Vingança Doce como o vinho

Um conto erótico de Ero-Sannin
Categoria: Heterossexual
Contém 1299 palavras
Data: 14/05/2019 03:46:28

No conto " Cliente, confidente, puta" , relatei a história de um casal bem sucedido que se perdeu na relação.

Inês veio me procurar. O marido passou a dormir praticamente sem falar com ela como marido, falava somente de trabalho, dava a desculpa de estar cheio de preocupações, e ela por sua vez também ficou passiva na situação. Jogava toda sua carência nos filhos, mas os moleques estavam bem crescidinhos, enfim. Tentavam disfarçar na frente deles a crise presente, mas para ela a situação tornou-se insustentável.

Desde o dia em que pegou a conversa no WhatsApp com a Stephanie, o mundo dela estava esfacelado por dentro.

Inês: Eu fico pensando, Ulisses, quando foi que deixei de ser suficiente para ele, sabe...( começou a chorar), poxa, olho pra trás, vendo o que construí ao lado dele, e ele faz essa canalhice comigo!

Eu: Olha, Inês, vou ser sincero com você, desculpa se o que falar te magoar, ok!?

Inês: Que nada, Ulisses, você é de casa. Desde o dia que conheci você, soube que podia gostar de você. Invejo a mulher que um dia foi dona do seu coração...

Eu: Ok, Inês: Sem querer bajular você, mas sabe que você é uma mulher deslumbrante, inteligente, sexy, porém a culpa não é somente dele. Precisa saber disso!

Inês: Como assim, Ulisses?

Eu: Estou dizendo pra você que um casamento não chega a esse ponto por culpa de uma pessoa, apenas. É sim, culpa das duas. Não dá para negar que vocês são uma dupla fantástica no trabalho, eu mesmo tava pra ver uma pessoa que sonhasse tanto assim juntamente com a outra, e passasse por tantas dificuldades como vocês passaram, mas me responda:

Quanto tempo vocês dedicaram fora do trabalho, somente para si mesmos!? Ainda que uma noite fora, jantando, investindo um no outro, sem dar lugar às preocupações cotidianas!? Quando fizeram isso!? Quando pararam de colocar vocês em segundo plano ao menos uma vez!?

Inês: Nossa, eu... Verdade, realmente. Mas você sabe que depois que se tem filhos nossa vida é para eles!

Eu: Não nego isso, Inês! Mas seu marido ainda é um homem que precisa mais do que a mulher do lar ou dos filhos ou a parceira do trabalho dele! Ele precisa da amante, da parceira. Olha, falo por mim mesmo, pois eu mesmo e Abigail fracassamos em detalhes, não foram pontos grotescos, não! Me diz: Quando vocês foram sozinhos para uma pousada... Ou um motel!?

Inês: Nossa vida é muito corrida, sem tempo, Ulisses! Além disso, não acho que motel seja um lugar para uma esposa, mãe... Muito menos para ele!

Eu: Mas ele não deve pensar assim, agora! Deve estar curtindo com a amante tudo que poderia ter em casa!

Inês: Ta me dizendo que tenho que ser vulgar!?

Eu: To te dizendo que momentos a sós, intimidade, busca pelo prazer são coisas que fazem parte do casamento. Pararam de investir, por isso deu no que deu! Casamento é empreendimento também, Inês. Olha, to te falando como amigo, pois te quero bem...

Inês: Eu sei, querido. Você tá sendo um grande amigo. Você tem razão no que tá dizendo.

Era um sábado de manhã quando tivemos essa conversa ainda por telefone. Lamentava pelo ocorrido, mas ao mesmo tempo, queria estar longe dessa mulher. Puta que pariu, um cara com um dom natural de cativar pessoas, jogando seu casamento no lixo, não dava pra entender!

Inês era claramente louca por ele, mas não via nela vontade de querer salvar o casamento, não. Não podia censurá-la por isso. Tava magoada demais!

Essa porra ainda iria sobrar pra mim, como eu havia dito, parece novela, esse show de mentiras que estavam sustentando. Mas quer saber de uma verdade!? Cada um faz seu momento, como Trabuco disse! E eu não não queria me envolver para ajudar, nada disso! Sou ouvinte, amigo, e tava fazendo mais do que o conveniente para mim ouvir esses dois!

Cada um sabe de fato o que se passa dentro de 4 paredes, e foda-se se tiver dando errado! Inês pode muito bem recomeçar, e força pra isso ela tem. Aquele fim de semana tava custando a acabar, e para minha surpresa, ela me liga novamente dizendo que o Rodrigo havia saído e pergunta se podíamos nos ver!

Eu: Importa se for na minha casa!?

Inês: Não, desde que você me dê seu ombro pra chorar, querido! Estou arrasada! Tenho certeza de que ele vai ver aquela vagabunda outra vez!

Eu: Inês, enxuga essas lágrimas! O leite já derramou, porra! Arrume-se, fique bem bonita, pois quem está perdendo é ele mesmo! Você chega daqui a quanto tempo!?

Inês: Bem, são 16:39h. 19:30h está confortável pra gente se ver!?

Eu: Perfeito. Estarei no aguardo. Ânimo, querida!

Como eu não sou um cara desorganizado, e minha casa não é um pardieiro por causa do meu filho, preocupei-me em apenas comprar o necessário para fazer um delicioso jantar. Peguei um vinho de uma ótima safra de 1980, da ultima vez que viajei para Tel-Aviv para ver alguns parentes, e pronto. Arrumei-me, fiquei bem cheiroso com uma essência de nardo que ganhei, e aguardei a chegada de minha linda e adorável convidada.

Como toda mulher vaidosa, ela atrasou um pouquinho, só pra fazer charme. Mas não fez feio: Tava com uma camisa tingida cor de vinho de seda, um generoso decote, e uma calça marfim mostrando suas admiráveis curvas e um salto 15. Simplesmente deslumbrante.

Honestamente, os 41 anos dela não pesavam nem no semblante, nem no resto do corpo. Não tinha que se humilhar por causa de ninguém. Senti meu membro reagir vigorosamente, procurei disfarçar.

Deu-me um abraço apertado. Podia sentir seu rosto quente, é certo que tinha chorado por algum tempo.

Eu: Inês, o que você tem de forte, você tem de linda. To encantado...

Inês: Gentileza sua, meu amor! Obrigado pela força. Mas prometo-lhe que não irei chorar.

Eu: Não precisa prometer nada. Se quiser, você pode. Nem as lágrimas vão estragar sua beleza essa noite.

Inês: Uau, rs. Vai me deixar mal-acostumada. E o que, a propósito, está cheirando tão gostoso... Abriu-me o apetite, hummm...

Eu: Ah, rs, que bom que apreciou o aroma, pois eu fiz isso pra você.

O ambiente estava super aconchegante, tinha uma música bem de fundo para encher a atmosfera do lugar para mudar o ânimo dela, caso ela estivesse muito fragilizada. Mas admiro-me que Inês fosse tão forte, e discreta, pois para ter pego conversa do marido com a amante e não armar escândalo, conheço poucas assim. Aliás, a vingança dessas costuma ser bem prazerosa.

Guiei-a até a sala de jantar, acomodei-a e servi-lhe uma deliciosa massa de lasanha de carne ao molho branco, acompanhada do vinho, e como sobremesa um delicioso manjar.

Inês: Nossa, Ulisses, você quer me engordar, é? Ai, que delícia, já pode casar, hein! Kkkkkkk

Eu: Engordar você!? Rs, que nada, você está ótima, como este vinho. Cada ano que passa, quanto mais tempo ele estiver intocado, melhor ele fica. E você ainda viverá tempos melhores, minha linda.

Houve um breve silêncio. Ela toma um gole do vinho fitando em meus olhos. Seus olhos não transparecem mais o fardo que trazia de casa. A gente não pode sondar o interior, mas, é como se naquela hora ela decidisse se livrar de tudo. A tintura do vinho preenche seus lábios.

Inês: Você tem razão, Ulisses. Vou dizer uma coisa: Você tá sendo mais que um amigo. Você se importa comigo, e não sei explicar, mas...desde quando te vi, sabia que podia contar com você. Sinto firmeza nas suas palavras e na sua postura. Não sei por que deixaram escapar alguém como você, não importa os erros. Mas eu desejo em retribuição a tudo que me disse com sinceridade, que novos tempos venham para você.

Continua.

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