Sábado de manhã. Onze horas. Alguém tocou a campainha. O som estridente da cigarra maltratando minha cabeça tonta da ressaca e da noite anterior mal dormida. Sentei na cama, a cabeça latejando. O toque continuava insistente e não havia ninguém para atender. Morava só, lembrei finalmente.
- “Já vou, disse por fim”. Tonto, levantei-me e fui à porta.
Quando abri, uma mocinha suja, mal vestida, de boné, malcheirosa. Ela já estava indo embora, mas ao ouvir a chave, retornou.
- “O senhor poderia me ajudar? Estou passando muitas necessidades, qualquer coisa server”.
Nunca gostei de dar esmolas. Achava que muitas pessoas se aproveitavam da caridade alheia para explorar outras pessoas e até crianças. Ou então usavam a esmola para comprar drogas, essas coisas. Passei a mão na minha cabeça que latejava. Na hora, nem lembrei disso.
- “Você não quer ir na farmácia pra mim? Compra um antiácido e um analgésico que eu te dou o troco”.Ela assentiu.
Peguei uns trocados e entreguei a ela e deitei no sofá mesmo. Ela demorou, pensei até que tinha levado meu dinheiro. Sentindo-me idiota, adormeci.
- “Senhor, senhor, acorda”. Ouvi uma voz me chamando. Um copo com água e uns comprimidos. Tomei tudo, agradeci.
- “Teu nome”? Perguntei entregando-lhe o copo.
- “É Anastácia, mas me chamam só de Ana”.
- “Obrigado Ana, pode ficar com o troco”.
- “O senhor vai ficar bem? Se quiser mais que eu faça mais alguma coisa...”.
Lembrei que o apartamento estava uma bagunça. A pessoa que fazia a faxina havia uma semana que tinha pedido demissão.
- “Você quer dar uma arrumada nesse apartamento? Varrer, lavar a louça, limpar os banheiros. Você sabe fazer isso”?
- “Sei sim senhor, sempre ajudo minha mãe a fazer faxina”.
- “Pois eu vou dormir mais um pouquinho e você arruma tudo aí. Só tem uma coisa Ana. Tome um bom banho e pode vestir umas roupas que estão naquele quartinho depois da cozinha. Tá certo”?
Ela apenas balançou a cabeça, um pouco envergonhada. Fui para o quarto dormir mais um pouco, e ela foi tratar dos afazeres.
Dormi até quase três da tarde. Acordei até bem disposto, não havia mais efeitos da ressaca me incomodando. Estranhei meu quarto todo arrumado, meu banheiro limpo, roupas nos cabides. Então, lembrei-me de Ana. Fui ver o que ela estava fazendo.
Olhei a sala limpa, varrida, tudo espanado, pano passado, cheiro de desinfetante nos banheiros limpos. Quando entrei na cozinha ela estava acabando de arrumar a bagunça da pia. Havia tomado banho e vestia as roupas da minha ex-diarista. Reconheci um short curto que ela costumava usar e uma blusa dessas que amarram tiras nas costas.
- “Ana”. Chamei.
Quando ela virou-se pra mim quase não a reconheci. Depois de banhada e penteada parecia outra pessoa.
- “Puxa Ana. Como você é bonita”. Disse. Ela sorriu pra mim, e pude perceber um sorriso bonito, dentes perfeitos. Fiquei admirando-a, imaginando-a bem arrumada com roupas bonitas, ninguém diria que era uma pedinte.
- “Você cozinhou alguma coisa Ana? Estou sentindo um cheiro bom de comida. E eu estou com fome”.
- “Eu esquentei uma carne que tinha na geladeira e fiz um pouco de arroz. O senhor quer”?
- “Quero sim, estou morto de fome. Mas uma coisa, não me chame mais de senhor, meu nome é Nino. Não sou um velho para você ficar me chamando de senhor, tá bom”?
- “Tá bom, desculpe, eu não chamo mais... Nino”. Disse.
Sentei à mesa e ela trouxe o almoço nas panelas mesmo. Pedi pra ela pegar um refrigerante na geladeira. Disse que ela pegasse um prato para ela e almoçasse comigo. Ela obedeceu, mas senti o quão ela estava desconfortável. Ela nunca tinha usado garfo e faca na vida, mas não teve vergonha de dizer isso. Tive prazer em ensiná-la e toquei suas mãos grossas e ásperas. Acabado o almoço ela foi até a pia para lavar o restante da louça. Fiquei admirando-a. Era magra, mas bem proporcional. Pernas torneadas e bundinha arrebitada. Cinturinha fina, barriguinha batida, seios médios empinados. Cabelos negros nos ombros, sem corte. Uma bela menina. Ela percebeu que eu a observava, virou-se e perguntou: “Que foi?”.
- “Estou apenas te admirando Ana, você é uma linda menina”.
Ela corou na hora, não podendo disfarçar sua vergonha. Sua respiração ficou entrecortada e um pequeno sorriso nervoso surgiu em seus lábios. Ela virou-se para a pia para que eu não percebesse seu nervosismo.
- “Quantos anos você tem Ana”? Perguntei, tentando puxar conversa.
- “Completei dezoito no mês passado”. Respondeu
- “Eu achava que você tinha quatorze ou quinze”. Comentei.
- “É assim mesmo... Nino, filho de pobre não cresce muito não”. Respondeu ainda com um pano de pratos nas mãos.
- “Posso te dizer uma coisa Ana”? Ela balançou a cabeça afirmativamente e virou-se pra mim. Eu me aproximei dela, segurei levemente em suas mãos e disse: “Você é mais bonita que maioria das garotas que eu conheço. E eu namoraria sim uma menina como você”.
Senti suas mãos ficarem trêmulas, úmidas e geladas. Tentei aproximá-la para um abraço, mas ela rapidamente desvencilhou-se dos meus braços e foi acabar de lavar sua louça, deixando-me de pé, sozinho no meio da cozinha.
- “Desculpe Ana”. Disse por fim. “Não sei o que deu em mim. Desculpa”.
Fui ao quarto, peguei um dinheiro, coloquei sobre a mesa e disse:
- “Aqui está o dinheiro do serviço Ana. Se você quiser passar aqui na próxima semana, eu ainda não tenho ninguém pra fazer faxina. Se você se interessar pode voltar. Eu vou me deitar de novo, quando sair encosta a porta, tá bom? E leve pra você as roupas da diarista, que ela não vem mais. E desculpa qualquer coisa, Ana”. Meio envergonhado me retirei.
- “Tá bom, quando sair eu coloco a chave por debaixo da porta”. Ela disse.
E fui deitar, precisava descansar para outra farra que certamente haveria naquela noite. Fiquei ainda pensando no que tinha dado em mim de querer agarrar aquela menina. Pensando nisso, excitado, acabei adormecendo.
Acordei com leves batidas na porta do quarto. Quando abri, era Ana.
- “Oi Ana, aconteceu alguma coisa?”. Indaguei.
- “Não queria sair sem falar com você”, disse. Aproximou-se de mim e recostou sua cabeça no meu peito. “Não pense que não queria teu abraço... Fiquei com vergonha”. Fez longo silêncio. “Fui estuprada pelo meu pai quando tinha sete anos. Minha mãe mandou ele ir embora de casa, chamou até a Polícia. Mas naquele tempo não dava em nada. Fiquei com muito medo de homens, nunca me envolvi de ninguém, nunca tive namorado”. As últimas palavras já foram entrecortadas por pequenos soluços.
Abracei-a ternamente acarinhando seus cabelos. Ela ofereceu-me os lábios e nos beijamos. Então peguei-a nos braços e levei-a para a cama. Pediu-me que fosse carinhoso e tivesse paciência com ela. Abracei-a com sentimento de proteção.
- “Nino, você foi o meu primeiro beijo”. Disse isso e puxou-me para outro longo beijo. Deitei o seu lado e ficamos abraçados. Ficamos nos conhecendo, ela passava as mãos pelo meu cabelo e barba. Eu a beijava, passando em sua linda face. Mordiscava sua orelha, sempre acarinhando suas mãos, nossos dedos já se entrelaçando. Ficamos um bom tempo conversando amenidades para aliviar o nervosismo que ela não conseguia disfarçar.
O quarto estava na penumbra, já estava anoitecendo. Em movimentos lentos consegui desamarrar as tiras de sua blusa, liberando seus seios. Notei certa indecisão dela, mas fiz de conta que não tinha percebido. Passei levemente as mãos sobre seus seios. Procurei seus lábios, de sua boca escorreguei meu beijo para seu colo, procurando seus seios. Um depois do outro. Ana fechou os olhos e suspirou. Então caí de boca naqueles peitinhos maravilhosos, e mamei-os como se fosse a coisa mais desejada da vida. Ana gemia e retorcia seu corpo frágil. Com delicadeza desabotoei o botão de seu short e desci seu zíper. Minha mão invadiu sua calcinha. Sua vagina estava completamente umedecida. Desci seu short com a calcinha e tudo, deixando-a completamente despida. Minhas mãos tomaram o lugar em seus seios e passei a beijar seu umbigo, e finalmente passei a língua por sua vagina. Ele retesou seu corpo esticando as pernas com tanta força que arqueou suas costas, perdendo o contato com a cama. Chupei com gosto aquela bucetinha. Ana estava como se fosse louca. Vi que ela tinha orgasmos múltiplos. Com a língua no clitóris dela, lentamente enfiei o dedo em sua vagina, completamente encharcada. Com o dedo bastante lubrificado procurei o seu cuzinho e, após massagear as pregas, enfiei-o com dificuldade. Ana gozou outra vez e desfaleceu, vencida pelo delírio intenso daqueles momentos.
Aproveitei este instante para tirar minha bermuda que ainda vestia. Meu velho amigo já estava bem desperto e já protestava para participar da festa. Completamente nu deitei-me ao lado dela, então ela suspirou e tornou a consciência. Beijei-a ternamente, devagar, dando pequenos beijos em seus olhos, em sua face, nariz, lábios e orelhas.
- “Oh Nino, você foi maravilhoso”.
Peguei sua mão e dirigia-a para meu amigo. Ela segurou com força. Senti certo nervosismo dela. Sabia que agora seria o mais difícil, ela permitiria ser penetrada? Suas lembranças dolorosas aflorariam? Seus temores todos ainda não estavam ainda completamente domados. Pedi que segurasse meu amigo com delicadeza. Que o tratasse com carinho, que observasse sua forma, tamanho, grossura. Ela tudo obedeceu, arriscou até um beijo nele. Pedi que fizesse um boquete. Ela se pôs de joelhos entre minhas pernas, passou a língua no meu amigo duro com aço. Colocou a cabeça dele na boca. Eu disse pra ela evitar os dentes. Primeiro meio desajeitada, mas depois foi tomando o jeito, e agora era chegada minha vez de delirar.
Pedi que ela viesse por cima de mim e fizemos ou sessenta e nove sensacional. Ana gozou mais uma vez. Então, deitei-a de costas, chupei ainda sua bucetinha e agora com o dedo todo enfiado em seu cuzinho. Subi chupando seus seios e posicionei meu amigo na porta da esperança. Quando a cabecinha do meu amigo entrou, Ana teve um choque. Desatou num choro compulsivo, tremendo-se toda, debateu-se violentamente, empurrou-me querendo fugir daquela posição. Retirei imediatamente meu amigo da vagina dela. Abracei-me com ela, dizendo que estava tudo bem. Beijei-a carinhosamente. E aos poucos Ana foi se acalmando. Levantou-se, pediu desculpas, quis ir embora, mas não deixei.
- “Ana, não tem nada não, sem problema”. Disse tentando acalma-la.
- “Oh Nino! Será que nunca vou conseguir? Na hora me veio a lembrança do meu pai”.
- “Problema nenhum Ana. A gente só faz quando você estiver preparada, enquanto isso, podemos ir fazendo outras coisas”.
- “Nino, você ainda quer ficar comigo?” Ana perguntou me abraçando.
- “Claro que quero”. Respondi.
Ana sorriu e disse que já tinha anoitecido e sua mãe já devia estar preocupada. Disse que morava com sua mãe e um irmão mais novo numa Comunidade próxima. Disse que o emprego de diarista era dela, se quisesse. Ela ficou de falar com sua mãe. Trocamos um longo beijo, ela desculpou-se ainda mais uma vez e foi embora.
Quando ela saiu, fiquei matutando sobre o que tinha acontecido. Deu até uma certa crise de consciência, achando que estava me aproveitando da situação de desamparo da moça. Fui deitar pensando nela e acabei nem saindo em busca de farras e mulheres.
Na segunda feira seguinte, logo cedo, por volta das sete horas da manhã, estava no banho, preparando-me para uma longa semana de trabalho. A campainha estridente tocou. Fui ver quem era. Ana acompanhada de uma senhora pobremente vestida. Pelos traços concluí que deveria ser sua mãe. “Que será que Ana contou à sua mãe”? Imaginei.
- “O senhor é “seo” Nino”, a senhora perguntou.
- “Sou eu mesmo, em que posso ajudar?”, respondi.
- “Minha filha Ana disse que o senhor quer que ela trabalhe na faxina da sua casa. E eu vim ver quem era, porque o senhor sabe, nós somos pobres, mas somos pessoas direitas, de vergonha”. Disse pra ela que eu era promotor, que serviço estava precisando e que dias Ana poderia trabalhar.
Ajustamos tudo, Ana viria fazer faxina nas segundas, quintas e sábados.
E assim foi, nas segundas e nas quintas, antes que eu fosse para o trabalho Ana chegava cedinho em casa. Sempre rolava alguma coisa, chupava seus peitinhos, sua bucetinha e comia seu cuzinho. Fiquei viciado nesse negócio de cu. Ela também aprendeu a fazer um boquete sensacional. Quando começo a gozar na boquinha dela, ela acelera as chupadas ainda mais, provocando um gozo tão intenso, que fico até meio desfalecido, com a respiração suspensa. Manjá dos Deuses essa menina à minha completa disposição.
Nos sábados, nós sempre saímos. Já a levei a bons restaurantes e a diversos motéis. Ana já está ficando muito à vontade comigo, até para falar de seu problema de penetração. Já tentamos outras vezes, já cheguei até a penetrá-la totalmente. Mas noto ainda um resquício de seu passado que ainda bloqueia sua entrega completa. Ela goza quando chupo sua bucetinha, quando como seu cuzinho ou mesmo chupando seus peitinhos. Mas com penetração na vagina, ela fica tensa e não consegue atingir o orgasmo.
Comprei umas roupas legais para ela. Cremes, shampoos, esmalte, sapatos, etc. Levei-a no dentista e no médico, que passou uns fortificantes e um anticoncepcional é claro. Tenho acompanhado sua alimentação. Estamos morando juntos há um ano e meio e ela já ganhou uns dez quilos. Ficou muito bonita e gostosa pra caramba. Voltou a estudar e está ainda terminando o ensino fundamental.
Tão bonita ela ficou que chama a atenção por onde passa. Quando estamos em algum lugar, sempre perguntam: quem é? De onde ela é? Quem são seus parentes? E a sua família, com que trabalha? E Ana não tem nenhuma vergonha de sua origem e responde a tudo com muita normalidade, fazendo questão de ressaltar sua humilde origem social. Ela sabe o orgulho que tenho dela. Ela tornou-se minha amiga, companheira, confidente e amante. E tudo isso sem nenhum tipo de vaidade ou convencimento.
Às vezes me pego pensando quando a conheci. Tivesse eu ido ao banheiro antes de abrir minha porta naquele primeiro dia, ela não estaria na minha vida hoje. Que sorte tive, agradeço.
E assim estamos vivendo. Não possuo mais nenhum outro relacionamento amoroso. Ela ocupou todos os lugares no meu coração.
Quero dividir o resto da minha vida com ela, queremos ter filhos. Não posso mais viver sem aquele brilho do olhar dela todas as vezes que me olha.
E se tudo continuar assim, a gente casa no fim do ano.
Moreira