A ideia de escrever uma série de contos sobre homossexualidade, nasceu de uma narrativa a mim trazida por um amigo, que além de estimular minha libido também estimulou minha curiosidade, descortinando um universo, até então, desconhecido para mim, e que, mesmo agora, ainda é uma incógnita.
Em minhas pesquisas, frequentei os ambientes cibernéticos das salas de bate-papo, que me deu a oportunidade de conhecer os mais variados tipos de pessoas, que serviram de inspiração aos contos. E decidi escrevê-los na primeira pessoa, para proporcionar a mim e a quem lê a sensação de intimidade com o que vi, ouvi e presenciei, sem ter a ousadia de elaborar um juízo de valor ou ainda um juízo crítico, limitando-me, apenas, a uma narrativa sincera, ousada e erótica, até mesmo porque, considero o erotismo a fonte primeira de prazer, que nasce alimentada pela libido, cuja nascente primordial é a mente humana.
Não tive, e ainda não tenho, a intenção de ferir os sentimentos de quem quer que seja, muito menos ainda, trazer a baila discussões de ordem moral ou ética; essa análise eu deixo para aqueles de conhecimento mais abalizado.
Frequentei algumas saunas e o que vi não tem nenhuma relação com o clima assediador e voluptuoso que se costuma ver grassando pela sociedade. Por fim, peço desculpas se algum sentimento foi atingido, ou se alguma ferida foi aberta, esperando que continuem lendo e apreciando.
A guisa de comentário relevante, eu mesmo me vi atraído por esse universo tão especial e tido como obscuro; conheci um homem de setenta e quatro anos, sexualmente ativo, que não se importava com rotulações, afirmando categoricamente, gostar de deitar-se com outro homem e sentir uma pegação quente que reascendia o seu vigor, com beijos intensos, carícias íntimas e insinuantes, e um sexo gostoso, onde os parceiros usufruíam de um gozo intenso e desmedido.
Conheci também homens casados que enveredam por esse mundo buscando aquilo que não tem em suas casas; ouvi de um deles a afirmação de que procurava no sexo gay, realizar seu desejo de fazer sexo anal, tabu que sua mulher sequer queria ouvir a respeito. E, ao final, arrematou, dizendo que foi o melhor sexo que já fizera em toda a sua vida (!).
De outro, ouvi a afirmação de que encontrara no sexo gay um prazer que, até então, era para ele totalmente desconhecido, sentindo-se mais macho e mais vigoroso que em qualquer outra situação; e, do mesmo modo, ouvi outro afirmar que sempre nutrira o desejo de sentir-se fêmea, desejada, cobiçada e possuída.
Essas narrativas foram o motor que me fez escrever essa série, e, ainda assim, preciso repetir que não tive – e ainda não tenho – a intenção de magoar sentimentos, criar celeumas, ou reabrir feridas que precisam continuar cicatrizadas para sempre.
Meu sincero muito obrigado!
