Olá a todos!
Tudo bem com vocês, devo confessar 2019 está complicado. Mas vamos lá!
OBRIGADO A TODOS PELAS LEITURAS!
E MUITO, MUITO OBRIGADO PELOS COMENTÁRIOS!
******UMA ÓTIMA LEITURA*******
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Sorrio por lembrar toda a cena... Como eu perdi o celular? O namorado traidor do meu amigo, enraivecido jogou o celular no vaso sanitário e deu descarga. Simples assim! Eu poderia ser sincero, não fosse o irmão de Robson ser quem era, vai saber como ele reagiria? Talvez não tivesse problema, mesmo assim, melhor não contar como de fato tudo ocorreu uma meia verdade.
- Porque saber isso é importante para você? – questionei arqueando uma das sobrancelhas.
Ele estava escorrendo o macarrão, e colocando na mesma panela o molho pronto. O cheiro de massa ao molho de tomate, macarronada, invadiu o ambiente. Eu o aspirei, cheirinho de comida no ar, e meu estomago reclamou na hora. Emerson colocou dois pratos na mesa um no seu lugar e empurrou outro para mim.
- Aprendi a fazer na internet – sorriu – enjoei de miojo... Você ainda não disse como perdeu o celular.
- Deixei cair na privada, molhou... Foi assim. – consegui dizer. Ele colocou a panela com o macarrão entre nossos pratos e se serviu. – Mas comprei outro já...
Ele enrolou o macarrão no garfo e colocou na boca, eu também peguei um dos garfos no pote ali encima mesmo, e comi um pouco. Nada mal! Melhor que os meus, pensei em dizer. Emerson não dizia nada, e eu também não, apenas o barulho dos nossos garfos nos pratos. Como alguém assim, podia ser...? Se Robson tivesse me contado eu duvidaria.
Finalmente depois de comermos o macarrão, ele limpou a boca com um guardanapo. Esticou-se todo, e sorriu:
- Você sabe jogar videogame? – franzi as sobrancelhas mais uma vez. – Vem vamos jogar um pouco...
Emerson deixou seu prato ali mesmo e saiu de volta para a sala. Eu por reflexo tirei os pratos da mesa e os coloquei dentro da pia. Até aquele momento ainda não tinha visto a enorme televisão na sala, tomando quase toda a parede. Ele estava de cócoras na frente dela ligando alguma coisa, arma e colete ainda descansavam em um dos sofás. Aproximei-me dele aos poucos, com algum receio daquelas coisas ali tão perto. Em casa dificilmente eu tinha contato com as armas dos meus tios e mesmo a do meu pai.
O telão se acendeu inteiro, tomando toda a atenção. Eu sabia jogar, mas há tempos não brincava com um daqueles, Playstation. O celular dele começou a vibrar no mesmo instante o pescoço dele se virou. Não olhei para a tela, Emerson atendeu ali mesmo.
Peguei um dos controles em cima da mesinha, e meus dedos automaticamente foram nos pontos certos. O símbolo da liga dos campeões da UEFA. Emerson foi seguindo pelo corredor até sumir, a arma não estava mais em cima do sofá apenas o colete.
- Escolhi Liverpool... – falei quando ele voltou, sem arma nem celular. As suas olheiras já havia desaparecido, e seu rosto mais corado.
- O quê?! Você vai ver só – disse sorrindo – meu negócio é Brasil rapaz... – ele se lança ao meu lado no sofá, e pega um dos controles. Fazer aquilo vai trazendo a minha mente memórias boas de uma adolescência animada.
Eram tardes e mais tardes, regadas a jogar videogame e comer pipoca, e mais tarde fazer algumas safadezas aproveitando a casa livre de adultos. Nosso placar fica três a dois, é eu ainda sei jogar! Deixo o controle em cima da mesinha e me recosto no sofá. Emerson olha para o meu lado move os ombros, eu nego com a cabeça. Tiro do bolso o celular e já passa das duas da manhã, o tempo voa...
Ele também se recosta ao sofá, sinto seu ombro ainda nu, próximo ao meu. Nossos rostos estão virados de perfil um para o outro. Emerson faz um gesto com os lábios como se fosse sorri, ele está com as pernas bem abertas. Vira-se um pouco mais para meu lado e alcança meu rosto com a ponta dos dedos em seguida com as costas da mão. Sinto seu toque sem dizer nada, por onde seus dedos tateiam um arrepiozinho vibra. São os hormônios?
O olhar dele está franzido, mas de forma curiosa. Ele entumece os lábios num movimento que chama minha atenção, e é para chamar mesmo, percebo repetindo o mesmo gesto com lábio e língua.
- Perguntei antes sobre o celular – ele diz, e sua voz toma uma dimensão distinta – por que se não tivesse perdido ele, você ainda acreditaria que sou apenas um motorista de uber... – disse baixinho quase sussurrando – e então eu poderia ter a esperança de ter alguma coisa com alguém que não fosse desse meu mundo merda...
A ponta do nariz dele se encosta no meu. Nossas respirações se cruzam, movo meu braço até sentir o rosto dele também. Seu cheiro e toque me despertam, enquanto ainda com os olhos abertos eu o observo, sinto ele se mover para ainda mais perto. Não o empurro, nem rechaço seus toques que vão descendo pela minha roupa. Ele me puxa para ele, me deixo guiar pela força dele sem imprimir a minha. Sinto sua pele um pouco suada, me autorizo a também acaricia-lo nos braços. Ele sorri, está com os olhos fechados.
Emerson passa por meus lábios e sobe por minha nuca, cheirando ali. Ele me beija apenas uma vez na curva do meu pescoço, e em um movimento rápido sinto seus braços me pressionando para deitar no sofá. Meu corpo todo estremece acordado, excitado pelos toques dele, pelo cheiro dele, pelo membro dele meio duro debaixo da roupa. Com os dedos toco suas costas, Emerson resfolga já encima de mim.
- Emerson... – consigo dizer sentindo meu corpo pedir – Me beija... – falo enfim. Ele abre os olhos e nos nós encaramos por um tempo.
Eu seguro sua cabeça com as duas mãos, uma das pernas dele separa as minhas, e parte do seu torso nu pressiona o meu. Ele não diz nada, mas é como se dissesse, como se pedisse, nos gestos nos afagos, desejando que suas palavras se realizassem de fato. Que ele fosse uma pessoa comum, e nós talvez um casal. Então sua boca se aproxima da minha, e ele sussurra calidamente:
- Você é o primeiro cara com quem tenho vontade de namorar de verdade – a voz dele diz, mas eu nego sorrindo.
- Diz isso a todos... – falo, nossas bocas estão perto, muito perto mesmo.
Ele me beija no canto dos lábios, depois nas maçãs do meu rosto. Agarra com os lábios os meus, seu corpo pressiona ainda mais o meu, sua mão livre entra por baixo de minha camisa, o sinto agarrar meu peito. Vibro com isso, e avanço para seus lábios com tudo, nossas bocas se abrem uma para a outra, e nossas línguas juntas se acariciam. Meu coração bate mais forte, de desejo, seu membro parece crescer ainda mais na calça, e isso me faz desejar ainda mais sua boca na minha.
Ele desgruda seus lábios dos meus, e com essa mão embaixo da minha camisa a faz vir para minha nuca deixando meu peito livre.
- Não. Digo a todos que eles são os primeiros que tenho vontade de foder a noite toda. – Volta a me beijar e sorrir. – Ainda não te fodi... – ele ergue uma das sobrancelhas. – Mas você é passivo não é? – sorrio, isso poderia quebrar qualquer clima, mas o jeito como ele morde o lábio ao perguntar deixa tudo mais leve. Eu assinto. Ele me beija mais, e dessa vez move seu quadril para frente e para trás duro e grosso, penso ao senti-lo pressionando a minha perna. – A você eu digo que quero foder pelo resto da vida, se você quiser...
Eu quis, quis que ele me comesse ali mesmo naquele instante... Beijei sua boca como se não houvesse outra chance ele abraçou minha cintura nos virando de lado depois eu é que estava em cima dele. O volume na sua bermuda de repente estava pulsando embaixo de mim, desejei descer minha mão e o fiz até toca-lo por cima do pano. Ele pulsava lá embaixo, seu peito subia e descia cá em cima. Notei o que só ao toque das mãos era possível perceber, havia cicatrizes, três. Cobertas aqui e ali pelos pelinhos crescendo por todo seu torso.
Ele estava enfiando a mão pela minha bermuda por traz, seu dedo já estava na minha bunda, quando a porta se abriu de vez. Nos dois olhamos para lá, e Robson todo estropiado cambaleou para dentroFoi horrível... Foi horrível... – ele repetia para si mesmo. Eu olhei para meu amigo, e para o homem pulsando embaixo de mim, e o desmontei. Corri para junto de Robson abraçando seus ombros.
Fefito vinha logo atrás ele parecia estar brigando com o rapaz que tinha me trazido. Não lhes dei atenção, Emerson não estava mais na sala e Robson desfalecia. Sem a ajuda dos dois coloquei Robson no sofá perto do colete. Ele sentou e com as mãos cobrindo o rosto continuou a chorar. Emerson voltou da cozinha com um copo com água, seu rosto não escondia o descontentamento com tudo aquilo, Fefito entrou e Emerson saiu fechando a porta. Eu olhei para Fefito, ele negou com a cabeça como se não soubesse de nada.
- Bebe isso Robson, não fica assim... Você está precisando de um banho, um banho quente o que acha? – Robson ergueu a cabeça, olhou para nos dois e segurando nossas mãos deu um grito voltando a chorar. – Quem fez isso com ele?
- Quem mais poderia ser? – disse Fefito. – O irmão e o ex-marido...
Respirei fundo, olhando para os lados e principalmente para o sofá onde eu e Emerson há minutos estávamos nos agarrando, respirei mais uma vez. Não era hora para perguntas, deixamos Robson a vontade até ele parar e com os olhos arregalados ficar olhando para um ponto fixo. Engolindo de minuto em minuto a saliva da boca, seus olhos de vez em quando se franziam e ele mordia os lábios, tentando conter o choro. Seus dedos apertavam firme minha mão e a de Fefito, ele estava deitado de lado no sofá com a cabeça no meu colo e os pés no de Fefito.
O colete de Emerson estava ao meu lado e o cheiro dele permanecia ali, engoli em seco ao perceber quanta coisa em pouco tempo.
- Vamos leva-lo para a cama? – sibilei para Fefito, ele assentiu. Mas logo nos dois percebemos as pálpebras dele fechadas, e com uma das almofadas deitei a cabeça dele nela.
Fefito colocou uma entre as coxas, Rosbon dormia. Dei a volta no sofá, e segui para a cozinha. O macarrão de mais cedo, o restante dele ainda estava em cima da mesa. Fefito não se fez de rogado e muito a vontade começou a comer a panela mesmo, sentando-se à mesa de mármore. Eu o fitei ali e franzi o cenho, será que ele também? Relaxei os ombros. Por pouco eu não estava... Ah Robson!
- Empatamos sua foda não foi? – disse Fefito com a boca cheia. – Ele queria porque queria saber onde você estava... Me obrigou a traze-lo aqui, foi mal...
- Não tem importância – falei mentindo – como tudo aconteceu hein? Robson está todo arranhado, com um dos olhos vermelhos demais... Parece até que brigou...
- Ele vai te contar depois, Robinho não é de barraco... Se fosse eu, a meu filho se fosse comigo. Queria só ver. Agora, acho melhor a gente acordar ele para vocês descerem o morro, o irmão dele está puto da vida. Eu mesmo acho que vou ficar uns tempos, sumido daqui...
Era tão grave assim? Não perguntei nem tive tempo, a porta voltou a se abrir e Emerson apareceu vestindo o colete. Ele fez um sinal para nos dois, Fefito desceu da mesa e eu segui para a sala. Robson ainda dormia, pelo beco dava para perceber certa agitação lá fora. Onde é que eu fui me meter?! Perguntei para mim mesmo.
- Acorde ele, vou levar vocês daqui – disse Emerson sério Fefito, obedeceu logo – vai! – repetiu para mim.
- Eu vou para outro morro por uns tempos... – disse Fefito tentando acordar Robson de forma carinhosa.
Eu com mais firmeza balancei ele um pouco pelos ombros, chamando por seu nome. Ele despertou assustando abrindo os olhos quase completamente, Emerson meneou a cabeça para Fefito, apertando o cindo do colete.
- Não. Melhor você ficar lá embaixo, na casa de alguém. Em morro nenhum da cidade vai ser seguro pra você, ou pro Robson... Pelo menos por enquanto.