O homem com buceta

Um conto erótico de Kherr
Categoria: Homossexual
Contém 12000 palavras
Data: 14/03/2019 15:26:46

O homem com buceta

O domingo, dia 7 de julho de 1957, amanheceu frio e a densa cerração, típica do inverno na zona rural do município de Pitanga, no Paraná, estava tão forte que mal se podia enxergar além dos 200 metros. Os vales estavam cobertos por um tapete branco, que mais pareciam nuvens comprimidas contra o chão. A casa na fazendola de 1100 hectares, da família Bradowsky, parecia ainda não ter despertado, afinal era domingo. Mas, ao contrário das aparências, havia uma agitação que estava mais no ar e dentro das pessoas do que propriamente nos ambientes da casa. O trabalho de parto já durava mais de dezesseis horas, embora a mãe não fosse primípara. Do quarto onde ela estava, acompanhada de uma velha parteira e sua filha, que a velha já preparava para a mesma profissão, vinham, de tempos em tempos, seus gemidos que abalavam os nervos de qualquer um. Principalmente do marido, que não pregara os olhos a noite toda, fazendo sala para o vizinho, esposo da parteira. Desde o nascimento do primeiro filho ele não se mostrou muito entusiasmado em ter outros, tanto esses gemidos da esposa o agoniavam. De certa forma, ele se sentia o responsável e culpado por eles. A impotência ante a situação, e aquela demora angustiante acabava com seus nervos.

Com a chegada da aurora ele e o vizinho deixaram a sala e foram se alojar na varanda, não apenas para respirar ar fresco, mas para ficarem mais distantes daqueles ganidos. No meio da manhã os dois filhos, Gustavo de nove anos e Carlos de sete, atreveram-se a sair do quarto. Eles estavam sonolentos, não por que tivessem dormido pouco, aliás, tinham sido obrigados a se recolher bem antes do normal, para não ficarem no caminho, como havia dito o pai; mas por que o frio da manhã deixara uma sensação de leseira neles. O pai logo lhes arranjou algumas tarefas simples que os levaram para longe da casa, garantindo assim, a continuidade daquela falsa tranquilidade.

Pouco antes do meio-dia os ganidos se intensificaram e o corre-corre começou. Ele já não conseguia mais permanecer sentado, começou a perambular de um lado para o outro, passando as mãos pelos cabelos e, sentindo que suas forças se esvaiam tanto quanto as da esposa que estava parindo. De nada adiantaram as palavras reconfortantes com que o vizinho o tentava acalmar, havia momentos até, em que desejaria ver aquele sujeito fora de suas vistas. A filha da parteira corria do quarto para a cozinha onde ferviam caldeirões de água sobre o fogão à lenha e, desta para o quarto, como se fosse uma abelha indo da colmeia às flores e vice-versa.

Assim que o choro infantil ecoou no quarto ele correu para junto da porta e enfiou a cabeça para dentro. Seu rosto foi tomado por uma lufada quente e, impregnada de odores que lhe embrulharam o estômago vazio. Mal teve tempo de perguntar se tudo estava bem e, ver seus olhos focando na criaturinha ensanguentava que a parteira amparava entre os panos, quando precisou correr ao banheiro e despejar aquele vômito aquoso com gosto de bile. Ele voltou à varanda atordoado, indiferente às palavras que o vizinho lhe dirigia parabenizando-o pelo nascimento da criança.

Tudo era tão diferente quando uma vaca paria um bezerro, uma égua um potrinho, as leitoas os leitõezinhos onde ele nunca se sentia tão inútil e, onde aquilo nunca o abalava tanto. Eram situações que faziam parte da rotina daquela vida no campo e, lhe pareciam tão naturais quanto o dia suceder a noite e esta o dia novamente. Porém, cada um dos nascimentos de seus filhos praticamente o tinha levado à loucura. Este é o último, jurou para si mesmo, ali naquele momento. Quando a filha da parteira apareceu na varanda avisando-o de que tudo havia terminado e ele podia ir ter com a esposa e a criança, precisou respirar fundo algumas vezes.

- Como você está, querida? – perguntou, com o coração oprimido por uma espécie de remorso.

- Cansada, mas feliz! – a voz da esposa mal podia ser ouvida, tão exaurida que estava.

- E a criança, como está? É menino ou menina? – questionou, encarando a parteira.

- Ela está bem. Respira sem dificuldade, teve um choro forte o que indica que os pulmões estão livres. – respondeu a velha, procurando ganhar tempo para pensar na melhor maneira de dar uma notícia sobre algo que ela própria desconhecia.

- Que bom! Finalmente está tudo bem. – balbuciou o pai.

- Porém, quero que ambos vejam uma coisa. – disse, abrindo os panos nos quais a criança estava enrodilhada.

- O que foi? O meu bebê. O que há com o meu bebê? – desesperou-se a mãe, tentando encontrar forças para se sentar.

- Não faça esforço! Fique calma, eu já disse a criança está bem.

- Mas, o que há então? – perguntou o pai.

E, virando a criança na direção deles, a parteira lhes mostrou o que havia entre as perninhas gorduchas da criança. Pai e mãe se entreolharam incrédulos. Na parte superior de uma pequena vagina e, emergindo dos grandes lábios, havia um grelo muito desenvolvido, maior do que o de muitas mulheres adultas, ou talvez fosse um pinto, tão ínfimo que mal se podia considerar aquilo como sendo um.

- O que significa isso? É uma menina? Mas, isso não devia ter esse tamanho, ela é apenas uma recém-nascida. É um menino? Onde está o pinto e o saquinho dele? – perguntou a mãe.

- Não sei lhe responder. Eu nunca vi algo semelhante durante todos esses anos. – respondeu a parteira.

- Deve ser um menino! O saquinho deve estar embutido, veja essas saliências laterais, provavelmente são as bolas do garoto. – argumentou o pai.

- Creio que vai ser necessário consultar um médico, em Londrina, outra cidade maior, ou até, na capital. Mas, primeiramente, coloque-a no peito para que sugue, é bom para fazer descer o leite. – ponderou a parteira. - De qualquer forma, isso não é para já. Sugiro que esperem até a criança encorpar um pouco.

- Mas, precisamos saber, que nome vamos lhe dar? Que roupas vamos colocar nela? Isso é tão embaraçoso! – exclamou o pai.

- Não vamos no afligir com isso agora! – argumentou a mãe.

- Sei que não vai ser nada fácil e, muito menos barato, consultar um especialista que, sabe-se lá onde encontrar. Ao que tudo indica é um menino, pois uma menininha nunca nasceria com algo tão indiscreto entre as pernas, talvez seja uma questão de esperar isso crescer. Nas próximas horas pode-se ter uma ideia um pouco mais próxima da realidade, é só esperar para ver por onde sai o xixi; se da fenda ou da protuberância, percebam que há um buraquinho na ponta dele. Em último caso, se for uma menina mesmo, vai chegar o dia em que ela vai ter o corrimento, aí tudo fica esclarecido. – disse a parteira.

- E, se isso não for o suficiente para chegarmos a uma conclusão? O corrimento deve acontecer daqui a onze ou doze anos! Até lá como vamos criar essa criança? E, se a criarmos de uma maneira e depois descobrimos que optamos pelo sexo errado? – questionou a mãe.

O primeiro xixi saiu tanto pela fenda quanto buraquinho do que eles já consideravam um pintinho. Algumas semanas mais tarde, quando o impacto da novidade havia feito com que os pais raciocinassem melhor, foi que comunicaram aos mais velhos o nascimento de um irmãozinho. Por noites, antes de conseguirem conciliar o sono, eles conversaram por horas no quarto, ponderando todas as possibilidades, seus parcos recursos financeiros, sua pouca instrução que, certamente, faria com que não compreendessem praticamente nada do que um especialista lhes diria, a praticidade de que a criança viesse a usar as roupinhas dos irmãos maiores e, a decisão surgiu pelo caminho do menor esforço. Ele ia se chamar Pedro, como o avô paterno e seria criado como os outros dois meninos. Católicos fervorosos como outros tantos imigrantes de origem polonesa que vivam na região, pediriam a Deus que abençoasse a decisão que tomaram.

À medida que Pedro Bradowsky crescia, seu sorriso inocente e cativante, aquele cabelinho espetado, seus olhos azuis como pedras preciosas e, seu jeitinho amoroso tinham conquistado todo mundo. Os irmãos Gustavo e Carlos tinham na hora do banho do irmãozinho seu auge do dia. Enchiam a mãe de perguntas sobre aquela coisa esquisita que estava entre as perninhas, cada vez mais gorduchinhas do irmão. Ela já havia inventado centenas de respostas e, com o passar dos anos, eles descobriram que tudo eram desculpas para não revelar a verdadeira causa de o Pedro ter uma fenda abaixo do menor pintinho do mundo ao invés de um saco, que no Gustavo já começava a se revestir de pentelhos. Cientes de que algo estava errado, porém, nunca expuseram o problema do irmão fora de casa. Aquilo tinha se transformado num segredo de família e, era motivo mais que suficiente para que todos protegessem o garoto de qualquer ameaça e o mimassem por seu jeito angelical.

Os problemas só começaram de verdade, quando Pedro começou a frequentar a escola, uma construção erguida pelos próprios colonos da região, com meia dúzia de salas de aula, e duas professoras que a prefeitura despachava para aqueles confins com um salário de miséria. As duas ministravam apenas o curso fundamental, pois elas próprias tinham cursado tão somente o normal, que é como se chamava o curso que formava professores naquela época. Embora se esperasse que as crianças terminassem os quatro anos primários por volta dos dez ou onze anos, havia entre eles garotos e garotas com dezessete e até dezoito anos. A necessidade de mão-de-obra, sem custo, nos sítios e propriedades rurais da região era a grande responsável por essa evasão. Os Bradowsky consideravam a formação dos filhos sua prioridade, por isso, todos frequentaram a escola nos anos corretos. Ao término do curso, os mais velhos só puderam seguir adiante estudando à noite, numa escola pública em Pitanga, o que significava que tinham que pedalar por quilômetros pelas estradas de terra batida, houvesse lua ou, um aguaceiro despencando do céu.

A molecada pré-adolescente pode ser muito cruel, e foi quando descobriram que Pedro precisava se sentar para fazer xixi, uma vez que a urina fluía por ambas as estruturas anatômicas, que começaram a importuná-lo mais amiúde. Dentro de casa isso nunca tinha sido um problema, porém diante de estranhos a situação despertou o capeta que existe dentro de cada criança. Constrangido, Pedro evitava ir ao banheiro numa tortura infindável. Logo os boatos se espalharam e, na região habitada por agricultores ignorantes foi ganhando confirmações alimentadas pela indiscrição da parteira e de sua filha. As professorinhas mal preparadas chegaram a sugerir que o menino não frequentasse mais a escola, o que as livraria do problema de lidar com os mais mal intencionados, que colocavam o garoto em situações embaraçosas. Os Bradowsky se negaram a aceitar a proposta. Não deixariam que o filho fosse privado do ensino apenas e, tão somente, por que elas não estavam aptas a lidar com a situação. Apelaram ao padre Urbano, talvez ele pudesse conversar com aquela gente e fazer com que as maledicências não interferissem na vida do filho, uma das ovelhas de seu rebanho. Ele lhes prometeu cuidar do assunto com todo afinco e, enquanto seu olhar observava atentamente o garoto, concedeu aos pais, na privacidade da sacristia, a benevolência de sua benção.

Pedro cresceu se acostumando com os olhares dissimulados pairando sobre si. Isso não afetou seu caráter. A bondade infinita, os gestos de carinho para com todos, desde as crianças até os idosos, sua capacidade de compreender a dor dos outros, fazia com que as maledicências fossem vistas como boatos, dando a ele um espaço naquela comunidade. No entanto, nem sempre o convívio com aquela gente foi isenta de dor e sofrimento.

Na escola, dois meninos mais velhos, não lhe poupavam chacotas e, algumas vezes, chegaram a molestá-lo, arriando suas calças e esfregando seus cacetes priápicos entre as pernas dele, a despeito das surras que acabavam levando do Gustavo e do Carlos. Além disso, aqueles garotos com os hormônios correndo desenfreados nas veias e, inspirados pelo cotidiano dos sítios, onde não raro se via um garanhão cobrindo uma égua aqui, um touro montando uma vaca acolá, um bando de cães correndo atrás de uma cadela para fornicar, enchia suas mentes de pensamentos libidinosos. Um dos mais devassos era o primogênito dos Campellini, Mario, aos dezessete anos, atrasado nos estudos em mais de seis anos, com um corpanzil de homem habituado à lida pesada do campo, ele se tornara uma espécie de ídolo dos moleques mais novos, entre eles seus irmãos, a quem ensinava todo tipo de palavras incompreensíveis que os adultos pronunciavam e, as mais esdrúxulas perversidades sexuais.

Pedro já conhecia sua fama e, devido ao medo que sempre se apossava dele quando estava diante de garotos como aquele, ele evitava encontra-lo, mesmo sendo o melhor amigo de seu irmão mais novo. Algumas vezes também havia flagrado o Mario encarando-o com um olhar que fazia um frio percorrer sua espinha. Num dos aniversários do amigo, Pedro tinha sido convidado com o restante da turma, num sábado à tarde, para uma festinha sob as mangueiras do quintal na casa dos Campellini. Ele hesitou em aceitar o convite do melhor amigo, mas viu-se rendido ante os apelos comoventes dele. Durante a brincadeira de pique-esconde, Pedro enfurnou-se num canto do curral, mantendo-se escondido para não ser encontrado. De repente, ele notou que não estava sozinho ali. Mario, que tinha ido tratar dos animais, já fora da idade para participar desse tipo de brincadeira, tinha enchido o cocho para os bezerros e, em seguida, enquanto uma bezerra engraçadinha se fartava, ele baixou as calças, tirou sua rola cabeçuda para fora e a meteu na traseira da bezerra. O animal ergueu a cabeça, soltou um mugido e, sem olhar para trás, continuou comendo. Pedro não conseguia tirar os olhos daquilo. Mario fez desaparecer o pau dentro da bezerra e se movia feito um louco agarrado aos flancos do animal, quando tirou o pinto do bicho, escorria-lhe um líquido esbranquiçado da pica dura. Com a cabeça encostada ao travesseiro aquela cena não lhe saía do pensamento e dificultou-lhe o sono a noite toda. Levou alguns meses até ele ter a compreensão exata do que tinha visto. Foram frases ouvidas da molecada na escola, partes de conversas que ouvira seus irmãos trocando em tom confidencial e, o folhear de duas revistas que encontrou num dos esconderijos do Carlos, onde um homem e uma mulher se encaixavam tal como ele havia visto Mario fazer na bezerra. Então é assim que se mete, se fode, concluiu ele.

Num domingo ensolarado de novembro, após a missa e, providencialmente antes do almoço, padre Urbano apareceu na casa dos Bradowsky. Tratava-se de encontrar um novo coroinha para ajudar durante a missa e, a predileção de conceder esse privilégio ao Pedro foi expressa de forma tão canônica que os pais nem se deram conta do vilipêndio que se escondia por trás de suas palavras.

Pedro não demorou a sentir as consequências do ato impensado dos pais. Sempre retendo-o após a missa, padre Urbano começava com conversas estranhas sobre Satanás, os pecados da carne, o fogo do inferno que aguardava as almas impuras e, a salvação que só podia ser obtida com muita fé e a intercessão dos sacerdotes. Pedro se despedia dele beijando sua mão e pedindo sua benção como faziam todos na comunidade com aquele santo representante de Deus na terra, sem entender nada daquelas conversas estranhas. Ao comentá-las em casa, acabava ouvindo que o padre estava preocupado em salvar sua alma e aquilo, provavelmente eram conselhos que estava lhe dando. A ingenuidade o fez acreditar nisso, muito embora a cobiça no olhar do padre lhe transmitisse outra informação. Certo dia, padre Urbano o encarou enquanto ele dispunha zelosamente os objetos da missa recém-concluida num dos armários da sacristia, aproximou-se e tocando sua testa, afirmou que estava conseguindo ver o capeta tentando se apoderar dele. Pedro estremeceu, sua beatitude o levou ao pranto e padre Urbano o tranquilizou, tomando-o em seus braços.

- Não se aflija! Vamos encontrar a porta por onde o capeta entrou e vamos exorcizá-lo! – afirmou.

- O que vai ser de mim se o capeta não sair, padre? Eu vou para o inferno sem passar pelo purgatório? – questionou Pedro, lembrando-se de todas as baboseiras que já ouvira as beatas pronunciarem.

- Eu o farei sumir, prometo! Confie em mim e no poder do Senhor. – devolveu o sacripanta, começando a bolinar o tronco, as coxas e a bunda do Pedro que, estático, só desejava se livrar do mal.

Minutos depois, Pedro estava nu diante do padre Urbano, que o convencera que as vestimentas estavam atrapalhando seu trabalho. Encantado com aquela fenda estreita fechada pelos grandes lábios carnudos que escondiam os pequenos mais rosadinhos e, aquele grelo imenso, padre Urbano foi aproximando a boca de suas partes pudendas a ponto de ele sentir o ar morno que saia da boca do padre enquanto ele declamava uma cantilena forjada. Um misto de temor e excitação com aquela sensação voluptuosa sobre seu sexo, levou Pedro a se deixar tocar. A língua úmida de padre Urbano lambia sua protuberância e a fazia se enrijecer involuntariamente, o mesmo estava acontecendo com os bicos dos mamilos, onde padre Urbano os comprimia delicadamente entre os dedos. Por mais de uma hora, o sacerdote o lambeu e o sondou com os dedos grossos dentro daquela cavidade cuja utilidade Pedro já descobrira para que servia. Foi embaraçoso chegar em casa todo úmido entre as pernas, sentindo um fogo a lhe arder nas entranhas, depois de haver jurado manter completo segredo a respeito da exorcização. Nos meses que se seguiram, Pedro contava, ansioso, os dias da semana esperando a chegada do domingo. Não por conta do almoço caprichado que a mãe fazia, nem por aquela sensação de dolce far niente típico desse dia, mas por que padre Urbano lhe faria sentir aquele prazer indescritível entre as coxas e por todo seu corpo. Ele já havia descoberto que não havia demônios a serem expulsos dele, e que o padre estava dando vazão a seus próprios demônios, chupando-o e apalpando-o, enquanto sua rola endurecia debaixo da batina. Porém, nunca disse nada, para não se ver privado daquela sensação que não deixava de ter algo de divino.

Uma indisposição intestinal o havia feito perder dois dias de aulas no ginásio, obrigando-o a dirigir-se à casa dos Campellini a fim de resgatar o conteúdo das aulas com seu melhor amigo. Ele bateu à porta e o chamou da varanda, notando que não havia ninguém na casa, começou a procurar nos galpões anexos do sítio.

- Foram todos à cidade. – respondeu-lhe o Mario, o único da família a não ter saído, quando o encontrou no curral, sem camisa, na lida com os animais.

- Você poderia pedir para o Afonso passar lá em casa? Eu perdi umas aulas e queria pegar a matéria com ele. – pediu Pedro.

- Claro! – devolveu.

Como Mario se encontrava num daqueles dias em que a testosterona o impelia a procurar alívio numa punheta, na enrabada de algum animal do sítio, ou num banho no riacho de águas geladas que passava por trás do curral, seu olhar se concentrou na bunda carnuda do amigo do irmão. Ele já havia reparado nela há algum tempo, empinada, roliça, farta de carnes, uma tentação para sua jeba inquieta. Mas, foi a lembrança daqueles boatos sobre o mistério escondido entre as coxas também gostosas do Pedro que o atraiu naquele dia.

- Você é tão amigo do meu irmão, eu posso te fazer uma pergunta íntima? – começou o Mario, aproximando-se sorrateiro como um felino e, despertando aquele calor prazeroso na pelve do Pedro. – Dizem por aí que você é um rapaz que tem uma xereca no meio das coxas, é verdade?

- Eu preciso ir! Dá o recado para o seu irmão, fazendo um favor? – apressou-se a responder Pedro, ao notar que sucumbiria se aqueles músculos avantajados do tórax e braços do Mario se aproximassem mais dele.

- Espere! Eu não quis te assustar. Achei que também poderíamos ser amigos, se você quiser. – a tática de se mostrar carente e inofensivo, pegou Pedro em seu ponto fraco, sua tendência à generosidade. E, o fato de ter agarrado seu braço para detê-lo, foi o suficiente para Pedro sentir sua pele pegando fogo onde aquela mão áspera e forte o tocava.

- Nós somos amigos! Pelo menos é assim que o considero. – devolveu Pedro, com uma timidez que fez aumentar o fluxo sanguíneo na rola do Mario.

- Que bom! Por que eu gosto muito de você. E, como amigos, também acho que não deveria haver segredos entre nós. – argumentou ousado.

- Mas, existem coisas que eu não gostaria de conversar. – retrucou Pedro, instigando ainda mais a curiosidade de Mario.

- Não precisamos falar sobre o que você não quer, mas podíamos ir até o riacho nadar um pouco, está quente esta tarde, você não acha? – sugeriu, montando discretamente a armadilha.

- Não sei. Talvez, se você não fizer mais perguntas e nem ficar olhando para mim quando eu tirar a roupa. – certamente ainda havia resquícios de ingenuidade em sua resposta, mas, ao mesmo tempo, um desejo de rever aquele cacetão que ele vira sendo enfiado na bezerra tempos atrás.

Logo estavam na beira do riacho, despindo-se sobre umas pedras que seguravam a correnteza das águas numa curva do riacho onde se acumulava uma areia grossa no leito e, aonde a profundidade da água lhes chegava pouco acima da cintura. Mario já tinha sacado que seu torso nu enfeitiçava o olhar do Pedro, e apostou na certeza de que sua jeba avantajada terminaria por seduzi-lo completamente. Sem o menor pudor, tirou as calças e expos seu sexo à meia bomba, incitado pelo corpo escultural e lisinho que se desnudava a sua frente. Cumpriu sua promessa de virar-se enquanto Pedro entrava na água gelada, só para garantir que sua presa estaria mais vulnerável dentro da água do que fora. Um jogou água no outro, mergulharam para extravasar as energias e, se aproximaram perigosamente demais. Pedro sentiu a rola dura do Mario resvalando em suas nádegas quando este o agarrou por trás, ao tentar fugir depois de ter tentado afundar sua cabeça na água.

- Não! Isso não vale! Você é muito mais forte do que eu! – exclamou Pedro, excitado com aquele contato sensual.

- Pedindo arrego? Foi você quem começou! – devolveu Mario, dando uma encoxada forte e determinada naquela bundinha lisa.

- Não faço mais, prometo! Me solta! – revidou Pedro, sentindo que ficava cada vez mais difícil não sentir o toque daquele corpão no seu.

- Tem certeza que quer que eu te solte? – sussurrou Mario ao ouvido de Pedro, enquanto chupava sua nuca e, descia uma das mãos por entre suas coxas até chegar aos seus genitais.

- Ai Mario! Não faz isso, por favor. – gemeu, enquanto outra encoxada havia aprisionado aquela pica entre seus glúteos.

- Por que você está me pedindo o que não quer? Eu sei que você está louco para eu entrar aqui dentro. – ronronou Mario, enfiando o dedo naquela fenda quente.

- Estou com medo! – balbuciou Pedro, deixando Mario num estado incontrolável.

De repente, Pedro sentiu como se seu corpo fosse uma casa sem portas ou janelas, tudo estava aberto e vulnerável. Parecia que Mario podia entrar por seus orifícios sem que ele pudesse fazer nada para impedi-lo. Se bem, que esse não era bem o seu desejo.

- Somos amigos, não somos? Não há o que temer! – murmurou Mario, mas Pedro sentiu que não havia sinceridade naquelas palavras.

Aos poucos, Mario apalpava ganancioso cada centímetro daquele corpo esguio, deixando Pedro como que hipnotizado por seu olhar penetrante. Sem conseguir resistir àqueles lábios trêmulos, Mario colou sua boca com sagacidade na de Pedro. O calor e o sabor viril que invadiu sua boca, fez com que Pedro parasse de resistir àqueles braços que o puxavam contra o corpão de Mario. Ele agarrou-se ao seu pescoço, quando Mario o ergueu pela bunda, fazendo com que cada uma de suas pernas se enleasse a cintura dele. Pedro não demorou a sentir um dedo explorando seu cuzinho, o prazer que aquilo lhe causava, fê-lo tornar a grudar sua boca à de Mario.

- Você é tão gostoso! – balbuciou Mario. Pedro quis dizer o mesmo, mas, recatadamente, adivinhou que isso pudesse ser interpretado como uma permissão para atos escusos que Mario era capaz de cometer.

Sem sairem das águas do riacho, Mario apoiou levemente a bunda de Pedro sobre uma pedra. Seu falo, tão duro que chegava a lhe causar dor, roçava aquela bucetinha quase impúbere. Ele se agachou e começou a lamber e chupar aquele grelo enrijecido de tanto tesão. Pedro gemia como fazia quando padre Urbano se empenhava na mesma luxúria. Logo ele percebeu que Mario não se contentaria apenas em chupa-lo e enfiar-lhe os dedos na fenda intumescida e molhada. Baixando seu olhar, Pedro olhou fixamente para aquele cacetão rondando sua entrada desprotegida. Não havia dúvida de que era lindo. Por não ter um desses entre as pernas, ele sempre sentiu uma devoção inibida por aquela forma ao mesmo tempo perigosa como uma maça usada nos combates medievais e, sensual por seu movimento pendular pesado, quando via seus irmãos caminhando nus pelo quarto. Sentiu uma comichão nas mãos e um desejo ardente de tocá-lo.

- Dá uma segurada e faz um carinho nele. – sussurrou Mario, como que lendo seus pensamentos, com uma voz tão sedutora que foi impossível não obedecê-lo.

Sua mão enrodilhada em torno dele, mal pegava metade daquela carne deliciosamente consistente que pulsava em sua mão. Mario abriu-lhe um sorriso de satisfação. Ele retribuiu um pouco envergonhado. Era a primeira vez tinha um deles em suas mãos. Deslizando, titubeante, os dedos curiosos ao longo da rola do Mario, Pedro o acariciou até chegar aos densos pentelhos escuros que revestiam a virilha dele. Foi impossível não tatear o sacão pendurado descaradamente abaixo do caralhão. Toda aquela abundância remeteu seus pensamentos ao Barão, o touro que seu pai mantinha e, que ele muitas vezes havia visto cobrindo as vacas dentro do piquete. Subitamente, suas entranhas pareciam implorar por aquele pau indomado. Novamente, Mario pareceu adivinhar seus pensamentos e, guiou a cabeçorra para dentro de sua fenda ardendo em brasa. Algo parecia obstruir a progressão da investida e, ele temeroso, se contraía. Mario o encarou e com um tom doce na voz rouca, ordenou que ele relaxasse e se abrisse. Antes que pudesse se arrepender de ter seguido tão à risca aquela ordem, a pica deslizou para dentro dele, machucando-o nalgum ponto do trajeto, a ponto de ele soltar um gritinho agoniado e sentir algo se rasgando entre as pernas.

- Ai, ai, ai Mario!

- Calma, já vai passar! Olha para mim e me dá um beijo. – ronronou Mario, aproveitando que estava com a boca colada à de Pedro, para terminar de meter sua rola na bucetinha virgem.

À medida que Mario se movia, projetando sua pelve contra as pernas abertas de Pedro, este sentia como se um bate-estacas estivesse detonando seu útero, pelo menos era assim que ele imaginava aquele receptáculo onde a pica do Mario estava alojada e, gemia atordoado pela dor e por um prazer cheio de culpa. Mario fodeu-o sem clemência, extravasando sua sanha libidinosa e promíscua, naquela buceta improvável, enquanto seu polegar se movia sobre o grelo avantajado e enrijecido do Pedro. Depois de algum tempo, quando um pouco de sangue tingia a água entre seus corpos engatados, Mario tirou a pica e, sem perder tempo, girou o corpo do Pedro, inclinando-o de bruços sobre a pedra e, num só golpe bruto, enfiou o cacetão no cuzinho rosado do Pedro. Um grito ecoou e foi carregado por uma vento brando que percorria o fundo do vale no mesmo trajeto sinuoso do riacho. Pedro se sentiu como aquela bezerra naquela tarde no curral, sendo currado sem dó por aquele macho vigoroso e cheio de necessidades. Pedro sentiu vergonha quando viu que de sua buceta escorria abundante e levemente ensanguentado um muco denso, produto de seu gozo.

- Gozou, tesãozinho? – rosnou Mario em sua nuca.

- Ai Mario! – gemeu Pedro, querendo descobrir todas as sacanagens que aquele macho era capaz de fazer.

- Ai Mario, o que? O que significa esse ‘ai Mario’, gemido com tanto tesão? Quer dizer que você gostou? Fala para mim. Você gostou? – questionava ensandecido pelo prazer.

- Sim, gostei! – balbuciou Pedro, esperando para ver como tudo aquilo ia terminar, uma vez que Mario não parava de estocar a rola em seu cuzinho ardente.

Mario não levou nem mais três minutos para galar aquele cu apertado ao redor de sua pica. Ele fez questão de ejacular sua porra o mais profundamente que pode, pois pressentia que ia gozar muito e queria que Pedro levasse sua virilidade para casa. Pedro venceu os 1800 metros entre a casa dos Campellini e a sua, com passos curtos e que lhe causavam uma dor lancinante nas entranhas, pois temia abrir muito as pernas com receio de que suas tripas saíssem por onde parecia haver dois buracos imensos deixados pela rola grossa do Mario. Chegando em casa aquietou-se ao se certificar de que ele estava tão fechadinho como sempre, que aquilo não passava de uma impressão sensorial. E, que além de tudo, lhe restava a umidade pegajosa do Mario formigando dentro dele, tão cheia de odores dele que parecia ainda estarem engatados um no outro. Nas semanas seguintes ele não conseguia tirar Mario de sua mente. No domingo, quando padre Urbano o lambia, quase deixou escapar as palavras pedindo para que ele o penetrasse, tanto era o tesão que sentia na buceta ao lembrar-se dela preenchida pelo caralhão do Mario. Ousado, naquele dia, após padre Urbano ter-lhe dado a benção costumeira, ao se despedirem, tocando o alto de sua cabeça, Pedro tocou delicadamente a ereção do padre que usava excepcionalmente uma calça, ao invés da batina. Padre Urbano surpreendeu-se com aquela atitude inesperada. Ele quis censurar seu coroinha atrevido, mas aquela mão massageando seu falo tão carinhosamente, o demoveu da intensão.

- Será que o capeta já saiu do meu corpo e veio parar no seu? – perguntou Pedro, escondendo a ironia de suas palavras com um sorriso ingênuo.

- Pode ser, meu filho! Mas, nem por isso, devemos interromper nossas sessões de exorcismo. – apressou-se a dizer, temendo que a qualquer momento, Pedro pudesse querer desistir daquela sacanagem que lhe alimentava o tesão.

- O senhor me deixa ver como o capeta se parece? Pois, eu o estou sentindo se mexer aqui dentro. – murmurou Pedro, ensandecendo o tesão do padre.

- Mas, lembre-se, isso deve ficar em completo segredo. – devolveu o biltre pároco.

Pedro abriu o zíper e deslizou sua mão para dentro da braguilha do padre, tateou até encontrar a cabeça babada e tirou a pica para fora. Padre Urbano o encarou sem dizer uma palavra, sacrílego e demoníaco, deixando-se afagar por aquela mão macia e curiosa. Vendo que aquilo era bem menor do que o membro do Mario, Pedro se desinteressou do brinquedinho e; voltou para casa decidido a fazer uma visita surpresa à casa dos Campellini naquela tarde. Ele ainda não sabia sob qual pretexto, mas faria de tudo para que Mario soubesse que ele estava ali por causa dele e do que tinha rolado no riacho.

Pedro se desenvolvia como outro rapaz qualquer. A despeito de não ter um pinto, um pomo-de-Adão discreto formava-se em sua traqueia, engrossando aos poucos a sua voz. O corrimento previsto pela parteira nunca aconteceu. Seus peitinhos ameaçaram se transformar em verdadeiras tetas, mas interromperam essa progressão num tamanho em que passaram a ser mais um atrativo naquele corpo já belo e fogoso. Faltavam poucos meses para Pedro concluir o último ano do ginásio no colégio de Pitanga, o que significava que, tal como seus irmãos, teria que interromper os estudos, uma vez que não havia outros cursos na cidade e, fazê-lo em outro lugar estava fora das posses de seus pais. Quem surgiu com uma solução foi padre Urbano, que estava se transferindo para um seminário no município de Tapera no Rio Grande do Sul. Seus argumentos foram, mais uma vez, decisivos para que os Bradowsky consentissem na ida de Pedro, já vislumbrando uma solução para o futuro do rapaz que, dadas as circunstâncias, dificilmente se casaria e teria uma vida normal como a dos irmãos. Também seria uma forma do filho ter uma excelente formação, quando não tinham como dá-la a ele de outra maneira. Foi mais o espírito aventureiro e a chance de prosseguir seus estudos que movia Pedro a aceitar a sugestão do padre, do que propriamente uma vocação para o sacerdócio que, àquelas alturas, ele não tinha.

Habituado a ter aquela xaninha e o cuzinho apertado do Pedro à sua disposição, Mario foi um dos que mais sentiu a partida do melhor amigo de seu irmão caçula. É certo que ele estava de olho na filha de outro colono da região, mas o velho a levava na rédea curta e o fogo que a fazia queimar entre as coxas ainda não tinha prevalecido sobre os conselhos da mãe, de só entregar aquilo quando estivesse amparada por uma certidão de casamento. O mais longe que a safada o deixou chegar foi meter os dedos em sua bucetinha molhada de tanto tesão, levando-o a loucura e, depois, deixando-o a ver navios com a pica toda melada e doendo por não ter se aliviado. Esse joguinho de gato e rato já estava chegando ao limite de sua paciência e, desistir dela era uma possibilidade cada vez mais plausível. Quem o mantinha tentando era Pedro, que não se furtava em satisfazê-lo quando a safada o deixava na mão. Sem ele, teria que apelar para as punhetas ou a bicharada do sítio e, ambas as opções, após ter se fartado nas carnes suculentas do Pedro, não lhe apeteciam mais.

Pedro chegou ao seminário, acompanhado de padre Urbano, no meio de uma semana cujos dias eram de sol constante com uma chuvarada ao anoitecer. Num espaço de seis hectares e, na solenidade de um casarão na forma de quadrado quase conventual, separado do mundo por altos muros e cuja monotonia diária era presidida pelo som estridente de um velho e nostálgico sino, ficava sua nova casa. No seu centro há um pátio que abriga um chafariz rodeado por tanques com peixes, gaiolas com passarinhos, pombas e alguns coelhinhos soltos. Bem em frente ao acesso para a portaria, há uma mureta baixa e um jardim de rosas em meio ao gramado. No saguão de entrada, uma grande imagem da virgem Maria com o menino Jesus nos braços dá as boas-vindas aos que chegam. À direita, uma sala de visitas com um piano. À esquerda, a reitoria. Caminhando em frente, encontra-se um grande corredor com cinco salas de aula à direita e quatro à esquerda. Em todas as salas e ambientes há um crucifixo e outras imagens sagradas a protegerem o lugar. Subindo uma escada, no saguão de entrada, chega-se ao corredor do primeiro andar, tendo cinco quartos e três banheiros à direita e a secretaria, sala da biblioteca, duas salas de escritório, à esquerda. É a ala dos padres. Na ala oposta, uma sucessão de quartos e banheiros abriga os seminaristas. Com o declive do terreno, forma-se um grande porão na parte posterior do prédio que sempre foi aproveitado para várias finalidades. Sob o salão de estudos há o refeitório e a cozinha, com saída para o pátio externo. Sob os alojamentos há um depósito de velharia, uma salinha de música e jogos, depósito de material de limpeza, e de material esportivo. Nos fundos da cozinha, no térreo, encontram-se alguns aposentos extras para hóspedes temporários, a lavanderia e um pequeno jardim. No pátio dos fundos há um grande galpão coberto, com palco e alguns jogos de mesa: pingue-pongue, pebolim e bocha de mesa. Uma gruta com a estátua de São Francisco ocupa um espaço logo atrás do galpão. No resto, há um campo de futebol, quadra poli-esportiva, pomar, horta, chiqueiro e galinheiro. À entrada do seminário, à direita, está a Capela principal.

Quando ingressa no lugar sagrado, pela primeira vez, o neo-seminarista, entre curioso e assustado, é recebido pelo reitor ou pelo ministro de disciplina e é apresentado ao seu anjo. Pedro foi contemplado com o anjo Salatiel. Ele levou poucos dias para perceber que naquele espaço isolado e bem regulamentado, uma instituição total, onde o espaço e o tempo são tidos como sagrados e a vida submete-se a uma relação hierárquica muito rígida; sob a direção dos dirigentes, ele e os outros neo-seminaristas, quase todos filhos de agricultores de todas as regiões do Estado ou filhos de famílias sem posses que ingressaram com ele iriam atravessar um longo túnel, com horários rigorosos, uma férrea disciplina, sofrendo as técnicas de condicionamento, até alcançarem o objetivo final da ordenação sacerdotal, ou saírem feridos no meio da caminhada. De uma certeza ele não tinha dúvida, o seminário nunca mais sairia de dentro deles.

No novo ambiente e, por conta do Pedro já não ser mais tão ingênuo, padre Urbano não se aproximou mais de sua vagina. O reitor devia conhecer os antecedentes do padre antes de sua transferência ordenada pelo bispo, e o vigiava com rigor. O que não impediu padre Urbano de revelar o segredo do Pedro aos outros sacerdotes. A maioria se mostrou atônita, outros indiferentes, mas alguns, entre eles padre Anselmo um jovem vigoroso de 35 anos responsável pela formação esportiva dos seminaristas e, padre Getúlio, de 45 anos, professor de filosofia, tiveram seus instintos de macho aguçados pela curiosidade de algo tão inusitado e, provavelmente, pela perspectiva sexual, muito interessante. Como boa parte da religião e seus preceitos, muita coisa naquele seminário era pura fachada. A tal hierarquia rígida, inculcada nos seminaristas a ferro e fogo, já não prevalecia sobre o livre arbítrio dos padres. Por conta disso, as ordens explícitas do reitor, quanto a eles se absterem de dar asas à sua curiosidade, no tocante à intimidade do novo seminarista, nem sequer foram levadas em consideração. O primeiro a burlá-las foi padre Anselmo que, com o pretexto de averiguar as condições físicas de cada seminarista, trancou-se na sala de jogos com cada um individualmente, pedindo que se despissem para que pudesse fazer uma ficha biométrica de cada um. Pedro tremia no corredor esperando a sua vez de ser chamado, entre a garotada fazendo algazarra e piadas obscenas quanto ao tamanho de suas rolas. Propositalmente, Pedro havia sido deixado por último, após cada garoto ter sido dispensado. Ele se despiu envergonhado, depois de revelar o que supunha ser, até então, um segredo. Padre Anselmo o tranquilizou e, diante da beleza daquele corpo e da delicadeza daquele sexo, não resistiu em tocá-lo. Pedro logo ficou úmido e, embora constrangido, reparou o quão decidida e forte era a mão de padre Anselmo, tímido, abriu-lhe um sorriso que foi interpretado como um sinal de boas-vindas. A relação entre ambos logo se transformou em algo que transcendia o envolvimento aluno-professor e, pouco mais de um mês após ter ingressado no seminário, Pedro conheceu a força e a potência da virilidade de padre Anselmo em suas entranhas. Com padre Getúlio as coisas demoraram um pouco mais, mas se mostraram igualmente prazerosas e pecaminosamente promissoras.

A molecada também levou pouco tempo para descobrir que um de seus colegas era portador de uma belíssima e sedutora vagina. O episódio aconteceu no dormitório onde Pedro estava alojado com outros cinco seminaristas. Após as orações da noite e o toque de recolher, os garotos estavam agitados demais para dormir. Começaram a cochichar para não serem flagrados pelo preceptor, na penumbra do alojamento, contando façanhas anteriores ao seu ingresso no seminário. Um deles, Júlio Sciamarelli, muito extrovertido, atlético e boa pinta, contava como tinha sido a sua primeira vez com uma prima mais velha. Pedro o achava muito bonito e logo se deixou conquistar pelo jeitão atrevido dele. Júlio, na primeira semana de aulas, via no olhar meigo do Pedro, algo que não conseguia compreender, mas que o fascinava e, tratou de estabelecer um vínculo de amizade com aquele garoto tímido de corpo escultural. O papo ia se tornando cada vez mais erótico e pornográfico à medida que os garotos faziam relatos sobre sexo e outras sacanagens. Durante um desses relatos, um dos moleques quis demonstrar como tinha visto seu tio enrabando um de seus funcionários no comércio que possuía na cidade de onde ele tinha vindo. Ao fazer a demonstração, ele arriou a calça do próprio pijama deixando sua jeba sacuda exposta e, fez o mesmo com a do Pedro que era quem estava mais próximo dele. A tentativa de contê-lo não foi tão ligeira quanto a destreza do garoto em despí-lo e, ante o silêncio que se formou entre os olhares arregalados para a bucetinha desprotegida do Pedro, todos pareciam ter levado um choque.

- O que é isso? – surgiu, simultaneamente, em duas vozes distintas de algum lugar na penumbra.

- Uma buceta! O cara tem uma buceta! – sentenciou outra voz. Pedro começou a chorar.

Uma rodinha se formou ao redor de sua cama e, entre as tentativas de fazê-lo parar de chorar antes que o preceptor entrasse no alojamento e, a vontade de olhar mais pormenorizadamente para aquela aberração, todos experimentaram um frenesi muito maior do que os relatos que estavam sendo narrados tinham sido capazes de provocar. Alguns, incrédulos, tiveram que tocar a fenda rosada e o grelo avantajado para acreditar no que seus olhos estavam vendo. Pedro quis impedí-los de o tocarem, mas seus braços foram contidos.

- Deixem-no! Parem com isso ou não respondo por mim! – ordenou Júlio, furioso com aquele assédio. Ninguém pagou para ver do que ele era capaz.

Na manhã seguinte, o seminário inteiro soube do rapaz que não tinha pinto, mas uma sedutora xaninha entre as coxas. Antes das orações da tarde, o reitor, confinado com os seminaristas na capela principal, fez um de seus discursos, que logo todos saberiam, aconteceriam cada vez que algo abalasse a monotonia monástica daquele lugar.

- Vocês estão entrando numa vida que a cada dia vai se afastar mais e mais do mundo externo. O sacerdócio não é uma mera profissão, é o pertencimento a uma instituição muito maior que cada um de vocês. É uma comunidade que precisa ser preservada da opinião, especulação e ingerência de quem não pertence a ela. Ao longo de seus estudos vocês irão conhecer muitos dos segredos da religião, dos porões e subterrâneos da igreja, do que se esconde por trás de cada altar, cada sacristia mundo afora. Nada disso deve jamais sair desse círculo prominente, dessa áurea de prodigalidade que a igreja professa, sob o risco de serem expulsos dela. É desde agora que vocês devem cultivar esse espírito coletivo, mantendo os segredos que os laicos lhes confiarem e, os que lhes caírem no conhecimento ao longo da vida. – proclamou. – Quanto ao que descobriram a respeito de seu colega Pedro, jamais quero ouvir qualquer boato ou comentário dentro desta instituição. E, este será vosso primeiro voto de silêncio. Espero que nenhum de vocês toque mais no assunto, ou nunca pertencerá à igreja. Estamos entendidos? – só se viam cabeças acenando positivamente nos bancos da capela; um longo silêncio se seguiu, onde um distraído tossiu e foi encarado como se houvesse acabado de cometer um sacrilégio, e finalmente o coro de vozes liderado pelo reitor começou a rezar o terço.

Depois do incidente, Júlio estava cada vez mais próximo de Pedro, parecia até a sua sombra. Em poucos meses Pedro estava apaixonado pelo amigo. Ele soube que diferentemente do que havia sentido pelo Mario, uma atração carnal com resultados imediatos de prazer, Júlio não o atraia apenas sexualmente, cada gesto, cada sorriso, cada expressão de consternação produziam nele um efeito muito maior do que aquele prazer carnal passageiro. O sentimento pelo Júlio se instalara em seu peito para ficar, era algo que estava além do momento presente. Esse sentimento não se desvanecia com a ausência do amigo, ao contrário, crescia em extensão e profundidade, sem que nunca tivessem se tocado.

- Como é ser tão diferente dos outros? – perguntou-lhe Júlio, quando ambos ignoraram uma das regras básicas do seminário – Numquam duo, semper tres – nunca em duplas, sempre em grupos de três, e deveriam estar meditando sobre uns textos que o ministro de disciplina lhes havia entregue para futura discussão, na tarde nublada em um banco solitário junto a gruta de São Francisco.

- É sempre como você viu naquela noite. As pessoas se surpreendem, querem ver e os mais safados me tocar, surgem as piadas, espalham-se os boatos e passo a ser ou um coitado que desperta a compaixão ou um pervertido com quem se pode usufruir livremente dos pecados da carne.

- Deve ser bem difícil para você. Mesmo assim, não sinto que você tenha raiva das pessoas. Eu percebi que o jeitinho carinhoso até faz com que algumas pessoas não te vejam como um homem com vagina, apenas um ser cheio de virtudes. – afirmou.

- Algumas pessoas procuram se manter bem afastadas de mim, como se eu fosse um leproso e pudesse contagiá-las, é o caso dos padres Alfredo, Pasquale e Nicola. Para outras sou completamente indiferente, o fato de eu existir não lhes diz nada. E, para outras, ainda, desperto pensamentos libidinosos, e sou a própria encarnação da luxúria e do pecado que estão dispostos cometer com minha anuência. – devolveu. – E você, como me vê? – questionou.

- Eu acho que sou como esses últimos que você disse, pois aquilo que vi naquela noite nunca mais saiu da minha mente. Porém, também me enquadro naqueles que você diz que sentem compaixão por você. Só que no meu caso não se trata de compaixão, mas de paixão mesmo. Mesmo antes de descobrir o que tinha no meio das tuas pernas, eu já gostava de você, da sua meiguice, do jeitinho tímido que esconde muita coragem, e também das tuas coxonas lisas e da bundinha arrebitada, não vou negar. Posso estar num seminário, mas não tenho pretensões à santidade, acho que nunca conseguiria ser um santo com o que se passa dentro dessa minha cabeça. – revelou indecoroso.

- Também me apaixonei por você! – confessou Pedro, pegando Júlio de surpresa.

- Verdade? Mas, assim apaixonou de ficar apaixonado? De querer ficar comigo? De fazer aquelas coisas comigo? – despejou, eufórico pela revelação. Pedro riu.

- Sim, exatamente desse jeito!

- Uau! Estou até suando! E o que vamos fazer?

- Não sei! Eu quero que você saiba por mim e não pelos boatos, que padre Anselmo e padre Getúlio fazem coisas comigo e, que antes deles, ainda na minha cidade no Paraná, padre Urbano também fez quando eu era coroinha.

- Nossa! Quanta virtude nossos preceptores guardam debaixo de suas batinas! – ironizou. – Você sabe que você não é o único que eles andam pegando, o Fernandinho e o Carlos também andam rezando o terço com os pintos do padre Anselmo e padre Getúlio dentro do cuzinho. – afirmou, referindo-se aos dois seminaristas que claramente eram homossexuais e que satisfaziam as necessidades dos padres naquele mosteiro perdido entre as coxilhas gaúchas. – É bom eu não falar demais, pois quem sabe não me tornarei como um deles no futuro, uma vez que duvido que uma batina vá conseguir segurar o fogo que sinto na pica. – emendou rindo.

- Pelo menos você vai ser um padre mais sexy do que eles! – exclamou Pedro, sorrindo para o amigo.

- Você me acha sexy? – questionou ousado.

- Acho! Principalmente durante as atividades esportivas, por isso perco a concentração e o pessoal começa a me zoar. – afirmou Pedro.

- Sabe a bolada que tomei na cabeça semana passada? Adivinha o que estava me distraindo e no que eu estava pensando naquele instante? – perguntou Júlio, esboçando uma safadeza que o tornava ainda mais atraente.

- Em mim? – questionou Pedro, todo tímido.

- Ahã! Na mosca! – exclamou, ambos sorriam e se entreolharam pela primeira vez com algo ardendo dentro do peito. – Deixa eu mexer em você? – acrescentou Júlio, tão logo sentiu o calor se apossando dele.

- Aqui, na luz do dia? É muito perigoso! Vamos ser expulsos se nos pegarem. – devolveu Pedro, assustado, mas desejando aquilo tanto quanto o amigo.

- Vamos lá depois do pomar, atrás das sebes aparadas, que escondem o arvoredo no final da propriedade. Ninguém passa por lá há essas horas. – propôs Júlio.

Enquanto seguiam rumo ao local ermo e distante o suficiente das atividades do mosteiro, para não serem vistos, Júlio, ousadamente, abraçou a cintura do Pedro e o trouxe para junto de seu corpo. Alguns passos adiante, enfiou a mão pelo cós da calça do Pedro e agarrou uma de suas nádegas. Não a soltou antes de chegarem a um local discreto debaixo de um flamboaiã esparramado e florido, quando se aproximou de Pedro e o beijou, mordendo seus lábios e enfiando sua língua na boca dele. Foi o que bastou para Pedro começar a ficar todo molhado. O sabor másculo da saliva do Júlio o fez desejar senti-lo dentro de si, e ele se entregou todo permissivo e cúmplice para o que ambos queriam fazer. Júlio estava louco para enrabar aquela bundinha arrebitada, com a qual vinha sonhando desde o dia em que viu Pedro pela primeira vez dentro de um short na quadra poli-esportiva. Tão logo constatou que estavam seguros ali, terminou de baixar a calça e a cueca do Pedro. Ele agarrou as nádegas dele com as duas mãos e as apertou com força, sentindo a rigidez daqueles músculos glúteos macios deslizando em suas mãos. Pedro o havia enlaçado ao redor do pescoço e se perdia em seus beijos, gemendo quando sentiu um dedo intruso circundando suas preguinhas. Entre um beijo e outro, Júlio pediu para tirar seu pinto para fora. Pedro liberou o cacetão duro e molhado e começou a acaricia-lo. Ao sentir o ar se impregnando com o cheiro almiscarado do Júlio, Pedro quis colocar aquele falo na boca e saborear seus sucos. Era algo que lhe dava muito prazer quando estava com um macho e, já fazia um tempão que sugara os sumos do Mario. Ele não sabia se podia se atrever a tanto. Tinha aprendido com uma repreensão do padre Getúlio que nem todo macho gostava de um boquete. Tentou descobrir a preferência do Júlio, beijando-o ao longo do peito, da barriga peludinha e do púbis pentelhudo. Foi o próprio Júlio que, numa ansiedade desesperadora, enfiou-lhe o caralho na boca. Tal como o toque da pele, o gosto da saliva, o cheiro do Júlio e o calor que emanava de seu corpo, os fluidos também lhe eram tremendamente saborosos. Por um triz Júlio não encheu a boca do Pedro de porra, enquanto se contorcia no prazer daquela boca aveludada mamando seu cacete devotamente. Agarrando Pedro pela cintura, ele o trouxe até sua virilha, esfregando a pica no reguinho apertado que, de vez em quando, lhe aprisionava o cacete. Os peitinhos do Pedro estavam deliciosamente inchados de excitação, e ele os apertava entre os dedos. Em seguida, descendo as mãos pelo ventre lisinho, tocou os ralos pelos pubianos que cercavam a bucetinha. Ao enfiar nela dois dedos, sentiu como estava intumescida e úmida. Pedro já não raciocinava, era só tesão e sentimento, querendo ter aquele macho dentro dele. Ele gemia feito uma gazela ouriçada antes do coito. Júlio forçou a portinha do cu e meteu a pica com determinação naquelas preguinhas, fazendo os gemidos do Pedro se transformarem num ganido longo e rouco. Júlio teve poucas oportunidades de comer um cuzinho, sua tara desde a adolescência, e o do Pedro era o mais apertado onde já estivera mergulhado. Fodeu-o com gana, mas terna e cuidadosamente, não queria machuca-lo, apenas fazê-lo submeter-se à sua masculinidade. E, ao que lhe pareceu, Pedro não apenas o compreendeu de imediato, como lhe aconchegou a pica e suas carências, do jeito mais carinhoso com que já tinha sido tratado. Com o calor daquele corpo sedutor nos braços, Júlio sentiu seu membro inchando, sua pelve se contraindo, seu saco batendo insistentemente no fundo do reguinho aberto e o gozo chegando como um raio que pareceu percorrer sua espinha. Dando uma última estocada profunda, liberou os jatos fartos e cremosos de porra naquele casulo macio, até sentir que suas forças haviam desaparecido. Pedro chorou pela primeira vez ao sentir o esperma morno inundando suas entranhas, era um choro de prazer, um prazer tão imenso que parecia não caber em seu peito, era o choro de felicidade por ter encontrado o amor de sua vida. Foi o sino anunciando que era hora dos seminaristas se dirigirem ao refeitório para o jantar que os tirou daquela nuvem de paixão e descobertas. Não haveria mais tempo para o banho, senão seriam punidos por chegarem atrasados ao refeitório, teriam que correr. Foram os últimos a chegar, corados e arfando. O reitor os encarou com um olhar de reprovação, mas eles estavam felizes demais para se incomodar com aquela cara sisuda. Enquanto comia sem muito apetite, Pedro sentiu a umidade viril do Júlio se espalhando dentro dele. Nenhum sabor tinha sido tão prazeroso quanto aquele. Ele sorriu enternecido para o rosto satisfeito do Júlio, onde brilhava um olhar cheio de amor.

Ambos passaram se amando durante os quatro anos do seminário menor. Quando o amor do Júlio começou a tornar seus encontros com padre Anselmo e padre Getúlio em verdadeiros suplícios, Pedro lhes contou que estava apaixonado por Júlio e se mortificava a cada vez que eles o tocavam. Nenhum deles o importunou mais, pois sabiam que não ficariam desamparados, que os outros dois seminaristas ficariam contentes em estar no seu lugar. Júlio viu naquela abnegação uma prova de amor, sabendo que Pedro era dele e, que o passado não podia ser modificado. Também juntos eles seguiram para o seminário maior em Passo Fundo. Lá, apenas o reitor teve acesso às informações da ficha do Pedro e, antes que qualquer incidente viesse obscurecer o trabalho que vinha desenvolvendo objetivando um bispado, tratou de blindar Pedro de qualquer tentativa de assédio. Durante os quatro anos seguintes, ele obteve total excito em sua atitude.

Tanto Pedro quanto Júlio chegaram ao fim dos estudos eclesiásticos com excelentes notas e conceitos por parte dos superiores. Ambos haviam se destacado e já eram vistos como promissores sacerdotes a alcançarem altos postos na hierarquia da igreja. Quando tiveram que assumir seus compromissos como diáconos, veio o choque da separação. Pensaram em desistir juntos da vida eclesiástica, mas ponderaram todos os prós e contras. Ambos teriam poucas perspectivas àquela altura se deixassem a igreja naquele momento. Precisavam estar mais preparados para uma vida fora dos domínios da igreja, que ambos já vislumbravam como uma certeza em seus futuros, uma vez que o seminário só veio a confirmar o que ambos já sabiam, não tinham nenhuma vocação para o sacerdócio, apesar do desempenho brilhante. Júlio foi enviado como diácono para a cidade de Aparecida do Norte no interior paulista, e Pedro foi levado pelo bispo da diocese para o Vaticano, para ser apresentado a um cardeal influente na cúpula da igreja como um mimo para as aspirações ao cardinalato do bispo.

O cardeal americano, com trânsito livre dentro dos altos setores no Vaticano, recebeu Pedro como uma flor que ele faria desabrochar, tanto na carreira, quanto nos delicados predicados que tinha entre as pernas. Ele vivia num suntuoso apartamento de 500 metros quadrados num palazzo fora dos muros vaticanos, onde instalou Pedro como um de seus secretários particulares. O cardeal era um sexagenário robusto, de sorriso fácil devido ao poder e à sua capacidade de subjugar outros altos prelados à suas vontades; conhecido e temido por seu espírito vingativo poucos ousavam mexer com seus privilégios, dentre os quais uma fortuna considerável. Para sorte do Pedro, problemas cardíacos diagnosticados um ano antes de sua chegada, haviam restringido o uso recorrente aos comprimidos azuis que o cardeal fazia e, lhe permitiam fazer estripulias com os jovens sacerdotes que o cercavam. De qualquer forma, a bucetinha encravada entre as coxas musculosas do Pedro o fascinou. Limitado quase exclusivamente a devorá-la com a boca, pois sua ereção nunca mais teve a consistência necessária para o coito depois que passou a necessitar da medicação para o coração, ele mostrou o quão perversos podiam ser seus dedos grossos e os objetos que utilizava para substituir a pica imprestável. Pedro muitas vezes mal podia caminhar depois de uma noite com o cardeal em sua cama. Nem o choro saudosista, com o pensamento voltado para o amor do Júlio, comovia o cardeal quando empenhado em trabalhar aquela fendinha rosada e perfumada e, Pedro encarou isso como mais um carma de sua vida. No entanto, aquela também foi a primeira oportunidade que Pedro teve para desvendar o mistério de seus genitais. Um renomado especialista o examinou com todo o sigilo que a Santa Sé lhe havia imposto, era o ano de 1979. A conclusão após exames de imagem e ressonância magnética, uma novidade que só estava disponível em raríssimos hospitais pelo mundo, foi que Pedro tinha as gônadas masculinas retidas no baixo abdômen hipofuncionantes, mas capazes de lhe determinarem uma aparência masculina, um micropênis sem ligação com as gônadas, portanto incapaz de expelir espermatozoides, uma pequena vagina que se comunicava com um útero de tamanho normal, porém, com ausência total das trompas e outras estruturas do aparelho reprodutor feminino, o que explicava a ausência de menstruação. Pedro era estéril tanto do ponto de vista masculino quanto feminino. Aos quase vinte e três anos, descobrir aquele segredo em suas entranhas foi o fim de uma jornada angustiante por sua natureza como ser humano. Foi como descobrir sua identidade tardiamente, saber quem de fato ele era, um homem ou uma mulher. A primeira coisa que fez ao saber dos resultados foi escrever uma longa e esclarecedora carta aos pais. Ao lerem-na, junto com o Gustavo e o Carlos, identificaram as lágrimas que tinham manchado o texto em alguns trechos, e não puderam deixar de sentir o profundo amor que tinham por aquele filho e irmão que conquistava o coração de quase todos a sua volta.

As ocupações de Pedro junto ao cardeal eram poucas, quase meramente figurativas, pois a excelência gostava de aparecer rodeado de belos mancebos. Ele era requisitado à noite, também excepcional e esparsamente, conforme a disposição do cardeal lhe permitia, para curtas incursões no leito pecaminoso da excelência. Umas chupadas no grelo, umas lambidas na bucetinha, o tesão do cardeal aumentando, uma ereção tentando a muito custo de fortalecer, a respiração do velho começando a deixa-lo exaurido, umas poucas carícias no saco e na rola pesada e tudo havia terminado, pois as condições do velho não lhe permitiam mais do que isso, quinze minutos que se assemelhavam a um treino pesado de um atleta e Pedro estava dispensado até que dali a alguns dias o cardeal estivesse em condições de enfrentar outra dessas maratonas. Pedro voltava para seus aposentos, satisfeito por não ter que passar daquilo. Desde que havia descoberto o verdadeiro amor com Júlio, nenhum outro homem lhe despertava o menor interesse. Dentro dos muros vaticanos não faltavam nem opções, nem oportunidades para que a sodomia camuflada pudesse ser exercida com regularidade.

O tempo que lhe restava foi ocupado cursando uma faculdade de teologia e uma de filosofia simultaneamente. Seus excelentes conhecimentos do hebraico e latim garantiram-lhe um emprego num tradicional colégio privado num elegante bairro de Roma e, uma maneira de ter seu próprio dinheiro, independente da ajuda de custo que recebia da igreja. Essa independência financeira começava a fazê-lo pensar numa carreira fora da vida eclesiástica, para a qual ele sabia não ter mais nenhum interesse. Sem o conhecimento de seus superiores, Pedro se qualificou para um anúncio de professor de filosofia na universidade de Bérgamo, e ficou eufórico quando o convocaram para uma segunda entrevista pessoal, pois já havia feito a primeira por video-conferência e deixara uma excelente impressão no entrevistador. O cardeal o dispensou por duas semanas a título de férias, não imaginando que estava prestes a perder um de seus pupilos. Quando o Frecciarossa da Trenitalia deixou a estação ferroviária de Termini, em Roma, rumo a Bolonha onde pernoitaria para seguir até Bergamo no dia seguinte, no final de uma ensolarada tarde de primavera, Pedro estava em paz consigo mesmo como poucas vezes havia se sentido na vida. Aquela perspectiva de dar novo rumo a sua vida, o fez enxergar a paisagem que passava ligeira por sua janela com as esperanças renovadas. Havia um quê de liberdade no ar, do qual se sentiu privado durante os anos que passou nos seminários e no palazzo onde o cardeal o mantinha tal como um passarinho numa gaiola. O trem chegou à tumultuada estação Centrale de Bolonha pouco antes das nove da noite. Pedro estava subindo as escadas, entre os dois andares, sob o telhado de vidro abobadado da estação quando sentiu uma mão em seu ombro, ao virar-se, deparou-se com o rosto trigueiro e ligeiramente barbudo do Júlio. Sua mão se fechou com força ao redor do corrimão, pois repentinamente suas pernas pareciam não querer mais suportar o peso de seu corpo.

- Pensei que estivesse tendo uma miragem! – exclamou Júlio, com um daqueles seus sorrisos encantadores nos lábios.

- Júlio, meu amor! – Pedro deixou escapar quase como um grito. As pessoas a sua volta o encararam estupefatos, pois eles se agarraram como um casal apaixonado. – Perdão! Não medi minhas palavras. – emendou ligeiro, ao notar que estavam sendo criteriosamente observados.

- Quer dizer que também não esqueceu nosso amor? Pensei que nunca mais voltaria a te dizer isso, mas eu te amo, Pedro! – a voz do Júlio soou como uma cantata de Bach, jubilosa, sonora e melodiosa, que sempre tiveram o poder de encontrar uma ressonância no peito de Pedro.

- Eu o trago aqui dentro desde a última vez que estivemos juntos, me alimentando e me fazendo levar a vida adiante. – confessou Pedro.

A indiscrição dos transeuntes os fez procurar um cantinho sossegado num café nos arredores da estação. A caminho do café Júlio não resistiu e pegou a mão do Pedro, apertou-a enquanto olhava cheio de ternura em seus olhos. Conversaram por tanto tempo que também ali começaram a despertar a atenção das pessoas, especialmente quando se entreolhavam com tanta paixão que os sentimentos entre eles transpareciam nítidos como uma manhã ensolarada.

- Você acabou mesmo se tornando padre. Eu desisti após a faculdade de teologia, voltei para a casa dos meus pais por um tempo, antes de cursar ciências da computação em São Paulo e, agora fui chamado por um primo do meu pai que mora em Bari e tem uma pequena empresa de TI. Estou passando minhas primeiras férias aqui na Itália, estou a caminho de Milão. – revelou Júlio.

- Não fiz os votos e, creio que não vou fazê-los. O sacerdócio não é para mim. Estou indo para uma entrevista na universidade de Bérgamo como candidato a uma vaga de professor de filosofia. Se tudo der certo, deixo a vida de diácono. – revelou Pedro, entre os outros detalhes de sua vida desde que se viram pela última vez.

- Quando abandonei a teologia fui tentar obter seu paradeiro exato indo até Pitanga, na casa dos teus pais. Mas, o endereço que seu irmão Gustavo me deu era o mesmo para o qual eu enviava as cartas que te escrevia e não obtinha resposta. Primeiro cheguei a pensar que você havia desistido do nosso amor, depois concluí que algo de muito ruim estava acontecendo com você e, desde então, vivo nessa aflição por não saber o que se passa com você. – afirmou Júlio.

- As primeiras cartas que recebi de você naquele endereço geraram especulações e o cardeal logo se encarregou que nossa correspondência fosse censurada. Eu digo nossa por que ele fez o mesmo com os outros dois rapazes americanos que oficialmente trabalhavam com ele nos gabinetes vaticanos. No entanto, nós vivemos no apartamento dele, vigiados e com poucas chances de contato com o mundo externo, à exceção de compromissos oficiais dele, quando exercemos nossa função de auxiliares. Quando houve a primeira devolução de uma carta que lhe escrevi, o cardeal me ameaçou, ao descobrir que eu ainda mantinha contato com você. Na segunda e, que também foi a última, ele enfiou a bengala dele na minha bucetinha e me deixou sangrando por três dias. A partir daí, nem as correspondências da minha família chegaram mais às minhas mãos. Foi quando decidi abandonar tudo e procurar um meio de subsistência ao concluir as faculdades de filosofia e teologia. – revelou Pedro.

- Foi isso que sempre me angustiou. Eu sabia que aquele empenho do bispo em te trazer para cá tinha objetivos escusos. E, que você devia estar nas mãos de um desses crápulas escondido e amparado pelas vestes eclesiásticas. Se o mundo soubesse de toda a verdade que acontece nesse submundo, há muito que a igreja não existiria mais. No entanto, ao longo dos séculos eles sempre souberam como se blindar do julgamento alheio. – afirmou Júlio.

- Não vamos mais falar disso! Quero saber de você, me conte tudo. – sugeriu Pedro, e todos aqueles anos distantes foi sendo esclarecido, inclusive quando dividiram a cama e se amaram num hotel próximo à estação.

Júlio mudou seu itinerário só para estar ao lado do Pedro em sua entrevista na universidade de Bérgamo, o que parece ter sido um bom auspício, pois Pedro foi aceito como professor. Eles aproveitaram os dias que lhe haviam sido concedidos para viajarem até Milão, se curtirem, traçar estratégias de voltarem a ficar juntos e, desfrutar daquela liberdade que ambos aprenderam a valorizar como o que de mais precioso existe na vida. Eles se hospedaram por alguns dias na casa de um casal idoso numa diminuta propriedade onde se cultivam peras e maçãs nos arredores da pequena Luino às margens do Lago Maggiore. Entre passeios pelo vilarejo, margens do lago e construções históricas seculares, foram decidindo os passos a serem tomados para viverem seu amor. Na véspera de seu regresso a Roma, Pedro se sentia mais seguro do que nunca. Argumentou com Júlio que seria melhor fazer a comunicação ao cardeal sem a presença dele, pois assim a decisão pareceria puramente profissional e, não suscitaria a ira da excelência por estar sendo passado para trás. Júlio aceitou os termos com relutância, não queria que Pedro ficasse exposto e, nem queria ficar mais distante dele, depois desse reencontro. Também revelou que levaria ao primo do pai em Bari a sugestão de abrir uma filial em Bérgamo da empresa de TI, uma possibilidade que já havia sido aventada em conversas despretensiosas, mas que nunca foram postas em prática.

O entardecer daquele dia carregava um quê de desolação, ambos falando pouco ante a iminência de mais uma despedida, mesmo que temporária, quando caminhavam às margens do lago Maggiore e viam as luzes em seu entorno se acendendo consecutivamente.

- Non ti è piaciuto il cibo? – perguntou a senhorinha, vendo que ambos volviam os garfos nos pratos sem comerem o jantar com o mesmo apetite dos dias anteriores.

- È meravigliosa como sempre, grazie! – responderam quase simultaneamente.

- Quindi perché stanno scheggiando nei piatti fatti piccioni? – questionou a velha, enquanto o marido astuto só observava calado o comportamento dos dois.

- Il sono innamorati come il nostro Gennaro, ricordi? E non vogliono essere separati, eco! – exclamu o velho.

- Madona mia! Sono due succhiacazzi! – exclamou a velha

- Quello la disturba? – questionou Júlio, com uma expressão beligerante.

- In modo alcuni! Como hai detto mi marito, nostro figlio è anche un frocio. Lui se sposò quattro anni fa un amico dell’università. – revelou.

- Poi Lei capisce come noi stiamo sentendo nella vigilia di um addio. – devolveu Júlio, mais tranquilo.

- Se vi amatte davvero, andrà tutto bene! Abbia fiducia nel suo amore! – exclamou o velho, como quem já passou por algo semelhante na vda.

A conversa com o cardeal não foi das melhores. Ele ameaçou Pedro, garantindo que o emprego de professor em Bérgamo seria mais curto do que ele podia imaginar. Foi quando Pedro colocou três fotografias na mão trêmula do cardeal. Nelas ele aparecia completamente nu, deitado ao lado de um dos diáconos americanos, com a pica do rapaz dentro bunda gorda e peluda.

- Talvez isso vá garantir a sua discrição! E até, quem sabe, a libertação dos dois diáconos. Vossa excelência não imagina o que passamos por trás das paredes dessas construções que parecem ilibadas aos olhos do mundo, nas mãos de pessoas como você.

- Saia daqui! – berrou o cardeal, ao notar que, pela porta aberta de seu gabinete, os dois americanos já anteviam a sua liberdade. Ambos dirigiram ao Pedro um sorriso grato e discreto quando este passou por eles.

Quase três meses depois, Júlio foi se juntar a Pedro em Bérgamo. Nesse tempo Pedro havia conseguido encontrar um apartamento confortável no terceiro piso de um prediozinho na Via Teresa Mallegori, cercado por uma varanda donde se avistava a Città Alta. Mudaram-se assim que Júlio chegou à cidade, tendo como única mobília uma cama que Pedro havia comprado semanas antes.

- Providencial você ter pensado na cama. Estou morrendo de saudades desse cuzinho! – exclamou Júlio, ao deixar suas malas na sala vazia, onde sua voz ecoou entre as paredes de um tom creme que ambos haviam detestado e, decidido repintar como primeira tarefa na nova moradia.

- E de mim, não sentiu saudades? – questionou Pedro, aproximando-se sensualmente de Júlio e enlaçando seu pescoço com os dois braços. Um beijo molhado e libidinoso de língua respondeu sua pergunta.

Durante o beijo Júlio ficou duro, a ponto da cueca e da calça o incomodarem. Afastando seu corpo um pouco do do Pedro, ele exibiu sua ereção, ciente de que ele saberia o que fazer com ela. Pedro esboçou um sorriso meio tímido, meio ladino.

- Meu Julinho, tarado como sempre! – exclamou, desafivelando o cinto e abrindo a calça dele lenta e provocantemente.

- Não foi assim que você aprendeu a me amar? – inquiriu, sorrindo por que aquela mão suave já estava ao redor do seu cacete.

- E vou te amar para sempre! – sussurrou Pedro, voltando a mordiscar os lábios dele.

Uma brisa morna de final de verão entrava pelas portas de correr do quarto, quando Júlio lambia a bucetinha entre as pernas abertas do Pedro, fazendo o gemer de tesão. Antes de meter o caralhão nela, pincelou-o pela cara dele, detendo-se brevemente próximo à boca para que ele abocanhasse a cabeçorra e chupasse seu pré-gozo abundante. Ao sondar com dois dedos a vagina molhada e excitada do Pedro, sentiu um ligeiro aumento no fluxo de pré-gozo que escorreu pelo canto da boca do Pedro antes que este pudesse engoli-lo. Pedro o encarou cheio de tesão, vendo seu homem tão excitado e pronto para possuí-lo.

- Ai, Júlio! – gemeu, demonstrando que estava pronto. Júlio nunca tinha visto outra pessoa gemer daquele jeito, pedidnod para ser fodido, e gostava daquela sensação de estar sendo cobiçado.

Deixando-se cair suave e lentamente sobre o corpo do Pedro, ele meteu a pica naqueles lábios rosados que se abriram para agasalha-lo, entre um gemido estridente. Estocou aquela caverna úmida e quente até distender o fundo do pequeno útero onde ela desembocava. Pedro se contorcia na cama, esfregando sua bunda contra o colchão num rebolado frenético e lascivo.

- Fica de quatro para eu enrabar esse cuzinho cheio de saudades da minha rola! – grunhiu, numa sanha alucinada.

Pedro obedeceu e soltou um grito quando a pica penetrou seu cu e dilacerou suas preguinhas. Havia anos que o Mario tinha enfiado sua jeba naquele cuzinho apertado pela primeira vez, depois Júlio entranhou-se nele por diversas vezes ao longo dos anos de seminário, mesmo asssim, cada vez que uma rola atravessava seus esfíncteres, Pedro sentia aquela dor pungente do arregaço. Algo lhe dizia que nem a vida de casado poria fim aquele padecimento inicial de cada coito, nem mesmo a tara do Júlio por seu cuzinho, seu lugar predileto para enfiar o cacete insaciável. Amaram-se até ficarem exauridos, como uma espécie de compensação pelo tempo que ficaram afastados. Havia uma lua em quarto crescente lançando seu brilho nítido para dentro do quarto quando ambos sussurraram em unísono.

- Amo você!

Os sibilos da respiração do Júlio foram os primeiros a ecoar pelo quarto assim que ele adormeceu, seguidos por mais duas ou três espiadas do olhar contemplativo do Pedro em direção à lua, quando ele também caiu no sono, confiante de que sua felicidade começava ali.

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Comentários

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Pura literatura erótica e enredo de enleva, provoca nos coloca como Pedro e seus amantes mais sedutores: Mario e Júlio. Pornografia elegante... nota mil

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O "escritor" está nos detalhes, como sempre apuro e verossimilhança perfeitos, parabéns!

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Não conhecia esse autor,talvez por não ler contos gay. Mas me chamou atenção o esmero com o léxico,coisa de escritor profissional,que ganha a vida com isso. Depois,o formato em terceira pessoa. Dificilmente os leitores dão maiores atenções ou comentam textos com narrativa exterior aos fatos. História pioneira, vanguardista. Se fosse uma garota portando um membro de tamanho considerável,talvez tivesse mais apelo. Parabéns pela desenvoltura e pelo pioneirismo

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Kherr, tua narrativa é digna de aplausos. Algo de raro talento para a escrita. Você, definitivamente, se superou. Estou deveras feliz com a leitura do teu texto cuidado e bem escrito. Sem mais palavras, peço que escreva mais contos como esse daqui. Grazie mille.

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SENSACIONAL. NUNCA UM CONTO SOBRE INTERSSEXUALIDADE FOI TÃO BEM ESCRITO COMO ESTE. PARABÉNS!. SEM SOFRIMENTOS EXAGERADOS, DORES, MORTES, VIOLÊNCIA, ESTORSÕES, ESTUPROS ETC. QUE CONTINUE A PRODUZIR CONTOS DESTE NAIPE.

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Como sempre, acho teus escrito maravilhoso. Assim como hubrow, tenho algo para lhe enviar e pedir que desenvolva. Se te interessares, entra em contato: plutao underline fogo arroba y a h o o ponto com ponto br

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Excelente como sempre! Que cuidado no texto, que cuidado na construção da trama! Ah, se a CDC fosse feita só de textos assim...!

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