A Vida que Não Escolhi - 07: "Encontro embaraçoso"

Um conto erótico de Escrevo Amor
Categoria: Homossexual
Contém 1588 palavras
Data: 01/02/2019 02:18:50

MAIS UM CAPÍTULO DIRETO DO FORNO. ESTOU ADORANDO A REPERCUSSÃO, MUITAS PESSOAS LENDO, MAS SINTO FALTA DOS COMENTÁRIOS, SEI QUE MUITOS ACESSAM PELO CELULAR E NÃO TEM LOGIN, PORÉM AGRADECERIA SE VOCÊ DEIXASSE SUA OPINIÃO. OBRIGADO:

- Olha só. De novo, seu Godoy? Agora, fico surpreso de você, Samuel. Sempre foi um aluno tão exemplar.

- Professor, por favor, quero me desculpar. – disse Samuel, no corpo de Jonathan. – Eu sou bolsista e...

- Hum. – olhando nos papeis de Jonathan. – O senhor não é bolsista.

- Digo, o Samuel, o Samuel, ele é bolsista, e eu assumo toda a responsabilidade. – declarou Samuel.

- Ele surtou diretor. Só porque eu pintei meu cabelo e coloquei um piercing. – falou Jonathan. – Até parece que é a primeira vez do Jonathan na diretoria.

- Por agora, o aviso é verbal, mas se vocês aprontarem de novo, suspensão. – explicou o diretor.

- Sim, isso não vai se repetir, diretor Bartollo. – prometeu Samuel aparentemente nervoso.

- Tá, tá, tanto faz. – resmungou Jonathan.

- Para a sala, agora.

No corredor, Samuel e Jonathan, tiveram uma DR. Samuel não entendia como Jonathan pode pintar seu cabelo, ainda mais com cores tão chamativas. Já, Jonathan, se cansou do jeito certo de Samuel, depois do encontro com Oliver, alguma coisa mudou dentro dele. A discussão continuou por um bom tempo, quer dizer, até o diretor Bartollo sair para averiguar, e os dois correrem para a sala de aula.

No intervalo, Samuel pegou sua bolsa e avisou que iria vender os bolinhos. Lana percebeu a chateação do amigo, e achou melhor deixá-lo sozinho. Ela seguiu para o outro lado da cantina, agora que eles estavam visados pela diretoria, o negócio ficou ainda mais clandestino. Algumas pessoas se aproximaram de Jonathan, acharam seu visual legal e queriam dicas, Lorena, viu uma oportunidade e deu o bote.

- Nossa, Samuel, você está lindo. O que aconteceu? – perguntou Lorena.

- Er, uma mudança, né? Valorizar o visual. – respondeu Jonathan.

- De verdade, sabia que sentar ao lado de Jonathan serviria de alguma coisa.

- Exatamente, Lorena. Você falou tudo agora.

O professor de educação física conversou com Lana. Ele queria que a amiga de Samuel participasse do grupo de atletismo do colégio. Para a jovem, aquela oportunidade era ótima, mas ela não podia naquele momento. Após muita insistência, ele convenceu Lana a fazer um teste de tempo na pista de atletismo da escola.

- Acho que isso vai ser importante para você, Lana. Ainda mais que pode agregar ao seu histórico escolar. – revelou o professor.

- Nossa, isso é demais. E quando eu posso fazer o teste? – questionou Lana.

- Amanhã, na hora do intervalo. Você vai competir contra o meu melhor corredor, então, se prepare, pois, talento, eu sei que você tem.

- Obrigada, professor.

Um ninja, Samuel, se tornou o ninja do bolinho no pote. Ele desviava de todas as pessoas que poderiam lhe flagrar. Com muito esforço, Samuel conseguiu vender todos os bolinhos, mas apesar de tudo, ainda sentia raiva de Jonathan. No segundo horário, o jovem começou a evitar conversar com o amigo, Jonathan, sentiu o baque, e mandou um bilhete para Samuel pedindo desculpa, só que não adiantou.

- Qual é, Samuel?

- Jonathan, a gente prometeu não modificar um a vida do outro. – disse Samuel, muito chateado.

- Ei, por favor. Eu só tentei ficar mais bonito. – pegando no braço do amigo.

- Droga. Eu não aguento mais, Jonathan. – desabafou Samuel, jogando a bolsa no chão e chorando.

- Samuel. – abraçando o amigo.

- Eu estou com saudade da minha vida, nunca pensei que fosse dizer isso. Já se passaram duas semanas. E nada daquela mulher aparecer. O Parque desapareceu. – continuou Samuel aos prantos.

- Vamos dar um jeito, mas não podemos parar de viver. Eu sei o que fiz é errado, eu vou despintar o seu cabelo.

- Você é um idiota. – respondeu Samuel rindo. – Despintar. – rindo alto.

- Tá bom, alguém está ficando bipolar. – falou Jonathan com sarcasmo.

- Não ficou tão ruim. – passando a mão no cabelo de Jonathan. – Eu até que fico gatinho assim.

- Te valorizei, viu. – subindo as sobrancelhas.

Os dois decidiram almoçar juntos. Jonathan levou o amigo para comer em um lugar diferente. Um restaurante vegano, segundo ele, Samuel deveria experimentar coisas novas para manter a saúde em dia. Mesmo contrariado, o rapaz olhou o cardápio e realizou o pedido. Entre gargalhadas e provocações, Jonathan e Samuel, continuavam a se conhecer mais. Só que um detalhe, colocou em xeque toda a relação. Oliver apareceu de surpresa.

- Samuel, tudo bem? – perguntou Oliver.

- Eu te conheço? – questionou Samuel, sem se tocar.

- Tá, brincando, Jonathan? Sou eu, Oliver.

- Ah, Oliver. – respondeu Samuel, após levar um beliscão de Jonathan.

- E como você conhece o Jonathan? Quer dizer, o Samuca? – quis saber Samuel.

- A gente se esbarrou no metrô. Eu não sabia que vocês dois estudaram juntos, Jonathan. – explicou Jonathan, nervoso. – Que mundo pequeno, né?

- Entendi.

- Vocês dois são engraçados. – soltou Oliver. – Posso almoçar com vocês?

- Sim. – respondeu Jonathan.

- Não. – respondeu Samuel.

- E, então? – questionou Oliver.

No fim das contas, Oliver, Samuel e Jonathan, almoçaram juntos. Aquilo foi no mínimo constrangedor, Samuel, não entendia, como Jonathan havia o metido naquela história. Durante a conversa, Jonathan, tentava dar dicas para Samuel, afinal, eles não tinham combinado aquele encontro. Oliver achou divertido a dinâmica entre os dois, e aproveitou, para bulinar Jonathan, por debaixo da mesa.

Nervoso, Jonathan, levantou e quase derrubou a mesa. Naquele momento, Samuel, teve um estalo e percebeu o desespero no olhar do amigo. Após se despedirem de Oliver, Samuel e Jonathan, seguiram para o metrô. No caminho, Samuel, começou a provocar o amigo, que pegou corda e acabou contando a verdade.

- Eu gostava dele, mas sempre tive medo. – revelou Jonathan.

- Olha, né? Quer dizer que o perfeito Jonathan Godoy, o terror das menininhas é gay? Tô chotado. – apontando para o chão. – Estou ali, caído, desmaiado no chão, me pega lá. – rindo.

- Ei, não brinca com isso. É algo muito delicado para mim. – falou Jonathan sentando em um banco.

- Para. Jonathan. Eu mais do que ninguém sei o que é o preconceito. E enfrentei tudo isso para ser fiel a mim. Você não deve se preocupar com a opinião dos outros. – aconselhou Jonathan, abraçando o amigo e depois puxando a orelha dele.

- Ai. Para.

- E você ainda me prostitui para alcançar seus objetivos. Que tipo de pessoa é você? – gritou Samuel, chamando a atenção de algumas pessoas.

- Sinto muito, ele gosta de gordos. Eu não tive culpa.

- Muitos homens olham para mim, na escola, metrô, no Centro. E, nem por isso, eu peguei alguém!. – jogando Jonathan no chão. – Desfaz isso!! DESFAZ!!!!!!

- AAAAAH!!!!!! – gritou Jonathan.

Isabella, a mãe de Samuel, chegou cansada naquela noite, afinal, foram três festas para produzir. Nas fotos da família, a mulher buscava forças para não desistir. Ela casou cedo, e no primeiro casamento, teve Samuel, depois de uma traição, Isabella, desistiu do amor. Alguns anos depois, durante uma balada, a primeira em muitos anos, Isabella não se cuidou e acabou engravidando dos gêmeos. Apesar das circunstâncias, ela não se arrepende de nada, acha que faz um bom trabalho com os filhos, principalmente, Samuel, que cresceu independente.

- Samuel? Que cabelo é esse? – perguntou Isabella.

- Decidi mudar um pouco. Gostou, mamãe? – questionou Jonathan.

- Filho. – ela disse rindo. – Tá, interessante, no mínimo.

- Mamãe! Não pode falar que ficou interessante e rir. – olhando no espelho. – Todos na escola gostaram.

Samuel estava na rua da casa de Jonathan, a cada passo uma nova mansão surgia, o bairro era nobre, mas as ruas eram desertas, o que incomodava um pouco o jovem. Um vento gelado começou a soprar, e ele pegou o casaco de dentro da mochila. Ao parar, Samuel, percebeu que alguém o seguida, com medo, ele apertou o passo. Quando dobrou em uma esquina, deu de cara com a mulher misteriosa. Ela era velha, e dessa vez, vestia uma roupa branca, totalmente, diferente da discrição feita por Jonathan.

- Ei, você.

- Ainda está no corpo errado? – ela questionou.

- Você precisa me ajudar, a gente não faz nem ideia de onde começar. – explicou Samuel.

- Eu só estou aqui para alertar, esse é o meu dever. Agora, vocês precisam se conectar. A chave da normalidade está aqui. – pegando no coração de Samuel. – Às vezes, o que queremos está bem perto. Pense nisso.

- Jonathan? – perguntou Oliver.

- Oi? – virando para conversar com o colega. – Tudo bem?

- Sim. Estou indo para casa.

- Eu também, mas estava conversando com a... – virando e percebendo que a mulher não estava mais lá.

- Com a? – perguntou Oliver.

- Ninguém. E aí? Quer dizer que você gostou do Samuel?

- O quê? – ele tentou disfarçar.

- Ei, calma. Eu tenho um segredo. Também sou gay.

- Sério? – reagiu Oliver espantado.

- Sim, eu tenho um pouco de receio, mas sou gay.

- E o Samuel falou alguma coisa de mim?

- Sim, ele gosta muito de você. Só precisa dar tempo a ele. – aconselhou Samuel.

No Centro da cidade, a vida não para, carros e pessoas passam para todos os lugares. No apartamento de Samuel, Jonathan havia se acostumado com a loucura das coisas. O caos integrava aquele lar, e de uma maneira estranha, fazia sentido. Após ler para os irmãos, Jonathan, seguiu para o seu quarto e ouviu uma conversa entre Isabella e Antonella.

- Eu acho que o Samuel precisa saber. – disse Antonella tentando falar baixo.

- Acha que eu não sei? Ele vai ficar arrasado quando souber. – afirmou Isabella.

- Eu sabia que aquele João não era boa coisa.

- Mas namorou ele antes de mim, né, irmã? – questionou Isabella.

- Irmã, o passado ficou para trás. Eu não lembro mais desse traste.

- E então? Me ajuda a contar para o Samuel?

- Claro, faço tudo por você e pelos meus sobrinhos.

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