Quando o Beto tirou a jeba de dentro da Pat, fiquei preocupado de cair porra no lençol e sujar a cama. Peguei a camisa que ela tava vestindo e entreguei pra ela:
-“coloca aí pra não cair no lençol”.
Ela sorriu pra mim com cara de safada e falou pro Beto:
--“viu, Beto, era pra você ter gozado na minha boca. eu queria sentir o gosto do seu leite de novo”.
>>”eu também queria ver o Beto gozando na sua boca, Pat. E você, Julio?”, falou rindo.
-“vocês gostam de me provocar né?”, e ri.
--“ahh, amiga, o Julio gosta também, só não gosta de me beijar depois”.
-“claro, né. Vê se tem condições...”.
--“o Beto me beija sem reclamar, amor”.
>”e adianta reclamar? Quando você quer alguma coisa...”, e os dois sorriram.
Ficamos conversando amenidades, até que o nome da Lorena surgiu na conversa de alguma forma, e as meninas disseram que ela estava com vergonha de ficar nua na minha frente e do Beto, pois ela nos conhece a anos, e nessa conversa me perguntaram se ela tinha falado alguma coisa no caminho de casa. Eu tinha que enfrentar a verdade, então falei:
-“ela falou tudo isso aí, falou que o pau do Beto é grande e ela nem aguentava, e que tava com vergonha de ficar pelada na frente dele, mas que se fosse só comigo ela toparia”.
>”pô, mas eu faço com carinho, você falou pra ela?”
Eu estava receoso com a possível reação da Pat, mas me entreguei de vez, antes que ela arrancasse de mim a força:
-“acabou que antes de chegar na casa dela (eu estava enrolando rsrs), ela me pediu pra parar o carro e a gente acabou transando”. Pronto, falei.
Deu-se um segundo de silêncio, igual naqueles vídeos da bomba de Hiroshima, pra depois a gente ouvir a explosão:
--“Julio, vocês transaram no caminho da casa dela?”
-“foi rapidinho, e se ela tivesse ficado aqui a gente ia transar também né?”
--“se ela tivesse ficado, Julio, seria na minha frente. Você transou com ela escondido de mim”.
-“vocês duas deixaram ela com tesão, depois você manda eu levar ela pra casa, acabou acontecendo. Se eu falo que não, ela ia achar que eu sou viado”, apelei pro sentimento de compaixão da Pat.
--“ela ia achar que você é homem e que me ama, seu cachorro”.
-“Pat, era pra você ter ido comigo. Eu achei que você tava transando com o Beto também”.
--“a idiota aqui tava te esperando, por que eu queria você junto comigo. É bom saber que você gosta de transar escondido de mim”, e levantou pra ir no banheiro da suíte. Deixei ela entrar, fui na porta e falei:
-“Pat, desculpa mas eu não fiz nada escondido. A gente transou com ela hoje a tarde, e você ficou aqui com o Beto enquanto eu levei ela...”
--“Julio, se fosse um amigo meu que a gente tivesse transado a tarde, e eu fosse levar ele em casa e acabasse dando pra ele no carro, você ia achar normal?”
-“sei lá, Pat, eu não vi maldade...”, falei meio sem convicção.
--“Julio, deixa eu tomar banho tá. Você sabe que tá errado”.
Ao analisar pelo prisma dela entendi a indignação. Se fosse o contrário eu não gostaria. Até mesmo se fosse com o Beto eu não gostaria, não pela transa, e sim por não combinar antes. Eu estava errado mesmo e não tinha desculpas. E eu sabia disso quando não resisti e comi aquela loira, só não tinha pensado direito nas consequências. Saí da porta e voltei pra cama, fiz aquela cara sem graça pra Fabi e Beto e sentei sem saber o que falar, e a Pat gritou lá de dentro:
--“Betooo...”
>”oi”.
--“vem aqui tomar banho comigo”.
Eu e Beto nos olhamos, e eu falei baixinho:
-“vai lá, ela quer se vingar”.
Beto foi e ficamos eu e Fabi na cama, e eu precisava de uma opinião de alguém de fora da bolha, e confiava na Fabi pra dar uma opinião sincera:
-“que merda. E agora?”
>>”a Pat tava com ciúmes da Lorena hoje, e você foi transar logo com ela?”
-“o combinado era a Pat ir comigo. A gente já tinha transado com ela hoje. Eu sei que tava errado, mas acabou acontecendo”.
>>”ela tá nervosa. Depois pede perdão pra ela, fala que ela é o amor da sua vida, que ela vai ficar mais calma”, e riu pra mim.
Ficamos pelados na cama conversando sobre a treta, e Fabi já estava tirando onda comigo, me provocando falando dos dois tomando banho, e só me restava rir da situação. Me disse pra ficar tranquilo que a Pat me ama. Pedi a ela que me ajudasse nessa, e ela concordou. Ainda dei um abraço nela e demos um selinho, até que a Pat gritou do banheiro:
--“Julio, pega minha toalha”.
Coloquei meu short e fui no varal da área de serviço, peguei a toalha e entrei no banheiro. Ela fez questão de ficar abraçada beijando o Beto debaixo do chuveiro. Olhou pra mim e falou:
--”pode deixar aí na pia”, e foi passar a mão nele, como se o estivesse ensaboando, e como se eu não existisse.
Se a vingança dela se resumisse a ceninhas de provocação com o Beto, beleza, eu podia aceitar isso. Logo depois os dois saíram do banheiro, Beto olhou pra mim como quem pede desculpas por ter participado daquele teatrinho. Perguntei se ela estava mais calma, e ela respondeu:
--“Arrrgh, eu tô com raiva de você, Julio. Era só pra levar aquela broaca em casa e voltar, e não pra transar com ela”.
Peguei na mão dela e beijei falando:
-“me desculpa, eu não achei que você ia ficar chateada”.
Beto percebeu que a gente precisava conversar e falou que ia sair do quarto com a Fabi, mas eu falei:
-“não, fiquem aí, eu vou tomar banho e já volto”.
Fiz isso por que a Fabi disse que iria me ajudar, e o Beto com certeza iria me dar uma moral também. Seria mais fácil conversar com a Pat depois dos dois ‘amaciarem aquela carne de pescoço’, e assim fiz, fui no banheiro social pra deixá-los a vontade na suíte e tomei meu banho ensaiando algumas falas, passei no meu quarto, coloquei calção e cueca, fui na cozinha, peguei água e copos e fui pra suíte.
Fabi tinha ido tomar banho no banheiro da suíte, e Pat e Beto estavam sentados de toalha conversando outro assunto já. Sentei na cama com eles, e Pat evitou me encarar, mas eu percebi que ela já estava menos feroz, igual uma leoa que acabou de comer 2 quilos de carne. Ainda tinha risco de dar uma mordida, mas dava pra arriscar fazer um carinho.
Sentei encostado na cabeceira da cama e puxei ela pra ficar sentada entre as minhas pernas, com as costas no meu peito. Beto estava um pouco afastado, encostado na cabeceira também. Eu fiquei abraçado beijando a nuca dela e dizendo que a amava, que jamais faria algo escondido dela. Eu olhava pro Beto de canto de olho, sorrindo como quem está amansando uma fera, e perguntei se ela me amava.
--“eu te amo, mas você me fez de corna”.
-“claro que não, Pat. No motel você transou com o Beto enquanto eu dormia (conto 50), e eu não reclamei”.
--“a gente tava do seu lado, Julio, e fizemos barulho pra você acordar e ficar com a gente”, virou o pescoço e olhou pra mim completando: “eu vou dar pro Beto escondida também, daí quero ver se você vai gostar de ser corno”.
Beto deu a resposta que se espera de um amigo:
>”ei, eu não quero fazer parte disso não, vocês dois são meus amigos”.
--“vai sim, senão eu vou achar que você é viado”, e riu pra ele, em referência a desculpa que eu dei pra não negar a transa com a Lorena.
Em seguida ela abriu uma perna, passando por cima da minha e recostando o pé sobre uma perna do Beto, e ficou passando o pé na perna dele. Com isso a toalha dela se abriu, mas como o Beto estava de lado pra nós e só via a testinha da buceta.
Beto estava meio desconcertado com a exigência da Pat e olhou pra mim, e eu só pisquei o olho pra ele ficar tranquilo. Os dias iriam passar e com jeitinho eu dobraria o ímpeto dela.
Fabi que já tinha terminado o banho e estava se enxugando no banheiro, saiu de lá sorrindo, vendo a Pat nos meus braços, e perguntou:
>>”e aí, vocês já se acertaram?”
--“já sim, Fabi. Eu vou transar com o Beto escondido pra ver se passa a minha raiva”.
>>”e você, aceitou, Julio?”, Fabi me perguntou rindo.
Pat mal sabia que eu e Beto já tínhamos até conversado sobre os dois transarem ‘a sós’, sem ela saber que eu estaria vendo escondido (conto 51). De qualquer modo, ela já estava rindo da situação, e eu aceitei o teatrinho dela, e com o passar dos dias eu reverteria a situação, então respondi:
-“fazer o que né? Quando a Pat quer não tem jeito”.
--“você que me obrigou, e agora vai ter que aguentar”.
-“tá bom, delícia. Te amo”, e dei um beijo na boca dela.
--“te amo também, meu corninho”, falou pros dois ouvirem, e já descolou a boca da minha sorrindo pra mim.
O clima amenizou, começamos a conversar outras coisas, eu peguei um colchão na sala e coloquei do lado da cama dos meus pais, que é daquela cama King, mas não cabia quatro pessoas. Pat e Fabi tiraram as toalhas para o nosso deleite visual, e colocaram uma roupinha de dormir, Beto colocou o short dele, e os três ficaram na cama e eu fiquei no colchão. Ligamos o ar condicionado, fomos relaxando até o sono ir derrubando um por um. De madrugada senti alguém passando ao meu lado no colchão, mas relaxei e dormi, e acordei logo depois, do nada, como se estivesse despertando de um sonho.
Estiquei minha cabeça pra cima e olhei a cama praticamente vazia. Na penumbra que estava olhei mais atentamente e vi a Fabi, sozinha, dormindo. Beto e Pat não estavam ali.