Em Um Viagem Universitária...
Depois da nossa formatura, de ufologia. Nós os formandos, viajamos, para um encontro ufológico em uma cidadezinha bem no interior de Minas. E que cidade viu??? Bem rustica,histórica,ruas e construções de pedras. Cercada por montanhas,grutas, rios e cachoeiras. E a comida??? Hum. Simples, mas Deliciosa, muito gostosa mesmo.
Já estava com a maior vontade de conhecer,essa cidadezinha, também, por causa da ufologia e afins. Dizem que lá e uma cidadezinha com boas vibrações. Mas eu particularmente, não senti nenhuma vibração lá. Mas eu gostei muito dessa cidadezinha, e como gostei. Vi lá também,Bruxinhos, duendes, magos, hippies poetas(Filosofando) muito loucos, e com seus belíssimos artesanatos,na praça frente a igreja Matriz e por toda a parte,daquela cidadezinha encantadora,fantástica.
Ah, e o mico que paguei, depois que comi um bombom batizado,que comprei de um hippie em uma das cachoeira,que fomos. Cara foi foda.(Risos) Fiquei assim,muito relaxado,alegre até demais da conta, então eu dancei, rebolei e desci até o chão. E a galera me zoando cantaram:
---Viado, Alex ,viado,Alex viado.
E eu respondi,em alto e bom som, que eu era mesmo,por dentro, por fora e até a alma. E continuei descendo até o chão.
Já melhor eu entrei em uma trilha, que me levou até outra cachoeira, mais bonita ainda.Essa estava deserta. E ali de cima, eu pude ver, só um carinha negro lindo,tirando toda a roupa do corpo e por último um chapéu de bruxa. Jogou tudo nas pedras,abriu os braços e se jogou peladinho em uma corredeira. E enquanto aquele neguinho nadava, nadava e nadava peladinho eu fiquei ali de cima admirando ele de pau duro. Quase que gozando dentro da sunga, vendo aquela bundinha empinadinha,que ele tinha. Nunca mais esqueci aquela cena que vi do alto daquela trilha.
A entardecer fomos em um parque de preservação ambiental.Tivemos que subi,subi e subir. Pensei que ia chegar ao céu depois de ter sido turista naquele mini paraíso. Nunca subi em um lugar tão alto em toda a minha vida. Paramos para descansar,olhei para trás e a torre da igreja já estava cabendo na palma da minha mão de tão pequena. Mas valeu a pena subir,subir e subir, pois a vista de lá de cima, desse parque e maravilhosa.
A tarde fomos agraciados com um lindo por do sol do alto de uma piramide, ao som de gaitas,violões,violinos,tambor,palmas muitas palmas e assovios de hippies. Gostei tanto dessa cidadezinha, que Voltei para Sampa, prometendo pra mim mesmo,que um dia eu voltaria ali,e pra morar.
***
E aquele negro lindo, que estava nadando peladinho naquela linda cachoeira. Deitou em uma das pedras, para se secar ao sol. Assim que se secou, vestiu a sua roupa,pós o seu chapéu de bruxa, derrubou um piramide feita de pedras da região, desejando infinitas coisas boas para a pessoa que construiu ela, e foi embora pra sua casa depressa. Antes dele chegar a mãe dele já estava a sua espera:
---Fabriciano onde você estava??? Perguntou ela com uma cara ruim.
---Estava ali mãe.
---Ali aonde???Rum, já sei na com os hippie, com as bruxas,aposto.Já disse que não quero saber de você andando com essa gente imunda.
---Não, mãe depois,que vendi o café todo, fui pra cachoeira escondida nadar.
---Rum, sei, mas cadê a minha garrafa,que não veio com você???
--Nô. ai,devo ter esquecido,na cachu,mãe.
---Pois e .Qualquer dia vai esquecer e essa cabeça oca lá.Rum.Deus do céu.
---Ah, mãe esquenta não, quando eu receber a minha bolsa família eu compro outra.
---Acho bom mesmo.E entra pra logo pra dentro de casa e vai se arrumar.Esqueceu que hoje e o dia da união das congadas???
Antes dele responder a mãe dele, o orelhão que ficava em frente a casa dele tocou. E ele disse:
---Já estou indo mãe,só vou atender o telefone aqui, e já vou.
---Atende e vem logo tá???
No telefone era um turista de Belo Horizonte, que ficava com ele,sempre que vinha a cidadezinha. E ele tinha a esperança de algum um dia esse turista levar ele, para morar em Belo Horizonte. Já que pra ele ser gay em cidade pequena era crime,sem direito a fiança. E ele atendeu:
---Oi.
---Oiê. Pensou que eu não ia te ligar,né???Perguntou o turista.
---Sim.E mais uma vez,você, me disse que vinha,em um bate volta,pra cá, e eu fiquei te esperando lá e você não veio.
---Pois e cara,mas,você sabe né??? Imprevistos,sempre acontecem.
---Rum. Sei.Imprevistos,sempre os imprevistos,né???
---Sim,foi mal ai,meu neguinho,gostoso. Desculpa.
---Tá bom. tá desculpado, então. Ei adivinha, de onde estou chegando???
---Hum.Já sei,da cachoeira.
---Sim nadei peladinho,ainda crente de você chegar lá e a gente foder gostoso ali,ao ar livre,nas pedras.
---Hum,que delicia. Só de ter ouvindo isso ,já fiquei de barraca armada aqui negão. E agora??? Você ai eu aqui,um longe do outro.
---E pra ficar mesmo.Bem feito.Pra você ver o que você perdeu. kkkkkkkkkkkkkkkkk
---Que judiação com o papai aqui. Mas deixa, no final de semana estarei ai,vou te arrastar, pra essa cachoeira e vamos ter nego,momentos de prazeres da melhor maneira possível tá???
---A que bom.Gostei de ouvir isso.Vem mesmo,estarei te esperando,daquele jeito. Do jeito que você gosta.
---Tá certo meu neguinho gostoso.
---kkkkkkkkkkkkkkkkkkkk. Não vai me dá outro bolo hein???
---Claro que não,né???
E antes dele despedir daquele turista, ele ouviu a mãe dele rapar a garganta. E ele levou um susto.Desligou o telefone rápido. Virou-se para ela e ela gritou brava,pra ele com a mão na cintura:
---Porque que você desligou???
---E que,mãe, e, e...
---Eu ouvi a conversa toda Fabriciano,toda mesmo.Que pouca vergonha e essa???Eu não criei,você pra isso.Mas sim pra casa com uma loira e ter filhos.
E eu fiquei sem palavras,ali na frente da minha. E ele continuou a me humilhar com palavras:
---Nossa Senhora do Rosário e São Sebastião, o que eu fiz pra merecer tudo isso??? Não acredito, um filho gay.Não,não e não eu prefiro ter um filho bandido ou melhor a morte,do que ter um ser desse morando dentro do mesmo teto que eu.
Ouvindo isso,comecei a chorar copiosamente na frente dela e pensei:
''Meu Deus e agora???Estou fodido,minha mãe vai me expulsar de casa.''
E ela de raiva começou a chorar também. Minha irmã saindo de dentro de casa não sabia quem ela abraçava, para consolar primeiro. E minha mãe, enxugou o rosto e disse pra minha irmã:
---Bora filha,pro congo,já estamos atrasadas.Minha única filha a parti de hoje.
E lá foram as duas abraçadinhas, para o congo. E eu,também enxuguei o meu rosto.Entrei correndo pra dentro de casa, tomei um banho rápido. Vesti a minha roupa de tipica de congada,peguei o meu tambor e fui também, para a festa da congada. Cheguei lá o cortejo já estava quase começando. Minha irmã na dança de trança de fitas riu pra mim ao me ver.E eu ri pra ela também. Já minha mãe que estava comandando a irmandade, me olhou de cima embaixo com aquele bastão em uma das mãos e com uma cara ruim mesmo e virou a cara,pra mim.
Começando a procissão eu pus um sorriso no meu rosto, de orelha a orelha e junto aos outros Congadeiros de saias eu cantei, dancei e bati muito o meu tambor, para os deuses.
''Ao invés de contar aos outros as dores do meu parto. Resolvi mostrar o meu filho''.
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CONTINUA.
