Minha relação com Clara naquela fase se resumia a fugidas rápidas, sexo apaixonado e carinhos intensos, acabava a vendo pouco, mas apenas nesses momentos eu já me sentia mais completo com ela do que já estive com qualquer pessoa em minha vida, por isso não me importava se ela não fosse exclusivamente minha, eu a tinha, do nosso modo.
Com nosso tempo restrito, tínhamos que aproveitar cada segundo e tramar a desculpa perfeita para não sermos pegos, tornava tudo mais incrível, não pensávamos em traição, ou nesse imbróglio que nos metemos, apenas sentíamos a paixão, a emoção e adrenalina.
Numa dessas fugas nos descuidamos um pouco e quase fomos pegos, e o pior, pelo próprio Marcos. Estávamos no aniversário de uma colega nossa, a festa era no quinta de sua casa, eu e Clara não nos víamos tinha quase uma semana. Em nossa mesa estávamos nós 3, e mais uns colegas, sentamos de lados opostos e trocávamos olhares e sorrisos, em sua maior parte do tempo com Clara segurando a mão de Marcos, em certos momentos me incomodava, mas logo seu sorriso já me fazia esquecer de tudo aquilo.
A festa foi rolando, todos bebendo, dançando, ninguém ficava mais na mesa. Como naquele dia ninguém iria embora, todos iriam dormir na casa da aniversariante, ninguém se importava em beber muito. Os parentes já indo embora e a garotada brincando e dançando, foi anoitecendo, Clara não parava de me olhar, principalmente quando uma garota linda veio dançar comigo, seu olhar ficou mais sério e pude perceber de longe seu ciúme, não vou mentir, aquilo me deu certa satisfação, e então aproveitei para dançar de forma mais ousada com a menina. Seu olhar me fuzilando a poucos metros de mim quando eu colava meu quadril no quadril da menina que de costas rebolava em mim, com sua mão em minha nuca ela descia e subia de forma sensual. Se eu não estivesse louco pela Clara, àquela altura já estaríamos aos beijos e encontrando um lugar para brincar mais um pouco.
Já estava com sede, avisei a menina que já voltava e fui atrás de mais bebida, entrei na casa procurando pela cozinha quando sinto alguém me puxar de solavanco, quase tropeço e quando vejo é a Clara me puxando, apenas segui. Nos aproximamos de uma porta, Clara abre e me empurra lá dentro, entra junto e tranca a porta, quando penso em perguntar algo ela me invade com seu beijo, sua mãos indo da minha cabeça a minha bunda. Acho que estava tão bêbado que demorei a entender e retribui o beijo, sua pegadas por todo meu corpo, seu beijo acelerado e forte, era intenso, gostoso, perigoso. Clara então me empurra para o lado e me coloca de costas na parede, abaixa minha bermuda, cola seu corpo no meu e levanta um pouco a perna.
- Me come gostoso, quero seu pau em mim agora. – Clara segurando meu pau e posicionando para lhe penetrar.
Nossos corpos suados, grudados um no outro, segurando sua perna enquanto meu quadril se movimentava apenas para a penetrar, seu beijo com gemido me deixando louco, eu sussurrava em seu ouvido:
- Você é uma delícia, a mulher da minha vida.
- Vai amor, come sua putinha, sou a única mulher da sua vida – Clara respondia me dando mais tesão.
Depois de um tempo nesse sexo gostoso, alguém bate na porta.
- Clara? Você que esta ai? – Marcos estava procurando Clara.
Levamos um susto, a luz do banheiro estava apagada, não deu pra ver a reação de Clara, mas ela subitamente colocou sua mão em minha boca e respondeu.
- Oi sim amor, já estou saindo. – Respondeu Clara se retirando bem devagar de perto de mim, se recompondo. Me colocou atrás da porta e a abriu.
- Oi bê, acho que bebi demais, estava vomitando – Disse Clara saindo do banheiro.
- Porque a luz estava apagada? – Perguntou Marcos
- Entrei correndo para vomitar e não achei o interruptor.
Meu coração estava a mil, medo e tesão era tudo que eu sentia. Saí do banheiro olhando para todos os lados e fui beber para relaxar, busquei a primeira cerveja gelada e voltei para o quinta, onde a menina que eu dançava já estava nos braços de outro, claramente pouco me importei.
O resto da noite se resumiu a nós 3 sentados a mesa bebendo e jogando conversa fora, eu mal conseguia encarar Marcos, me deixava constrangido, àquela altura achei que não conseguiria mais sentir isso, mas depois do episódio do banheiro, vi que sim...
Por medo fiquei uns dias sem arriscar marcar com Clara outro encontro, mas surgiu uma ótima oportunidade quando Marcos iria ter que viajar 2 dias para o interior por causa do trabalho, como minha mãe estava em viagem preferi marcar lá em casa o encontro, finalmente iriamos dormir juntos novamente. Estava ansioso, preparei a noite perfeita. Clara chegou, cozinhamos juntos, jantamos a luz de velas, como manda o manual para pessoas apaixonadas, fomos pro meu quarto, onde a despi com calma, a beijei como se tivéssemos todo tempo do mundo, meus lábios tocavam casa centímetro de seu corpo, memorizando sua curvas, suas pintas. Meu membro deslizava de sua boca até suas pernas onde eu o pousava para então minha língua se deliciar do sexo de Clara, meu corpo então colado ao seu naquele amor envolvente, que durou horas muito bem aproveitadas e deliciadas, dormimos.
Ao acordar com aquele sorriso no rosto vou abraçar Clara mas ela já não estava mais na cama, levantei e a fui procurar, abro a porta e a vejo sentada a mesa, sorrio e quando reparo minha mãe esta a seu lado, levei um susto, a cara de Clara era de assustada obviamente e minha mãe com sua cara de sempre julgadora. Fui em direção a mesa e beijei Clara e me sentei ao seu lado, estavam tomando café.
- Você não ia voltar mais tarde? – Perguntei a minha mãe.
- Não, disse que voltava hoje – Respondeu
- Você sempre chega à noite, presumi que hoje seria o mesmo...
- É, mas hoje não foi o caso. – Respondeu de forma meio ríspida.
Tomamos nosso café e Clara foi para cara, meio assustada ainda e com certo medo, pedi para ela não se preocupar.
- Steve, que porra você esta fazendo? – Minha mãe logo me pergunta.
- Sem julgar, por favor.
- Claro que vou, ela é a mulher do seu amigo, tu foi padrinho de casamento deles, meu deus não tem vergonha?
- O tempo todo, mas a amo, me apaixonei, queria que eu fizesse o que?
- Fosse homem, não te eduquei assim! Sofra por um amor não correspondido mas não traia... A peça para escolher, sei
que não é justo, mas é o certo.
Aquilo ecoou em minha cabeça o resto do dia, fui dormir pensando e tinha que tomar uma atitude logo pela manhã.
Acordei, derrubado, totalmente desmotivado, me arrumei e fui para casa de Clara. Ao abrir a porta ela fica surpresa, mas logo vem em minha direção me beijar, a interrompo e digo que precisamos conversar.
- Clarinha, você sabe que te amo, e que me dói ter que pedir para você se decidir, porque sei que dói em ti também, mas você precisa, antes que isso fique muito maior e pior.
Clara respirou fundo.
- Eu sei, sua mãe descobrir me trouxe a realidade, não queria acreditar, tentei ignorar, mas precisamos, eu preciso.
Cheguei mais perto, a beijei de forma delicada, aquele selinho demorado onde pude sentir o gosto salgado de suas lágrimas escorrendo, me fez chorar junto, levei minha mão a sua nuca, descolei nossos lábios, beijei sua bochecha e a abracei.
- Eu te amo tanto... – Eu disse a Clara em meio às lagrimas.
- Eu sei... - Rindo em referencia as nossas brincadeiras com Star Wars.
- Também te amo, meu idiotinha – Respondeu Clara seriamente agora.
Fui embora de sua casa, não nos comunicamos o resto do dia. Eram quase meia noite e a campainha toca, vou atender e levo uma baita surpresa.
- Oi amor, posso passar uns dias aqui com você? - Clara me perguntando com algumas malas a sua volta.