Os Verões Roubados de Nós/CAPÍTULO 39

Um conto erótico de D. Marks
Categoria: Homossexual
Contém 3614 palavras
Data: 25/02/2019 22:45:32

Os Verões Roubados de Nós

Capítulo 39

Narrado por Enzo

— Estou faminto! – falo para Gabe – Você acabou comigo, amor!

— Eu?! – ele ri ofegante – Até onde eu sei fiz apenas o que você quis... Quem acabou comigo foi você!

Estamos deitados após um “banho de foda” em todos os sentidos da palavra.

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Flashback on

Mesmo preocupado com seu estado físico, eu preciso senti-lo dentro de mim. Essa necessidade de contato íntimo com ele é maior que tudo neste momento. Entramos no banheiro e fecho a porta.

— Por que fechou a porta, amor? – Gabe pergunta rindo.

— Porque pelo menos por agora, eu quero nos isolar do mundo. – respondo tirando minha roupa – e também porque quero gemer gostoso com você dentro de mim.

Termino de tirar minha roupa e o observo completamente. Seu olhar é intenso, nublado de desejo e me devora. Chego até ele e o beijo intensamente passando minha mão por todo seu corpo. Vou abrindo os botões de sua camisa e beijo cada pedaço de pele que se expõe. Passo a mão por hematomas e pequenos cortes que há em uma área ou outra beijando-os também. Gabe nada fala, apenas geme, ou melhor rosna (rsrs) conforme vou tocando. Paro e olho em seus lindos olhos castanhos, seu rosto barbado, sua respiração está ficando mais intensa enquanto vou tirando sua cueca. Coloco seu pau lentamente na minha boca enquanto o encaro e começo a chupa-lo, saboreando cada centímetro. Senti falta disso, então vou degustando seu pau adorando ver sua reação. Gabe tem os olhos fechados, respiração forte e geme profundamente.

— Aaahhh... Nossaaa, amor... Que saudade da sua boca! – ele abre os olhos e me encara.

Paro apenas para sorrir e volto a chupa-lo. A partir de agora coloco toda minha vontade em cada sugada. Gabe geme e rosna empurrando toda pica para dentro da minha boca até eu engasgar.

— Caralhoooo... Amor... Maiiisss... Aaahhh... – sinto suas mãos em meu cabelo segurando firme para me puxar.

Meu pau está tão duro e babando somente por chupa-lo.

— Eu vou te comer até você gozar... – ele fala ofegante e me beija duro.

— Gabeee... – falo por entre seus lábios – Amor, me come...

Ele me vira e encosta na parede.

— Empina essa bunda para mim! – ele sussurra respirando no meu pescoço e coloca seu dedo na minha boca – Chupa!

Chupo seu dedo e após ele dizer isso empino minha bunda e sinto sua mão percorrer meu corpo até a minha entrada. Sinto seu dedo me invadir enquanto ele rosna em meu ouvido.

— Desculpa... Eu preciso! – ele retira o dedo e seu pau me penetra com força – Aaahhh... Eno!

Gabe recosta sua cabeça na minha e para. Sinto meu tesão ir nas alturas porque ele parece desesperado, então desço minha mão até sua bunda e aperto. Gostei de ser penetrado assim por ele, pois ele sempre foi delicado e atencioso, mas esse Gabe até diferente. Está faminto e eu quero ser seu alimento.

— Fode, amor... – encosto minha cabeça em seu ombro – eu também preciso de você!

Ouço seu rosnado baixo e então Gabe começa a se mover. Devagar no início, mas a medida em que meus gemidos aumentam a velocidade das estocadas também.

— Enooo... Hmmm... Tão apertado... – ele sussurra e mete com força – Meu. Só meu. Delícia de cú! Porra...

Sua mão boa cola meu corpo ao dele e as estocadas ficam mais curtas e fortes. Minha excitação aumenta e sinto meu gozo chegando.

— Vai gozar, amor? – ele sua em bicas – Aperta meu pau... come ele com esse cuzinho guloso! Delícia... Assimmm... Goza pra mim....

Seus sussurros me levam ao delírio e gozo gemendo alto e as contrações em seu pau o fazem gozar logo em seguida.

— Mmmm.... – ele geme e me puxa para um beijo profundo.

Quando terminamos o beijo percebo que ele está como o rosto contraído. “ai, caralho!” penso preocupado.

— Amor... – fico preocupado – Está tudo bem?

Ele abre os olhos lentamente e sorri.

— Está, minha vida! – e me dá um selinho.

Relaxo e viro para nos abraçarmos.

— Eu te amo pra sempre, Gabe! – sussurro.

— E eu te amo pra toda eternidade, Eno!

Ele me vira novamente e se agacha me olhando e sorrindo safado.

— Abre. – ele dá um leve tapa e obedeço – Agora empurra, amor...

Enquanto vou empurrando, Gabe praticamente enterra o rosto na minha bunda lambendo, dando beijos e me chupando. Sua barba arranha e meu tesão volta. Que sensação deliciosa. Quando ele termina praticamente devoro sua boca até ficarmos sem fôlego.

— Estava com saudade das nossas putarias. – ele sussurra e rimos

— Eu proíbo você de tirar a barba! – dou um selinho – E quando você estiver totalmente curado vamos ficar uma semana trancados em casa.

Rimos de novo. Como bobos apaixonados que somos

— Amor... você me ajuda com o banho, por favor? – ele pede todo fofo.

Eu me afasto sorrindo.

— Claro! Vou cuidar do meu homem sempre! – respondo abrindo o box para ele entrar.

Dou um banho nele com a ducha menor e vamos conversando e rindo das nossas bobeiras. É nosso momento e a sensação de paz é incrível e peço a Deus que dure para sempre.

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Flashback off

Descemos para comer abraçados e sorrindo feito bobos. Ao adentrarmos na cozinha quatro pares curiosos nos encaram. Fernando e Tati com um sorriso safado, Zenaide sorrindo de felicidade e Diego sorrindo sem graça.

— Olá pra vocês! – cumprimento sentando ao lado de Tati e Gabe ao lado de Fernando.

— Até que enfim, hein?! – Tati provoca – Achei que teria que arrombar a porta do quarto.

Olho e sorrio cínico para ela:

— Uma vez empata foda se torna empata foda sempre! – digo – acho que você é meio voyeur, Tati! Acho não... Tenho certeza!

— Ridículo! – ela retruca – Claro que não!

Fernando solta uma gargalhada e Diego ri, mas ainda percebo seu constrangimento. Olho para Gabe e ele toma a frente.

— Diego... – ele chama – Está tudo bem?

— Sim! – ele responde rápido – Por quê?

— Por nada. – Gabe responde – Podemos conversar depois? Eu, você e o Enzo?

Ele assente e olha para mim sorrindo sem graça. Comemos os quitutes preparados por Zenaide e Fernando conversando amenidades. Ouvimos um trovão ao longe e quando percebemos praticamente estava anoitecendo. Tati praticamente “expulsa” Naide para que vá descansar dizendo que ela e Fernando assumiriam toda a arrumação. Com isso, ficamos a sós com Diego.

— Meninos... – ele começa.

— Vamos sair daqui. – Gabe toma a frente.

Vamos para a varanda. Fernando havia colocado a rede, então Gabe e eu nos acomodamos nela enquanto Diego senta-se numa poltrona.

— O que houve? – Gabe pergunta de forma casual.

Diego suspira e nos observa por um tempo. Quando o silêncio começa me incomodar e vou falar ele começa:

— Eu estou envergonhado...

— Como assim? – Gabe e eu nos olhamos confusos – É por sermos gays?

— Não! – ele responde surpreso – Ai, meu Deus.... Não é por isso! Desculpe se pareceu.

— Então o que é? – pergunto sério.

— Eu estou envergonhado por tudo o que houve. – ele nos olha diretamente – Eu me sinto culpado, Enzo. Eu sinto muito por vocês terem passado por isso tudo!

— Você está desconfortável com situação? – pergunto calmo.

— Sim. – ele sorri – Depois de tudo vocês me acolheram e aceitaram como namorado da Tati.

— Diego... – me levanto da rede e caminho até ele – Você salvou a vida do meu Gabe e isto não tem preço. Eu serei eternamente grato a você, cunhadinho!

Ele sorri e se levanta para nos abraçarmos.

— Desculpe-me, por favor! – ele se emociona – Enzo, Gabriel... Se eu soubesse das intenções do Ítalo, jamais teria aceitado o caso e com certeza o denunciaria! – ele se solta do abraço e nos olha – Eu me sinto na obrigação moral de protege-los, pois estou em dívida com vocês.

— O que é isso, Diego?! – Gabe se levanta – Esquece isso! Você me salvou, trouxe até aqui e continua nos ajudando. Nós é que somos gratos, cunhado!

— É verdade. – digo concordando com Gabe – Não foi sua culpa... E aconteceria de qualquer forma. – olho para ele – Ele não vai parar até ser preso... – olho para Gabe – ou morto.

Gabe e eu nos abraçamos.

— No que precisarem contem comigo! – Diego fala – Se a única forma de detê-lo for matando, então que seja.

O Enzo de antes ficaria em choque e histérico, mas ao ouvir sua declaração concordei imediatamente.

— Com certeza! – digo.

— Eno! – Gabe fala surpreso – O que é isso, amor?!?

— Vida... – olho para ele – entre vê-lo morto ou você, eu prefiro ele! – minha voz é fria – E se eu tiver que mata-lo farei sem pestanejar.

Gabe está chocado comigo

— Eu não vou perder você novamente, Gabe! – toco seu rosto com carinho – Se eu tiver que matar por você, então eu mato!

Ele me abraça forte e sinto seu corpo tremer.

— Não será necessário, amor... Ele será pego antes. – e acaricia minhas costas.

Diego apenas nos observa, mas pelo seu olhar percebo que concorda comigo. Ítalo só irá parar se for morto.

— Eu quero agradecer vocês! – Diego fala e sorri tímido – Mesmo que indiretamente, com tudo isso conheci a mulher da minha vida. – ele olha para Gabe sorrindo bobo – Sua irmã é incrível!

— Eu sei. – Gabe responde – Cuide bem dela senão já sabe, né?

— Verdade, cunhado. – concordo e sorrio maldoso – Vou te ensinar a controlar sua mulher...

Ele nos olha confuso e caímos na risada. O telefone dele toca neste momento.

— É Antônio. – ele diz – vou falar com ele. Com licença.

— Conte-nos se souber de alguma novidade. – Gabe diz e ele acena concordando.

Observamos ele se afastar.

— Vamos dar privacidade a ele, amor. – Gabe fala e entramos.

— Eno... – ele sussurra me apertando – Por favor, diga que você estava brincando sobre matar alguém, principalmente o Ítalo.

Ouço as risadas de Tati e Fernando na cozinha e tento procurar o antigo Enzo dentro de mim.

— Eu queria poder dizer que é mentira e que jamais irei ferir alguém... – suspiro – mas o Ítalo não merece piedade, pois ele é um psicopata e irá matar quem quer que esteja em seu caminho. – ele me observa atentamente – então, meu amor, se eu tiver que mata-lo ou feri-lo irei fazer sem qualquer remorso. Por você. Por mim. E por toda nossa família.

Gabe derrama uma lágrima solitária e percebo que nossos papéis se inverteram. Enquanto ele está emotivo e histérico, eu me tornei o racional e ogro da relação. Beijo sua lágrima e sorrio.

— Vamos orar para que ele seja pego antes, tudo bem? – puxo sua cabeça para o meu ombro – eu te amo e é meu dever te proteger, mas se isto acalam seu coração, eu prometo não me precipitar. Tudo bem?

Sinto seus soluços discretos e minha camiseta molhando com suas lágrimas.

— Tudo bem, meu amor? – pergunto novamente.

— Sim.

Eu me afasto e sorrio.

— Vamos subir? – ele concorda – vamos dormir abraçadinhos a noite toda.

— Ainda é cedo, amor! – Gabe sorri – Não quer ficar com eles aqui?

— Nem a pau! Quero ficar com meu homem! – acaricio seu pau por cima da bermuda e sussurro em seu ouvido – E quero comer ele bem gostoso.

Seu olhar safado vem acompanhado de um sorriso. E assim subimos para nosso quarto. A noite está apenas começando.

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Narrado por

Diego

Após chegarmos em Paraty, o amigo de Enzo informa que ele não está. Observamos Gabe sair e ir atrás dele. Enquanto esperamos, conto a Fernando tudo o que aconteceu, poupando apenas alguns detalhes. Permanecemos conversando a beira da piscina até o retorno deles um pouco mais de uma hora.

Observo os dois quando cruzam o portão e é impossível não gostar de vê-los juntos. Eles são simbióticos, sincronizados. E apaixonados. O modo como se olham, se tocam e conversam entre si, mesmo sem palavras é incrível. A sensação de culpa me invade novamente. Vejo Tati ir ao encontro deles e abraçar Enzo e as brincadeiras tem início sobrando até para mim uma certa ameaça se eu pisar na bola com Tati.

Assim que eles sobem, Fernando diz que irá com Zenaide comprar algo especial para comermos e então Tati me chama para também descansarmos. Realmente, estou exausto e preciso pelo menos de algumas horas de sono.

Acordo algumas horas mais tarde procurando por Tati, mas ela não está no quarto. Aproveito mais um pouco do silêncio até que ouço meu celular tocar. É minha mãe. Conversamos um pouco e falo com minha filha. Após a conversa resolvo ligar para Antônio, contudo o celular chama até cair na caixa postal. Estranho porque ele sempre atende as ligações, então envio uma mensagem dizendo que estamos todos bem.

Levanto-me e vou tomar um banho. Quando chego à cozinha vejo Tati, Fernando e Zenaide preparando algo para comer e conversam animados. Meu corpo relaxa ao ver meu amor sorrindo feliz, afinal ela passou por tanta coisa nos últimos dias que esta paz momentânea é mais que bem vinda.

— Oi... – chamo a atenção deles.

— Oi, amor! – ela vem até mim e me dá um beijo – Dormiu bem?

— Sim. – respondo – Por que não me acordou?

— Você estava cansado de tanta agitação, amor. – ela acaricia meu rosto – Seu descanso é mais que merecido, meu herói!

— Bom... Aqui está tudo pronto! – Fernando anuncia.

Ajudo-os a arrumar a mesa e nos sentamos para comer.

— Nossa... parece delicioso! – experimento e solto um gemido de satisfação – Está delicioso mesmo!

Conversamos amenidades até que ouvimos vozes e Gabriel e Enzo juntam-se a nós. Sorrio internamente quando Gabriel aponta a cadeira que Enzo deve sentar. Meu cunhado realmente é ciumento. Tati como sempre provoca e eu fico sem graça. Na verdade, eu nunca estive tão perto de casais homossexuais, porém ele são tão naturais que a culpa novamente me invade.

E quando digo que eles são sintonizados, acabam percebendo meu constrangimento e Gabriel pede que após o lanche conversemos a sós. Concordo e esclarecemos tudo.

Realmente, os meninos são incríveis e noto uma mudança neles. Enzo está mais frio, racional e deixou aquele ar de ‘garoto medroso’ para trás. Já Gabriel está extremamente sensível, emocional (acho que por conta do trauma de tudo o que ele passou) e assustado. De uma forma louca, eles ainda se completam, contudo afirmo com 100% de certeza que hoje a fortaleza é Enzo, o que é bom para Gabriel, pois ele precisará de alguém forte ao seu lado para a batalha que terá que enfrentar ainda.

Meu telefone toca. É Antônio. Afasto me para falar com ele e vejo os meninos entrando para me dar privacidade.

— Oi. – cumprimento.

— Diego, como vocês estão? – ele pergunta.

— Bem. – respondo – eu tentei te ligar mais cedo, mas você não atendeu.

— Pois é, eu estava descansando um pouco. – ele explica – Eles sumiram.

— Sim, então não saiam daí para nada! – ele recomenda – O pai de Enzo ligou para a administração do condomínio proibindo a entrada de qualquer pessoa que procure pelo filho.

— Certo. Entendi.

— Eu e o Vargas estamos bolando um plano para pega-los, então fique atento porque posso pedir que volte para capital a qualquer momento.

Fico tenso e penso no que Enzo falou.

— O que você planejou? – pergunto tenso.

— Não vou falar por telefone, Diego! Deixa de ser burro! – ele resmunga e eu reviro os olhos – Tente segura-los por aí até o final de semana. Se meu palpite estiver correto, o rato sairá da toca neste período. E se a minha intuição não falhar, tenho certeza de que ele irá atrás de sua mulher.

Meu corpo enrijece e solto o ar pesadamente.

— Eu o mato!

— Descobrimos que ele vendeu o restaurante, a casa de veraneio e sabe-se lá o que mais... – Antônio fala – Acredito que ele tentará fugir com essa grana.

— E quanto a mãe dele?

— Almeida está fazendo na vigilância da casa e até agora ele não apareceu por lá. Quanto ao Jeferson, este está com Francisco fingindo ser seu secretário particular. – ele suspira – Francisco contratou uma empresa de segurança para cuidar dos filhos e do restante da família.

Meu sogro está com sangue nos olhos de vontade de pegar Ítalo e lhe dou toda razão. Ser acusado injustamente de matar alguém que ele sequer conheceu é o fim.

— Eu quero entender todo este desejo de vingança por parte dele. Se é por causa do que aconteceu com seus pais, ele está descontando nas pessoas erradas. Tati e Gabriel são tão inocentes quanto ele foi um dia nesta história toda.

Antônio resmunga algo com alguém e só então responde:

— É vingança sim! Todavia, em algum momento ele distorceu tudo e quer descontar todo o sofrimento que viveu nos irmãos. – pausa – Ele é um psicopata e não vai parar até ser preso ou morto, Diego. E digo mais, aposto que depois que ele conseguisse executar todo seu plano de vingança, a próxima eliminada seria Vera.

Eu já imaginava isso, afinal, a mãe de Tati estava alcoolizada durante o ‘velório’ do filho.

— Se ele pensar ou tentar encostar um dedo na Tati eu o mato, Antônio! – falo em voz baixa e irada.

— Eu sei disso, Diego! Mas não se preocupe que Lalo e seus meninos estão a postos também. – ele ri seco – Ele não vai escapar.

— Assim espero! – respondo – Antônio...

— Sim?

— Percebi algo aqui. – suspiro – Enzo está mais frio e disposto a tudo para parar Ítalo... – pausa – Já Gabriel está fragilizado e emocional ao extremo por mais que ele tente disfarçar.

— Hmm... É normal, Diego. O rapaz foi sequestrado, sedado e iria morrer se não tivéssemos chegado a tempo. – pausa – Pode demorar um pouco e com certeza ele irá precisar de ajuda profissional, mas ele se recuperará.

— Eu sei. – olho para a varanda e vejo Tati me observando sorrindo – Vou desligar. Assim que estiverem prontos me avisem, sim?

— Pode deixar! – ele responde – Até.

— Até.

Desligo e vou até ela. E aquele desgraçado acha que irá tocar num fio de cabelo dela está muito enganado. Guardo o celular no bolso e a abraço.

— Era o Antônio? – ela pergunta me abraçando pela cintura.

— Sim. – respondo e beijo sua cabeça.

— Alguma novidade? – eu amo o tom da sua voz. É tão suave.

— Nenhuma, amor. Ele sumiu – respondo.

Não conto mais nada. Não posso e não quero. Quero preserva-la de qualquer sofrimento. Permanecemos abraçados por um tempo até que olho para dentro e vejo Enzo nos observando com um sorriso no rosto. Ele segura uma xícara nas mãos e acena positivamente. Devolvo o sorriso e vejo ele sumir escadaria acima. Pelo menos por enquanto a paz reina.

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Narrado por Ítalo

Mesmo sem o documento de transferência consegui falsificar os documentos de Gabriel, sua assinatura e assim vendi o restaurante por uma boa quantia e com o dinheiro da venda da casa de praia da minha mãe contabilizo grana legal. Agora falta pouco. Quero vender a casa de minha mãe e fazer o acerto final de contas com seu ex marido e meus irmãozinhos.

O primeiro passo é roubar tudo de Tatiana e obriga-la a passar seus bens para mim. E a matarei no final, assim como farei com Francisco. Eles irão pagar por tudo que sofri esses anos todos sem meus pais.

Estou escondido desde a venda do restaurante junto com Bento. Como os outros foram presos não posso arriscar ser pego, então estou num hotel fuleiro próximo ao Terminal Tietê porque se eu precisar já tenho esquematizado as rotas de fuga.

Ouço o barulho da fechadura. É Bento que entra com nosso jantar. Apesar de não estar com fome me esforço porque preciso de energia para o que tenho planejado.

— E aí, Ítalo? – Bento me observa enquanto – Já tem um plano?

— Sim. – respondo – Só estou finalizando alguns pontos e depois te falo.

— Se tiver envolvendo o gostosinho bundudo “to dentro” – ele dá uma risada cínica

— Para com isso, Bento! Que nojo! – sinto ânsia.

Ele dá de ombros e continua comendo.

— Algum sinal do meu irmãozinho? – pergunto mudando de assunto.

Pedi que ele vigiasse a casa dos pais do Enzo, pois minha intuição dizia que ele seria levado para lá.

— Não. – ele faz uma careta – Tem certeza de que ele iria para lá?

— É o mais óbvio. Por quê?

— Porque lá ele não está. – ele me olha sério – Lá estão apenas a mãe, o pai e os irmãos do bundinha gostosa.

Reviro os olhos quando ele fala isso.

— O nome dele é Enzo, ok? – retruco sério – E foco no plano, seu miolo mole!

Ele sorri e dá de ombros novamente.

— Como você sabe que ele não está lá? – pergunto curioso.

— Simples. – ele responde estufando o peito – Eu invadi a casa.

Olhei pasmo para ele. Bento sempre foi assim. Sorrateiro. Entrava e saía e ninguém nunca o via. Confesso que isso sempre me surpreende e me deixa com medo.

— E ninguém te viu? – ele nega – Isto quer dizer que eles já estão juntos... em algum lugar.

Penso e tento me lembrar dos lugares que Gabriel já foi com ele e que tenha citado em alguma conversa comigo.

— Droga! – soco a mesa – Onde eles podem estar?

Bento se levanta e recolhe os restos de sua marmita.

— Pergunta pra sua mãe.

Verdade! Com certeza ela sabe de algo. Contudo, antes de perguntar a ela preciso me certificar de sua sobriedade. E tenho uma outra ideia.

— Bento, amanhã quero que você vigie o prédio onde eles moram. – minha cabeça está a mil com meu novo plano – Principalmente as entradas e saídas da minha irmã. Se conseguir, entre e descubra se há alguma movimentação no andar deles... – olho sério para ele – Já sabe, não é? Sorrateiro...

Ele sorri maldoso e concorda. Recolho os restos da minha comida e jogo fora. Quero tomar um banho e descansar. O tempo está correndo contra mim e preciso cair fora do país o mais rápido possível com minha mãe. Ou sem ela.

Oi, pessoal. Boa noite. Tudo bem com vocês? Espero que sim.

Desculpe se houver algum problema com a postagem, mas estou no celular hoje. Ninguém merece!:/

Abraços a todos e agradeço as mensagens.

Lolito for ever:imaginei que você estava querendo mesculhambar. Desculpe, querido! Abraços.

D.

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Comentários

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É AS COISAS MUDAM. AS PESSOAS TB. NORMAL AS MUDANÇAS DE ENO E GABE. CREIO QUE VAI SE DAR MAL FOI QUEM COMPROU O RESTAURANTE COM ASSINATURA FALSIFICADA. VAI TER QUE DEVOLVER O RESTAURANTE E PERDER O DINHEIRO PAGO. RSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSS

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