Aos dezoito anos, quando entrei para a faculdade, eu ainda era virgem, BV e muito inocente. Isso era devido à minha mãe ter sido superprotetora comigo na infância e ficar me controlando, com medo de eu sofrer violência ou usar drogas. Só o que o que ela não sabia era que as universidades são verdadeiros antros de perdição para os jovens ingênuos.
Logo no primeiro período, na minha turma de Cálculo I, eu fiquei conhecendo um veterano já duas vezes repetente na matéria e que não poderia perder de novo, sob pena de ser jubilado. O nome dele era Leonardo. Ele era alto, bronzeado e tinha jeitão de surfista. Ele logo se afeiçoou a mim por eu ter o riso fácil e ele ser piadista, metido a comediante (ele dizia "Você acha que eu sou muito engraçado, mas eu sou apenas um comicuzinho").
Certa tarde de quarta-feira, quando deveríamos ter 4 tempos seguidos de Cálculo I, nos deparamos com um aviso na porta da sala informando que o professor tinha faltado e a aula estava cancelada. Eu me queixei, "E essa agora, eu tenho que esperar até de noite pra aula de Física", e Leonardo respondeu, "Eu também, eu tenho Geometria Descritiva de noite", e ficamos reclamando do nosso curso ser turno integral.
Leonardo então sugeriu, "Eu tô com o carro aí, podemos ir para o shopping dar uma volta". Eu topei e logo estávamos seguindo no seu Corsinha para matar o tempo livre. Ele disse, "Esse carro não impressiona a mulherada, mas dá pra catar uns calouros" e eu ri um pouco nervoso, por ele estar me comparando com as marias gasolina.
Largamos o carro no estacionamento e fomos dar umas voltas, olhando as vitrines das lojas. O shopping estava bem pouco movimentado naquela tarde de quarta; só quem estava lá eram os desocupados da vida e quem precisava fazer alguma compra rápida. Quando dobramos um determinado corredor curto com apenas uma ótica e duas joalherias, vimos que a única pessoa que vinha no sentido oposto era uma senhorinha de uns 70 anos desacompanhada. Leonardo teve um impulso maldoso e falou assim para mim: "Vamo assustar a vovó, me dá a mão!"; eu não entendi nada e perguntei, "O quê?!". Ele pegou a minha mão e começou a balançar para frente e para trás conforme andávamos, como se fôssemos um casal de namoradinhos apaixonados!
A velhinha notou a forma como estávamos andando e continuou caminhando na nossa direção desviando o olhar, fingindo que estava lidando com naturalidade. Mas foi só cruzarmos caminho com ela, que o Leonardo cumprimentou numa voz bem melosa, "Boa tardjjji, vovó-ó", enquanto ainda me levava pela mão. Ela, muito séria, fingindo que não tinha visto nada demais, respondeu, "Boa tarde, meus filhos", e seguiu como se tivesse visto uma assombração!
Minha cara quase caiu de vergonha! Aquela senhora agora achava que a gente era mesmo um casal gay! Mas o Leonardo gargalhava sem parar, muito satisfeito com a travessura que ele aprontou. Eu acabei rindo também, um pouco de nervoso e um pouco porque eu não consigo ficar sério quando outra pessoa está rindo da minha frente.
Em seguida fomos para a praça de alimentação tomar um milkshake numa lanchonete. Normalmente aquilo não teria me deixado tão encabulado, mas agora eu ficava me preocupado que outras pessoas tivessem a impressão que nós éramos um casalzinho gay. Ficava olhando ao redor para saber se alguém estava reparando na nossa mesa, mas havia poucas pessoas no entorno e todo mundo parecia ocupado com seus telefones ou outros interesses.
Terminamos os nossos milkshakes e logo voltamos a passear pelos corredores do shopping, do que rapidamente nos cansamos devido à falta de movimento e a monotonia de olhar de novo os mesmos produtos. E ainda tínhamos praticamente três horas para enrolar antes de voltarmos para a faculdade!
Leonardo deu a sugestão: "Vamos ver um filme no cinema!", mas eu recusei, dizendo que estava sem dinheiro para o ingresso. Ele respondeu "Não tem problema, eu pago pra você".
Na bilheteria foi que eu me senti realmente constrangido, quando Leonardo falou "Duas inteiras" e pagou nossos dois ingressos. Depois de termos andado de mãos dadas (ainda que só um trechinho) e tomado milkshake juntos, agora estávamos entrando juntos no cinema: aquilo estava mesmo parecendo um encontro! E pra piorar tudo o filme que ele tinha selecionado era "50 Tons de Cinza", que estava em cartaz no início daquele ano. Ele justificou a escolha dizendo que o filme tinha "uns peitinhos massa".
A sala de cinema estava quase vazia, o que é compreensível tratando-se de uma quarta-feira pouco depois da hora do almoço; além de nós, só havia um casal de namorados sentado bem perto da tela. Nós nos sentamos mais para o fundo.
Foi só a luz se apagar e a abertura do filme se desenrolar na tela, que a mágica começou a acontecer. Ali, no escurinho, prestes a ver o meu primeiro filme de classificação restrita no cinema, de repente comecei a ter um sentimento de excitação incomparável com qualquer outro momento da minha vida! E a presença daquele meu colega de faculdade servia para me confundir as sensações.
Mas Leonardo não estava nem um pouco confuso, ele sabia bem o que queria e porque havia me levado ali! Suavemente ele passou o braço em torno dos meus ombros e me aconchegou no seu peito. Primeiro eu olhei para ele, confuso, tentando enxergar o que estava se passando no tênue reflexo da luz da tela. Mas logo eu me deixei aquietar pela penumbra e a quase-privacidade, deixando me levar e me acomodando no corpo dele. Leonardo começou a fungar no meu ouvido, a roçar seu cavanhaque alourado no meu rosto, tocando minha face com o seu nariz e lábios, quase me beijando, mas sem chegar a fazê-lo. Eu me tremia todo, nervoso e inexperiente.
Incapaz de conter a minha curiosidade, eu virei o meu rosto de frente para o de Leonardo e ele encarou esse gesto meu como um convite. Pouco a pouco ele foi se aproximando ainda mais de mim e virando ligeiramente o ângulo da cabeça, indicando claramente que estava preparando um beijo! Eu mal conseguia acreditar que eu estava prestes a perder o meu BV e ia ser logo com um homem! Eu nunca havia tido desejos homossexuais, nem mesmo curiosidade de experimentar qualquer coisa com outro garoto. Na verdade, eu nem mesmo gostava de ver homens nus em filmes pornô, razão pela qual eu costumava me masturbar para cenas de mulheres sozinhas ou lésbicas.
Mas o inevitável acabou mesmo acontecendo: Leonardo e eu nos beijamos no cinema! Era como se o apreço e sentimento de amizade que eu tinha por ele superassem a minha repulsa ao pensar em intimidades entre homens. Na verdade, a única coisa que passava na minha cabeça era a dúvida "Será que ele vai perceber que eu sou BV?", o que sempre tinha sido a minha maior preocupação relativa à expectativa do primeiro beijo. Mas foi só a sua língua invadir a minha boca que eu fui aprendendo bem naturalmente os movimentos que duas bocas apaixonadas devem fazer em sincronia.
Quando nossos lábios se separaram, eu olhei incrédulo para Leonardo, precariamente iluminado pela claridade da tela. Meu coração pulsava a mil! Eu mal conseguia acreditar no que estava ocorrendo. Ele sorria afavelmente para mim, com uma expressão amigável, sem malícia. Imediatamente ele lascou outro beijo na minha boca, mais intenso só que mais curto. Nós nos entreolhamos de novo. Em seguida mais um beijo, seguido de um olhar, mais outro e mais outro, até que eu fiquei sem fôlego. Foi então que ele murmurou no meu ouvido "Pega no meu pau, pega" e levou minha mão até o volume na sua bermuda!
Completamente atarantado, em nem pensei em resistir. Só fiquei apalpando a ereção dele por sobre o pano. Aquilo tudo estava acontecendo muito rápido pra eu conseguir processar, era como se eu estivesse testemunhando a minha própria transformação numa pessoa diferente, eu nem me reconhecia!
Nós dois trocamos mais um beijo longo, daqueles que fazem a gente perder a noção do tempo. Quando nossas bocas se despegaram, estava começando na tela a primeira cena de sexo do filme. Leonardo abriu a braguilha da bermuda e puxou o pau duro para fora! Era inacreditável -- eu fiquei sem reação. Ele guiou a minha mão e me fez segurar o seu membro rijo, iniciando os primeiros movimentos da punheta que eu batia para ele. Pela primeira vez na vida eu tocava em outro pênis além do meu! Que loucura, e bem ali num local público! Na minha mente de hétero, eu entendia que eu estava punhetando o meu amigo enquanto ele se excitava com os seios da atriz na tela, e aquilo me dava uma sensação gostosa de estar contribuindo para o prazer dele, algo que eu nunca imaginei que fosse me excitar!
Ao final da cena, Leonardo sussurrou no meu ouvido "Vamos pra minha casa?", ao que eu muito relutantemente acabei concordando. Ora, aquela nossa tarde estava toda parecendo um primeiro encontro e se nós fôssemos terminar na cama, eu estaria fazendo papel de puta. Será que era aquilo mesmo que eu queria?