Olá, pessoal!
Este conto vai ser escrito em várias partes (não sei em quantas, ainda) de maneira a não cansar vocês e nem me cansar, rs.
O conto não é totalmente real. Adianto pra vocês que os personagens existem e tiveram um envolvimento que pode, ou não, ter se dado da maneira como relatada. Os nomes e locais foram alterados para preservar a identidade dos envolvidos. E ele será contado na perspectiva do Vitor, e, ocasionalmente, na perspectiva de Guilherme. Vamos lá?!
Estava voltando do almoço num restaurante próximo ao órgão onde trabalho (sou advogado público). Estacionei o carro e fui em direção ao saguão onde dei de cara com um menino todo de social, estava até engraçado alguém com cara de 16/17 anos visivelmente nervoso de terno e gravata. Entramos no elevador e apertei o quarto andar onde minha sala fica e ele o terceiro andar. A porta abre, ele diz boa tarde e segue o caminho.
Quando cheguei na sala, Patrícia a outra advogada que divide sala comigo me lembrou me lembrou que hoje era a entrevista de um futuro estagiário(a).
Dei graças a Deus, o trabalho estava intenso naquele início de ano, e o pré-carnaval estava tumultuado.
Bom, deixa eu me apresentar. Meu nome é Vitor, tenho 31 anos, sou advogado público, concursado por um órgão estadual que não vou citar o nome para preservar minha identidade. Sou branco, 1,77, olhos castanhos e corpo normal, nem gordo, nem magro.
Cerca de 10 min depois que eu cheguei a moça do RH veio nos perguntar se já poderia deixar o rapaz a ser entrevistado entrar. O que respondemos afirmativamente. Para minha surpresa,o mesmo rapaz que entrou comigo no elevador entrou na sala. Fomos aos cumprimentos normais e ele se sentou do outro lado da mesa de Patrícia, e eu fiquei na minha mesa, um pouco mais distante.
Enfim começamos a entrevista. Descobrimos a idade do rapaz, que tinha 17 estava para completar 18 anos no início de março. E estava no 2º período do curso.
Apesar de parecer muito esperto, não fiquei tão animado pois a rotina do nosso trabalho exigiria muito dele. E não sei se ele teria condições de entregar o que precisávamos. Falei isso com ele, para que não ficasse tão animado. Pois iria pedir para que o RH entrasse em contato com o setor de programa de estágio do governo e mandasse alguém mais avançado no curso.
Ele ficou bem triste, era visível. Mas era o certo. Não seria justo com ele exigir algo que ele sequer tinha aprendido.
Patrícia concordou comigo e dispensamos ele pedindo desculpas pelo tempo perdido.
Certa de 15 dias depois, era uma sexta pós carnaval, resolvi sair com os amigos para um barzinho perto do trabalho. Depois de alguns minutos reparei que Guilherme estava há algumas mesas ao lado, que era referente a outro bar, conversando com amigos. Ele estava com calça jeans azul claro/branco apertada, uma camisa azul marinho, sapa-tênis. Estava muito lindo e totalmente diferente do estilo que foi na entrevista, todo de social. Resolvi então ir lá cumprimentá-lo.
- Eai, Guilherme, tudo bom?
- Ah... é... tudo, sim. E com Dr? - ele parecia um pouco nervoso.
- Estou bem, e por favor, sem Dr. apenas Vitor, rs.
- Tudo bem, Dr... digo, Vitor rsrs.
- Eai, conseguiu outro estágio? Desculpe não poder contratá-lo.
- Acabou que não consegui, estou muito cedo no curso. Mas o pessoal do setor de estágio do Estado disse que tentaria me alocar em outro órgão.
- Bacana, tenho certeza que vai conseguir em breve.
- Obrigado, estou na torcida, mesmo Vitor.
- Isso, ficarei na torcida também, e se ouvir falar de alguma vaga com algum amigo eu te indico. Agora preciso voltar pra minha mesa. Espero que se divirta.
- Obrigado, o Dr. também... digo, você também.
- Até mais...
- Até...
Confesso que só me toquei que não peguei o número dele pra entrar em conato sobre alguma vaga, horas depois, e ai já era tarde demais. Eu estava meio sem graça de ir lá falar com ele pois ele estava totalmente entretido com os amigos e as amigas. Inclusive dançando, meio bêbado. Mesmo sendo ainda menor de idade.
Na segunda-feira pela manhã eu entrei em contato com o RH pois não havia sequer agendamento de outra pessoa para ocupar a vaga de estágio. Para minha surpresa fui informado de que o governo havia interrompido o cadastro de novos estagiário no sistema. O que impedia que eles nos mandassem uma outra pessoa mais avançada no curso. Fui informado de que a única opção era chamar o rapaz que havia sido entrevistado, pois ele já tinha cadastro e teria como assinar o contrato imediatamente.
Diante de tal informação, pedi a ela que providenciasse o mais rápido possível possível.
Numa quarta-feira de muito sol. Daqueles dias de que se pode fritar um ovo no asfalto, eu chego no saguão e está Guilherme de terno e gravata. Ele sorri, e nossa, que sorriso lindo, contagiante. Parece até que ele tava tendo um dos melhores dias da vida dele. Sendo que na verdade ele iria ver como a rotina é chata. Mas mesmo assim parecia não ter qualquer possibilidade dele se desfazer daquele sorriso. Mesmo vestindo um terno num dia de muito sol e quase 40º de temperatura.
- Boa tarde, Dr. Vitor. Tudo bem?
- Boa tarde, Guilherme. Tudo bem e com você?!
- Estou ótimo Dr. mal posso esperar pra começar. Parece que o senhor vai ficar preso comigo, né? Não teve jeito.
- Pra você ver, Guilherme, não teve jeito. Mas não não fique muito animado, como dissemos na entrevista, você é muito novo no curso. Vai cortar um dobrado... mas vamos adiante, você tem muito a aprender. E por favor. Sem Dr. Só quando formos pra audiências, beleza?
- Beleza então. Disse, com um sorriso cativante.
É isso por hoje pessoal. Como disse, o conto ele é real. Os personagens existem e tiveram envolvimento. Nem tudo que está no conto é real. Mas grande parte sim.
Me digam o que acharam, se tem alguma coisa que gostariam que mudasse. Deixem a opinião de vocês que isso anima a escrever.
Bjos e até a próxima - que acho que será na quarta.
