EM BUSCA DO SUCESSO - CAPÍTULO 4

Um conto erótico de Rocio
Categoria: Homossexual
Contém 2050 palavras
Data: 13/06/2019 18:46:02

Renan virou as costas, antes de subiu, olhou para trás, um pedaço do seu coração ficava naquela cidade. Medo, angústia, felicidade, será que ele um dia voltaria a morar ali? Será que ocorreria tudo bem em Curitiba? Ele precisava partir, precisava ir atrás da sua felicidade, conquistar seus sonhos, ele precisava ir “Em busca do sucesso”.

EM BUSCA DO SUCESSO – CAPÍTULO 4

O ônibus seguiu viagem, chegaria em Curitiba quando já estivesse quase amanhecendo. Renan abriu seu celular para postar uma foto que tinha tirado na rodoviária com sua mãe. Ele acabou se deparando com a imagem dele criança, junto com seu pai e outro menino que ele desconhecia, não estava em sua memória.

***Renan: Acho que eu tinha uns 6 anos aqui, mas e esse outro aqui? Pai vem cá – Ele chamou.

Juvenal: O que foi Renan?

Renan: Quem é esse menino da foto?

Juvenal: Sei lá, deve ser um daqueles vizinhos da outra casa, brincava com você quando era pequeno***.

Renan: Quem será né?

CURITIBA

Juvenal e Paula estavam esperando Renan chegar a cidade.

Paula: Aí que sono pai, amanhã vou dormir o dia inteiro, hoje no caso.

Juvenal: Tô bem contente que vocês vieram morar comigo, fiquei feliz filha que vai estudar com seu irmão, o mesmo curso né?

Paula: Viu só, tava pensando que sou bagunça? Olha lá, o ônibus do Renan! – Ela apontou.

Renan chegou pulando de felicidade por dentro, abraçou o pai e a irmã.

Renan: Gente, pensei que ia estar frio.

Juvenal: É porque estamos no verão ainda filho.

Paula: Mas lá em Califórnia o frio era grande também, não vai ter tanta diferença, bom, vamos então? Tô morta de cansada.

Eles foram indo até o estacionamento.

Paula: Sério pai que é vamos nesse caminhão?

Juvenal: Eu não tenho carro filho, só esse meu xodó aqui.

Paula: E minhas bolsas?

Renan: Aí Paula, joga aqui no fundo mesmo.

Paula: Tá na hora de comprar um carro.

HORAS DEPOIS

Depois de descansar, Renan acordou e foi tomar um banho na casa nova. Ele voltou para o quarto e foi começar a arrumar suas coisas. Quando a irmã acordou, ele foi mostrar a foto que estava deixando ele curioso.

Renan: Paula, você lembra desse menino? – Ele entregou o celular.

Paula: Nunca vi, por que?

Renan: Achei essa foto num porta retrato no dia da mudança do pai, ele disse que era um amigo meu de infância, mas eu não lembro.

Paula: Eu não lembro nem o que comi ontem, jamais vou lembrar com quem você brincava de carrinho, aí vou tomar um banho também, tô destruída.

Renan resolveu deixar para lá essa questão.

Renan: Preciso procurar emprego.

Renan começou a pesquisar na internet até que encontrou um processo seletivo para telemarketing que chamou sua atenção.

DIA SEGUINTE

Paula e Renan se sentaram à mesa para tomar café da manhã com Juvenal e Néia, a madrasta.

Juvenal: Onde vocês vão?

Paula: Participar de um processo seletivo de telemarketing que vimos na internet.

Renan: Precisamos trabalhar.

Néia: Acho muito bom, o que ganhamos não dá pra sustentar vocês.

Juvenal: Tenho alguns fretes pra fazer hoje, mais tarde passar na oficina.

Néia: Não se esqueça da consulta médica.

Renan: Tá tudo bem pai?

Juvenal: Sim, claro, querem uma carona?

Paula: Não a gente vai de ônibus, aprender a andar nessa cidade, Renan melhor irmos já, come esse pão logo.

Juvenal: Não se atrasem, boa sorte.

Renan e Paula pegaram suas coisas e saíram.

Néia: Quando vai contar pra eles?

Juvenal: Daqui uns dias.

Os irmãos caminharam até o ponto de ônibus.

Renan: Eu não imaginava Curitiba desse jeito.

Paula: Pois é, esse bairro parece uma favela.

Renan: Vila Pinto.

Paula: Adoro.

AEROPORTO

César, Guilherme e Estela foram buscar Camila que estava aproveitando as férias na Europa.

Estela: Filha, ta linda, que saudades – Ela disse abraçando.

Camila: Aí tô renovada, nem lembrei do Brasil.

Guilherme: Irmãzinha voltou mais metida.

Camila: Como estão as coisas por aqui?

César: Nada demais, ansiosa pra começar as aulas filha?

Camila: Não vejo a hora, meu sonho Administração e ainda ter que aguentar meu irmão na mesma sala.

Guilherme: Vai ter me ajudar com matemática financeira.

Camila: Sonha – Ela disse entrando no carro.

CENTRO DE CURITIBA

Depois de participar do processo seletivo, Paula e Renan receberam uma confirmação por SMS que tinham sido aprovados para trabalhar no call center.

Paula: Vamos almoçar aqui, que tô morrendo de fome – Ela disse entrando num restaurante.

Renan: Será que fizemos bem em ir trabalhar com telemarketing?

Paula: Ah pra começar tá bom, logo achamos um estágio de adm e vamos arrasar.

Renan: Daqui uns dias as aulas começam já, vamos comprar o material escolar já?

Paula: Vamos depois.

DIAS DEPOIS

Depois de passar por um dia de treinamento, Paula e Renan foram para a operação realizar ligações de cobrança, junto com outros novatos que estavam começando. O supervisor foi recebe-los.

Lucas: Bom dia gente, meu nome é Lucas, serei o supervisor de vocês, espero que estejam animados para começar um novo desafio profissional, não sei se alguém já trabalhou com telemarketing, mas posso garantir que batendo a meta fica tudo tranquilo, cada um vai sentar do lado de um operador para vocês verem exatamente os argumentos, aprendam a negociar, e pra vocês tirarem mais algumas dúvidas que ficaram, estarei à disposição, podem vir comigo.

Lucas estava colocando pressão para que os operadores fechassem negociações, Renan tinha achado exaustivo o primeiro dia de trabalho, mas logo veio o segundo, o terceiro e já era sábado, fim de semana. Lucas estava reparando em Renan, ele já sabia que seu novo funcionário era do vale.

Lucas: Tá sem ligação aí Renan? 3 minutos parado!

Renan: Tô esperando cair alguma.

Lucas: Querido, quando não cai você tem que discar manual – Ele levantou da sua cadeira e foi até o operador.

Renan: Eu vou pra minha pausa.

Lucas: Vem cá, deixa eu te falar, você e Paula são irmãos né?

Renan: Sim.

Lucas: Vamos lá na cantina, vou pro meu intervalo também.

Renan: Ta bom.

Lucas: Estão gostando?

Renan: Eu to.

Lucas: Sei, claro que você não vai falar a verdade pro chefe, de que cidade vocês vieram mesmo?

Renan: Califórnia.

Lucas: Que Califórnia?

Renan: É aqui no interior do Paraná.

Lucas: Ah ta, ia achar estranho se fosse a dos Estados Unidos, mas Califórnia? Eu acho que já estive nessa cidade com uns amigos uma vez.

Renan: Ah é? Quase ninguém conhece!

Lucas: Mas e ai, já saíram aqui muito aqui?

Renan: Bem pouco.

Lucas: Já foi pra balada?

Renan: Nunca fui, eu não costumo beber e olha que eu trabalhava num bar antes.

Lucas: Que? Me poupe né, tem umas baladas muito boas aqui, vou comemorar meu aniversário hoje, chama a Paula pra ir com você.

Renan: Balada? E o que toca nessa balada?

Lucas: Música de viado, óbvio, divas pop, cheio de homem, coisa que você nunca deve ter visto lá onde você morava.

Renan: Eu vou ver com ela.

Renan começou a imaginar como seria uma balada. Ele não fazia ideia, mas estava animado, queria conhecer a cidade.

JARDIM BOTÂNICO

César tinha ido mais uma vez jogar tênis, mas recebeu uma ligação do amigo que sempre o acompanhava no esporte, dizendo que não poderia ir jogar.

César: Aff, ele não vem, o que eu vou fazer agora?

César decidiu entrar no aplicativo para sexo gay e ver se tinha sorte de encontrar alguém.

César: Gente enrolada e feia, credo – Ele saiu do aplicativo e começou a observar alguns garotos jogando bola, até que reconheceu Kauan.

Kauan marcou um gol e tirou a camisa para comemorar, logo o jogo se encerrou.

Kauan: Valeu rapaziada – Ele disse se despedindo.

César: Kauan? Eai cara, beleza? – Ele estendeu a mão.

Kauan: O senhor por aqui? – Ele cumprimentou.

César: Pois é, eu vim jogar tênis, sempre venho aqui, mas hoje meu amigo acabou tendo que resolver um problema, enfim, não ia jogar sozinho.

Kauan: Tênis é? Nunca joguei tênis!

César: O que? Cara, é muito legal, vamos ali na quadra, que eu te mostro como joga.

Kauan estava achando César um cara muito gente boa, mas ainda nem desconfiava de suas intenções. Na quadra, César tentava ensinar como jogava tênis. Logo, Kauan pegou prática.

Kauan: Caraca, sensacional, bora jogar uma partida aí.

César: Beleza.

Depois de vencer, Kauan estava cansado e logo foi dizer que precisava ir embora.

César: To indo pra casa também, quer uma carona?

Kauan: Sério?

César: É rapaz, te deixo em casa, vamos lá.

No caminho, César foi perguntando sobre os gostos de Kauan e o novinho ficou admirado em andar numa BMW.

César: Sua mãe está em casa?

Kauan: É pra estar.

César: Ah sim, viu aparece lá sábado que vem pra jogar de novo.

Kauan: Curti bastante, pode deixar, seu filho não joga com você?

César: Ele nunca gostou, prefere natação.

Kauan: Caraca, massa, o que senhor faz? Digo, pra ter uma condição de vida boa.

César: Sou bancário, estudei administração, fiz algumas pós em economia, meus filhos vão começar a faculdade adm também agora esse ano.

Kauan: Bem legal, to terminando o ensino médio ainda.

César: Kauan, precisando de alguma coisa, alguma ajuda, sei lá, minha casa sempre estará aberta viu, você não tem pai, a Vila Pinto tem muita má influência, você ao que parece é um garoto que não se envolve em besteiras, ao contrário do meu filho.

Kauan: Poxa, valeu César, valeu mesmo.

César: Está entregue.

Eles se despediram com um aperto de mão. César olhou no fundo dos olhos de Kauan, o novinho até percebeu o olhar de interesse, mas achou ser coisa da sua cabeça e desceu do carro.

CASA DE RENAN

Renan estava arrumado, mas ainda esperando Paula se maquiar para irem para a balada.

Juvenal: Vocês se cuidem viu!

Paula: Relaxa pai, é só um na aniversário.

Juvenal: Curitiba não é o interior não.

Paula: Tá bom esse batom?

Renan: Tá ótimo Paula.

Paula: Vamos então, vou chamar um uber.

Renan: Não é melhor ir de ônibus pra economizar?

Paula: Jamais que vou chegar na balada de ônibus.

Os dois se despediram de Juvenal e embarcaram no carro.

Renan: Aí to muito animado, nunca fui pra uma balada.

Paula: Aqui em Curitiba nunca fui também, espero que o povo não seja tão metido.

Renan: Por que será que o Lucas chamou a gente?

Paula: Ele ficou interessado em você, óbvio.

Renan: Capaz, nossa, ele nem faz meu tipo.

Na fila, Renan ficou admirado com a beleza dos garotos e animado para encontrar alguém de seu interesse.

Paula: Ainda bem que estamos com nome na lista da Lucas, que supervisor legal a gente foi ter.

Renan: Realmente.

Os dois entraram na balada, onde estava tocando funk.

Renan: Onde será que tá o Lucas?

Paula: Depois a gente acha, vamos aproveitar o open bar enquanto tem, hoje vai beber Renan.

Renan: É, hoje eu vou.

Eles começaram a beber e dançar, Renan já tinha se tocado que estava em uma balada LGBT, haviam vários gays, ele trocou olhares com alguns, mas ainda não tinha coragem de chegar em ninguém.

Lucas: Achei vocês, nossa, estão lindos.

Renan: Valeu, estamos aproveitando o open – Ele balançou o copo.

Lucas: Cuidado com a bebida Renan, gente vamos ali no camarote que reservei.

Paula: Adoro camarote, parabéns Lucas, muitas felicidades.

Lucas: Valeu queridinha, mas é depois da meia-noite só, até porque se fosse hoje, eu ia ter pedido presentes no trabalho.

Paula revirou os olhos e o acompanhou. Entre bebidas e bebidas, Renan foi ficando cada vez mais alterado e se soltando. Ele estava adorando o clima da balada e as músicas.

Renan: Quero beijar alguém.

Paula: Acha um aí, eu arrumo o esquema.

Renan: Eu vou no banheiro antes.

Lucas: Espera que eu te acompanho.

Lucas foi atrás de Renan, do camarote até o banheiro, tinha que passar por um corredor onde alguns ficavam se pegando.

Renan: Com licença, é a fila do banheiro? – Ele tocou no homem que estava na sua frente.

Renan reconheceu aquele rosto quando o homem se virou. Samuel e Renan estavam frente a frente.

Lucas: Samuel, até quem fim você chegou né amigo! – Ele foi dar um abraço.

Os três se olharam. Um clima estranho no ar.

CONTINUA...

Obrigado pelos comentários, o próximo capítulo é na segunda ou terça gente.

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Comentários

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Muitas histórias que se cruzam ao longo do tempo.Tem um filme (6° de separação)que se baseia na teoria que existe sete pessoas em comum que se conhecem un ao outro.adorando a história. Continua logo por favor. Abraços . Bom dia.

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CADA VEZ MAIS INTERESSANTE. MAS DIGO QUE JÁ ME ANTIPATIZEI COM NEIA. E QUAL DOENÇA TERÁ JUVENAL?

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Interessante. Vamos ver o que vai acontecer depois desse encontro.

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