas orientações que estava recebendo a contragosto e, com tudo o que aquilo representava. Fiquei pensando se já tivera uma experiência desagradável que envolvesse militares ou, se aquilo era tão somente o resultado de uma criação extremamente protecionista, talvez de uma educação de classe social elevada e, quem sabe até da ausência repentina de um protetor, por estar começando a sair debaixo das asas dos pais. Olhei mais uma vez para o meu pupilo antes de me afastar um pouco, pois a cara do major Fogaça estava adquirindo aquela expressão soturna que o faria, em breve, despejar alguma reprimenda e, eu não estava num bom dia para ouvir nada que saísse da boca daquele desgraçado. Não se preocupe Renan, o primeiro-sargento Diogo aqui, vai cuidar de você com todo o empenho, esteja certo disso. Era tudo que eu podia prometer a mim mesmo naquele momento.
Algumas semanas depois, com os recrutas já devidamente alocados em suas companhias, coube-me a tarefa de dar-lhes uma palestra, apresentando-os pela primeira vez ao armamento que o batalhão dispunha. Antes de acomodarmos o grupo num local qualquer do pátio, reforçávamos o treinamento em ordem unida que já tinham recebido. Enquanto eu os conduzia, marchando, para um local mais fresco, sob a copa de algumas árvores, devaneei ao ver como os quadris do Renan gingavam enquanto ele marchava. Não reparei que quase uma dúzia deles estava totalmente fora do passo, precisando ser alertado por um dos cabos que me acompanhava, para advertir os perdidos. Eu só imaginava aquelas nádegas gingando ao redor do meu pau e, no prazer que elas me fariam sentir.
Felizmente só precisei disputar o Renan com um tenente novato e babaca que costumava ser levado no bico na maior facilidade pela sargentada.
- Bom dia, sargento Diogo! O capitão Macedo mandou que eu me apresentasse ao senhor, pois é o setor onde ele disse que eu deveria ficar. – disse o Renan, tomando a posição de sentido muito rígido, com uma voz macia e, batendo continência.
- Seja benvindo, soldado ... Renan! – respondi, fingindo ter que procurar em sua camiseta o nome de guerra. – Descansar! – emendei, libertando-o da formalidade. Um discreto sorriso se formou em seu rosto, provavelmente por ele estar retribuindo a alegria contagiante que havia se apossado do meu peito. Ele era meu.
Cerca de oito semanas após a incorporação dos recrutas e, da recente baixa dos últimos soldados veteranos, o quartel voltava lentamente à antiga rotina. Faltava uma última semana para que os recrutas de cada companhia se tornassem efetivamente soldados. Esta semana de treinamentos mais intensos dava-se numa outra unidade do exército que dispunha de uma extensa área de treinamentos próxima a área rural de um município a pouco mais de 200 quilômetros de distância de nossa unidade. Os soldados, cabos, sargentos e oficiais eram transportados em comboio até aquela unidade onde, ao invés de ficarem aquartelados nas edificações da unidade, tinham que montar acampamento como se estivessem em combate. Cada soldado levava nas costas parte dos equipamentos que precisaria caso estivesse vivenciando uma situação real de combate. As condições nesse acampamento eram bastante adversas e davam aos soldados uma ideia e treinamentos para desempenharem essas funções. O Renan e eu já estávamos bem entrosados. Quando ele chegava ao setor todas as manhãs e abria seu sorriso tímido parecia que um sol invadia o ambiente e o meu peito, independente da condição climática lá fora. O garoto era educado, discreto, envergonhado e muito amistoso com todos. Numa peça produzida na unidade para a mídia institucional sobre alguns comandos de ordem unida, ele fora o indicado para protagonizar os movimentos de ‘apresentar armas’ com o fuzil. Todos os instrutores já haviam percebido que ele executava os movimentos de ordem unida com uma graça e sutileza especial, não eram movimentos másculos, mas sim, movimentos de uma perfeição ímpar, o que fez com que fosse indicado para a produção do filme. Depois disso, não havia ninguém no quartel que não conhecesse seu rosto, para não falar dos outros atributos. Ele havia se tornado uma espécie de soldado galã da unidade. Isso me deixou muito mais preocupado e até um pouco inseguro, pois agora certamente a quantidade de olhares cobiçosos sobre aquele corpo escultural tinha aumentado. Eu movi mais uma vez meus pauzinhos para que a ida dele a tal semana de treinamentos na outra unidade coincidisse com a minha. Deixá-lo solto e a mercê de um bando de recrutas com os hormônios a ferver nas veias, e homens em posição hierárquica privilegiada para submetê-lo a seus caprichos, não era algo que eu ia admitir.
Uma das atividades a serem desenvolvidas naquela unidade era levar os soldados com as cabeças cobertas para que não pudessem saber para onde estavam sendo levados, deixa-los num local distante alguns quilômetros do acampamento, e após distribuí-los em patrulhas de cerca de doze homens, deixa-los encontrar o caminho de volta ao acampamento durante a noite usando as técnicas que haviam aprendido. Como os caminhões que transportavam a tropa davam algumas voltas até chegar ao local onde eram deixados e, por ficarem com as cabeças cobertas por mais de uma hora, a desorientação dos soldados era enorme. Assim que desciam dos caminhões, eles eram obrigados a fazer uma caminhada de cerca de quinze minutos, ainda cobertos, para aumentar essa desorientação. Eu senti que o Renan estava muito apreensivo com tudo que havia sido comentado pelos soldados veteranos, cabos e sargentos sobre as contingências e agruras daquela semana. Eu peguei na mão dele ao ajuda-lo a descer do caminhão, pois havia um empurra-empurra de soldados atordoados e impacientes que podia de alguma forma machucá-lo. Sua mão estava fria e úmida, mas ele não se opôs que eu a segurasse, embora ele não soubesse quem o estava guiando. Aos poucos, fui entrelaçando meus dedos nos dele à medida que caminhávamos para o ponto onde eles receberiam a autorização de tirar os sacos que cobriam suas cabeças e iniciar a procura pelo trajeto até o acampamento. Eu nunca estivera tão próximo dele. Cheguei a ficar excitado com a suavidade daquela mão tremula encaixada na minha. Os sargentos que acompanhavam o grupo me olhavam com um ar de inveja estampado nos semblantes. Antes de ele tirar o capuz eu soltei sua mão, de modo que ele não soubesse quem tinha sido seu guardião durante o trajeto. A madrugada ia caindo fria e estrelada enquanto os grupos começavam a retornar ao acampamento após horas exaustivas de caminhada por um terreno bastante acidentado. Eu aguardava impaciente a volta do meu pupilo, observando sem conseguir pregar o olho, as estrelas começando a desaparecer uma a uma à medida que o alvorecer se aproximava. Faltavam dois grupos, um era o do Renan. Oficiais já se mobilizavam para organizar uma patrulha de busca temendo que os grupos tivessem se perdido, quando no alto de uma colina, começaram a aparecer os soldados junto com o raiar do sol. Os dois grupos tinham realmente se perdido por algumas horas, mas acabaram por se juntar após uma discussão entre os soldados que haviam assumido a liderança e, um incidente no qual um dos soldados líderes havia se ferido gravemente no lado interno da coxa direita durante a travessia de uma cerca de arame farpado, onde um corte profundo com cerca de quinze centímetros de comprimento sangrou abundantemente. Segundo nos relataram ao chegar ao acampamento, a ideia inicial dos lideres era abandonar o soldado ferido para não atrasar o regresso que era passível de punições, mas o Renan havia se recusado a abandoná-lo e, juntamente com alguns colegas da mesma companhia, havia se rebelado contra as ordens dos outros líderes e, feito uma atadura improvisada para conter a hemorragia. Uma discussão se iniciou e até agressões físicas ocorreram entre os mais parrudos e revoltados. Nem preciso mencionar que com sua atitude o Renan não apenas ganhou a admiração e agradecimento do soldado ferido como também de seus colegas, sargentos e oficiais. Embora orgulhoso de sua atitude, não podia haver nada mais inquietante do que mais esses holofotes sobre meu protegido. Eu ainda vislumbrei o Renan fazendo a atadura na coxa do soldado tão próximo de sua benga que mais parecia um tronco de árvore. Um primeiro-tenente da unidade, que já havia se engraçado com o Renan, não perdeu mais tempo, sabendo que faltavam dois dias para a nossa partida. Naquela mesma noite, ele designou o Renan para um posto de guarda relativamente ermo e distante do acampamento com intenções de abordá-lo assim que todos estivessem dormindo. Passava das duas da madrugada quando o encontrei dando uma cantada no Renan. Ele havia cerceado sua cintura com um dos braços, sussurrava alguma sacanagem nos ouvidos dele e, levava uma de suas mãos a tocar sua pica. Eu fingi estar fazendo uma ronda e ele o soltou tão logo percebeu minha presença, guardando a jeba apressadamente dentro das calças. O Renan estava petrificado e me encarou com um olhar desesperado e de alívio. O tenente sugeriu que continuássemos a ronda disfarçando suas intenções. Eu fixei meu olhar no do Renan e lhe dirigi um discreto sorriso, ele o retribuiu com o mais doce e generoso sorriso que já me lançara. Naquele momento eu soube que havia se formado um vínculo entre nós e, eu só precisava dar um jeito de concretizá-lo ainda mais de agora em diante.
A oportunidade surgiu alguns dias depois, quando recebi uma correspondência do escritório do advogado que estava tratando do meu divórcio. Eu relutara em abrir a correspondência que estava sobre a minha mesa durante todo aquele dia. Eu sabia que não havia boas notícias naquele envelope pelo último telefonema que recebera do meu advogado. Tinha passado o dia apreensivo com aquilo. O Renan havia notado meu comportamento e me perguntado se estava tudo bem comigo. Menti para não deixar transparecer minhas inquietudes. Fiquei até tarde no setor, era meu dia de passar a noite aquartelado. Tínhamos uma escala de serviços que nos fazia passar uma ou até duas noites no quartel após o expediente normal. O Renan também estava de serviço, graças à movimentação dos meus pauzinhos, a escala dele sempre coincidia com a minha. Já tinha me passado pela mente a comicidade do fato de eu sempre estar mexendo meus pauzinhos para mantê-lo próximo a mim sem, contudo, ter conseguido mover meu pau uma única vez onde eu realmente gostaria de movê-lo, dentro do cuzinho do Renan. As luzes já haviam se apagado em todas as salas da edificação do comando da unidade onde ficava meu setor, à exceção da minha, onde uma luminária sobre a minha mesa ainda distribuía sua luz amarelada pelas paredes brancas que ganhavam um tom ligeiramente alaranjado. Apoiando a cabeça atrás dos braços cruzados, eu movia minha cadeira giratória de um lado para outro, enquanto olhava para o envelope que relutava em abrir. Que tipo de exigências estariam sendo feitas pela minha esposa? O processo do divórcio já se arrastava a mais de um ano devido a uma série de empecilhos que ela colocava orientada por um advogadozinho de merda. A porta da minha sala se abriu e, antes que eu pudesse identificar o Renan, tirei meus pés de cima da mesa.
- Posso trazer alguma coisa para o senhor comer? – perguntou sua voz suave e gentil.
- Não, obrigado! Estou sem fome. – respondi, recolocando meus pés sobre a escrivaninha.
- O senhor não almoçou, deve estar com fome. Posso ver se tem alguma coisa no rancho ou, providenciar um lanche na cantina dos oficiais, o soldado que está de serviço é meu amigo. – disse ele, prestativo.
- Não é necessário, obrigado! – tive vontade de coloca-lo no meu colo e dizer que tudo que eu precisava naquele momento era um beijo daqueles lábios rosados e úmidos.
- Vou buscar pelo menos um café. – insistiu ele, saindo da sala.
Minutos depois ele regressava com uma bandeja sobre a qual havia uma xícara de café fumegante e um sanduiche de queijo quente. Não sei onde ele conseguiu aquilo tão depressa, pois já era tarde da noite. Eu me apressei a ir ao seu encontro para pegar a bandeja que ele me oferecia. Coloquei minhas mãos propositalmente sobre as dele antes de tirar a bandeja de suas mãos. Ao sentir o meu toque ele me encarou cheio de surpresa. Ele acabara de reconhecer aquele toque de mãos. Notei que ficou embaraçado e desviou ligeiramente o olhar, mas deixou que eu as cariciasse.
- Obrigado por ter me ajudado naquele dia. – disse ele, voltando a procurar meu olhar.
- Vou fazer de tudo para que essa experiência pela qual está passando aqui no quartel não deixe marcas tristes em você. – afirmei.
- Obrigado! Eu me sinto seguro quando estou com o senhor. – balbuciou ele. Era impossível resistir a tanta tentação.
O perfume de sua pele chegou a mim como um fogo abrasador, seus olhos me encaravam com um brilho sedutor, sua boca era a promessa viva de um mar de felicidade. Eu tirei a bandeja de suas mãos e coloquei sobre a escrivaninha, puxei-o para junto de mim e colei minha boca na dele. Insinuei-me sensual e cobiçosamente enfiando minha língua em sua boca para saborear a dele. Ele me acolheu deixando-me vasculha-lo por dentro, úmido e quente, com o desejo insuflando seu corpo que eu apertava cada vez mais junto ao meu. O tesão se instalou tão rápido em mim que meu cacete já estava duro e mal ajeitado dentro da calça causando um desconforto medonho, mesmo antes de eu descolar minha boca da dele. Ele fixou seu olhar na minha ereção. Era agora ou nunca, pensei. Lentamente, tirei o pau para fora. Ele babava incontrolavelmente disseminando um cheiro almiscarado no ar. Não acreditei em meus olhos quando vi o Renan se ajoelhando vagarosamente diante da minha pica e tomando-a com todo o cuidado e suavidade em sua boca. Ao sentir que seus lábios se fecharam ao redor da minha glande, notei que deixei escapar um bocado de fluido pré-ejaculatório. Ele o sorveu sem esboçar a menor repugnância pelo sumo que eu acabara de despejar em sua boca.
- Você gosta do sabor da minha rola? – perguntei, num gemido cheio de tesão. Ele assentiu com um ahã e um olhar languido lançado para o meu rosto.
Desliguei a luminária da escrivaninha temendo que a luz trouxesse alguém para verificar o motivo de estar acessa tão tarde da noite. A sala mergulhou numa penumbra. Apenas sombras de nós dois estavam estampadas nas paredes produzidas pela iluminação que se infiltrava por entre as paletas das persianas. O Renan devorava minha pica, movendo sua boca em chupadas, mordiscadas suaves, lambidas que percorriam toda sua extensão e chegavam até meu saco, fazendo com que minhas bolas deslizassem sobre seu rosto liso. Eu nunca tinha sido chupado com tanta devoção e carinho.
- Chupa gostoso, chupa! – rosnei gratificado. Eu precisava urgentemente enfiar minha pica no cuzinho dele, ou ia explodir de excitação.
Eu o trouxe novamente para junto de mim. Comecei a despi-lo sem que ele esboçasse qualquer reação que não a de completa anuência. Assim que retirei sua camiseta fui atraído pelos peitinhos bem torneados onde dos dois mamilos cor de café com leite, dos quais se projetavam biquinhos bem excitados e rijos. Lambi e mordisquei demoradamente cada um deles, o que trazia uma inquietação excitante para seu corpo que gingava sedutoramente em meus braços. Ele me desejava tanto quanto eu a ele. Foi um dos momentos mais felizes da minha vida. Despi-o completamente e examinei pormenorizadamente cada curva daquele corpo escultural. Ele voltou a ficar tímido diante da minha cobiça. Beijei-o, pois isso parecia reconforta-lo. E, a mim, provocava tanto tesão que me deixava alucinado. Minhas mãos deslizaram por suas costas até alcançar as nádegas. Eu as apertei com força entre as mãos, ele tinha o olhar fixo no meu e gemeu quando o apertei. Suas mãos estavam espalmadas sobre o meu peito e eu queria senti-las roçando a minha pele. Tirei a camiseta e expus meu peito peludo. Ele me encarou ávido para me tocar.
- Gosta? – perguntei, já sabendo a resposta.
- Muito! – sussurrou ele, deslizando suas mãos entre os pelos do meu peito.
- Quero você! Quero todinho! – exclamei, voltando a comprimir energicamente suas nádegas para deixar explícito meu desejo.
- Estou aqui para isso. – devolveu ele.
Debrucei-o sobre a escrivaninha e abri suas pernas. Ajoelhei-me diante daquela bunda lisinha e carnuda, não acreditando que ela seria minha dentro em breve. Abri suas nádegas e um diminuto orifício rosado piscou excitado para mim. Mordi suas nádegas, lambi seu reguinho sem um único pelo e me deliciei fazendo um cunete naquelas preguinhas virginais. Ele se contorcia e arfava, soltando vez ou outra um gemido excitado quando minha língua se insinuava em seu cuzinho. Um ganido mais longo aflorou em seus lábios quando meti um dedo no cu dele. A musculatura anal travou meu dedo assim que o meti dentro dele. A fenda era tão apertada que mal suportava meu dedo. Eu o vasculhei por dentro, movendo meu dedo em círculos sobre a mucosa morna e úmida, enquanto ele gemia feito uma gazela abatida. Peguei-o no colo e o deitei de costas em cima da mesa, deixando suas ancas próximas à borda. Posicionei-me entre suas pernas abertas e apoiadas sobre meus ombros. O cuzinho piscante ficou exatamente na altura do meu cacete, pronto para ser penetrado.
- Não quero te machucar! Se começar a doer muito você vai me avisar. – preveni, sabendo que ia detonar aquelas preguinhas com o tamanho do meu falo. Ele me devolveu um sim sussurrado e ansioso.
Apontei a cabeça molhada da jeba na portinha do cu dele. Forcei e ele gemeu segurando a respiração ofegante por alguns segundos. A pica não entrou, o cuzinho estava tão travado que o buraquinho havia se transformado num ponto quase invisível. Pincelei o caralho dentro do reguinho para excitá-lo e deixa-lo se abrir para mim. Forcei mais uma vez, com mais força, mas antes que a cabeça penetrasse o cuzinho travou novamente. Ele gemia procurando meu olhar numa aflição urgente.
- Deixa eu entrar aí, deixa! – grunhi possuído pelo tesão, forçando mais uma vez a cabeça com brutalidade contra aquela brecha inquieta.
O ganido do Renan reverberou na quietude da noite. Um terço da minha pica estava entalado no cuzinho dele e, ele me apertava com tanta força entre seus músculos anais que eu mal podia acreditar em tamanho prazer. Ele havia espalmado as mãos sobre as minhas coxas e tentava me conter num evidente estado de temor pela integridade de seu cuzinho e pela dor que certamente estava sentindo.
- Está doendo? Quer que eu tire? – perguntei, preocupado com o estrago no cu dele.
- Um pouco! – gemeu ele, mas abrindo um sorriso cativante na minha direção, o que seguramente significava que ele me queria exatamente ali.
Inclinei-me sobre ele e o beijei, mergulhando minha língua em sua boca receptiva. De repente, a compressão ao redor da minha pica se tornou mais branda. Ele afrouxava os músculos e abria seu cuzinho para mim. Meti a rola mais para dentro. Ele ganiu ao mesmo tempo em que chupava minha língua. Aquele acolhimento provocou a mais maravilhosa sensação que meu corpo já havia experimentado. Enfiei meu membro até o talo em sua grutinha apertada. Ele ganiu mais uma vez e enrodilhou seus braços ao redor do meu tronco, deixando meu pinto pulsar desenfreadamente agasalhado entre sua mucosa quente. Enquanto suas mãos percorriam minhas costas e as pontas de seus dedos se encravavam nos meus músculos, eu o fodia num vaivém contínuo, lento e suave, para que ele se acostumasse a sentir meu cacete dentro dele. A entrega do Renan foi plena, fazendo com que meus instintos de macho me recompensassem pelo desempenho que estava tendo. Ele era perfeito até ao dar o cu. Minha sofreguidão em devorá-lo o excitou a tal ponto que ele começou a gozar. Foi maravilhoso observá-lo enquanto a pica dele expelia aquela profusão de jatos de porra. Seu olhar me dizia quão feliz ele estava por ter chegado àquele orgasmo, talvez o primeiro tão intenso e compartilhado.
- Você já esteve com outro homem? – perguntei curioso, vendo-o deliciar-se no próprio tesão.
- Não, nunca estive com ninguém até hoje. – balbuciou ele. Quase enlouqueci com essa revelação. Eu estava tirando o cabaço dele e ele procurava ser o mais carinhoso possível comigo por conta disso.
- Você está me fazendo o mais dos homens, sabia? – confessei.
- É assim que eu também estou me sentindo nesse momento. – gemeu, pois meu tesão estava me obrigando a bombar aquele cuzinho com mais força.
Agarrei o queixo dele e o beijei com mais volúpia e cobiça, minha rola começou a inchar no cuzinho dele, minha musculatura pélvica começava a se retesar toda, minha coluna se arrepiava a cada toque de seus dedos. Uma sensação quase febril me consumia e meus culhões começaram a se esvaziar me enchendo de um prazer pecaminoso. Enchi o cu dele de porra. Quando percebeu que meu gozo escorria dentro dele, gemeu o mais delicioso e faceiro,
- Ai, sargento! – eu estava nos céus.
Fazia mais de um quarto de hora que eu havia gozado, meu pau não fazia a menor menção de amolecer e, eu já sentia uma dor por toda a virilha. Saquei o pinto do cu do garotão ainda duro. Ele ganiu quando a cabeça distendeu suas preguinhas ensanguentadas. Fui tomado de um remorso fervoroso quando vi o quanto o havia machucado, enquanto ele me proporcionara o melhor sexo da minha vida.
- Fique deitado ai. Não saia daí! – exclamei, antes de alcançar uma toalha de rosto que estava na última gaveta da minha mesa. Limpei zelosamente o sangue que brotava de suas preguinhas rompidas sob o olhar complacente dele. Tornei a colar minha boca naqueles lábios pecaminosamente sedutores. Peguei-o no colo e voltei para a minha cadeira com ele nos braços e aconchegado no meu ombro. Ficamos sentados em silêncio enquanto a madrugada avançava e as pontas de seus dedos percorriam suavemente meu peito. Ele era definitivamente meu.
Levei um tempo antes de contar a ele que estava me divorciando. Mesmo sem o saber, ele parecia adivinhar quando eu estava precisando de sexo. Normalmente, eu dependia de umas três a quatro fodas por semana para me sentir satisfeito. Com a separação, o sexo ocasional e insatisfatório, me deixava irritadiço e de mau humor. Desde aquela noite o Renan supriu todas as minhas necessidades. Levei-o muitas vezes ao meu apartamento onde passávamos a noite toda nos amando. Passei a fazer programas aos finais de semana com ele, só para ter seus afagos e seu cuzinho me aconchegando. Enquanto ele descobria sua verdadeira sexualidade, eu vivia a mais plena das felicidades. Conheci seus pais e a origem de todo aquele carinho que ele tinha a oferecer. Eles o haviam criado numa bolha de proteção e afeto e, era isso que ele distribuía ao seu redor. Muitas vezes eu deixava o cuzinho dele tão machucado com minha sofreguidão e perversão que me autotaxava de crápula. Ele me devolvia um sorriso dizendo que eu era o homem mais gentil e cuidadoso que ele conhecia.
- É bom mesmo! E também não quero que conheça outros! – devolvia eu, receando que me roubassem essa joia preciosa. Ele apenas sorria e fazia uma quentura se espalhar no meu peito.
Eu o vigiava de perto, não abria o cerco por nada e ainda tinha a sensação de que podiam tirá-lo de mim a qualquer momento. Era uma preocupação angustiante. Eu não duvidei uma vez sequer do que ele sentia por mim. Nem de que atendia a todas as suas necessidades como macho, mas o perigo residia na curiosidade própria da juventude dele. Isso eu sabia por experiência própria, pois mesmo tendo com quem fazer um bom sexo, eu, na mesma idade, havia procurado por novidades. O Renan não era volúvel, sua boa índole não o faria me trair por vontade própria. Era aquela cobiça acirrada que estava a sua volta e, que o abordava seguidamente que me tirava o sono. Ora eram os soldados que bolinavam com ele no vestiário ou nas duchas, ora era um sargento que tentava tirar uma casquinha daquela bunda empinada, outra ora era um oficial metido a engraçadinho que o encoxava bem diante dos meus olhos para testar minha reação, quando não era o major Fogaça constrangendo o garoto com uma ereção na qual fazia questão que ele passasse a mão. Diante dessas afrontas eu reagia como um touro ameaçando os soldados, mais precavidamente diante de um oficial, intimidando-o com o olhar ou uma atitude que deixasse evidente que eu podia denunciar seu abuso. Mas, com o major Fogaça eu chegava a criar imagens de ambos num campo de batalha onde meu primeiro disparo não seria contra o inimigo e, sim, contra aquele ser abjeto que tinha filhos na idade do Renan. Eu não sei o que me levava a pensar que eu tinha direito sobre ele ou, se o que eu estava fazendo não era tão reprovável quanto tudo aquilo. O fato era que o sabor, o cheiro, a essência do Renan parecia estar impregnada sob a minha pele e, isso era mais do que suficiente para me sentir seu dono.
Havia pelo menos dois meses, desde o regresso do Renan do acampamento, que eu notara a amizade entre ele e o soldado parrudo que ele havia socorrido se tornar mais constante. Numa ocasião, fui atraído ao vestiário dos soldados por uma algazarra, já próximo do toque noturno de recolher. Fui verificar do que se tratava, pois o alojamento dos sargentos ficava contíguo ao dos soldados no mesmo edifício. Uma meia dúzia de soldados havia pego a cueca do Renan enquanto ele se banhava e, quando ele a quis reaver, começaram a rodopiá-la na ponta dos dedos enquanto a passavam de um para o outro cada vez que ele tentava tirá-la das mãos do soldado que a estava rodopiando. Ao mesmo tempo em que o faziam de bobinho, aproveitavam para passar a mão na sua bunda e arrancar a toalha que trazia amarrada à cintura. Vendo o que aprontavam com o Renan, o soldado Riccioppo, era esse o nome de guerra do soldado que ele havia socorrido, aproximou-se daquele que estava com a cueca e o encarou desafiador.
- Devolva nas mãos dele! – ordenou em alto e bom som para que todos que estivessem no vestiário pudessem ouvir.
- Só estamos zoando um pouco com o gostosinho. – devolveu o soldado.
- A brincadeira acabou! Entrega para ele! – o infeliz lançou-a para o que estava mais próximo dele, mas não chegou a vê-lo pegar a cueca. Antes disso, levou um osotogari1 estatelando-se no chão duro e gritando de dor.
Imediatamente reinou um silêncio absoluto no vestiário. O Riccioppo encarou o que segurava a cueca e ameaçou partir para cima dele. A cueca foi entregue em mãos ao Renan no mesmo instante. Sem dizer mais uma palavra, o soldado Riccioppo deixou o recinto como estava prestes a fazer antes de interferir na gozação. Levou pelo menos três minutos antes que alguém resolvesse voltar a conversar. Eu me mantive na porta, sem interferir, observando o desenrolar dos eventos. Naquele dia eu soube que tinha um concorrente. A maneira como ele defendeu o Renan me fez ver que ele sentia alguma coisa por ele que ia muito além da gratidão.
Eu relatei esse episódio só para encaixar o Riccioppo na minha história com o Renan, pois de regresso de um feriadão de três dias, nos quais não me encontrei com ele, notei uma mudança em seu comportamento. Não era nada comigo certamente, uma vez que ao entrar no setor na segunda-feira pela manhã, a primeira coisa que o Renan fez foi procurar o meu olhar, como era seu costume e abrir aquele sorriso que me deixava tarado. O que chamou minha atenção foi uma certa euforia que o deixou agitado, mais falante, o que era raro e, sensivelmente mais alegre.
- Pelo visto o feriadão foi bem agitado! – exclamei, tentando descobrir o motivo de tanta expansividade.
- Foi bem legal, sim! E o do senhor? – devolveu.
- Não tão legal quanto o seu, com certeza! O que fez?
- Passei esses dias no sítio da família do Riccioppo. – ele mal se deu conta de que essa informação me atingiu como um soco na boca do estômago.
Os dois já estavam se encontrando fora do quartel. Nada podia ser mais avassalador do que isso, uma vez que a amizade entre eles já havia ultrapassado muito mais barreiras do que eu supunha. Teriam dormido juntos? Há quanto tempo já estariam transando? Meu dia não podia ter começado pior.
- Quem mais estava nesse sítio com vocês? – eu me senti um garoto da idade deles fazendo esta pergunta, mas o que me corroía por dentro era mais forte do que a infantilidade da qual fui tomado.
- A princípio os pais dele também iam, mas surgiu um imprevisto, não sei bem o que, que os impediu de ir. Acabamos indo só ele e eu. – respondeu o Renan, sincero e inocentemente. Meus punhos se cerraram sem eu perceber e, por pouco, não esmurrei a superfície da minha escrivaninha.
Durante o dia o Renan veio que perguntar algumas vezes o porquê de eu estar emburrado, achou que fosse algo relacionado ao meu divórcio sobre o qual eu tinha conversado com ele numa noite após termos transado. Eu neguei secamente. Na última vez que me questionou eu quase cheguei a perguntar se o parrudão tinha enfiado a pica no cu dele, tal era meu ciúme. Contive-me a muito custo, pois não queria que ele soubesse que estava gostando dele muito mais do que apenas para transar. Quando o expediente chegou ao fim naquela tarde, eu sabia que ambos estaríamos de serviço e, portanto, dormiríamos no quartel. Fiquei tentando encontrar um lugar onde pudesse enrabá-lo com mais conforto do que na minha sala. Além disso, já estava achando que o setor era um local manjado e, que alguém poderia começar a desconfiar de nós dois ficarmos ali muito depois do fim do expediente. Lembrei-me de uma guarita desativada nos limites do quartel com uma encosta arborizada que também pertencia ao exército. Combinei de encontra-lo lá depois do jantar. Ele ficou um pouco apreensivo, e eu atribuí seu receio por ser um local ermo onde nunca se via alguém caminhando à noite.
Fui tão afoito começando a despi-lo que mal retribuí seus beijos carinhosos. Eu precisava conferir uma coisa que estava debaixo de toda aquela farda. Eu precisava inspecionar o cuzinho dele. Quando se deu conta do que eu queria, ele colocou a mão no meu peito e disse que precisava me contar uma coisa. Eu estremeci, pois já desconfiava o que seria. Respirei fundo para não explodir antes mesmo de ele me revelar o que eu já imaginava.
- Não quero que se zangue comigo, promete? – começou ele.
- O tal do soldadinho, como é mesmo o nome dele, comeu o teu cu, foi isso? – foi impossível me controlar. E, eu bem sabia como se chamava o parrudão, mas pronunciar seu nome tornaria tudo mais difícil.
- É Riccioppo. Ele e eu ... eu e ele, quer dizer, a gente se gosta muito. – gaguejou o Renan.
Ele te fodeu! Eu sabia! – exclamei, ao mesmo tempo em que o agarrei pelo queixo e apertei sua mandíbula com a minha mão.
- Ai! Ai! Não me machuca, por favor. – balbuciou ele. Soltei-o no mesmo instante.
- Há quanto tempo vocês dois estão transando? – perguntei depois de um silêncio incomodo.
- Foi a primeira vez. – ele não estava mentindo. – Eu não queria ver o senhor tão zangado. O senhor podia se acalmar um pouco e perceber que o que temos não vai durar para sempre. O senhor é casado, quer dizer, foi, e o Riccioppo e eu, a gente vai sair daqui e viver nossas vidas lá fora. – ponderou ele.
- Quantas vezes vou ter que te dizer para não me chamar de senhor quanto estamos a sós? – questionei, só para ter um motivo para ralhar com ele. – Você podia ter me contado antes. – emendei.
- Apesar de gostar do Riccioppo, eu não sabia que a gente ia transar. Eu juro que não fui passar o feriadão com ele com essa intenção. – afirmou ele. O pior é que isso certamente era verdade, o Renan era de uma integridade inabalável.
- Deita no meu colo, quero ver seu cuzinho! – ordenei. Ele hesitou, mas fez o que eu mandei. – Ainda está todo inchado! Ele te machucou bastante, não foi? Filho da puta! – esbravejei.
Ele se ergueu, pegou meu rosto entre as mãos e me beijou com tanta suavidade que, de repente, aquela adrenalina que tinha deixado todos os meus músculos prontos para o embate, começou a espalhar um calor pelo meu corpo que tinha mais haver com tesão do que qualquer outra coisa.
- Não mais do que você, Diogão! – exclamou ele, fixando seu olhar meigo no meu.
- Nem adianta vir com esse jeito todo, todo. Eu vou te foder, como é que vai ser, se esse cuzinho já está todo arregaçado antes de eu começar? – como é que se intimida alguém de quem se está gostando tanto, perguntei a mim mesmo.
- Que jeito todo, todo? – questionou ele, dengoso, começando a desabotoar minha gandola e fazendo deslizar sensualmente seus dedos entre os pelos do meu peito. Por mais tenso e irritado que eu estivesse aquilo me deixava louco de tesão, e ele sabia disso.
- Eu devia te dar umas porradas, sabia? – provoquei.
- Por eu gostar de você e, do que você faz comigo? – perguntou.
- Por você ter se transformado num safado! – devolvi.
- Eu não sou safado! Só descobri que gosto do Riccioppo e acabou rolando.
- E chega de repetir Riccioppo, Riccioppo! Parece um papagaio! – ele riu da minha zanga.
- Tá bom! Então só vou falar Diogo, Diogo, está bom assim?
- Não sei o que faço com você! Você me tira do sério! Devia puni-lo!
- Eu acho que você devia fazer o que faz melhor, entrar em mim. Ou você não quer mais o meu carinho? – sussurrou ele, enquanto lambia minha orelha e me deixava de pau duro.
Tirei minha calça e cueca e mandei que ficasse de quatro, queria enrabá-lo nessa posição para poder enfiar minha rola profundamente em seu cuzinho esfolado. De alguma forma eu precisava extravasar o que estava sentindo e fazê-lo perceber que tinha me deixado puto. Soquei a pica no cuzinho dele até seus ganidos se transformarem num choro que ele tentou disfarçar. Gozei feito um touro reprodutor naquele casulo macio, depois de quatro dias de abstenção. Ele me beijou e encostou sua cabeça no meu ombro quando tudo terminou, sem fazer uma única queixa ou lamurio. O cu do Renan estava sangrando um pouco mais do que de costume, mas ele já havia se conformado com essa ocorrência a cada transa nossa. O que mais me angustiava é que dentro em breve eu estaria com remorsos por ter sido tão bruto com ele, especialmente quando ele ficava me acariciando como fazia agora.
Seguiram-se algumas semanas sem que eu notasse qualquer sinal de que o cuzinho do Renan tivesse sido usado por alguém que não eu. Eu o inspecionava diariamente, sem encontrar nada além das preguinhas que eu mesmo havia esfolado.
- O talzinho, como é o nome dele mesmo, desistiu do seu rabinho? – questionei certo dia, pouco antes de leva-lo para o meu apartamento para passarmos a noite juntos.
- Não. Quer dizer, acho que não.
- Então está sendo mais cuidadoso ao te foder. – argumentei.
- Ele não me fodeu. Só foi aquela vez. – respondeu ele, sincero.
- Mas eu continuo a ver vocês dois juntos por aí.
- Sim, porém não transamos. – garantiu.
- O que foi que aconteceu para ele abrir mão desse rabinho gostoso tão facilmente?
- O senhor fala como se eu fosse uma puta. Eu não sou. – revidou entristecido.
- Eu não disse que você é uma puta! Mas, vou falar coisa pior se me chamar de senhor mais uma vez. – ameacei.
- É que do jeito que o se..., você fala, parece que é isso que pensa de mim.
- Não fique chateado comigo, você sabe que eu não penso isso de você. Só não gosto de saber que tem outro sujeito querendo te enrabar.
- Mas não tem, só o se..., só você! – exclamou ele. Quando ficava nervoso tinha muita dificuldade de me chamar de você com a intimidade da qual eu tanto gostava.
Fiquei algumas semanas pensando nos motivos pelos quais o soldadinho não se aproveitava daquela bunda tesuda da qual era difícil abrir mão. Contudo, não cheguei a uma conclusão. Só que, logo percebi que ele não havia desistido do Renan. Pouco tempo depois tive a confirmação.
Eu e mais quatro judocas da nossa unidade fomos participar do campeonato mundial militar de judô no Rio de Janeiro, entre eles o soldado Riccioppo que competia na mesma categoria que eu, com mais de 100Kg. A unidade foi muito bem no pódio e o soldado e eu ficamos nas semifinais quando os outros dois judocas haviam conquistado medalhas de bronze. Eu já havia lutado com ele dentro da unidade e, vencido as lutas. Não chegamos a nos enfrenar nas semifinais, mas ambos acabamos passando para a final e íamos nos enfrentar. Havia um brilho perverso no olhar do Riccioppo quando fizemos o re hajimari ni2 e eu percebi que não seria uma luta fácil. Em menos de cinco minutos de luta, ele me deu um sumi gaeshi3 e finalizou com um tai otoshi4 perfeito fazendo o ippon5 da vitória. Eu nunca tinha levado uma surra como aquela em todos os meus anos de judoca e, soube imediatamente o que havia motivado o soldadinho a me mostrar do que era capaz. Durante toda a luta eu já havia notado que estávamos disputando algo mais que a medalha de ouro. Foi como se fossemos dois machos disputando território e o direito de acasalar. Ele deixou bem claro que eu estava mexendo onde não devia. Fiquei tão possesso que minha cara no pódio mais parecia a de um bisão enfurecido, ao lado dele, que erguia com um sorriso vitorioso a medalha conquistada e a certeza de que o Renan seria dele.
No entanto, nada mudou entre o Renan e eu depois do campeonato. Ele levou alguns dias para mencionar a vitória do Riccioppo, temendo talvez uma reação minha e, mesmo assim, foi muito sutil no comentário.
- Ele estava disputando o seu cuzinho, sabia? – asseverei.
- Ninguém precisa ficar disputando o meu cu. Sou eu quem vai determinar a quem ele pertence. – retrucou com uma segurança espantosa e um tanto atrevida.
- E você já decidiu a quem ele pertence? – provoquei.
- Não quero conversar sobre isso com o senhor! – exclamou, contrariado.
- Do que foi que você me chamou? – questionei, agarrando vigorosamente seu queixo com uma das mãos que se estendia até seu pescoço, uma vez que estávamos a sós. Toda vez que ele me chamava de senhor parecia que eu ficava a quilômetros dele, como se ele estivesse me afastando de sua atenção.
- Você me provocou e eu me confundi! – justificou-se.
- Você sabe que eu não gosto quando você me trata com essa frieza. – revidei.
- Em vez de você me tratar como no início, você só pensa em ficar me disputando com os outros. Nem você e nem ele se importam, na verdade, comigo. Vocês só querem inflar os próprios egos. Eu fico no meio disso tudo sofrendo as consequências. – desabafou.
- Que consequências?
- Todas! Nem você e nem ele gostam de mim de verdade. – insinuou.
Na hora eu soube que ele tinha razão. Eu gostava dele sim, mas não ia levar aquilo adiante mais do que o tempo em que ele estivesse fazendo serviço militar obrigatório. Eu tinha outros planos de vida além de me divertir com uma bundinha gostosa e um soldado lindo e carinhoso. Talvez o Riccioppo também tivesse deixado claro que seu objetivo de vida não incluísse a presença do Renan, daí sua revolta. Fiquei sem saber o que dizer.
- Isso não é verdade! – exclamei, para tranquiliza-lo.
- É sim! – devolveu seguro.
- É assim que você quer passar o fim de semana comigo, brigando? – questionei, pois estávamos no carro a caminho da minha casa.
- Não! – retrucou ele, fazendo birra. Eu ri e, no primeiro semáforo fechado, agarrei-o e beijei-o cheio de tesão.
O Renan ainda ficou amuado por algum tempo depois que chegamos ao meu apartamento. Não queria uma água, não queria um suco, não ia beber nada alcoólico, não estava com fome. Só parou de dizer que não queria nada quando desabotoei os três primeiros botões de sua camisa branca, através de cuja transparência eu fazia quase uma hora que estava guloso por aqueles mamilos marronzinhos, os quais comecei a lamber devagarinho, antes de mordiscá-los tracionando-os com força até ele emitir um protesto. Então o beijei tresloucadamente até ele começar a retribuir minha investida, o que significava que estava sentindo tesão pela minha abordagem. Depois de despi-lo completamente, tirei minha jeba endurecida da calça e pincelei o rosto dele com ela. Segundos depois ele a havia tomado em suas mãos e a chupava como um bezerro faminto. Brincou com as minhas bolas enquanto me encarava, sabendo que aquilo me levava ao delírio. Eu adorava a maneira como ele chupava meu pré-gozo, cultuava seu jeito suave e instintivo de me excitar e, perdia a cabeça quando ele se mostrava pronto para me receber dentro de seu cuzinho. Enquanto eu o lambia num cunete propositalmente demorado para fazer aflorar todo o seu desejo pela minha pica, ele apenas suspirava e ficava repetindo meu nome num murmúrio baixinho, como se fosse um mantra.
- Ai, Diogo! – soltou então, em meio a um ganido, quando minha chapeleta atravessou sua rosquinha anal, lacerando-o.
Como sempre, eu me vali de um beijo tórrido para mitigar sua dor. Reconfortado pelo beijo, ele se entregou aos meus desígnios. Assim que toda minha virilidade se movia em suas entranhas, começou a me retribuir com suas carícias, sem miséria, sem avareza, mas tão pródigas que faziam a gente se sentir a mais recompensada das criaturas. Tão satisfeito e regozijado, eu nem desconfiei que aquela foi a última vez que fizemos sexo.
O período de baixas de soldados nunca me pareceu ter chegado tão rápido. Um ano com aquela turma estava prestes a terminar em algumas semanas. Eu estava decidido a segurar o Renan para a segunda lista, quando já houvesse novos recrutas, mas tão logo o comandante do batalhão anunciou a data da primeira baixa, o Renan veio me pedir que o incluísse na lista. Ele me deu uma desculpa na qual não acreditei, mesmo sabendo que ele nunca havia mentido para mim, para que eu atendesse seu pedido. O tal soldadinho briguento tinha sido posto na primeira lista pelo sargento do seu setor.
- Está com pressa de dar baixa para poder ficar com seu herói? Já se cansou de mim? – suscitei.
- Sim. Não. – respondeu com a sinceridade de sempre.
- É por isso que não quis mais transar comigo nessas últimas semanas? Ele disse que vai ficar com você? – eu me transformava num menino inseguro quando se tratava da possibilidade de outro homem ficar com o Renan. Era algo irracional, eu sabia, mas não conseguia dizer isso a mim mesmo diante da realidade dos fatos.
- Fizemos um acordo. Ele deixava a namorada, por quem já não tinha mais nenhum sentimento, se eu deixasse o senhor. – afirmou.
- Você contou a ele sobre nós dois? – questionei, um pouco preocupado com a possibilidade daquilo me prejudicar na carreira militar.
- Não! Nunca contei a ninguém sobre nós. – garantiu ele.
- E como ele sabe que você está comigo?
- Ele desconfia. Quis que eu dissesse com quem estava transando, se era coisa séria, se eu estava apaixonado pela pessoa. – disse ele.
- E você?
- Não revelei nada. Eu juro sargento, nunca comentei uma só palavra sobre nós.
- Eu sei que não. E o que você respondeu sobre estar apaixonado? – insisti.
- Eu fui sincero, disse que não. – aquela resposta atravessou meu peito como um punhal.
Naquele momento eu me questionei se tinha sido eu a usá-lo para meus propósitos libidinosos ou, se tinha sido ele que me transformara em seu objeto sexual. Eu era um homem muito ativo, vigoroso, desejável, mas diante dele naquele instante me senti um michê. Eu não duvidava dos sentimentos dele por mim, porém eles não eram tão fortes quanto eu imaginava, nem tão significativos que ele não pudesse abrir mão. Pela primeira vez me vi diante de uma situação na qual eu não estava com aquela bola toda. Os recrutas anteriores choraram quanto se despediram de mim, sentiram-se órfãos do meu sexo. O Renan não. Ele se despediu de mim como de um bom amigo.
- Muito bem! Eu confesso que pensei que você gostasse de mim. – expus, me tornando tão vulnerável como jamais tinha feito.
- Eu gosto! Gosto muito! Você me fez descobrir minha sexualidade, me ensinou tantas coisas, cuidou de mim, me protegeu, mas não me ama. – afirmou ele, tão sereno e seguro que deixava a gente sem saber o que responder. – Eu quero poder viver uma vida ao lado de alguém que eu amo e, que também me ame. O senhor nunca faria isso.
- Você está magoado comigo?
- Jamais! Eu amei cada instante que o senhor esteve comigo, que esteve dentro de mim. – revelou.
Eu estava sozinho com ele no setor, a maioria dos soldados da primeira baixa já havia se despedido dos que ficaram e tinham deixado o quartel após o expediente. Antes de ele atravessar o umbral da porta, saindo definitivamente da minha vida, eu a fechei e o encurralei contra ela. Tomei-o nos braços e o beijei com sofreguidão, enfiando minha língua na boca dele e movendo meus quadris contra o corpo dele como se o estivesse bombando. Ele se pendurou ao meu pescoço e chupou minha língua com aquela doçura e dedicação com que tinha me tratado todos aqueles meses. Naquele instante eu ainda não sabia que jamais me esqueceria dele, como tinha acontecido com os outros de quem eu não me lembrava mais dos nomes e tinha vagas recordações de seus semblantes. Iam se passar anos, eu teria filhos e netos, estaria no terceiro casamento e, ao recordar aquela despedida, me lembraria das raríssimas vezes em que tive um sexo quase tão pleno e satisfatório como o que ele tinha me proporcionado em todas as ocasiões que transamos. E nem que, me perguntaria, então, o que a vida tinha propiciado ao Renan, pois ele certamente merecia o melhor dessa vida, como também teria feito do homem por quem se apaixonou um ser privilegiado e único.
1. Osotogari – golpe do judô
2. re hajimari ni – saudação inicial do judô que os oponentes realizam se curvando ligeiramente um diante do outro antes do combate
3. sumi gaeshi – golpe do judô
4. tai otoshi – golpe do judô
5. ippon – ponto completo, é o nocaute no judô, finaliza o combate no momento desse golpe. Um ippon se realiza quando o adversário cai de costas no chão ao término de um movimento perfeito.