Manoela olhou para mim com uma certa cara de desprezo e falou:
- Sua percepção de tempo está equivocada. Não foi ontem que você foi sequestrado naquele bar. Isto aconteceu a mais de oito meses. Você foi mantido sedado todo esse tempo, e sofreu todos os procedimentos para ter esse corpo lindamente feminino de hoje.
Inicialmente, você teve sessões de depilação a laser por todo o corpo, ficando lisinho. A título estético, só deixamos esse filete de pelos na sua púbis. Seu rosto foi remodelado por uma cirurgia de feminização facial. O pomo-de-adão foi lixado até desaparecer completamente. Suas últimas costelas foram retiradas e com o uso ininterrupto de espartilho você adquiriu essa cintura fininha, e seu quadril foi alargado com bioplastia. Sua voz foi afinada também por cirurgia.
Somente neste momento me dei conta do quanto minha voz estava diferente. Meu espanto era tamanho que nada consegui falar. Ela continuou a explicar minha transformação:
- Sua feminização se deve, em grande parte, a um rigoroso tratamento hormonal. Sua produção de testosterona foi inibida. Você recebeu um implante de hormônios femininos poderosos e inovadores que desenvolveram seus seios, e aliados a fisioterapia passiva, deram volume ao seu bumbum e coxas. Além disso, os hormônios mudaram sua pele e a falta de testosterona te deixou menos agressivo e mais emotivo. Esse implante continuará a te feminilizar por três anos, quando será renovado.
Entendeu agora o milagre de sua transformação em mulher? Não foi nada mágico, apenas precedimentos médicos e estéticos. O mistério estava apenas na sua percepção do tempo.
Eu sei que foi muita coisa para você absorver, mas o seu processo de feminização deve continuar. Vou sair para providenciar seu desjejum. Enquanto isso, passe uma escova no seu cabelo, o Marcão aqui (apontando para o enorme segurança) irá te esperar e te levará à sala de refeições. Dito isto, saiu do quarto.
Olhei para o Marcão, impassível em frente à porta, e, resignadamente me dirigi à penteadeira que se encontrava em um canto do quarto.
Além de pentes, escovas, grampos, secador, me chamou a atenção um completo estojo de maquiagem. Pensei, para que isso? Não tenho a mínima noção de maquiagem.
Peguei a escova e, desajeitadamente, escovei meus cabelos. Não ficou exatamente bom, mas ao menos eu estava apresentável. Me levantei e fui até o segurança.
- Estou pronto, Marcão. Podemos ir.
Ele me olhou demoradamente de cima a baixo.
- Vamos. Você está muito bonita.
Demorei um pouco para me mexer. Não sei se devido ao fato dele ter me achado bonito ou pelo fato do adjetivo ter vindo no feminino. Ainda surpreso pelo comentário, saí do quarto, acompanhando Marcão por um corredor até chegar à sala de refeições.
Manoela já me esperava.
- Sente-se e coma à vontade.
Havia grande variedade de frutas, leite e iogurte desnatado, pão integral e todo um bufete de comidas light. Manoela continuou.
- Toda sua alimentação será assim, leve. Você fará atividades físicas todos os dias, para manter e aprimorar esse belo corpo. Além disso, você terá aulas para aprender a se comportar como mulher. Assim que você terminar seu desjejum, terá sua primeira aula.
Assim que terminei, fomos para a sala de aula. A própria Manoela seria minha professora.
- Você precisa adquirir uma personalidade feminina e, para começar, escolha um nome feminino para você.
Pensei um pouco e, como eu era uma versão feminina de mim mesmo, achei que Mariana seria coerente.
- Acho que Mariana seria um bom nome.
- Está bem, a partir de agora você será Mariana e em nenhuma hipótese você irá se referir a si mesma no masculino. Entenda, de agora em diante você é uma mulher. Terá que agir e pensar como tal. Nós te ensinaremos a fazer isso.
Concordei com um aceno de cabeça, ainda me lembrava de que se não colaborasse seria "descartado".
Na sala tinha uma televisão bem grande e foram passados vários vídeos explicando como uma mulher deve andar e se sentar, como gesticular de forma graciosa e insinuante.
Assim que todos os vídeos foram vistos, fizemos uma pausa para o almoço, e retornando para a sala de aula, Manoela pediu que eu colocasse em prática o que tinha aprendido.
Comecei a caminhar pela sala, mas fui repreendida pela minha professora.
- Mariana, esse caminhar não está bom. Você está dando passos largos, rápidos. Seja mais delicada, ande devagar, com passos curtos e dê uma leve rebolada.
Repeti tudo, seguindo as orientações, e Manoela, não satisfeita com meu rebolado, me mostrou como fazer. Tentei novamente, agora com aprovação dela.
Em seguida treinei como sentar. A primeira tentativa foi um fracasso. Novamente Manoela me orientou:
- Mariana, não se jogue na cadeira como um trabalhador cansado. Junte as pernas, e sente-se delicadamente, com as costas retas. Lembrem-se que mulheres não agem afoitamente. Não nos portamos de forma apressada e atabalhoada.
- Sim, senhora. E fiz novamente, levando um beijinho no rosto dado por Manoela como recompensa pelo meu desempenho.
Todas as noites, antes de dormir eu tinha que assistir algumas horas de vídeos com conteúdo erótico. Homens com sua virilidade no auge. Eram paus imensos, rijos, com cabeças reluzentes. Eram homens gozando, fazendo sexo com mulheres e, principalmente, com travestis. Eu ficava profundamente excitado com aquelas imagens, mas em nenhum momento meu pauzinho dava sinais de ter uma ereção, aliás, desde que recobrei minha consciência, ele nunca mais funcionou. O máximo que acontecia era ela soltar uma aguinha bem ralinha e incolor.
Durante todas essas sessões de filmes, Marcão estava no quarto, para ter certeza de que eu veria os filmes, mas nem precisava, pois eu gostava de assistir. No primeiro dia fiquei um pouco constrangida pela presença dele, mas como ele ficava ali paradão, me acostumei e não me importava mais com ele ali no quarto.
Minha ginástica passiva, feita quando eu estava inconsciente, foi substituída por sessões diárias de musculação.
Marcão era meu instrutor. Confesso que foi estranho a primeira vez que o vi com roupa de academia, pois, até então, somente o tinha visto de terno e gravata. Acho que ele também ficou surpreso com a minha produção para o primeiro dia de musculação, pois não tirava os olhos de mim.
Coloquei uma costumeira fio dental, uma calça legging bem justa, marcando a calcinha e destacando minha bunda e coxas, e completei com um top que deixava minha barriga à mostra.
Marcão me disse que a musculação seria focada nos membros inferiores, para manter e melhorar, se for possível ainda mais, minha bunda e coxas.
Disse isso olhando para minha bunda, refletida em um espelho. Não sei o motivo, mas fiquei um pouco corada.
Para minha surpresa, em dado momento, me flagrei olhando e admirando o corpo musculoso de Marcão. Deve ser inveja dos músculos dele, pensei.
Durante esses dias de treinamento, Marcão foi minha companhia inseparável. Embora nossas conversas se limitassem a cumprimentos normais, seus respeitosos e diários elogios não me incomodavam mais. Ao contrário, surpreendentemente para mim, eram até agradáveis, pois comprovavam que meus esforços no treinamento estavam funcionando.
E assim foram os meus primeiros dias. Aprendi a me portar como mulher. Meus gestos a caminhada já eram completamente femininos, com reboladinha tudo. Aprendi até a andar de salto alto. Demorei um pouco para aprender a me equilibrar, mas depois ficou ótimo, parecia até que eu tinha nascido de salto, e ao me olhar no espelho, andando num baita salto com desenvoltura e vendo o quanto o salto me deixava elegante, empinando ainda mais minha bunda, não pude deixar de sentir um certo orgulho.
Manoela me parabenizou pela excelente semana de aprendizagem e disse:
- Está perfeito. Amanhã você irá começar a aprender sobre maquiagem, penteados, escolha de roupas e acessórios. Mas agora, como recompensa pelo seu esforço, você irá receber uma massagem especial, dada pelo Marcão. Como você já percebeu, ele não cuidará apenas de sua segurança, ele tem vários outros talentos que você descobrirá.
Chegamos à sala de massagem. Marcão pediu que eu tirasse toda minha roupa e deitasse na maca de massagem, aquela que tinha um buraco para colocar o rosto.
Percebendo que eu estava encabulada, ele se virou de costas para mim. Tirei toda minha roupa e deitei, nuazinha, com o bumbum virado para cima.
Tudo era novidade para mim. E eu estava em um conflito de sentimentos. Eu deveria estar assombrada pelo fato de estar ali, completamente nua, com a bunda virada pra lua, esperando um baita de um homem me fazer massagem. Mas que nada, Marcão sempre foi gentil comigo e eu aguardava tranquilamente a massagem começar.
Marcão derramou óleo nas minhas costas e suas mãos começarem e percorrer meu corpo. Ele subia e descia, apertava e soltava.
Quando dei por mim, eu estava de olhos fechados, curtindo aquela massagem. Foi quando a coisa ficou melhor ainda. Marcão passou óleo na minha bunda e pernas.
Quando suas mãos tocaram meu bumbum, não senti raiva ou indignação, foi uma sensação completamente nova, deliciosa. Quando ele apertou uma das bandinhas do bumbum, não tive como conter um pequeno suspiro.
E assim ele continuou por alguns minutos. Suas mãos alisavam minhas pernas, subiam até as coxas, apertavam meu bumbum, subiam até as costas, e desciam fazendo tudo novamente.
Eu estava viajando naquelas mãos. Jamais pensei que um homem tocando em mim poderia ser tão prazeroso.
Inesperadamente, Marcão parou a massagem e disse:
- Mariana, por favor, não se sinta violada, mas enquanto estava inconsciente, você tinha, periodicamente, um tipo bem específico de massagem, que terei que fazer agora.
A esta altura, eu estava louca para ele voltar a me alisar, e aceitaria até mesmo que enfiassem agulhas em mim, quanto mais um tipo específico de massagem.
- Continue, por favor, Marcão.
Ele, então, retomou a massagem e, após uma breve pausa, senti seus dedos passarem algo gelado no meu ânus. Instintivamente, me retrai.
- Relaxe, estou passando lubrificante. Você receberá uma massagem prostática.
Quase não ouvi o que ele disse, tamanha era minha atenção naquele dedo circundando meu buraquinho.
O dedo rodava por um lado, depois voltava pelo outro, percorria de baixo para cima e de cima para baixo. Nunca meu buraquinho tinha recebido tanta atenção.
- Você quer que eu pare um pouco?
Tudo que eu não queria naquele momento era que ele parasse.
- Não. Não. Não pare. Continue.
Então Marcão mudou sua abordagem. O dedo movimentou-se um pouco para a esquerda, depois para a direita, e parou bem no centro do meu ânus. Ele forçou um pouquinho a entrada e, mantendo a pressão, voltou a fazer movimentos circulares. O dedo rodava e entrava, e eu adorava cada milímetro que penetrava. Inconscientemente eu levantava minha bunda, levando-a de encontro ao dedo de Marcão. O dedo entrou todinho dentro de mim.
Marcão começou a pressionar, internamente, a região do meu períneo, até achar um carocinho. Pronto, achou meu ponto P.
Ele circula com o dedo e apertava, delicadamente, minha próstata. Eu estava alucinada, vendo estrelas, e gemia descontroladamente.
Eu tinha espasmos deliciosos. Meu corpo tremia e meu pintinho, embora completamente flácido, soltava um líquido ralo e viscoso continuamente.
Jamais em minha vida como homem eu tinha experimentado um prazer tão grande. Não era como um orgasmo que dura segundos. Era um prazer prolongado, continuo. Era maravilhoso.
Enquanto uma de suas mãos alisava minha bunda, seu dedo fazia loucuras dentro de mim.
Perdi completamente qualquer vergonha que ainda tivesse. Também perdi o controle sobre mim mesma. Eu gemia suspirava, empinava minha bunda, não tinha mais noção do tempo, podia estar assim por horas ou por minutos, me contorcendo de prazer.
Meu pauzinho parecia uma cachoeira, de tanta água que soltava, quando, em um momento mágico, como uma explosão, tive um orgasmo. Parecia que o mundo ia acabar.
Marcão esperou eu me recuperar. Sentei na maca e olhei para meu pintinho. O prazer foi enorme, mas ele continuava mole, e quase não saiu esperma, praticamente só aquela aguinha mesmo.
Levantei o rosto e olhei para Marcão. Ele estava virando para se afastar, e vi o enorme volume que esticava sua calça. Ele estava de pau duro. A massagem também o excitou. Ele me desejava. Gritando, falei:
- Marcão, espere.
Continua.
(Este é o primeiro conto que escrevo e peço que façam seus comentários. Eles é que vão nortear a continuidade da história, os pontos onde estou acertando e onde preciso melhorar. Sua crítica é que vai me aprimorar como escritora. Obrigada a todos.)