Olá amigos!! Que bom saber que vocês ainda continuam por aqui!! Uffa!
Então no capítulo de hoje, um personagem meio desaparecido vai voltar. Espero que ainda se lembrem dele.
Um beijo a todos e até amanhã!
OBRIGADO PELAS LEITURAS!!!
OBRIGADO PELOS COMENTÁRIOS!!!!
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UMA ÓTIMA LEITURA A TODOS
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Fico parado, mastigando na minha mente vários momentos da minha vida nos últimos dias. E não consigo chegar a conclusão nenhuma sobre isso. Não consigo chegar ao culpado pelo vídeo estar na internet, nem consigo fazer Robson se desgrudar de mim. Ele ainda está sorrindo feito um idiota quando caminho até o sofá e me sento, abaixo a cabeça e o empurro para o lado.
- Podemos pedir pizza? – ele diz, e eu olho para ele – tá bom não tá mais aqui quem falou.
Robson caminha pela casa, exclamando palavrões porque a toda hora bate o pé em alguma quina. Ele se demora lá dentro, e enquanto fico sozinho ali na sala, penso mais, minha cabeça está explodindo. Eu não tive culpa! E Atila vai ter de entender isso, se ele gostar de mim de verdade... Respiro fundo e deito no sofá, não posso carregar os problemas do mundo nas costas. Nem os que não foram causados por mim. Robson reaparece com seu celular no ouvido, ele fica atrás da mureta que divide a cozinha da sala. Olho para ele ali, penso se devo mesmo acreditar nele.
Continuo deitado no sofá, Robson sorri e com o celular na mão me entrega ele desbloqueado.
- Sai, - digo – você não fez isso mesmo não é? – ele move os ombros – estou tentando acreditar em você, não dificulta... Pediu de quê?
- O de sempre metade calabresa e metade catupiry – ele sorri abobalhado e se senta no chão apoiado no sofá. – Existe pizza de catupiry?
Não aguento aquele jeito aparvalhado dele falar e sorrio disso, é o único momento que consigo sorri de verdade. Não penso em Atila, não como estava pensando obsessivamente, o que é normal... Depois de tudo, principalmente depois do sexo tão envolvente, pelo menos para mim. É como se uma parte dele ficasse comigo, presente em cada parte do meu corpo, droga! Batem na porta e Robson sai andando até ela para receber a pizza vestindo apenas uma camisa e uma cueca. Olho para o quadro de onde estou e sorrio mais ainda.
Ele ainda está sob efeito da maconha e de mais alguma coisa talvez, levanto e pego dinheiro no quarto. Apesar de Robson ficar repetindo para o homem que vai pagar de outra forma.
- Desculpe, ele não tomou os remédios – digo ao homem que meneia a cabeça ao rceber o pagamento – que porra vocês fumaram que te deixou assim? – pergunto. Ele ávido avança na embalagem da pizza.
- Assim como? Tô normalzão – diz com metade de uma fatia de pizza na boca. – Existe mesmo... Que delicia cara, que de li ciaaaa... – semicerro os olhos para ele sem acreditar que o maluco está mesmo fingindo um orgasmo com a pizza na boca. Só me resta sorri e também comer a pizza. Ficamos jogados no sofá onde ele fez sexo com Heitor, e com a televisão ligada em um filme com Jason Statham, que parece muito meu tio.
- Esse ator é a cara do meu tio – digo a Robson.
- Então seu tio é um gostoso – olho para a cara de Robson sem acreditar. Já se passaram algumas horas e ele ainda está sob efeito da erva? – Para de me olhar assim, não fui eu... E estou falando sério, olha o peitoral desse cara... Minha nossa. Definição de homem gostoso.
Faz tempo que não penso no desagradável do meu tio, empurro Robson. Ele não conheceu meu tio, mas se conhecesse a última coisa que iria pensar é na gostosura dele. Sorrio pensando isso. Não posso deixar de viver por causa de coisa alguma, penso. Se eu sobrevivi às loucuras da minha tia e da tirania do meu tio, consegui sobreviver à morte dos meus pais, não vou passar por isso? Deixo todo o ar sair dos meus pulmões pela boca e dou um salto do sofá. Robson franze as sobrancelhas sem entender, e nem precisa.
Vou para o quarto, visto uma bermuda jeans, calço os mocassins e visto uma camisa comum de mangas curtas. Reforço o desodorante e passo perfume. Olho para meu reflexo no espelho e estou bem para ir a aula. Apesar da advertência e apesar de correr o risco de encontrar Atila.
- Vou para a faculdade hoje – anuncio para Robson que ainda está admirando a televisão – e você deveria vir comigo porque não está em condições de ficar sozinho.
- Nem no meio de gente – ele diz desligando a tevê – eu estava querendo dá um fora em Heitor. Fizemos um acordo sabe... Eu ia fazer um favor e ele me fez esse... Ai estou com as pernas bambas até agora.
Balanço a cabeça, e pego a mochila cheia de camisinha e mais duas camisas minhas. Levo tudo para o quarto e coloco dentro da mochila caderno e algumas canetas e lápis. Robson finge que não está vendo nada, saio do apartamento e quando já estou na escada o escuto pedindo para esperar. Ele demora uma vida, mas enfim aparece todo arrumadinho. Ainda bem que não precisa da minha ajuda para descer as escadas, saímos do prédio, e me bate uma tristeza de pensar que meu final de semana poderia ter sido bem diferente.
Quando voltar da faculdade, vou ficar pensando em Atila. Mesmo que me encha de coisas da faculdade para fazer vou pensar nele do mesmo jeito.
- Tudo culpa sua – digo de supetão. Robson me olha d esgueira enquanto me acompanha. – Se não tivesse gravado aquele vídeo nada disso ia ter acontecido...
- A tá – ele sorri – mas não fui eu quem publicou. Quem fez isso, primeiro, sabia que você ainda não tinha contado para Atila. Segundo, sabia que Marcos é noivo da irmã de Atila. E terceiro que isso ia ferrar a relação de vocês... Fábio não faria isso, tá preso, até onde fiquei sabendo...
- Eu pensei nisso, - sorrio incrédulo – mas não é possível, não mesmo. Você tá sugerindo que Emerson tem o dedo nisso...
O nosso ônibus já estava estacionado no ponto, e nos tivemos que correr para alcança-lo. No caminho não tive como conversar com Robson sobre o que ele havia me dito, mesmo assim fiquei pensando, o que Emerson ia ganhar fazendo uma coisa dessas? Só minha raiva. Neguei com a cabeça. O ônibus estava lotado. E tanto eu quanto Robson não conseguimos lugares, ficamos afastados por várias pessoas. Em compensação chegamos à faculdade em menos de cinco minutos, o tempo que gastamos a pé.
Ele desceu primeiro que eu, e pelo visto tinha irritado algumas pessoas. Essa erva foi forte mesmo, pensei comigo, ao descer em seguida.
- Ai que povo mais sem humor – diz ele ao meu lado – fiz uma brincadeirinha...
- Olha pra mim Robson, - os olhos dele estavam serelepes – porque você acha que o Emerson ia fazer uma coisa dessas hein? O que ele ganharia com isso?
- Também não sei – ele balança os ombros. Ele fica um pouco mais sério. – Sei que é difícil acreditar, e te agradeço por confiar em mim. Porque se fosse eu duvidaria de mim mesmo, mas se não fui eu. Quem mais poderia ter feito isso? E saber tudo que te disse?
Ouvimos a voz de Heitor de longe, eu permaneço onde estou, mas Robson vai até ele. Fico ali com uma das mãos cobrindo a testa, sem saber o que pensar de tudo. Entro no prédio da faculdade sem muito animo, e olhando diversas vezes para os lados, com receio de encontrar Atila. Mas que idiotice ele não vai aparecer. Talvez não apareça por muitos dias. Caminho até o banheiro e lavo o rosto. Os corredores ainda estão apinhados de alunos, todos chegando por agora.
Sigo para a minha sala e no caminho passo pelo mesmo lugar onde aconteceu a confusão com Fábio, entro na sala e vejo meu amigo passando vergonha com Heitor. Vou até ele, e puxo seu antebraço, ele olha para mim e nem preciso dizer nada. Sinal de que já está melhor. Ele sorri e se senta a uma cadeira de mim. Estou na sala e ouço as pessoas chegando, a professora também entra fecha a porta, e começa o monologo. Mas minha cabeça está distante, mal percebo quando estou fechado em um grupo: Robson, eu, Heitor e uma menina.
Tento focar na sala, na aula, na disciplina, mas é difícil. Por fim fico com o trabalho de transcrever à mão como pediu a professora uns cálculos.
- Ainda é cedo... – diz alguém próximo a mim, enquanto estou escrevendo – podemos ir a até um barzinho aqui perto, muito bacana...
- Não acho muito legal – ouço Robson dizer. Porque Emerson faria isso merda?, pergunto a mim mesmo enquanto eles flertam. – O que você acha Inácio? Só vou se ele for também...
Olho para os dois, três na verdade porque a menina também parece compartilhar da vontade de ir para esse tal barzinho.
- Acho... – paro para pensar melhor – acho uma ótima ideia... Uma vez não faz mal...
- Então fechou! – Heitor diz. Entregamos a atividade, assinamos na lista de frequência e saímos. Heitor tira o carro do estacionamento e para diante de nos na frente do prédio. Só posso estar maluco, penso, mas já é tarde.
Entramos no veículo e enquanto eles fumam mais baseado, fico ali no meio de dois desconhecidos por que Robson foi à frente com Heitor. A menina ao meu lado dá várias tragadas antes de vir para meu pescoço tentando alguma coisa. Sorrio por ela querer algo comigo, e logo percebo o outro rapaz ao meu lado também. É uma orgia? Sorrio mais ainda, a fumaça da maconha deve estar me infestando todo. Saímos do carro e eu hesito em entrar no bar. Está cheio, apinhado de gente e todas as mesas parecem estar sendo ocupadas.
Robson muito entrosado com todos não percebe que eu corro para o banheiro. Bem diferente do da faculdade este está sujo. E um balde enorme tampado aguarda ao lado. Faço o que tenho que fazer e fecho a braguilha, saio do reservado. Não acredito no que vejo. Semicerro os olhos para vê-lo melhor, mas é mesmo ele.
- Adelmo – digo descrente – há quanto tempo.
- É, - ele sorri – algum tempinho... – abre ainda mais o sorriso. Seus braços desnudos da camisa sem mangas me deixam um pouco constrangido, estão mais torneados. – Você sumiu, não mora mais com seu tio. Nem trabalha mais naquele canteiro.
- É a obra ficou pronta, - fui até a pia – mas que coincidência. Te encontrar justo aqui...
- Nem tanto, estou no meu dia de folga e se não reparou o nome do bar é Clube do Sargento – eu não tinha reparo e por isso sorrio. – Aqueles seus amigos, estão bem encrencados se estiverem com maconha no carro...
Gelo na mesmo hora.
- Porque você está dizendo isso?
- Porque estou sentindo o cheiro em você e sei que não é disso – olho para ele e sorrio mais. – Posso te pagar uma bebida?
Meneio a cabeça não para isso, mas o fato de estar aqui, no banheiro com esse homem que não vejo faz tanto tempo, no dia em que pensei no meu tio. Seco as mãos no papel toalha.
- Pode, pode sim – digo – é a primeira vez que estou aqui...
- Você vai gostar – ele diz, certo disso. Caminhamos para o balcão, ele se senta em um dos bancos/cadeiras livres. Eu em outra, é o único lugar que parece livre, não vejo Robson em canto algum, até ouvir a voz dele. Com o microfone na mão cantando em um palco improvisado. – Aquele é doido é seu amigo? Que língua é aquela? Inglês?
Olho para Robson se divertindo com o microfone na mão e tentando cantar uma versão só sua de ‘We are the champions’. Bebo um gole da cerveja que Adelmo serve para mim, volto a olhar para ele. Mas que merda! Não vou conseguir ficar flertando com outro homem, tendo Atila tão vivo em mim. Hora errada para reaparecer Adelmo, penso comigo mesmo.
- Preciso salvar ele desse mico – digo me aproximando do ouvido de Adelmo – desculpe. - Voo até Robson e o seguro pelos ombros, a galera que veio com a gente, ou melhor, que nos trouxe faz um coro de vaia. Não vejo mais Adelmo no balcão, e o estado de Heitor é deplorável. – Merda Robson, faz tempo que não dirijo... Mas Heitor não tem condições nenhuma de fazer isso...
- Eu... tenho – diz Robson com seu bafo que derrubaria um elefante – eu dirijo... Pode deixar...