Olá, amigos!
Gente vocês me deixam tão feliz com os comentários... Nossa muito obrigado mesmo. Hoje também o capítulo saiu atrasado, desculpem. Mas dessa vez apenas alguns minutos.
Um beijo grande a todos vocês!
MUITO OBRIGADO PELAS LEITURAS!!!!
E MAIS AINDA PELAS BELAS PALAVRAS NOS COMENTÁRIOS!!!! OBRIGADO, OBRIGADO!!!!
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UMA ÓTIMA LEITURA A TODOS
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- Você tem mandato? – Atila pergunta. Adelmo fica em silencio por um tempo então Atila prossegue. – Então espera ai alguns minutos. – Ele fecha a porta, tranca e segurando minha mão me puxa para dentro do quarto mais uma vez. – Escuta, a gente tem duas opções, você se esconde e eu digo que não está aqui... Correndo o risco de se for o que desconfio, logo, logo ele voltar com um mandato. Ou a gente o recebe, grava tudo que ele disser...
- Meu medo – sussurro sem necessidade – é que ele sempre foi amigo do meu tio que não vale nada... Não quero que você se machuque nessa história... – contraio as sobrancelhas. Atila puxa meu pescoço pela nuca e tasca um beijo em mim, um beijo rápido, mas confiante.
- Inácio você ainda não percebeu que eu não quero mais que exista essa divisão de eu, você? Estou nessa com você – ele sorri de modo esperançoso – sei que parece loucura, mas se me permitir, se quiser eu embarco nessa com você.
Sou quem beija a boca dele com toda a vontade dessa vez, esquecendo até que alguém nos espera ali a alguns passos de nós. Olho para os olhos dele, meu coração está batendo forte. Beijo-o mais uma vez e assinto, ele segura minha mão com firmeza e nos dois juntos saímos do quarto. Atila aciona o celular e coloca em modo GRAVAÇÃO, deixa em cima da pilha de DVDs. Depois olha para mim, segura a maçaneta da porta e a abre, Adelmo está de costas para nos e apenas em uníssono fazemos um barulho como se estivéssemos limpando a garganta.
Ele se vira para nos e sorri.
- Posso entrar – ele mesmo quem diz.
- Por favor – Atila se adianta.
- Inácio, - ele estende a mão para mim – estou aqui para ajudar.
Hesitante solto a mão de Atila e aperto a dele. Mesmo assim mantemos uma distancia boa um do outro.
- Ajudar? – interrogo – Em que sentido você pode... Nós ajudar? – ele olha para Atila e eu me aproximo dele – o que tiver para dizer, diga na frente dele...
- Tudo bem. – Adelmo começa incomodado. – No dia em que o encontrei no Bar Clube do Sargento, a poucos dias. Não estava lá atoa. Estava em serviço... Eu estava seguindo você e seu amigo... E não, não foi a mando do seu tio... Mas porque vocês estão envolvidos, como sujeitos passivos, em um dos maiores e mais bem executados planos de troca de comando de facções criminosas do país.
As palavras dele não tem nada de difíceis, entendo frase a frase, só não consigo me associar a nada ali.
- Espera ai, - franzo as sobrancelhas – e o que um policial militar igual a você tem haver com isso? Meu deus... E porque eu e Robson estaríamos envolvidos... Quero dizer não estou entendo nada...
- Vim aqui justamente para explicar, - Atila segura meu ombro e eu passo uma mão por cima da sua. – Sou da corregedoria da policia militar do estado. E estou em um grupo que envolve além das três policias do estado brasileiro, em conjunto com o judiciário e o ministério público investigando a facção ao qual Emerson da Rocha Gaulês faz parte... Esse nome lhe é familiar? – tanto é que minha espinha gela na mesma hora, e não fosse às mãos de Atila, fraquejaria ali mesmo. – Inácio, eu estava infiltrado, investigando seu tio... E ele me levou até esse homem... Que me trouxe de volta a você. Na verdade vocês...
Segundo Adelmo, eu e Robson desde o inicio, quando nos conhecemos por causa de uma caneta no primeiro dia de aulas, fomos “recrutados”, pelos planos de Emerson. E meu tio só ajudou em tudo, e fez questão que eu fizesse parte. A isso Adelmo explicava que “seu tio não estava contente com a herança fácil que você ia receber dos seus pais”, mas também se me matasse ia ficar sujo com a família. Matar o próprio sangue de alguma forma parece sujar as leis loucas deles. Adelmo até puxa o ar enquanto me explica, as informações parecem tão fora do comum que chego a duvidar se tudo é mesmo real.
-... ele não me encontrou em frente a delegacia – tampo a boca ligando os pontos – mas o vídeo foi feito por Robson, ele está... Está envolvido nisso também?
- Em primeiro momento – engole em seco – achávamos que sim... Até poucos dias, quando foi dado o alarme entre eles e os morros começaram a ser invadidos... Acreditem se quiser com operação orquestrada até po policiais militares fardados... Eu e mais um colega estávamos de campana na porta do seu prédio, o grupo com Felipe de Souza o conhecido como Fefito chegou, levou Robson e nos o seguimos por pensar que ele estava fugindo com o pando... Tudo fazia sentido...
Os momentos seguintes a essa história eu mesmo podia completar, não fosse por um aperto no meu peito. Fechei os olhos e as imagens foram voltando todo o ocorrido e eu consegui colocar para fora:
-... enquanto você corria atrás dele, Emerson veio até minha casa e me levou para o morro e lá ele... lá ele... – travei, Atila me abraça por trás. Adelmo arregala os olhos parecendo surpreso.
- Ele em pessoa foi até lá? Naquele dia? – diz se aproximando.
- Já chega, já chega – diz Atila e eu me amparo nele – essa conversa toda... Deixe seu número, Email ou coisa parecida, Adelmo não é? A gente vai tomar algumas providencias e entramos em contato com você – Atila engrossa a voz. – Nos ligamos, o senhor, por favor...
- Eu entendo... – ele engole em seco – tudo bem aqui está. Robson está sobre proteção judicial, ele agora é testemunha... – diz ainda antes de entregar um cartãozinho para Atila.
Ele fecha a porta e quando não o vejo mais, consigo em fim respirar mais aliviado. Atila fica de costas para a porta e me fitando dali, eu também o encaro e não sei o que dizer. Respiro fundo e tento não me descontrolar mais, também não adianta nada. Tudo já aconteceu, engulo em seco, e saber onde Robson se encaixa nessa história toda... Se é que ela verídica como disse Adelmo, então Robson foi de alguma forma enganado. Não ia fazer o vídeo sem a intenção única de prejudicar Marcos, todos aqueles outros homens no vídeo, para ele devem ter passado despercebidos.
- Ah – falo de supetão – não quero pensar nisso... Podemos, por favor, voltar para o café da manhã?
- Eu ia propor isso mesmo, - ele sorri – todos nos temos problemas Inácio. – Ele beija o alto da minha cabeça e abraça meus ombros e eu suas costas – mas saco vazio, não para em pé...
Voltamos para o quarto, fico morrendo de medo daquele silencio maçante nos pegue. Mas não. Atila e eu, sorrimos enquanto comemos e até brincamos com o bolo de formigueiro, o meu favorito depois do segundo pedaço. Ele não pergunta nada, e eu sei que tem dúvidas. Eu também não comento nada enquanto ainda estamos saboreando tudo e deixando cair por ali migalhas na cama. A cesta é preparada por uma padaria dentro do condomínio mesmo, ele sorri ao explicar como me esperou pegar no sono para fazer o pedido ainda de madrugada.
Ele não tem vergonha de se fartar em comer, iogurte, pães, queijo, bolo, café, suco. Sorrio vendo isso, e também entro na comilança. No fim fica apenas o material em que vieram todas essas coisas.
- Eu levo isso – digo pegando a embalagem quase vazia, antes de cruzar o átrio da porta. Viro para ele e pergunto – os exames, que fiz ontem, só eu posso pegar? Porque – engulo em seco – ainda não sei se estou pronto para sair de casa...
- E depois de tudo que esse cara disse, - ele arfa – nem deve pensar nisso mesmo. Eu vou sair, porque tenho que passar na empresa faz tempo que não apreço por lá. E deixa comigo eu pego os exames e trago para você. Agora, estou pensando uma coisa... Deixa isso ai, vem cá – ele me puxa para a frente dele – hoje mesmo vou entrar em contato com um amigo, ele é advogado. Vai saber melhor como você deve agir...
- Eu... Nem sei o que dizer – digo segurando a mão dele – só muito obrigado por tudo...
Ele beija meus lábios, e nossos corpos se unem, eu em cima dele e o barulho da cesta fazendo rangido no chão perto dos nossos pés. Atila morde meu lábio, ele não desce sua mão até minha coxa, mas funga em meu pescoço. Eu o abraço forte, sem saber mesmo como agradecer por toda esta compreensão, nunca, nunca, eu ia imaginar que ele seria essa rocha na minha vida.
Não sei a quem devo agradecer, penso comigo mesmo, sentindo ele se animar lá embaixo.
- Hum... Eu adoraria continuar isso – ele diz e resfolega – mas sei que pra você deve estar sendo um momento difícil... Minha irmã coitada passou por tudo e... Essas coisas abalam muito... No caso dela foi o vídeo, a confiança quebrada, tudo junto, mesmo assim... Você sofreu uma violência sem tamanho Inácio, eu sei respeitar isso... Mesmo sendo difícil – ele diz sorrindo e olha para baixo.
Volto a beija-lo. Nos nós amassamos, mas logo ele sai para o banheiro, se demora lá dentro, e eu fico com meus pensamentos. Penso na vinda de Adelmo, no grande problema em que eu me meti e em ter colocado Atila nisso também. Penso se serei capaz de dar prazer a ele de novo, e sentir prazer também com seus toques. Cada lugar no meu corpo onde as mãos de Emerson tocaram são como marcas fincadas em mim. Eu poderia apontar cada uma. Respiro fundo e começo uma limpeza no quarto de Atila, mesmo sem ele me autorizar.
Puxo lençol da cama, sacudo tudo. Ele volta com a toalha enrolada na cintura e os pingos de agua no corpo. No torso principalmente. Vê-lo assim faz meu ventre dá um formigamento e minha espinha esfriar. Mordo o lábio inferior, e sim, eu ainda vou conseguir sentir prazer com esse homem, penso quando nossas bocas ainda estão grudadas de novo.
Ele não me força a nada, e eu também não avanço ainda, apesar de saber que o prazer ainda está ali. Eu o ajudo a se vestir, e quando fecho a porta, tendo a rica informação de que há uma arma de choque na segunda gaveta do seu quarto, e depois saber que posso ligar pra ele a qualquer momento, depois da lista de recomendações. Fico sozinho com os DVDs, desenhos, e toda a bagunça da casa. Não tiro nada do lugar, mas me permito organizar. Tirar poeira, varrer a casa, limpar banheiro, geladeira, e tudo o mais. Isso vai ajudando meus pensamentos a assentarem.
Quando dou por encerrado tudo isso, sento no sofá e fico observando os projetos na parede por todo o canto. Sorrio para isso. Eu também tenho um projeto... Não fosse tudo ter acontecido como aconteceu.
Levanto e vou para o banheiro, tomo um longo banho... E quando saio só então ai, lembro-me das roupas... Abro o guarda-roupa de Atila e procuro alguma que caiba em mim, a maioria fica maior. Não tanto, mas passa um pouco. Encontro um pacote de cuecas que pelo cheiro delas, deduzo serem novas. Visto uma e uma camisa dele mio surrada, e um short também tactel, manchado de tinta. Caminho pela casa, e como em toda parte há lápis e papel... Rabisco nomes de lojas, como seria? Roupas. Sorrio ao me imaginar no meu próprio negócio.
É o sonho mais idiota do mundo, mas desejo está na minha loja... Naquele espaço onde imaginei arrumando as arraras com as roupas escolhidas por mim...
- Eu ainda vou conseguir fazer isso – digo em voz alta.
Volto a pegar o papel. Olho os nomes rabiscados, e talvez tenha me demorado demais nisso porque Atila abre a porta de casa. E seu sorriso só pode significar uma ótima noticia.
- Seus exames, - ele diz avançando até mim – você não tem nada meu amor...
Ouvi-lo me chamar de “meu amor” atiça em mim algo forte o suficiente para eu me atracar a ele, não tanto pela noticia, que é ótima. Mas pela forma segura com a qual ele disse “meu amor”.