Menino de Rua...1x04

Um conto erótico de Ultra
Categoria: Homossexual
Contém 1456 palavras
Data: 02/06/2019 23:04:19
Última revisão: 02/06/2019 23:08:49

Nos capítulos anteriores...

Enrique, meu primeiro e único amor, voltou para minha vida depois de cinco anos, namorando a minha irmã, mas ainda me desejando. Nesse momento eu estava preso na parede pelos braços e corpo completamente pelado...

*

Menino de Rua... 1x04

*

2012

Lia estava deitada no meu colo chorando e soluçando, estava assim há cerca de 40 minutos. Havia chegado aos prantos e só queria minha companhia. Como um bom irmão, fiquei parado alisando seus cabelos enquanto ela colocava suas lágrimas para fora.

- Lia, irmã, o que houve? – Perguntei tentado entender o motivo.

- Samuel terminou comigo. Ele me trocou por outra – O choro ficou mais forte depois que ela conseguiu desabafar. Eu só poderia abraçá-la naquele momento.

- Vai passar, Lia. Vai passar, terão outros que saberão te dar valor e te amara tanto que nunca irá fazer esse tipo de merda. – Foi o que eu tinha para dizer.

*NÃO!!!

A imagem de Lia chorando em meu colo me despertou para aquela realidade. Enrique estava pelado beijando meu pescoço, seu pau estava duro, mas ele namora a minha irmã. E ela não merece isso. Ele ficou assustado com a minha reação.

- Não?! – Ele perguntou pegando a toalha e se cobrindo.

- Não, não podemos. Não farei isso com a minha irmã – Eu disse e dando as costas saí da casa deles.

Respirei fundo quando cheguei à rua, não conseguia esconder minhas lágrimas. Ele estava ali na minha frente ainda a pouco, eu poderia mais uma vez ter ele dentro de mim, mas Lia não suportaria passar por isso, eu poderia sofrer por nós dois. Já passei por tantas coisas, aquilo seria só mais um em turbilhão de acontecimentos. Naquela noite eu dormi de tanto chorar. Eu precisava esquecer o Enrique, apagar o que eu sentia por ele, apagar nossa história. Reescrever a minha.

*

Eu estava em uma praça em um bairro distante do meu, havia marcado com um cara pelo Grinder. Marcamos primeiro de nos encontrar em público e depois vê o que rola. Eu estava disposto a transar com outro cara sem precisar que me paguem, eu queria sentir que era possível esquecer Enrique, que era possível eu ser eu. Enquanto eu esperava sentado em um banco da praça, dois meninos de mãos dadas passaram por mim. As pessoas olhavam, alguns caras davam risadas e outros sussuravam. Eles dois não estavam nem ai, continuaram a viver sua história, dividindo sorvete e dando leves beijos. Fiquei hipnotizado por um tempo até que um senhor sentou do meu lado observando os dois também.

- Percebi o senhor olhando para aqueles garotos, não ta pensando em fazer nada com eles, está? – O senhor perguntou.

- Não, logicamente não – Respondi – Só estava olhando.

- Eu fico feliz quando vejo jovens assim andando de mãos dadas, mostrando o que sentem um pelo outro e que fodasse o mundo... Em enterrei meu grande amor no mês passado.

- Meus pêsames. Perdoe a pergunta, mas era um homem? – Perguntei curioso por ele chegar conversando dessa forma.

- Por Deus, claro. Tivemos uma história difícil, complicada. Naquela época, homem tinha que ser macho, sabe? Se papai me pegasse usando o pinto do Roberval para pescar, seria uma surra daquelas – Ele falou rindo e eu ri – Vou te contar minha história: Eu e o Roberval éramos vizinhos, nos pegávamos desde novinho quando brincávamos de esconde-esconde pela rua, com o tempo as coisas foram ficando difícil e pecaminosas para ambos filhos de católicos. Na vida adulta, tínhamos que marcar banheiros públicos para consumir nossos atos. Em meio a merdas e mijos nosso amor prevaleceu por anos e anos, casamos, construímos família, mas sempre nos encontramos assim. Naqueles banheiros sujos era onde eu me sentia mais limpo comigo mesmo. Nossas esposas morreram primeiro que a gente, ficamos só nós dois, ainda escondidos por causa dos nossos filhos. Eu daria tudo... Como é seu nome, filho?

- Err, Bruno – Eu disse sentindo um grande nó na garganta.

- Eu daria tudo, Bruno. Para viver na época de hoje, segurar nas mãos do Roberval e falar que eu o amava. Nunca dissemos isso um ao outro, não, não. Nunca. Amor era divino e o que tínhamos era pecado, um pecado gostoso, diga-se de passagem – Ele falou fazendo com as mãos o que seria o tamanho do pinto do Roberval – Enterrei ele mês passado, meu amigo, meu amor – lágrimas escorreram dos olhos enrugados daquele senhor. Eu não sabia o que falar naquele momento, eu sentia tudo o que ele sentia, e por um momento me vi no lugar dele em pleno 2019, bem distante da época em que ele estava contando.

- Bruno né? Já te contei a história do Roberval? – Ele disse e o neto dele apareceu.

- Vovô, graças a Deus te achei, vamos, venha – O garoto falou e levou aquele senhor.

Fiquei ali naquele mesmo banco olhando os rapazes que aos poucos iam longe até sumir de vista. Eu tinha um grande amor também, mas poderia eu lutar por ele? Lutar por alguém que não se aceitava? Poderia eu me aceitar e deixar permitir andar de mãos dadas com outro homem? Ser homem é tão cruel. De longe vi o carinha que marquei pelo Grinder. Ele andava em minha direção e eu corria para o mais longe possível, não era com ele que eu queria fazer amor e não sexo pela primeira vez.

*

2012

Eu estava no quarto da Jéssica junto com Débora, assistíamos a saga crepúsculo, nunca fui muito fã, mas era o que as meninas gostavam

- Como vocês pensam sua primeira vez? – Jéssica perguntou – Eu penso a minha com o Felipe do segundo ano, depois de um baile, a luz da lua.

- Você é tão romântica, Jéssica – Débora falou.

- Fale, como você pensa a sua? – Continuou Jéssica.

- Ahh, não sei, no escuro talvez, sem olhar meu corpo – Débora respondeu.

- E você, Bru?

- Sei lá, qualquer jeito – Respondi secamente. Dos três somente eu já havia transado ali e não foi dolorido, mas foi com quem eu queria e isso tinha sido legal, mas ouvindo Jéssica falando, eu gostaria que o Enrique tivesse me tocado mais, me beijado mais, me amado mais

*

2018

Desci do ônibus longe de casa, queria andar um pouco com os meus pensamentos. Em 2011 eu tinha perdido a virgindade com o Enrique, ele me pagou por isso, assim havia me livrado da culpa de ser gay. Mas no fundo eu sempre soube o que eu era, sempre fui o único da turma a andar com Jéssica e Débora. Desde criança brincava mais com minha prima e olhava o meu primo com outros olhos. Não sei se minha vida ta desse jeito por eu ser assim ou as consequencias de ser assim para a sociedade. Estarei fadado a vê o homem que amo casando com minha irmã? Ela com certeza me chamaria para ser o padrinho, eu estaria no altar, imaginando ser o outro noivo e no final iria ver os dois se beijando, no dia seguinte, na lua de mel, ele estaria batendo na minha porta com dinheiro na mão. No meio tempo, nem me dei conta de que já tinha andado tanto e estava passando pela porta da casa da Jéssica, minha antiga amiga de escola, que vontade de bater na porta e conversar, mas Jéssica e muito menos Débora queria me vê novamente em suas vidas. Caminhei em minhas solitárias angústias para casa.

*

O carro do Enrique estava estacionado na porta de casa, o que será que ele queria? Pela hora, Lia ainda estava no trabalho, então ele estava sozinho lá em casa com meus pais. Entrei.

- Finalmente apareceu o bonito – Disse meu pai.

- Boa tarde – Falei olhando para eles, mas não quis cruzar meus olhos com Enrique.

- O que aconteceu?! Cadê a Lia?! – Perguntei já preocupado,

- No trabalho – Reconheci a voz do Enrique, mas não quis olhar para ele.

- Filho, vou pedir para você acompanhar o Enrique até a chácara para ajudar a dar uma arrumada por lá, iremos virar o ano lá – Disse meu pai.

- Enrique está de folga e Lia pediu para ele ajudar. Amanhã pela manhã vamos ajudar também – Disse meu pai – Ainda temos algumas coisas para resolver, mas iremos todos amanhã e queria que vocês adiantassem e levassem algumas coisas e conferissem que estava tudo certo por lá.

- Quer que eu vá pra lá hoje com o Enrique? – Perguntei ao meu pai.

- Sim, Bruno. Vamos só eu e você – Enrique falou e olhei para o sorriso dele - Comprei até umas bebidinhas para gente.

Continua...

No próximo capitulo...

Uma chácara. Bebidas. Sozinhos. O que pode acontecer?

Demorou um pouquinho, mas chegou.

Mais uma vez quero agradecer o apoio e carinho de vocês pelos comentários. Espero que estejam gostando mais e mais, agora a história vai começar a esquentar nos capítulos seguintes.

Bjs e abraços!

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Comentários

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hummm Henrique você é um ator só pode

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Menino que maravilha de conto kkkkMuito bom alguns leves erros na escrita, mas a história em si é maravilhosa . Estou gostando muito desse conto está de parabéns , já estou ansiosa pelo próximo só espero que não demore kkkkk

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Sou a favor do romance entre os dois, mesmo que escondido. Mas, como eu sempre digo, a história é do autor. Se me permite uma critica técnica, dá uma revisada na escrita. Tem alguns errinhos bem chatos. Mas, a história está linda.

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Tentando fugir, mas a caça vem atrás da presa

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Que Bruno continue firme e não vá para a chácara com Henrique.

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