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Eu estava em um labirinto de sentimentos. Me sentia totalmente perdido, mas ao mesmo tempo, um fio de esperança unia Henrique a mim.
Passei o resto do dia pensando em como estávamos mais íntimos depois que ele voltou da Europa.
Algo em pouquíssimo tempo havia mudado entre nós e, como eu precisava de um sinal vindo da parte dele, decidi que não avançaria e deixaria as coisas rolarem naturalmente; caso acontecesse.
Terminei de dar entrada em todas as notas fiscais daquele dia e, antes de sair da sala, a secretária do meu chefe perguntou se eu não estava afim de sair com o pessoal depois do expediente.
Agradeci o convite, mas disse que já havia marcado de sair com meu irmão e, tentando não se meter no assunto, ela perguntou se ele não se importaria em me acompanhar com o pessoal da empresa.
Fui o mais educado possível quando disse que ele havia chegado da Europa no dia anterior e que não nos sobrou muito tempo pra por a conversa em dia.
Percebendo meu desinteresse, ela acabou desistindo de insistir e, tentando ser simpática, disse que eu poderia entrar em contato com ela, caso resolvesse mudar de ideia.
Não estava nos meus planos uma confraternização aquele momento.
A única coisa que eu queria, era poder sair com o Rick sem ninguém entre nós.
Já passava quinze minutos depois das dezoito horas e antes de eu enviar uma mensagem de texto pro Rick, ele estacionou o carro e me despedi de todos lhes desejando boas festas.
Fui saindo em direção à rua e, quando entrei no carro, ele estava todo arrumado, como se fosse em algum compromisso.
Perguntei se ia sair e, me olhando, disse que havia marcado de sair com alguém.
Fiquei em silêncio por alguns segundos e indignado com a falta de consideração. Ele havai marcado de me levar pra dançar e se esqueceu? Sacanagem!
Fiquei possesso! Eu estava morrendo de raiva, por ele ter me feito de idiota.
Finji que não me importei, mas não consegui me segurar por muito tempo.
ㅡ você se esqueceu que me levaria pra dançar? Fala sério! ㅡ disse e ele me olhou sorrindo.
ㅡ acha que to todo arrumado assim pra sair com quem? Meu compromisso é contigo, ué! Só estava esperando você me dar uma bronca. Kkkkk
ㅡ palhaço! Não faz mais isso!
ㅡ ah, acha mesmo que eu me esqueceria de você? Jamais! Me arrumei antes porque estava dando um jeito no ateliê e fiquei todo suado.
ㅡ rsrs, você ta muito bonito!
ㅡ obrigado! É sincero vindo de você. ㅡ ele disse e sem eu esperar, segurou minha mão e entrelaçou nossos dedos.
Andamos a metade do caminho em silêncio e de mãos dadas. Meu coração dava pequenos saltinhos de alegria, então ele disse que havia contado para nossos pais sobre a possível compra do apartamento, mad achei cedo demais.
ㅡ está preocupando os dois antes da hora, Rick. ㅡ disse e ele parou no sinal.
ㅡ pois é, mas acabei falando sem querer. Sua mãe tava toda sem graça comigo por eu ter visto ela e o pai ontem naquele amasso, que acabei dizendo que eles teriam mais privacidade assim que a gente saísse de casa. Falei sem pensar. Aí já viu né? Disseram que não estavam nos mandando embora de casa nem nada, mas até eu explicar que você e eu já tinhamos conversado sobre isso, foi aquele drama e choradeira.
ㅡ rsrs, coitados!
ㅡ mas ta tudo bem agora. Tua mãe disse que já ia começar a comprar algumas coisas pra gente. Kkkk
ㅡ minha nossa! Nem acredito que vamos sair de casa. É estranho ter que cuidar da própria vida, agora. O quê foi?
Ele soltou o cinto de segurança e passou por cima do câmbio vindo até mim.
Comecei a rir quando ele deu um cheiro e uma mordida de leve no meu pescoço.
Então ele disse que eu estava um pouco salgado e fiquei super envergonhado.
Embora eu estivesse gostando e, muito daquela situação, eu precisava de um sinal mais real de que ele também estava interessado em mim.
Sempre tivemos liberdade um com o outro e esse tipo de carinho e comportamento era normal entre nós.
O sinal abriu e fomos pra casa. Assim que cheguei, vi meus pais na sala e a cara deles era de uma tristeza, que chegou partir meu coração.
Me sentei entre eles e meu pai disse que achava melhor o Rick comprar uma casa, ao invés de um apartamento, pois precisaria de espaço para o ateliê. Fez questão de dizer que ele mesmo encontraria uma casa boa o suficiente pra gente morar.
Pedi que não se preocupassem conosco e me abraçaram dizendo que seus filhos estavam os abandonando.
Chantagem emocional era o lema dos nossos pais. Quase sempre dava certo.
ㅡ não estamos abandonando vocês e sei que estão falando isso de brincadeira. Vai ser bom pra todo mundo. Vocês vão ter mais liberdade aqui em casa... ㅡ disse.
ㅡ olha aí, sabia que estão querendo se mudar porque seu irmão nos viu namorando aqui no sofá ontem. ㅡ meu pai disse e minha mãe ficou meio sem graça.
ㅡ não! Conversamos lá no Morro do Farol. Não tem nada a ver com vocês. Juro! ㅡ disse e fui pro quarto.
Deixei os três conversando e separei uma roupa pra vestir.
Eu já estava com a toalha enrolada na cintura quando ouvi a porta se abrindo e senti um frio no estômago.
Ficar no mesmo ambiente que o Rick era demais pra mim, mas respirei fundo e fechei a porta do armário.
Ele estava sentado na cabeceira da cama e tinha ligado a TV.
Disse a ele que logo me arrumaria e fui pro banho. Ele apenas sorriu e esticou o braço em minha em minha direção, me fazendo um carinho em meu braço.
Tomei banho, tirei toda a barba e, quando retornei ao quarto, ele estava cochilando na cama.
Troquei de roupa, passei o perfume que ele havia me dado e me aproximei da cama para acordá-lo. Ele abriu os olhos e sorriu quando me viu todo vestido e perfumado.
ㅡ você está lindo! ㅡ ele disse e dei uma voltinha, me mostrando pra ele.
ㅡ mandei bem?
ㅡ tirou toda a barba?! Fica bem mais garoto desse jeito. Assim eu me apaixono!
ㅡ kkkkkk, bobo! Você também está um puta gato! Vamos?
ㅡ vamos! Ou não resisto a você.
ㅡ kkkkk, o quê deu em você hoje?
Ele deu um salto da cama e, como de costume, me abraçou e me arrastou até a sala. Quando pegamos a chave do carro que estava sobre a mesinha de centro, nosso pai disse que eu ainda estava de castigo.
Pedi que relevasse pelo menos aquele dia.
Roberto começou a gargalhar e disse que estava brincando, mas nos fez prometer que ligaria pra avisar que estávamos bem.
Corri até ele e me sentei em seu colo. Coloquei meus braços em volta do seu pescoço e sorrindo feito um menino, disse que tinha o melhor pai do mundo.
Ele me abraçou com uma doçura que jamais senti durante todos aqueles anos.
Não sei como explicar, mas foi uma sensação maravilhosa de paz e de amor eterno.
Olhei seus olhos e o vi chorando. Segurei seu rosto por alguns segundos e perguntei o porquê de estar tão emocionado.
ㅡ quando eu te peguei no colo pela primeira vez, senti que te amaria pro resto da minha vida. Só não te dei meu nome em respeito a seu pai. Ele era um homem incrível. Sua mãe sempre me dizia o quanto ele era amável...
ㅡ eu teria o maior prazer em carregar teu sobrenome, pai.
ㅡ eu sei que sim, meu menino. Agora vão. Senão daqui a pouco a mãe de vocês aparece e começa a chorar também.
Dei um beijo e sua testa e nos despedimos dele num abraço triplo. No caminho, pensei no que meu pai havia me dito, sobre me adotar legalmente e agradeci por não ter feito. Seria algo devastador se Henrique e eu tivêssemos um papel de adoção entre nós. Aí então seríamos irmãos de fato e sofreríamos demais por isso.
Despertei de meus pensamentos quando ele parou no semáforo e perguntou se eu estava bem. Disse a ele que sim, mas que estava só um pouco emotivo pela declaração de amor de nosso pai e por estarem sofrendo com nossa decisão em sair de casa.
Ele bagunçou meu cabelo e deslizou a mão até meu rosto. Me movi um pouco pro lado e beijei a palma de sua mão em um gesto de carinho sem maiores pretenções.
ㅡ não fica assim, daqui a pouco eles se acostumam, Leozinho.
ㅡ eu sei, mas você acabou de voltar e já vai sair de casa. Eu os entendo. Ainda não mataram a saudade suficiente.
ㅡ e você? Já matou as saudades de mim? ㅡ fiquei lívido com a pergunta, mas sorri respondendo.
ㅡ ainda não! Sinto sua falta mesmo estando por perto. Hoje mesmo, foi assim. Queria te ver logo...
ㅡ teus olhos nunca mentem, Leo. Bom saber que sou querido.
O sinal abriu e pegamos a avenida mais movimemtada da cidade.
Quando chegarmos, havia uma imensa fila em frente a boate. Pagamos um privado pra estacionar o carro e alguém que o Rick conhecia estava na porta nos esperando ao lado dos seguranças.
Depois que fomos acomodados em um mesanino na área VIP, soube que era um dos sócios do local ㅡ cliente da galeria.
ㅡ caramba, o cara é um tesão! ㅡ disse e ele deu uma gargalhada.
ㅡ safado! Mas ele é um gato, mesmo. Quer beber alguma coisa?
ㅡ só se for sem álcool, pode ser?
ㅡ tem uns drinks bem gostosos, vou pegar pra gente.
Fiquei esperando ele retornar com os drinks e, quando ele voltou, começou a tocar um remix de Summertimes Sadness da Lana Del Rey.
Eu sabia que ele me chamaria pra dançar, pois era sua cantora favorita e não consegui nem tomar o terceiro gole do drink, pois ele me arrastou consigo e a galera já estava toda enlouquecida.
Estavámos dançando animados quando um go-go boy chegou quebrando tudo e ficou entre nós.
O cara estava apenas com um fio dental de couro e dançava como nunca.
Bate estaca rolando e antes do dançarino nos deixar, nos pegou pela mão e nos fez dançar juntos.
Nesse momento mandei tudo às favas e aproveitei pra me divertir.
Senti as mãos do Rick em minha cintura e começei a dançar de forma mais sensual.
Embora estivéssemos nos divertindo, vi um desejo em seus olhos. Adorei tê-lo provocado. Queria estar preso entre suas pernas e sentindo seu corpo sobre a meu e resolvi apelar. Aproveitei que o pessoal estava sem camisa e tirei a minha a prendendo na cintura.
Ele veio até mim e me enredou em seu abraço. Eu estava de costas pra ele e dançamos assim a maior parte do tempo, até que senti ele descançar a cabeça em meu ombro.
ㅡ ja cansou? ㅡ perguntei e me arrepiei com seus lábios passeando em meu pescoço.
ㅡ um pouco, você não consegue parar. Parece que estâ ligado no 220.
ㅡ kkkkk, eu paro se você quiser.
ㅡ não! Pode dançar! To adorando você dançando pra mim. Precisa fazer isso mais vezes.
ㅡ kkkkk, preciso?
ㅡ precisa! Bom demais teu corpo colado no meu. Ainda mais todo suado e salgado. ㅡ ele passou a ponta da língua em minha orelha e me arrepiei.
ㅡ rsrs, quer que eu vista a camisa? ㅡ me fiz de bobo e quase tive um treco quando ele me pegou pela cintura e me encaixou em seu corpo.
ㅡ não vai vestir nada! Fica assim, ta gostosinho demais.
ㅡ hahaha! Então me abraça!
Não resiti e me virei de frente pra ele. Ajeitei seu cabelo e o abracei. Ele fez o mesmo comigo.
Dançamos uma música só nossa. Fui me aconchegando em seu peito e suas mãos acariciavam de maneira deliciosa minhas costas.
ㅡ quando quiser ir pra outro lugar, me avisa. ㅡ ele disse em meu ouvido e lhe dei um beijo no pescoço.
ㅡ pode deixar! Mas ta muito bom curtir a música no teu abraço. Não quero sair daqui.
ㅡ rsrs, meu garoto sedutor...
ㅡ ah Rick, para! Kkkk
ㅡ rsrs, dança pra mim de novo?
ㅡ dançar?
ㅡ isso! Dança daquele jeito sensual...
ㅡ assim? ㅡ fiz um movimento com o quadril e ele me segurou firme.
ㅡ isso! Assim...
Juro que quase tive um orgasmo quando ele começou a embalar comigo e fazia os mesmos movimentos.
Senti seu volume no meu quando ele me abraçou e deslizei meu corpo no dele.
Ele também sentiu meu cacete duro e quando se tocaram, gargalhamos juntos e me pegando pela nuca, dancei pra ele do jeito que ele queria.
A cena estava pra lá de erótica e quando olhamos ao nosso redor, havia varios casais se beijando.
Disse que precisava beber alguma coisa e fomos até nossa mesa.
O garçom nos trouxe mais uma rodada de drinks e nos sentamos no sofazinho pra descansar um pouco.
Esperei meu corpo esfriar e vesti minha camisa novamente.
ㅡ me leva pra outro lugar? ㅡ disse e vi seu sorriso se iluminando.
ㅡ claro! Onde quer ir?
ㅡ onde você quiser me levar, sou todinho seu, hoje! Não é você que sempre sabe o quê eu quero? Só me leva.
ㅡ ah, Leozinho! Não faz assim comigo...
Me levantei e fomos de mãos dadas até o estacionento.
Eu estava tão feliz, que mal me cabia em mim.
Entramos no carro e ele disse que me levaria até o Jardim Botânico.
Adorei a ideia. Não haveria muita gente e poderíamos caminhar por entre o caramanchão que circulava o lugar.
Fomos o trajeto todo conversando amenidades até que chegamos.
Como previ, havia pouquísssimas pessoas e quando entramos debaixo do imenso caramanchão, ele segurou minha mão e me encostou na cerca viva com jeito, pra não me espetar.
Senti meu corpo suar novamente e meu coração acelerou de uma maneira que nunca senti. Ele estava perto demais e me olhava de um jeito que jamais pensei ser possível.
ㅡ seria doido demais se eu dissesse que te amo? ㅡ ele disse e me beijou.
Eu não consegui dizer absolutamente nada. Apenas deixei o beijo acontecer e foi o melhor beijo de toda a minha vida.
Seus lábios dançavam sobre os meus e sua língua doce sugava a minha com uma doçura que nunca havia sentido antes.
Eu o abraçei, queria pele, suor e tudo que seu corpo poderia me dar naquele momento. Tirei sua camisa e ele tirou a minha. Nossos corpos dançavam entre si e respirar não era prioridade naquele momento.
Estávamos nos reconectanto; novos sentimentos e sensações eram transportados de um ao outro.
Ele parou o beijo, beijou minha testa e me acolheu em seu abraço protetor.
ㅡ eu também te amo! Demais! ㅡ disse e ele segurou meu rosto e me encarou...
ㅡ você não ta entendendo, Leozinho...te amo, mas é como meu homem! É desse jeito que eu te amo. ㅡ sorri gigante pra ele e me vendo feliz, me beijou de novo.
ㅡ e você acha que eu te amo de que jeito, seu bobo? Sonhei por dois anos ser teu. Desde que você foi embora, eu sonho em conhecer o gosto da tua boca e, cara, é o melhor sabor do mundo. Me beija mais, porque quero guardar esse dia pra sempre no meu coração.
Ele me levou até um banco de madeira mais a frente e se sentou. Me fez sentar em suas pernas e me abraçou da forma mais carinhosa possível. Ganhei o beijo que havia pedido e como era maravilhoso.
Então o abracei. Ele me apertava forte e eu queria que o mundo parasse naquele momento.
Ficamos no mais completo silêncio. Nossas mãos nos faziam carinhos intermináveis, mas a pergunta que nunca deveria ser feita, escapou de sua boca.
ㅡ como será daqui pra frente entre a gente, Leozinho? ㅡ ele disse e me agarrei a ele o beijando.
ㅡ eu não sei! Você é o mais velho, deveria saber.
ㅡ rsrs, pois é! Só que não imagino como vamos passar por isso sem magoar ninguém.
ㅡ só o pai e a mãe me importam. O resto da família não tem que dar palpite.
ㅡ estou falando deles, Leo. Vamos bugar a cabeça dos coroas. Pensa: sempre fomos criados como irmãos. Aí de repente dizemos que nos amamos como homens. Vai ser um choque pra eles.
ㅡ falando assim, até parece que é um crime. Não tivemos culpa, Rick. Simplmesmente aconteceu. A gente só precisa saber lidar com isso, porque vou te deixar, não. Eles que me perdoem, mas não vou abrir mão de você.
ㅡ e quem disse que vou te deixar? Fiquei dois anos me martirizando por estar longe de você. A cada chamada de vídeo era como se cravassem uma espada no meu peito de tanta saudade. Levei aquela sua camiseta velha comigo, botei ela na mala e fechei antes que você a visse. Foi o modo de me manter perto de você. Não lavei a coitadinha durante todo esse tempo, só pra sentir seu cheiro. Teu suor ficou nela desde a última vez que você a vestiu. Sou doido por você!
ㅡ hahaha, sabia! Por que nunca me disse nada?
ㅡ porque queria ter certeza que você sentia o mesmo. Quando cheguei e me deitei na cama contigo, queria ter te acordado com um beijo, mas morri de medo de você brigar comigo.
ㅡ ah, eu ficaria tão feliz, Rick! Deveria ter feito, seu bobo. Mas estamos aqui. Obrigado por não demorar tanto.
ㅡ eu jurei pra mim mesmo que iria dar um jeito de descobrir se você também me amava. Faz tempo que percebo você diferente comigo. Nós mudamos um com o outro, Leo. Isso é fato.
ㅡ me abraça forte! Quero sentir teu corpo no meu, tu boca, tua pica apertando a minha. Só me abraça, cara.Conversamos depois.
Nos beijamos e me lembrei de ligar pra casa.
Assim que desliguei, caminhamos um pouco pelos jardins e namoramos na beira do lago.
Esqueci tudo e todos. Minha única preocupação era termos que esconder o quê sentíamos até nos mudarmos. Mas não seria facil.
Namoramos por um bom tempo, até que olhei meu celular e passava das quatro da manhã.
Fomos pra casa e, quanto chegamos, vi que minha mãe saia do banheiro. Ela nos deu boa noite e fui tomar banho, pois estava suado demais.
Meu irmão foi depois. Eu já estava deitado quando ele entrou e pedi que trancasse a porta do quarto.
ㅡ melhor deixar do jeito que sempre ficou. Se trancar, eles vão estranhar. Nunca entraram sem bater, mesmo estando fechada. Sempre nos respeitaram.
ㅡ você ta certo. Só uma vez que o pai entrou e eu tava de pau duro. Tinha acabado bater uma pensando em você. Kkkkk
ㅡ ah, é? Kkkkk
ㅡ aham! Foi hilário! Kkkkk
ㅡ meu tesão! Já joguei muita porra no ralo por você também! Kkkk
ㅡ nem fala muito! Olha aqui como me deixou?
Tirei o lençol e mostrei o volume na minha cueca. Ele passou a mão por cima e tirou apenas a cabecinha da minha pica pra fora. Ele veio por cima de mim e ficamos em um amasso gostoso.
Pedi a ele que se espalhasse sobre meu corpo, que me cobrisse por inteiro e assim ele fez.
Senti sua pele queimando como fogo. Entrelacei minhas pernas em vota de si e rolamos na cama e sorrimos muito quando ele enfiou a mão na minha cueca e senti cócegas. Me contorci gargalhando alto e ele tapou minha boca.
ㅡ ta doido? Vai acordar a casa toda desse jeito. ㅡ ele disse no meu ouvido, mas nem ele parava de rir.
ㅡ mexe no meu saco de novo e não me aguento. É muito sensível. Kkkk
ㅡ silêncio! Vou por minha pica na sua boca se você não parar.
ㅡ então vou por a minha na sua! Vem cá!
Nos enroscamos em um delicioso 69. Queria engolir ele todo, queria que ele sugasse todas as minhas forças.
Suas mão apertava forte minha pica e eu retribuia seus carinhos e movimentos na mesma intensidade.
Não sei se pelo calor do momento, ou por medo de sermos flagrados, não demoramos a gozar.
Pedi a ele que me bebesse e me olhando, tirou minha pica de sua boca e disse:
ㅡ então goza comigo porque não vou aguentar muito tempo!
Depois do delicioso orgasmo, senti minhas pernas bambas.
Fui até ele e o beijei. Sentimos o gosto de nossas porras na boca do outro e ele se ria baixinho feito bobo.
ㅡ ta sujo aqui, porquinho! ㅡ ele disse e lambeu meu rosto; depois me beijou novamente.
ㅡ rsrs, recebi uma enxurrada de porra, seu safado!
ㅡ gostou?
ㅡ uhum! Adorei! Quero mais!
ㅡ sossega, rapaz! Teremos tempo pra tudo.
ㅡ será que fizemos muito barulho, Rick?
ㅡ acho que não! Mas foi muito engraçado você sentir cócegas no saco. Kkkkk
ㅡ kkkkk, cala a boca!
ㅡ deita aqui no meu abraço, Leo. Poxa, preciso tanto de você.
ㅡ o quarto ta cheirando a porra. Se o pai aparece aqui, estamos fritos!
ㅡ relaxa, foi só uma rapidinha. Só um aperitivo. Nem é pra tanto.
Me levantei e fui até a gaveta do armário pegar uma pacote de lenço umedecido pra nos limparmos.
Pela manhã, quando acordei, ouvi barulho vindo da cozinha. Peguei meu celular na mesa de cabeçeira e era quase meio-dia.
Henrique não estava mais na cama. Abri a porta do armário e vi um bilhete debaixo do vidro de perfume. Abri o pequeno pedaço de papel e sorri com o recado.
ㅡ bom dia, meu amor! Vem tomar café comigo!
Sorri todo abobalhado e corri tomar banho.
Vesti uma roupa confortável e quando cheguei na cozinha, ele estava ajudando minha mãe com o almoço.
Dei bom dia aos dois, me sentei e ele peguntou se eu queria comer algo antes do almoço.
Pedi apenas uma xícara de café e ele se levantou pra me servir.
ㅡ ouvi vocês rindo de madrugada, qual era a graça? ㅡ minha mãe disse e nos olhamos com receio.
ㅡ coisa de homem! ㅡ disse e ela fez uma careta.
ㅡ teu filho foi tirar o jeans e prendeu o "treco" dele no ziper.
ㅡ kkkk, não acredito, Leo?! ㅡ minha mãe caiu na gargalhada e fiquei com cara de idiota.
ㅡ pois é, esse tipo de coisa sempre acontece comigo. Aí o Rick foi me ajudar, mas só piorou. Né?
ㅡ rsrs, é! Mas consegui te soltar do zíper assassino.
ㅡ minha nossa! Se machucou muito, filho?
ㅡ não, ta de boa. Foi só o susto.
Ela saiu rindo da cozinha e o Rick serviu mais xícara de café. Fiquei possesso com a desculpa idiota que ele inventou, mas foi melhor do que dizer " olha, eu fui masturbar seu filho, mas ele tem cócegas no saco". Seria o ínico da terceira guerra mundial dentro de casa.
Soquei seu peito e ele não parava de rir.
Encarei seus olhos por alguns segundos e me vi tão feliz neles.
ㅡ eu amo você. ㅡ disse baixinho e ele segurou minha mão a beijando.
ㅡ também te amo, Leozinho. Depois do almoço, a gente podia dar uma volta. O quê acha?
ㅡ acho ótimo! Melhor a gente não ficar demonstrando tanto afeto aqui em casa.
ㅡ rsrs, mais do que já demonstramos como irmãos? Sempre fomos assim.
ㅡ isso é verdade. To tentando não imaginar a reação da família toda quando a gente contar.
ㅡ por isso vou agilizar a compra da casa. Vi algumas aqui na rua de trás. Vou marcar de vê-las depois do Ano Novo. Queria muito que você fosse comigo.
ㅡ se não for em horário de expediente, eu vou. Agora trabalho o dia todo.
ㅡ não precisava ter feito isso por mim. Eu seguro as pontas até você se formar.
ㅡ fiz por nós! Assunto encerrado.
ㅡ rsrs, teimoso!
Meus avós chegaram no final do dia. Acabou que não saimos, pois nosso pai nos colocou para trabalhar.
Demos uma geral na casa, arrumamos a edícula pra receber a família e tranquei o ateliê do Henrique pra ninguém ficar mexendo.
Uma irmã do Roberto também apareceu com o marido e dois filhos que eu nunca fui com a cara. Sempre brigamos quando éramos crianças. Patrick tinha minha idade, vinte anos, Pablo tinha dezoito, mas sempre teve um rosto quase infantil. Tipicos garotos criados debaixo da saia da mãe; mimados, arrogantes e sem nenhum pingo de bom senso. A tia do Henrique não deixava os filhos sair sozinhos nem depois da maior idade. Parecia que os filhos eram de intocáveis.
A casa estava cheia de parentes; família toda reunida e feliz como nos velhos tempos.
Trocamos presentes logo após a ceia, recordamos nossa infância e rimos muito de nossas travessuras.
Estávamos todos animados e conversando, quando Patrick nos perguntou se estávamos namorando.
Quase me engasguei com o suco e dissemos que não.
Vi o desconforto do Rick em ser questionado sobre as mulheres italianas e rapidamente mudei de assunto.
Comentei que o Rick iria me pintar e foi de longe a pior idiotice que disse àquela noite.
Patrick pediu para ver o ateliê e, mesmo eu dizendo que era só um esboço, ele insistiu.
Fomos os quatro até a edícula e quando acendi as luzes, babaram com tudo que viram.
Modestia parte, o Rick era super talentoso e tinha um carinho enorme por tudo que fazia.
Pablo viu a imensa tela com meu esboço e tirou o lençol que a cobria.
Quando viram meu esboço nu, se olharam e disseram que jamais ficariam pelados na frente de alguem.
ㅡ não tem nada demais, é um trabalho como outro qualquer e o Rick não é qualquer pessoa. Além do mais, sempre nos vemos nús desde criança e dormimos no mesmo quarto, não tem nada de mais. ㅡ disse, mas continuaram de chacota.
ㅡ taí uma coisa que nunca entendi. Esse lance de vocês dormirem na mesma cama. Que boiolice! ㅡ Patrick disse e vi os punhos do Rick se fecharem.
ㅡ não fale besteira! Você sempre encontra um jeito de chatear as pessoas. Sumam daqui os dois. ㅡ disse e o Pablo saiu rindo do ateliê com o irmão.
Peguei o lençol e, antes de cobrir a tela novamente, me lembrei da conversa que tivemos sobre ele ter recebido a proposta de ficar mais seis meses na Itália e aproveitei para distraí-lo. Vi que ele estava nervoso.
Estiquei o lençol sobre a tela e, ainda de costas pra ele, perguntei o porquê dele ter voltado se poderia ter ficado mais tempo em Firenze.
Escutei seus passos até mim e me capturou em seu abraço, sempre muito acolhedor.
ㅡ voltei por nós! Eu não podia ficar com você na minha cabeça o tempo todo e com medo de você começar a namorar sério com alguém. Além do mais, eu já tinha guardado dinheiro suficiente pra voltar e encontrar um lugar bacana pra gente morar.
ㅡ to com medo... ㅡ disse e ele me beijou.
ㅡ eu também! Ei, não precisa ficar assim. Vamos dar um jeito de passar por cima disso tudo. Sei que nossos pais vão ficar chocados com o fato de nos amarmos, mas eu não vou deixar você por isso. Te amo bem antes de você ser grandão assim. Nosso amor é maior que tudo e começou de uma foram tão inocente. Que culpa tivemos, como você mesmo disse?!
ㅡ só queria que tudo fosse mais fácil.
ㅡ eu também! Vem, vamos lá pra casa!
Antes de abrir a porta, pedi que esperasse e sequei meus olhos. Agradeci por ter voltado antes do previsto e também por ter tomado iniciativa em relação a nós e paciência por ainda não termos transado.
Ele sorriu e me beijou com carinho.
Pedi a ele em uma de nossas conversas que fóssemos com calma, apesar de eu desejar muito estar com ele, mas queria que fosse sem pressa.
Os últimos dias ficamos ocupados com os preparativos do Natal e nosso pai aproveitou que estávamos em casa e nos encheu de afazeres domésticos.
Deixamos o ateliê e passamos o resto da noite em familia.
Por um segundo imaginei se o ano seguinte seria igual. Até lá, já teríamos contado tudo e, com sorte, seríamos bem acolhidos pelos nossos pais, ou não...
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Continua...
Ceis acharam que eu não iria postar hoje, né? Kkkk Ahhh pessoal, vocês são tão bacanas. Muito obrigado por tudo. Quase não consegui. To morrendo de sono, mas está aí. Espero que tenham gostado.
Ah, infelizmente nao consigo adiantar os posts. Eu preciso trabalhar pra sobreviver.
A não ser que eu começe a cobrar 1 real por capítulo e largar o emprego pra ter mais tempo pra escrever. O quê acham?
Haha, brincadeira! Escrevo porque gosto e me deixa feliz quando vcs gostam. De verdade.
Tenham paciência, porfavorzinho! Adoro vocês!!! 😉
Happy Pride!! 🌈