Minha relação com minha cunhada rendeu boas histórias. Não sei se para o publico leitor, mas para mim com certeza. Principalmente porque escrevendo pude compreender melhor a natureza de nossa relação, ao me distanciar e descrever como se fosse algo além de mim, apesar de descrever minhas próprias emoções e experiências: o fato de alterar nomes e certas circunstâncias dos personagens, evitando ser reconhecido caso alguém conhecido venha a ler o texto, me obrigava, incontinenti, a me distanciar. Ou nem tanto. O que para mim sempre foi puramente sexo, algo que ocorreu faz poucos dias faz pensar que não: não era apenas sexo. Mas com certeza o sexo, o prazer sexual foi a face mais evidente de nossa relação.
Faziam mais de 20 anos de nossa última transa. Deixamos de transar depois que me casei, pois, segundo ela, não poderia dividir-me com outra. De nada adiantou argumentar que eu era o "outro" dela, ela foi irredutível. Tanto que já tinha entrado no esquecimento, era apenas uma lembrança: ela, agora uma respeitável avó com 67 anos, eu 10 anos a menos, casado, com filhos, vida estabilizada. Até que...
Duas semanas atrás, com minha família viajando para a casa dos avós maternos, fui convidado para almoçar com eles, meu irmão e sua esposa. Cheguei um pouco adiantado, para ter tempo de conversar um pouco mais e na portaria encontrei meu irmão saindo de carro, avisando que tinha acontecido um imprevisto na empresa e ele estava indo resolver. Ofereci-me para ir junto, mas ele pediu que eu ficasse, pois talvez Sueli (nome fictício) precisasse de alguma coisa e eu poderia ajudar. Acenamos um até mais e subi no velho elevador até o quarto andar.
Enquanto subia, pensei em quantas vezes subi por ali mesmo, estrategicamente em horas que meu irmão não estava, para transar com ela. Já combinava por telefone: fica sem nada por baixo e ela cumpria o ritual. Entrava em casa, trancava a porta e já íamos para o sofá aos beijos e amassos ou para o quarto, para a larga cama do casal. Foram mais de 15 anos de intensa paixão e perigos. Muitas vezes transamos de janela aberta voltada para a rua ou na sala com a porta da sala apenas encostada. Quanto perigo de sermos descobertos, mas parece que alguma coisa, alguma entidade benigna de proteção aos amantes, sempre nos protegeu!
Isso era passado, pensava saudoso e feliz. Afinal, vivemos nosso tempo, aproveitamos, sem encucações, sem culpa. Embora seja mais velha que eu, creio que aprendemos os dois os segredos do bom sexo, ao mesmo tempo. Cheguei ao andar, toquei a campainha. Aperto de mão, beijo na face, entrei. Cumprindo um velho hábito, fui ao banheiro lavar as mãos. Olhei no espelho meus cabelos grisalhos. Puxa, o tempo voa! Voltei- sentei-me no sofá. Minha cunhada veio, sorrindo:
- O Everaldo (nome fictício) foi na empresa. Uma máquina parou de funcionar! Mas o almoço já está praticamente pronto. Só falta a salada, mas isso preparo em minutos.
- Sueli – disse eu – cadê aquele album de fotografias? Posso ver?
- Claro! – e foi ao quarto.
Ela voltou e sentou-se muito próximo a mim. Pensei com ironia “perigosamente próximo”, se fosse em outros tempos, onde eu já estaria calculando o “tempo”: até a empresa, 40 minutos de carro. Contando que resolva o problema em 20 in. Meu irmão estaria fora por pelo menos uma hora e meia... Ah, se fosse em outros tempos! Senti um frison, uma pulsação discreta no membro.
Mas ela se sentou perto para ver o álbum de fotos comigo, colocando-o por cima de nossas coxas, que quase se tocavam. Fomos repassando o velho álbum, tantas vezes visitado. Velhos rostos, velhas festas. Todos nós jovens.
Eu a olhava discretamente: uma senhora de 67 anos bastante vistosa, com certeza. Cabelos bem cuidados, pele idem, rugas discretas.
Enquanto íamos mudando as páginas do álbum, algumas vezes nossas mãos se tocaram. Ao acaso. Uma, duas, três vezes. Quatro ou cinco e já cismei que não seria tão ao acaso...
Num momento de mudar pagina, segurei sua mão esquerda e apertei. Ela não puxou a mão, mas me olhou com olhos muito abertos, assustada. Puxei-a para mim e nos beijamos, longa e suavemente. Um beijo apaixonado, mas calmo, sem os arroubos dos meus 20 e poucos anos, que marcaram nossas descobertas mútuas. Ela vestia uma blusa branca, discretamente abotoada e uma calça larga, marron, do tipo pantalona, do tipo que à distancia parecia um vestido longo.
Afastamos as bocas e mergulhei o nariz em seus cabelos sedosos, frescos, tratados um dia antes. Funguei seu pescoço, curtindo seu lento suspirar. Ela pôs a mão sobre meu peito, adivinhando a aceleração. Desabotoou um botão e enfiou a mão, carinhosa, por meu tórax, mamilos. Eu desabotoei dois botões de sua blusa. Levei minhas mãos às suas costas e soltei a fivela do sutiã. Abri mais a blusa, puxei para baixo o sutiã e seus seios explodiram na minha frente... Não eram os seios durinhos e pequenos de quando tinha 31 anos, mas ainda são bonitos, um pouco caídos, porém, firmes e os bicos róseos protuberantes, atraentes. Beijei um e outro, demorando-me no esquerdo, o mais sensível, obtendo como resposta um longo “...aaaaaaaaahhhhhhhh... não...faz...issooooo!” Mas, como sempre, desobedeci e chupei um pouco mais forte.
Nenhum de nós dois falava qualquer coisa. Só nossos corpos se manifestavam, silenciosos. Enfiei a mão por dentro de sua calça e apalpei sua boceta, por cima da calcinha. Em resposta ela desabotoou minha calça, desceu o zíper e beijou meu membro por cima da cueca, cujo liquido vazava. Subiu vasculhando meu corpo com seus lábios, mordeu minha barriga e nossos lábios novamente se colaram.
Com lábios ainda colados, ela se ergueu, soltou seu próprio cinto, a pantalona larga desceu aos pés. Sentou-se no sofá e coloquei-me entre suas pernas; minha calça igualmente desceu para os pés. Ela puxou a cueca e deu uma leve sugadinha na glande, com infinita suavidade. Pequei sua cabeça com carinho e a levei a meus lábios. Minha mão enfiou-se por dentro de sua calcinha e a senti encharcada.
Percorri com a língua seus seios, barriga, desci a calcinha com os dentes até o tornozelo, juntando-a à calça. Beijei as partes interiores de suas coxas caprichosamente lisinhas e como num sonho, sua boceta, de pêlos cuidadosamente aparados, sedutoramente me chamava. Passei a língua lentamente, de baixo para cima, detendo alguns segundos no pequinino e ativo músculo, o clitoris. Era como uma flor vermelha, pulsante e ao demorar-me sugando. seu corpo todo vibrou, suas pernas tremeram descompassadas, de forma agoniada. Segurou minha cabeça com as mãos: "Pàra, se não eu gozo! Não quero gozar já... quero gozar com 'ele'! Ah, que saudades 'dele'!..."
E, carinhosamente puxou minha cabeça para si e nossos lábios novamente se colaram num beijo ricamente molhado. Nada dizíamos. Nossos quadris se colaram.
Como por vontade deles mesmos, nossos órgãos se tocaram, se buscaram, se ligaram. Meu pau deslizou para dentro de sua boceta, mal percebi. E assim ficamos, fodendo, em suaves movimentos. Por vezes eu acelerava uns movimentos, mas voltava sempre ao lento vai e vem. Busquei seus olhos que buscavam os meus. Olhava fundo naqueles olhos castanhos que igualmente me buscavam. 20 anos se haviam passado. Mais de vinte anos, na verdade. Nossos quadris rebolavam lenta, harmoniosamente. Eu olhava aquele rosto, bem de perto. Sua pele branca, as maçãs rubras das faces. Nossas respirações se aceleravam, nosso grande momento de aproximava e ouvi novamente uma frase que ela mencionara tantas vezes durante os longos anos em que fomos amantes:
- Querido... vamos... gozar...juntos!
Olhei seu rosto. Queria ver expresso em sua face o momento de seu gozo. Eu controlava cuidadosamente minhas bombadas: acelerava, diminuía, acelerava, me contendo. Até que seus olhinhos reviraram, sua boca entreabriu como se gritasse e seu corpo amoleceu, entre leves espasmos... Era sua forma de gozar. Eu que milagrosamente me segurava acelerei e senti o prazer incontrolável de gozar! Como que sentindo meu jorro dentro de si, abraçou-me vigorosamente e assim ficamos vários minutos, imóveis. Nossas calças igualmente imóveis, nos nossos calcanhares.
Saí de dentro dela e olhei o relógio: tinha se passado menos de uma hora, embora durante o ato eu perdesse qualquer dimensão de tempo, lugar, obrigação social, nosso parentesco. O mundo parava quando fazíamos sexo.
Ela ergueu a pantalona, eu ergui minha calça. Assim, desmazelados, nos sentamos no sofá. Nos olhamos com um sorriso nos lábios. Eu rompi o silencio:
- Não sei se foi nosso maior momento... mas foi muito gostoso.
- Sim, muito gostoso... – seu sorriso se ampliou. De repente, saltou de pé, deu-me um selinho e correu para o banheiro, se ajeitar. Eu corri a um dos quartos ajeitar minha roupa, alinhar-me brevemente, pois seu marido, meu irmão, poderia chegar a qualquer momento.
Reaparecemos na sala ao mesmo tempo. E desta feita, nos sentamos em cada ponta do sofá. Nos olhávamos sorrindo. Eu pensava umas coisas, ela pensava outras coisas. Ou seriam as mesmas coisas?
Nosso amor com dedicação completa era impossível. Ela casada com meu irmão. Eu jamais o magoaria, pois o sabia apaixonado por ela. Ela jamais o deixaria. Se na juventude houve momentos em que se pensou discretamente nisso, agora, com filhos crescidos e netos, não aconteceria. Eu também era casado. Bem casado, a meu modo. Normalmente casado. Com filhos. Desta feita foi ela quem rompeu o silencio.
- Sabe, eu sei que você pensa que entre nós é só sexo. Eu entendo. Dizem que homem pensa muito dessa forma. Mas estou certa de que não!... Entre nós não é só sexo! Esse tempo todo que ficamos afastados e isso que aconteceu hoje, ensinou-me que não é só sexo! Eu senti, hoje senti, que entre nós existe um imenso respeito. Existe de sua parte a preocupação comigo... percebo isso! Sexo eu tenho com o Everaldo! Não é como nos tempos de jovem, mas é sexo! Mas com você é diferente! Amor? Sei lá! Mas existe uma coisa muito, mas muito forte e com você é muito, mas muito diferente. Sempre vou adorar foder contigo, meu para sempre cunhadinho caçula...
Ah, Sueli, minha cunhada!
Meu irmão chegaria meia hora depois. Como aconteceu tantas vezes no passado, nada transpareceu durante o almoço, nem depois... Uma família comum, feliz, mas com seus segredos inconfessáveis. Mas é melhor assim. Segredos são segredos!