Teimosia tem limites- I

Um conto erótico de Marcos
Categoria: Homossexual
Contém 1786 palavras
Data: 03/06/2019 01:34:30
Última revisão: 03/06/2019 01:38:57

Era madrugada e eu estava dormindo a solto quando senti alguém me cutucando...

- Dr. Marcos… Dr…Dr.

- Oi, oi… diga, Juliana.

- É que eu queria saber se o Dr. pode atender um paciente que precisa de sutura?

- Juliana, você já sabe que eu não posso ficar fazendo suturas sem supervisão do plantonista e ele está em cirurgia. E se for emergência não posso simplesmente suturar, o plantonista vai ter que avaliar antes.

- Eu sei, Dr. mas é que é um PM de folga e já está já a um tempo esperando, está bem impaciente. E na verdade ele é de pós-operatório do Dr. Wesley, disse que os pontos abriram. Já que o Dr. é o único interno de cirurgia hoje, mesmo não sendo o protocolo...

- E desde quando só porque é PM ele tem tratamento especial? Aqui não é Hospital privativo da corporação! O que esse cara tá fazendo aqui se ele é pós-operatório?

- Bom, fiz minha parte ele está com o metacarpo e falange proximal do dedão da mão direita praticamente expostos, mas vou dizer a ele pra ele esperar mais. Que o Dr. Wesley está em cirurgia.

Bom, ele tava com um corte bem grande, na base do dedão até quase a ponta, eu ia ser obrigado a atendê-lo.

- Ah, tá bom, vou lá. Pede a ele pra ir ao consultório 3. Só preciso escovar meus dentes e lavar o rosto e chegar algumas coisas com o Dr. Wesley. Que horas são?

- Ok, muito obrigada. São 02h40. O Dr. vai me salvar. A Dra. Luana prescreveu buscopan ele já está na metade. Vou encaminhar ele da enfermaria pro consultório.

Só o que me faltava, quase 03h da manhã ter de ir suturar. Óbvio que não sendo o protocolo, eu fui até o centro cirúrgico conversar com o Dr. Wesley antes até porque era paciente de pós-operatório. Fiz a higiene, peguei a ficha do paciente e óbvio, colocaram até a patente do dito cujo, tamanha a audácia. Como se eu fosse atender ele fora do protocolo só porque ele era o “Soldado” Higor.

- Dr. Wesley, boa noite. um paciente está no PS precisando de uma sutura, está com o metacarpo e a falange de dedão direito quase expostas. É paciente de pós-operatório do Dr.

- Dr. Marcos… meu jovem, você vai ter de ser um pouco mais específico tenho no mínimo 5 pacientes em pós-operatório desse procedimento.

- Desculpe, Dr. É um Soldado da PM, nome Higor Pontes, está em pós-operatório… aqui diz que tem 9 dias.

- Ah. Sei qual é… sabia que esse infeliz ia cagar o meu trabalho. Horas depois da cirurgia ele já estava querendo saber quando ia poder atirar, acredita?

- Acredito… bom, posso suturar ou espero o Dr. acabar a cirurgia?

- Não, vou levar mais 2h, no mínimo nessa cirurgia, pode suturar, prescreva um ultrassom porque assim que eu sair dessa cirurgia eu vou ter uma conversa séria com esse infeliz. 9 dias... 9. Era pra ele estar tirando os pontos não tendo de dar novos!

- Ok! Fui.

Passei na enfermaria, peguei o kit de sutura e fui para o consultório.

- Boa noite!... entrei na sala e imediatamente senti um cheiro forte de bebida. Além de estar no PS aquela hora, estava bêbado

- Boa noite Dr… ué. você não é o Dr. Wesley! - disse ele, mas visivelmente enrolando a língua.

- Certamente, sou o Dr. Marcos, interno de cirurgia do Dr. Wesley, e como já devem ter lhe dito ele está em cirurgia e vai demorar.

- Demorar mais? Faz horas que eu estou no pronto socorro, com frio, e com essa mão aberta. - e de fato, era pra sentir frio mesmo. Ele estava com uma calça de sarja bege e um sapatênis branco, além disso um relógio na mão esquerda, que presumo tenha tirado quando chegou ao PS porque era branco e estava manchado de sangue. Além do relógio ele estava com uma camisa azul claro sobre ombro esquerdo também manchada de sangue e podia ver uma pedaço de uma tatuagem.

- Eu entendo, Sr. Higor, mas…

- Soldado!

- O que?

- É Soldado, não Sr!

Respirei fundo, fiquei calado uns instantes e ele me encarando. Resolvi ficar calado por alguns minutos para não ferir a ética médica e acabar xingando ele ali mesmo dentro do consultório pois só o fato de ser acordado pra tratar de um pós-operatório às 03h da manhã já tinha me irritado o suficiente. Resolvi então prescrever o ultrassom e medicamentos.

Quando estava quase terminando de digitar ele volta a falar:

- Desculpa, Dr…

- Marcos!

- Então, desculpa, é que estou nervoso, e não estou acostumado com estranhos me tratando por outro pronome de tratamento. E olha, eu tô com dor. Esse remédio tá passando eu tô com dor, e esperando já a muitas horas.

- Então, Soldado Higor, como eu ia dizendo… percebi neste momento que ele deu um leve sorriso. Ignorei e continuei… o Dr. Wesley está em cirurgia e irá continuar por mais várias horas, eu irei fazer o procedimento de sutura. Prescrevi além dos medicamentos enquanto o Sr. ficar na enfermaria, um ultrassom, pois o Dr. Wesley irá conversar com o Soldado logo após o término da cirurgia!

- Não!

- O que foi dessa vez, Soldado?! - disse impaciente já respirando fundo e sem olhar diretamente para ele.

- Não vou deixar você mexer na minha mão. Onde já se viu, um estagiário sair por aí operando. Eu não deveria ter visto nessa bosta de hospital público deveria ter esperado o Dr. Wesley amanhã cedo no hospital da polícia.

Chega, aquilo ali já estava passando dos limites…

- Soldado, eu já fui muito tolerante, são exatamente 03h10 da manhã, eu tenho mais o que fazer! Não quer que eu feche o ferimento? Ok! Não tem problema. Quem está se arriscando a pegar uma infecção seríssima é você, Soldado. Fora que você realmente nem deveria estar aqui, sua ficha diz que você é de pós-operatório, já era pra estar retirando os pontos, sabe-se lá o que você aprontou pra abrir o corte da cirurgia, que por sinal, era mínimo muito menor do que esse. Já que não quer receber tratamento volte para a enfermaria! E por sinal, eu não sou estagiário, eu sou interno de cirurgia e já fiz procedimentos muito mais avançados do que essa sutura que nem de longe, lembra uma cirurgia!

O Soldado Higor estava com os olhos arregalados e olhando para cima -, pois na raiva nem percebi que havia levantado -, e nossa, que olhos, era de de um tom azul-esverdeado, lindos. Após ter me exaltado voltei a me sentar.

- Você não tem o direito de falar assim comigo. Eu sou um paciente, estou com dor.

- Eu tenho todo o direito de falar assim com você, Soldado, porque eu já lhe expliquei a situação. Seu caso não é de risco iminente de morte. Na verdade, neste momento é o Sr. quem está se colocando em risco ao recusar tratamento.

- O Dr. tem certeza que pode fazer essa cirurgia? Eu atiro com a mão direita. Promete que não vai ter nenhum problema? Não posso ficar com sequelas!

Bufei… olhei novamente nos seus olhos e vi que na verdade ele estava mais assustado do que com raiva, ou nervoso. Naquele momento me arrependi de ter sido ríspido com ele. Talvez se eu tivesse tranquilizado-o.

- Soldado… - disse, tomando fôlego e olhando nos olhos dele e adotando uma postura mais amena e um tom de voz mas professoral -. Como eu disse, é um procedimento simples, eu só vou fechar a ferida. Não vou performar nenhuma cirurgia. Quem irá fazer isso será o Dr. Wesley, quando ele sair da cirurgia e se for necessário. No momento a única coisa que precisamos fazer é fechar essa ferida pra você não pegar uma infecção. Eu sei que é assustador pra você, talvez ter o risco de ficar com sequelas, mas eu não tenho conhecimento técnico-científico pra lhe dizer isso. Somente o Dr. Wesley vai poder dar um diagnóstico. Porque não fechamos essa ferida, fazemos ultrassom e logo, logo o Dr. Wesley vai estar aqui pra tirar suas dúvidas

Eu realmente deveria ter começado desta forma pois o Soldado Higor que estava com o corpo todo armado, e com olhar de medo no rosto, mudou completamente sua postura. Relaxou os ombros, desfez a cara carrancuda misturada com choro e esboçou um sorriso.

- Ok, Dr. muito obrigado por me explicar. Pode fazer o procedimento.

- Ok então, deita nessa maca atrás de você, deixa essa camisa ensanguentada e esse relógio aqui em cima da minha mesa.

O Soldado Higor levantou e neste momento quem teve de envergar o pescoço para cima fui eu, pois ele era extremamente alto, eu não tinha percebido isso ainda. Ele provavelmente chegava aos 1,90, acho que passava.

Ele então, cambaleou e quase apoiou na mesa com a mão machucada, o que certamente o faria gritar de dor pois estava apenas com medicamento pra dor e não com anestésico. Mas ainda teve um reflexo suficiente pra apoiar com a outra mão.

-. Me dá isso aqui. Disse, levantando e dando a volta na mesa para ficar de frente pra ele e pegando seus pertences. Ao chegar mais perto percebi que além do álcool um perfume amadeirado exalava de seu pescoço que ficava um pouco acima do meu nariz pois eu sou bem baixinho.

Peguei sua camisa e relógio e ele pediu que eu pegasse a carteira e celular nos bolsos da sua calça o que fiz, para que ele não ficasse muito tempo em pé. Nos movimentos acabei roçando meu braço na lateral da sua barriga, e rapidamente senti o calor de seu corpo. Ele estava quente e minha vontade era de prolongar o toque, mas o ajudei a deitar. Bom, ele era realmente grande, ficou com os pés um pouco pra fora da maca.

Bom, com ele ali deitado pude analisar melhor seu corpo, ele não tinha pêlos no peitoral, mas ele tinha o caminho da felicidade com pêlos levemente dourados, mas poucos, não era uma mata, era aparado. Seus braços eram particularmente grandes, não bombadões, mas grandes e definidos, lindos. Sua tatuagem, pude ver depois, era uma dragão que saí do peitoral esquerdo, subia o ombro e terminava no bíceps.

Não sei por quanto tempo fiquei observando seu corpo pois ele logo chamou…

- Dr. minha mão tá doendo muito, muito mesmo. Acho que o remédio foi totalmente embora… - disse isso com um misto de careta de dor com sorrisinho e eu percebi que fui pego numa indiscrição.

- Claro, soldado. Só preciso de mais alguns dados...

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Bom pessoal, por hoje é só. Não sei ainda quantos capítulos serão. Mas não acho que mais de 4. Comentem o que gostaram, o que não gostaram pra que eu possa desenvolver esse conto de maneira bacana pra vocês.

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Comentários

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Muito sensual e erótico de se imaginar no lugar dos personagens. Parabéns por criar narrativas tão sensuais.

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INTERESSANTE. DE FATO NUM HOSPITAL PÚBLICO NÃO EXISTEM PATENTES E SIM PESSOAS QUE NECESSITAM DE ATENDIMENTO MÉDICO ESPECIALIZADO. NÃO CREIO QUE EM NENHUM MOMENTO O MÉDICO DESTRATOU O PACIENTE. ESSE SIM QUE SE MOSTROU ARROGANTE. AH, ISSO É COISA MESMO DE POLICIAIS. CREIO QUE FOI CURTO DEMASIADO O CAPÍTULO. POR SER O PRIMEIRO PODERIA SER UM POUCO MAIS ALONGADO. MAS CREIO QUE PODE PROSSEGUIR. ME PARECEU INTERESSANTE. VERMOS O QUE VAI ROLAR ENTRE MÉDICO E PACIENTE. VOU FICAR ATENTO A ÉTICA MÉDICA. RSSSSSSSSSSSSSSSS

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