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Voltamos com nossa rotina normalmemte: trabalho, faculdade e a difícil missão de encontrar uma casa pra morarmos perto dos nossos pais.
Henrique estava empenhado, todos os dias ligava nas imobiloárias e vendedores particulares, mas sempre havia algum empecilho.
Roberto também estava ajudando, mas às vezes eu tinha a impressão de que ele não estava querendo muito que saíssemos de casa, pois quando víamos um anúncio de algo que parecia valer a pena, ele dava um jeito de colocar defeito.
Confesso que achei estranho a atitude de nosso pai. Normal seria se ele estive soltando fogos de artifício por estarmos saindo de casa, mas não.
O mesmo acontecia com minha mãe. Sempre que tocávamos no assunto da mudança, ela dava um jeito de desconversar. Embora dissesse que iria dar tudo certo, eu sentia que ela não estava assim tão empolgada.
Eu havia acabado de chegar da faculdade. Henrique havia ido me buscar e estava mais uma vez animado por ter encontrado uma casa com edícula nos fundos. Seria ótima para o ateliê e, assim que chegamos em casa, ele me arrastou pro quarto e me mostrou as fotos da tal casa.
Nossos pais ainda estavam acordados. Enquanto eu olhava as imagens no computador, minha mãe veio até o quarto perguntar se eu queria jantar.
Henrique disse pra ela não se preocupar, pois ele mesmo iria me servir.
Agradeci e ele se foi pra cozinha todo feliz.
Ela se sentou ao meu lado, fez carinho no meu rosto e sorriu quando a encarei.
ㅡ vocês são os únicos pais que não estão vibrando de felicidade pela independência dos filhos. ㅡ disse e ela ficou em silêncio.
ㅡ eu não estou te entendendo, Leo!
ㅡ está! Você e o papai não estão fazendo muita questão em nos ajudar. Até parece não querer que nos mudemos.
ㅡ não é pra tanto. Claro que vamos sentir saudades, vai der difícil de nos acostumarmos sem vocês aqui em casa o tempo todo, mas não estamos torcendo contra. Que ideia mais absurda.
ㅡ eu acharia muito estranho se estivessem. Até porque, vai ser bom pra todo mundo. Você e o Roberto poderão ter mais liberdade e, o Rick e eu também.
ㅡ e liberdade pra quê? O quê fariam em outra casa que não podem fazer aqui? Está querendo ir embora porque te castiguei? Não quer uma mãe preocupada com a hora de você voltar pra casa, é isso? Tudo bem, sem castigos. Você já vai fazer vinte e um anos, tem seu próprio dinheiro...não precisa mais dos meus cuidados. Não controlo mais sua vida daqui em diante, se for o caso.
ㅡ caramba, mãe! Não é por isso que estamos nos mudando. Vocês sempre irão se preocupar, mesmo a gente estando aqui ou outro lugar. É que o Rick quer ter o canto dele e me chamou. Se for por minha causa, eu fico. ㅡ disse e ela limpou as lágrimas do rosto.
ㅡ acha mesmo que me preocupo só contigo? Acha que se você ficar, eu vou dar menos importância? Henrique tinha cinco anos quando nos mudamos pra cá. Não saiu de mim, mas eu cuidei, eu o criei e dei a ele o mesmo amor que te dei. Me dediquei a vocês dois com o mesmo carinho. Vou sentir a falta dele do mesmo jeito. Ele também é meu filho. Pode ser que ele não sinta o mesmo por mim, mas não o amo menos por isso.
Ela estava arrasada e quando Henrique entrou no quarto, a tomou em seus braços de surpresa e disse que a amava muito.
Me levantei, fui até a sala pra quê os dois pudessem conversar à sós. Eles precisavam daquele momento juntos.
Me sentei ao lado do Roberto e me encostei em seu peito. Senti seu abraço e ficamos um bom tempo em silêncio.
Por fim, ele disse que havia ouvido a conversa, pois estávamos falando alto demais.
Se desculpou por não estar nos dando a devida atenção e que era difícil aceitar que estávamos saindo de casa.
Abraçei meu pai com todas as minhas forças e disse que o amava.
Roberto foi a única referência paterna que tive. Foi o único pai que olhei nos olhos sabendo que estava sendo amado e protegido.
Não tive a chance de conhecer meu pai biológico e por ele só sentia admiração por ter sido um homem bom pra minha mãe. Mas amor de filho, eu sentia pelo Roberto. Ele era meu pai, foi ele quem esteve comigo quando comecei a andar e foi ele quem me carregou no colo todas as vezes que precisei.
Disse tudo isso a ele e quando percebemos, vimos o Rick e minha mãe vindo abraçados pelo corredor.
Henrique foi até a cozinha esquentar meu jantar novamente e quando me entregou, se sentou ao meu lado e apoiou sua cabeça em meu ombro.
ㅡ come tudo! ㅡ dele disse e comecei a rir.
ㅡ hahaha! Ta parecendo minha mãe, falando desse jeito.
ㅡ espero que foi um elogio. ㅡ minha mãe disse e deu um tapa no meu ombro.
ㅡ eita, claro que foi! Kkkkk
Minha mãe nos deu boa noite e arrastou o Roberto pro quarto.
Ficamos pela sala, terminei de jantar e perguntei ao Henrique se estava tudo bem
ㅡ meu erro foi nunca dizer à sua mãe o quanto a amava de verdade. Sempre me esquivei em demostrar tanto carinho, pensando estar traindo o amor da minha mãe. Fui um idiota.
ㅡ eu te entendo...não fica se culpando, Rick. Você conheceu sua mãe, conviveu com ela o suficiente pra se lembrar de como ela era e, é normal pensar que ela poderia se sentir ofendida, mesmo não estando mais entre nós. Já comigo foi diferente. Eu não tenho outra referência paterna. Seu pai me criou desde muito pequeno. Mas que bom que vocês conversaram e resolveram tudo...
ㅡ caramba, amo tanto sua mãe...
ㅡ e eu amo você! Que doido! Amo o filho do meu pai, mas não é meu irmão, apesar de ser. Olha a confusão que nos metemos?!
ㅡ quer sair dessa confusão? Porque eu não quero! ㅡ ele disse e segurou minha mão.
ㅡ rsrs, não! Ja disse que contigo enfrento qualquer coisa.
ㅡ é isso aí! Vamos dormir? Já está bem tarde. Ah, vou te buscar pra almoçar comigo amanhã. To sentindo a tua falta durante o dia, moço. Foda te ver só de manhã e final da noite. Assim meu coração não aguenta.
ㅡ rsrs, dorme comigo a noite toda e sente minha falta?
ㅡ sinto! Fazer o quê?! Vai, se levanta!
Ele me levou pro quarto e era maravilhoso poder estarmos juntos, mesmo com pouca liberdade.
Os dias foram passando e já estávamos em março. Demos um tempo na busca pela casa perfeita e nossos pais pareciam mais animados por isso.
Henrique e eu aproveitávamos qualquer momento sozinhos em casa pra namorarmos e transar.
Confesso que queria me mudar logo pra que não precisássemos ficar nos policiando a todo momento. Além de estarmos nos pegando bem debaixo do nariz dos nossos pais. Isso me deixava mal. Me sentia culpado e um traídor.
Eu precisava desabafar. Decidi contar à Alessandra meu lance com o Rick em uma de nossas conversarsas.
Depois que ela e o Caíque terminaram, nossa amizade ficou mais forte.
Contei a ela o quê tinha visto no posto de gasolina e pediu minha ajuda, caso ele não aceitasse o termino.
Acabou que ele e eu discutimos. Não teve agressão, mas ele me culpou. Disse que eu estava influênciando a Alêssandra e que eu estaria interessado nela.
Foi então que acabei falando sem querer que estava namorando outra pessoa e que Alessandra e eu eramos somente bons amigos.
Ela ouviu e, desde então, não me deixou mais em paz.
Caíque e eu não nos falamos mais.
Apesar de tudo, ele não a procurou. Foi melhor pra todo mundo.
Com tudo que estava acontecendo e, como ela já sabia que eu estava com alguém, decidi desabar e a chamei pra conversar no intervalo.
Ficamos na arquibancada e pedi que guardasse segredo.
Ela me encarou. Perguntou o motivo de eu estar tão preocupado.
ㅡ seu namorado faz parte de alguma gangue? ㅡ ela disse gargalhando e também comecei a rir.
ㅡ hahaha! Claro que não! Pior, é o Rick!
ㅡ ah, meu Deus! Ta namorando seu irmão? Seu depravado!
ㅡ droga! Ele não é meu irmão. Bom, ele é, mas não somos irmãos de sangue...você sabe disso!
ㅡ to chocada! Não estou te julgando. Quem sou eu pra julgar qualquer pessoa nesse mundo? Só que é muito estranho...
ㅡ eu sei! E não me olha com essa cara...
ㅡ desculpa, é que agora entendo porque você não passou meu telefone pra ele naquela época...
ㅡ pois é! Eu te sabotei. Me perdoa?
ㅡ rsrs, esquece isso. Eu não teria a menor chance, mesmo. Mas poderia ter me contado, Leo. Somos amigos e você foi a melhor pessoa que conheci nessa vida. Me ajudou tanto quando precisei. Eu entenderia.
ㅡ sei lá...eu sou assim. Não gosto muito de falar de mim, mas é que to meio mal. Meus pais não estão aceitando que nos mudemos e o Rick decidou adiar a mudança por conta disso. Pelo menos até eles se acalmarem. Só que eu não aguento mais estar morado na mesma casa que eles e enganando os dois, entende
ㅡ estranho...
ㅡ o quê?
ㅡ não aceitarem que vocês se mudem. Meu pai está até querendo comprar um apartamento pra me dar de presente. Que pai e mãe não quererm a indepêndencia dos filhos?
ㅡ foi o quê eu pensei, mas não consigo encontrar outro motivo.
ㅡ que confusão!
ㅡ obrigado, pela ajuda. Kkkkk
ㅡ kkkkk, bobo! Não fica chateado. Mas me conta, como que estão as coisas entre vocês dois? Já transaram, como foi?
ㅡ kkkkkk! Não vou te contar sobre isso, mas posso garantir que a gente se ama muito...
ㅡ poxa, eu to feliz demais por você! Não se esqueça de me chamar pra ser madrinha do casamento...kkkkk
ㅡ quem me dera, amiga! Mas nunca vou me esquecer de você. Pode ter certeza disso.
Pedi um abraço e quase perdi o fôlego quando ela me apertou.
Voltamos pra sala sorrindo e, antes de eu me sentar na cadeira, senti meu celular tocando. Era o Rick.
Mandei mensagem no Whatsapp e disse que não poderia atender, mas que ele podia me dizer o quê queria.
Pra me deixar ansioso, ele respondeu dizendo que deixaria pra me contar, quando fosse me buscar.
Fiquei até o final da aula doido pra saber o quê ele teria pra me dizer de tão importante.
Assim que a aula acabou, me despedi da Alessandra e corri até o estacionamento do Posto da Shell, onde ele sempre me esperava quando ia me buscar.
Entrei no carro todo animado e lhe dei um beijo estalado na boca.
Ele se ria e me pediu pra ficar calmo.
ㅡ me fala logo o quê é! ㅡ disse e ele deu a partida.
ㅡ achei uma casa pra gente!
ㅡ caramba, sério? Onde? ㅡ eu estava tão feliz e ele não parava de sorrir.
ㅡ fica no Jd. Alvorada. Tem uma edícula nos fundos bem espaçosa. Perfeita. A casa não é muito grande; tem dois quartos, sala, cozinha, uma despensa e o banheiro é maior que lá de casa. Caramba, você precisa ver. Liguei hoje pro proprietário e da pra financiar. Ele está se mudando pros Estados Unidos e precisa vender logo. Liguei no banco e da pra eu dar entrada sem apertar no orçamento...
ㅡ eu te ajudo nas parcelas! Bora lá ver amanhã? ㅡ ele me viu empolgado e segurou minha mão.
ㅡ sim, eu disse que iríamos ver amanhã. Falei com nosso pai e ele também vai.
ㅡ hum...como ele ficou com a notícia?
ㅡ daquele jeito, mas disse que está feliz por nós dois.
ㅡ e minha mãe?
ㅡ falou que vai nos ajudar como havia prometido. Chorou um pouco, mas nada que um " te amo demais, mãezona", não resolva. Sabe? Fiquei com pena dos dois. Só que ainda temos aquele outro assunto pra dar conta e não será fácil.
ㅡ eu sei, mas não quero pensar nisso. Quero ver nossa casinha. To doido pra gente mudar logo.
ㅡ rsrs, eu também! Você ta tão feliz...
ㅡ ah, eu amo você! Qualquer coisa que façamos juntos, me deixa feliz.
Pedi que me levasse logo pra casa. Estava morrendo de fome e queria beber alguma coisa.
Chegamos e fui direto pra cozinha. Esquentei um prato de comida no microondas enquanto o Rick fazia um suco de laranja.
Estavamos conversando e ele me mostrou as fotos da casa pelo laptop.
Me diverti quando ele disse baixinho no meu ouvido, que não via a hora de transarmos na casa nova e estávamos quase nos beijando, quando ouvi nosso pai vindo no corredor.
Conversamos um pouco com ele, mas mesmo vendo as imagens da casa, ele não disse absolutamente nada.
Era estranho seu comportamento.
Pensei em perguntar qual era o real motivo de não querer que nos mudemos, mas uma discussão àquela hora, seria desagradável demais.
Roberto esperou eu terminar de jantar e foi se deitar.
Tomei um banho rápido antes de dormir e combinei com o Rick de vermos a casa no horário de almoço.
Passei a manhã toda curioso e ansioso.
Assim que deu meio-dia, corri pro estacionamento e Henrique me esperava com nosso pai. Minha mãe não pode ir, precisava organizar uma festa na escola, mas me mandou um beijo.
Assim que chegamos, o dono da casa nos esperava no portão.
Não consegui disfarçar a euforia e fui o primeiro a entrar.
De fato não era uma casa grande, mas os cômodos era bem divididos. Três pessoas viveriam numa boa naquele espaço.
A cozinha não era imensa, pois aproveitaram pra deixar a sala maior e fizeram muito bem. Até porquê, não passaríamos o maior tempo na cozinha.
Abri a porta dos fundos e vi a edícula. Tinha uma pequena lavandeira com um lavabo e um cômodo imenso, onde seu Lorival usava para trabalhar; ele era arquiteto.
Seria o lugar perfeito pro ateliê do Rick e ainda sobraria espaço.
Enquanto eu me deslumbrava com tudo que via, meu pai estava de olho na parte elétrica e hidráulica da casa.
Fui de encontro aos três e quando perguntei se estava tudo bem, meu pai respirou fundo e nos olhando disse:
ㅡ de todas as casas que vi com seu irmão, essa é a melhor. O bairro é meio longe de casa, mas é ótimo. Acho que vocês vão se dar muito bem aqui. ㅡ ele me abraçou e Henrique sorria todo feliz.
Deixei os três conversando e fiquei pela garagem.
Alguns minutos depois, Roberto apareceu e se sentou ao meu lado.
Disse que Henrique estava fechando negócio e que iriam ao banco no dia seguinte.
ㅡ quando podemos nos mudar? ㅡ peguntei e Roberto se ria.
ㅡ rsrs, mas que apressado. Acho que daqui uma ou duas semanas. Seu irmão está bem animado. Sorte ele ter conseguido juntar um bom dinheiro. To orgulhoso por vocês. Sei que pareço não estar de acordo, mas não tem nada a ver. Só é preocupação de pai.
ㅡ o senhor se preocupa com o quê? Não somos mais crianças e sabemos nos virar muito bem sozinhos. Fome ninguém vai passar, a gente sabe cozinhar...
ㅡ haha! Ah, Leozinho...você é um garoto incrível. Não me preocupo por isso. Sua mãe e eu temos nossos motivos. Coisas de pais. Mas estamos felizes por vocês, nunca duvide disso...
ㅡ valeu, paizão!
Ouvimos seu Lorival dizer ao Rick que a casa era nossa e apertaram as mãos.
A chave seria entregue assim que o Rick fezesse a transferência do dinheiro. Ele estava radiante e de súbito, veio ate mim e me deu um abraço apertado, seguido de um beijo no rosto.
Nossa pai nos fez um carinho e vi no relógio que ainda tinhamos meia-hora de almoço. Deixamos nosso pai em casa e fomos trabalhar.
Peguei minha marmita na cozinha e almoçei enquanto digitava umas planilhas. Estava morrendo de fome.
Henrique teve uma semana corrida por conta da compra da casa, mas acabou dando tudo certo.
Pegamos as chaves com o corretor e ficamos de ver alguns móveis pra cozinha e sala na semana seguinte.
Levamos minha mãe pra ver a casa no sábado a tarde e senti sinceridade em suas palavras quando nos disse que estava feliz por nós dois.
ㅡ vou semana que vem comprar roupa de cama pra vocês e alguns utensilhos de cozinha. ㅡ ela disse e a beijei.
ㅡ não precisa gastar seu dinheiro com a gente, mãe.
ㅡ vou gastar com quem? É meu presente pra vocês.
ㅡ muito obrigado, mãe! ㅡ Rick disse a abraçando.
Eu adorava quando os via em qualquer pequeno gesto de demostração de carinho. Era importante pra mim que a família estivesse unida e, talvez por isso, eu era quem estava sofrendo mais com o fato de estarmos namorando sem o concentimento de nossos pais.
Roberto sempre dizia que desde pequeno, era eu quem evitava alguma discusão entre os três. Quando os via discutindo por qualquer bobagem, me metia no assunto e pedia pra quê parassem.
Eu realmente não gostava de brigas. Tentava me manter o mais longe possível de confusões.
Depois que deixamos minha mãe em casa, Henrique disse que me levaria pra dar uma volta pela cidade.
Perguntei se era uma desculpa pra irmos em algum motel e me olhou com um sorriso safado.
Por mais que dormíssemos juntos, combinamos de não transar quando nossos pais estivessem em casa, mas com a correria durante a semana, quase não demos atenção pro outro.
Fomos no motel de sempre. Ele me abraçou a caimos juntos na cama.
Devagar ele foi me despindo e o ajudei a tirar a roupa.
Ele de deitou e me aconchegando em seu peito, disse que pretendia fazer um jantar em casa quando nos mudássemos e em seguida, contar aos nossos pais que estávamos juntos.
ㅡ acho cedo demais, não acha? ㅡ disse e ele me encarou por instantes.
ㅡ até quando vamos enganar os dois? Quanto antes contarmos, melhor. Não quero ter que esconder o quê sinto por você. Te amo, cara! E não tem nada de errado nisso.
ㅡ você ta certo! Caramba, tenho tanto medo do pai me odiar.
ㅡ também! Talvez eles não nos aceite logo de cara. Precisamos dar tempo ao tempo.
Devagar, me coloquei sobre seu corpo e o beijei. Ele me abraçou calmamente e suas mãos deslizavam em minhas costas.
Mordi seus lábios devagar, ele adorou.
Estávamos em um beijo apaixonado e cheio de carinho.
Henrique sempre foi um homem carinhoso, romântico e nunca teve vergonha de demostrar isso.
Segurei seu queixo o levantando e mordi seu pescoço devagar.
Senti nossos cacetes duros se encontrando e se lambusando com o pré-gozo que derramava.
ㅡ faz amor comigo, Leozinho? ㅡ ele me pediu entre um beijo e outro.
Amei-o como ele desajava e merecia. Fui amado como jamais pensei que fosse possível e, em meio tudo aquilo, senti uma paz que veio não sei de onde.
Era como se todas as minhas preocupações e medo tivessem desaparecido. Com Henrique me sentia livre, ampado e em seus braços eu era a pessoa mais feliz do mundo.
Tomamos um banho quentíssimo e, antes de irmos pra casa, passamos na pizzaria.
Compramos duas pizzas gigantes e levamos pra casa.
Roberto e minha mãe estavam na sala vendo tv e, quando nos viram chegando, se levantaram pra nos ajudar.
ㅡ mas olha só que beleza. Lembraram que tem família. ㅡ Roberto disse sorrindo e o abraçei.
ㅡ até parece que nunca nos lembramos de vocês, pai? Pedi pro Rick comprar algumas cervejas, vai tomar?
ㅡ opa! Aí sim! Cerveja e pizza, tudo que eu queria. Vocês são demais!
Minha mãe foi pegar o guardanapo na cozinha e se sentou conosco.
Eu estava servido a pizza, quando notei minha mãe e meu pai me encarando. Perguntei se estava tudo bem, mas os dois sorriram e disseram que estava tudo ótimo.
Henrique estava mais preocupado em comer, mas notei que havia algo no ar.
A atitude dos dois era meio suspeita. Como se estivessem aprontando algo. Aqueles olhares me fez lembrar de quando Henrique e eu éramos crianças e eles nos surpreendiam com uma festa de aniversário surpresa; ou qualquer coisa do tipo.
Talvez fosse somente impressão de minha parte, mas a troca de olhares entre meus pais, estavam me deixando incomodado.
Depois da pizza, fomos nos deitar. Eu estava tirando a roupa quando Henrique fechou a porta do quarto e veio me abraçar. Me virei de frente pra ele e sua boca passeava lirvremente pelo meu pescoço, enquanto suas mãos reconheciam cada parte de mim.
ㅡ notou algo diferente la na sala, Rick?
ㅡ hum, não! O quê você viu?
ㅡ sei la! Vi nossos pais trocando uns olhares estranhos. Típico de quem está armando alguma coisa.
ㅡ impressão sua! Acha que desconfiam da gente?
ㅡ não! Acho que estão tramando alguma surpresa pra gente. Vamos nos mudar...talvez seja por isso.
ㅡ espero que seja algo com rodas. Kkkkk
ㅡ kkkkk, besta! Até parece! Só se for um carrinho de mão. Nem sei se o pai tem dinheiro pra isso e, ele jamais nos daria um carro.
ㅡ eu tinha dinheiro, mas foi quase tudo na entrada da casa. Pelo menos temos onde morar.
ㅡ prioridades! Você ta certo! Mas ainda to incabulado com aqueles dois.
ㅡ relaxa! Vai ver compraram um sofá, uma mesa...sei lá! Olha, eu sei que você ta sofrendo. To vendo sua agonia e por isso dei um jeito de arrumar logo uma casa pra gente morar. Dividir a mesma cama comigo e do jeito que estamos fazendo, ta te martirizando. Eu sabia que esse negócio de parar de procurar uma casa por um tempo, não iria dar certo. Eles adoraram, mas olha só pra você?!
ㅡ eu to péssimo!
ㅡ eu sei disso, meu amor! Mas ja estamos de mudança e tudo vai se ajeitar. Te prometo!
Henrique me abraçou, tentando do jeito dele me confortar.
Tranquei a porta por um tempo. Queria poder estar com ele sem sermos surpreendidos.
Ficamos sentados na cama vendo a tv por alguns minutos até que peguei no sono.
Acordei pela manhã só de cueca. Não me lembro de sentir Henrique me despindo.
Ele já havia acordado. Me vesti e fui até a sala. Vi meu namorado deitado no sofá e passei por ele lhe dando bom dia.
Minha mãe estava na cozinha, linda como sempre, e, quando me viu, disse que o café ainda estava na mesa.
Conversamos por um tempo, mas notei que ela estava um pouco distante.
Perguntei se estava tudo bem e garantiu que estava ótima.
Eu não quis insitir. Dava pra ver que ela remoia alguma coisa.
Coloquei a louça que eu havia sujado na pia e quando terminei de lavar, ela me abraçou.
ㅡ vou deixar a carne assando pra vocês comerem. Seu pai e eu vamos almoçar com alguns amigos da escola. É dia de bingo hoje.
ㅡ não precisava fazer tudo isso. A gente se vira, comemos qualquer coisa.
ㅡ faz dias que teu irmão me pediu pra fazer essa carne. Ele adora.
ㅡ valeu, mãe. A senhora ta meio estranha.
ㅡ rsrs, pensei que vocês já tinham desistido dessa ideia absurda de se mudarem, mas tudo bem! Nós entendemos que vocês precisam cuidar da própria vida. To meio triste, coisas de mãe. Só não se esqueçam da gente, promete?
ㅡ poxa! Acha mesmo que isso vai acontecer? Que bobagem, mãe! Não nos veremos todos os dias, mas estaremos aqui nos fins de semama.
ㅡ já cobrei o Rick, quero que venham almoçar conosco todos os domingos.
ㅡ rsrs, a gente vem!
ㅡ te amo, garoto! Agora me ajuda a colocar essa carne no forno...
ㅡ nossa! Ta pesado demais. Kkkk
ㅡ deixa de ser preguiçoso, menino...
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Continua!
Não vou me demorar. Cheguei a pouco do trabalho. Preciso dormir. Mas aproveitar esse tempinho pra postar e não deixar pra de noite, pois quero cair na cama e dormir até domingo. Kkkkk
Muito obrigado por lerem e pelos comentários. Percebi que alguem andoi maratonando os contos e adorei saber que estou agradando. Faço o quê posso.
Valeu, mesmo! Tenham um ótimo fim de semana! Grande abraço! 😉
Happy Pride!! 🌈