Eu estava distraído, quando o amor me achou - CAPÍTULO 16

Um conto erótico de Lissan
Categoria: Homossexual
Contém 2118 palavras
Data: 29/05/2019 18:22:29
Última revisão: 30/05/2019 09:24:53
Assuntos: Gay, Homossexual

Olá amigos! Tudo bem com vocês? Dias corridos hein?

MUITO OBRIGADO PELOS COMENTÁRIOS: #Tiopassivo, #Geomateus, #Lyuis, #Yukeee, #Pichelim, #MarCR7, #Rafaelpfiffer.

MUITO OBRIGADO A TODOS OS LEITORES!!!

*******UMA ÓTIMA LEITURA A TODOS*********

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Robson abriu os olhos devagar. A sua têmpora direita havia algumas marcas bem parecidas com uma mordida. Franzi o cenho, para esse machucado, ele pareceu nem notar. Emerson entrou em casa mais uma vez, sumiu corredor adentro e o rapaz de mais cedo, o ignorante que ouvi chamarem de Romeu estava na porta com o seu fuzil a postos. O danado é gatinho sim... Olhei para ele ali em pé. Todo machinho, e percebi o quanto eu estava precisando do que estive prestes a fazer com Emerson antes da chegada repentina de Robson.

Emerson não demorou a voltar e nos fazer segui-lo beco a fora.

A cara de Fefito era um completo enigma, ele não dizia coisa alguma. Robson também não falava nada, nem expressava sentimento algum e eu, deixava meu nariz tremer o quanto quisesse. Puxa! Será que o morro tá sendo invadido? Perguntei a mim mesmo temeroso por levar um tiro ainda na casa dos vinte anos, é muito assar!

- O chefe ficou bravo comigo por quê? – Fefito conseguiu dizer enquanto seguíamos pelo beco. – Hein jogador? Porque o chefe ia ficar com raiva logo de mim? Eu sei...

- Cala essa boca – disse Romeu curto e grosso.

Emerson acionou o carro na rua com um movimento rápido, mal o vi tirar do bolso a chave do carro já foi abrindo as portas. Robson entrou e se sentou no banco dos passageiros no fundo. O carro não era o mesmo que conheci Emerson... Ainda em frente ao beco Romeu e Fefito discutiam alguma coisa, só consegui ouvi-lo dizer para Romeu com muito deboche na voz:

- ... e você deveria aprender o caminho do banheiro e tomar um banho de vez em quando... – ele se aproximou correndo. – Eu vou no fundo com Robson!

Sentei no banco do carona, e Emerson ligou o veículo não antes de ligar o celular e o deixar em um suporte onde conseguia ter acesso ao aparelho. Ele deu partida e o carro foi entrando por ruas que eu não tinha visto, não era o mesmo caminho que tínhamos feito para chegar ao morro. Fazia horas, mas mais pareciam dias, pensei comigo mesmo reclinando no banco. Fechei os olhos por alguns segundos, Fefito começou a assobiar uma das músicas de funk, mas na maior parte do tempo se manteve quieto.

Eu abri os olhos e dei de cara com os de Emerson, nós já estávamos de frente para uma sinaleira, como ele chegou tão rápido? Franzi o cenho com essa pergunta na cabeça, mas ainda estávamos longe.

- Para onde vamos mesmo? – eu quis saber. Emerson sorriu, olhou para a sinaleira e se ajeitou no banco.

- Sua casa – disse olhando para mim – é o único lugar que dá para levar você agora... – eu franzi ainda mais a cara sem saber de que casa ele estava falando. Ele não sabia onde eu morava, ou sabia?

Suas voltas e curvas foram me fazendo perceber que sim, ele sabia exatamente onde eu estava vivendo atualmente. Como? Desisti de tentar entender. Passamos pelo ponto abandonado. Só eu parecia percebê-lo ali a minha espera... Ninguém se virou para prestar atenção aquele ponto abandonado, entre o caminho para minha quitinete e a faculdade, porque ninguém o alugara ainda? Emerson manobrou mais uma vez, e logo estávamos na rua do prédio. O frio da madrugada parecia cruel do lado de fora. Ele destravou as portas.

- Fala ao chefe que eu não tive nada haver com aquela confusão – disse Fefito, eu abri a porta. – Ah e desculpe por atrapalhar... – Emerson se virou no banco para encara-lo. Eu via tudo pelo retrovisor.

Robson foi o primeiro a abrir a porta e sair, seguido por Fefito aborrecido. Eu também empurrei a minha, me virei para Emerson, ele sorriu. Volto a puxar a porta, para ficarmos mais a vontade. Só eu tenho a chave do prédio, então os meninos ficam ali fora esperando por mim.

- Quer que eu entre com vocês? – Emerson pergunta.

- Não, acho que já entendi mais ou menos o que houve – suspirei – obrigado por tudo Emerson. – É a única coisa que consigo dizer a ele nesse momento. Nos nós olhamos e se ele conseguiu me entender...

Há muita coisa na minha cabeça, muita coisa pra realizar. Em uma noite... Suspirei mais uma vez, deixei um beijinho no canto da boca dele e abri a porta. Os meninos estavam um junto ao outro, foi só quando senti a frieza da noite que pude pensar em como abrigaria tanta gente em um espaço tão pequeno? Abracei meus próprios braços e com a chave abri o portão do prédio. O porteiro já não estava mais por ali. Também pudera às três da madrugada...

Os meninos entraram primeiro, Robson na frente e Fefito em seguida, o vidro da porta do carro de Emerson desceu e ele fez um gesto.

- Vê se não perde o telefone dessa vez – diz e sorri, eu me apoio um pouco na porta do carro – toma, se precisar de alguma coisa, me liga...

No papelzinho tem o número dele, é um tipo de cartão todo branco com apenas o número dele, sem nome, sem nada. Olho para o papel, ele liga o carro e vai embora. A noite só esfria ainda mais. Corro para dentro e tranco o portão, Fefito se recosta na parede e Robson se apoia na porta com a testa largando todo o corpo ali mesmo.

- Vamos dormir – digo, sem melhor coisa para falar. Um deles pode dormir comigo na cama, o outro no colchonete. Abro a porta e Robson vai direto para o banheiro e se tranca lá. – Será que a gente? – digo preocupado, Fefito se lança no sofá e faz que não com a cabeça.

O cheiro dentro da casa ainda é do perfume deixado por nós várias horas antes quando saímos. Nem preciso dizer para Fefito ficar a vontade por que ele faz isso de qualquer forma e dormindo ou não fecha os olhos. Sigo para meu quarto onde minha cama novinha e meu colchão novinho me espera. Perfume, toalha molhada, roupas tudo está em cima da cama pego a toalha molhada que não por acaso é minha e levo para pequena área na cozinha, Fefito dorme... Largadão, como é possível?

Ainda estou tirando tudo de cima do colchão quando Rbson me abraça pelas costas e gruda um de seus ouvidos ali. Não me movo, nem o ouço chorar o que já é algum progresso. Ele me solta e se senta na cama, com o spray desodorante na mão. Aperta no jato para debaixo dos braços e se aconchega na cabeceira, também novinha em folha. Deixo o que estou fazendo e me sento na frente dele. Ele ainda está com cilindro de desodorante na mão quando diz:

- Você acha que uma mordida no pênis dói muito? – eu franzo as sobrancelhas – mordi Fabinho enquanto chupava ele, em um ponto da festa. Foi ai que começou toda a confusão... – começou a dizer. Ele relaxou os ombros. – Inácio, ele mereceu, mereceu, eu estava... E ele beijou outra pessoa... Beijou enquanto eu ainda estava lá... Igual um idiota, ainda apanhei, se não fosse Fefis...

Muita informação... Foi só no que consegui pensar da história toda. Ele não continuou a falar e eu permaneci sentado olhando para Robson, sem acreditar muito. Ele deitou em posição fetal, e fechou os olhos. Minha nuca estava tensa, me ergui da cama.

No guarda-roupa peguei um lençol e o levei até onde Fefito estava no sofá, ele abriu os olhos assim que me aproximei.

O encaro por alguns segundo e não consigo não gargalhar ao imaginar a cena toda na minha cabeça, é trágica demais, louca demais e só podia ter acontecido com alguém próximo a mim mesmo.

Fefito começa a sorri também, e essa é uma espécie de emoção contagiante nos não conseguimos parrar eu só murmuro:

- Ele mordeu o... – e volto a fechar os olhos e contrair o estomago. A tensão nos ombros vai cedendo lugar para um relaxamento completo. Percebo entre risos que nós seremos, Fefito e eu, bons amigos. – Trouxe... – me controlo mais – esse lençol para você e... Lá no quarto tem um colchonete se você quiser ir pra lá...

- Tá bom, obrigado – ele pega o lençol, gargalha e para – vou querer o colchão, mas prefiro ficar aqui mesmo, está entrando uma fresquinha da área... – ele me acompanha até o quarto eu entrego o colchão velho que uma vez Robson emprestou a mim, antes de sair ele se inclina e diz para nosso amigo – durma tranquilo tá bom?...

As luzes estão todas apagadas, e só então as pegadas deixadas pelas mãos de Emerson ressurgem. Braços, pernas, pescoço, peito penso nisso e meu corpo todo volta a estremecer. Saio do quarto silencioso para não despertar Robson, vou para o banheiro e nu me lanço debaixo do chuveiro, água quente, ela ajuda ainda mais a sensação de relaxamento voltar, e a sensação de quase sexo também. Sinto o calor do homem no pescoço o cheiro da pele dele, as pulsadas, o beijo gostoso dado com vontade.

O fungar no meu pescoço a sensação de tê-lo ali me domina de uma forma que não demora e já não estou em mim mais uma vez. Passo minhas mãos ensaboadas por meu corpo e é como se todo ele estremecesse. O seguro entre os dedos, e penso nele... Mas... O bafo quente muda de ritmo os braços de forma, e me contraio ao imaginar minha perdição, ao me imaginar submisso de um homem como Atila. Não era com quem estava, mas é quem me faz soltar um gemido contido de prazer.

A agua quente continua a cair. Sinto aquele arrependimento comum após o ato, me limpo da melhor maneira possível, me seco também de forma precária. Consigo secar de verdade apenas a cabeça. E antes de imaginar, antes de lembrar Atila ou Emerson, deito na cama e fecho os olhos para me entregar aos braços do cansaço. É só mais um resto de noite sem sonhos... Abro os olhos, estou sozinho na cama, passo a braço pelo lado onde deveria estar Robson, mas não está.

- Brasil meu nego deixa eu te contar! A história que a história não conta!– era a voz de Fefito, pensei. Ele estava ouvindo um samba, quer dizer parecia samba. O som não estava alto, mas dava para ouvi-lo cantar da cozinha. – Brasil, meu dengo a mangueira chegou! – é era samba mesmo, conclui ao fechar a porta do banheiro.

Ffito fazia parte, fiquei sabendo ao sair do banheiro e encontra-lo sambando na frente do fogão, da escola de samba carioca Estação Primeira de Mangueira, e tinha um orgulho danado em ostentar isso. Só não entendia como ele podia dançar aqueles funks e ainda assim consegui dançar também sambas com letras tão legais. Eu nunca tinha parado para ouvir as letras. Robson também cantarolava alguma coisa, enquanto cortava cenouras em uma vasilha no colo, como eles conseguiram esses alimentos todos? Fiquei com a pergunta para mim.

Fefito ouvia a música no celular potente perto dele, súbito a música parou e deu lugar a uma chamada de telefone, ele recebendo uma ligação.

- Preciso falar contigo – me disse Robson sério. Fefito também pega o celular e desbloqueia a tela para atender a ligação, Robson faz um gesto para irmos até o sofá.

- Que é? – diz Fefito para o celular. – Já sentiu minha falta Romeuzinho? – ele sorri enquanto fala. Volto minha atenção para Robson sentado no sofá.

- Conta como foi... – ele continua – aquela história com o Marcos me conta como foi...

Olho para ele ali, para Fefito de costas conversando no celular e me sinto desanimado por ter de lembrar disse justo agora, quando tudo já serenou. Lembro da irmã de Atila e sinto ainda mais incomodo, Robson tira o celular do bolso, abre em um vídeo e não consigo acreditar naquilo que estou vendo. Só aí com o celular na mão consigo mais ou menos imaginar o que significava a palavra abate, quando na noite anterior o homem no paredão gritou isso. E pelo visto não eram apenas mulheres que faziam parte desse tipo de “divertimento”.

Marcos... É, é ele sim, está de quatro em um colchão cercado por vários homens. Como se estivesse em um presidio, ele nu os outros homens apenas alguns com as calças arriadas, dando ordens sexuais para ele. Enquanto um lhe força a entrada pelo ânus, outro lhe crava o pênis rijo na boca. Seus olhos chegam a dilatar no vídeo, e como o corpo dele é branco, percebo aterrado.

- Puta que pariu! – engulo em seco, mais informação, mais informação. Tô lascado!

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Comentários

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Nossa fiquei muito chocado. Que situação os meninos estão passando. O que será que o chefe tá com raiva?

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Seu conto é maravilhoso e intrigante passo o dia inteiro com vontade de ler , e realmente vc está de parabéns é algo que prende a gente e nos instiga a ler .Amei o seu conto e cada capítulo que li nossa vc arrasa anciosa pelo próximo

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Caralho! Muito tenso ainda! Só espero que a gente não se perca no meio de tanta treta, tanta confusão.

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Que capítulo denso! Parece até baseado em fatos reais, eu não consigo criar em minha mente algo tão complexo. Parabéns! Melhor capítulo até agora!

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Estou sem palavras de tão bom que o conto está

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