Eu estava distraído, quando o amor me achou - CAPÍTULO 45 (PENÚLTIMO CAPÍTULO)

Um conto erótico de Lissan
Categoria: Homossexual
Contém 2067 palavras
Data: 28/06/2019 18:22:09
Assuntos: Gay, Homossexual

OLÁ!

Ontem não deu para postar, primeiro porque o site bugou aqui no meu PC e não consegui de jeito nenhum.

Galera a história está em reta final, e esse era para ser o último. Mas decidi escrever esse e mais um. Porque ia ficar coisa demais para um capítulo só.

Então espero que vocês gostem hein? Um beijaço para vocês, um grande abraço, e muito, muito, obrigado!!! Obrigadão por estarem aqui!

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UMA ÓTIMA LEITURA PARA TODOS

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A faixada da loja ficou pronta hoje, duas semanas e nove dias depois do jantar/recepção na casa dos pais de Atila...

E que noite! Atila não se importou em se arrumar como deveria, e eu puxei a orelha dele. Não ia a um lugar todo refinado acompanhado por um mendigo, mesmo que esse mendigo fosse a coisa mais fofa zangado como ele. O ajudei a se vestir de forma adequada, tirei do seu guarda-roupa o conjunto grafite de blazer e calça slim, uma bela camisa dupla face de linho azul marinho, e desejei passar para ele a correntinha de São Jorge. Mas fui impedido imediatamente por sua mão, Atila sorriu para mim e segurou meu pulso.

- Não, - ele me disse olhando para mim – deixo você me vestir como quiser, mas essa volta é sua, um presente meu... E mais, depois que você começou a usa-lo, não sei se percebeu mais tudo deu certo.

Sorri para ele ao ouvi-lo dizer essas palavras, e quando ficamos prontos, seguimos para a casa dos pais dele, em um bairro distante do que nós estávamos. Para me sentir mais confortável, pedi a Atila para Robson também participar da recepção, já que não seria um jantar apenas em família, envolvendo outras pessoas. Ele não objetou, e dessa maneira meu melhor amigo foi com a gente para a tal mansão.

Robson não estava recusando, nenhum convite meu para nada. Como se comigo por perto se sentisse mais seguro, e eu não me importava por isso.

Chegamos à bela casa dos pais de Atila, depois de enfrentar um transito de trinta minutos. O palacete da família, nem tão palacete assim, estava infestado de gente desconhecida para mim. Atila não esperou para ser recebido por ninguém na casa dos pais, com a palma da mão apertada a minha, ele me levou para dentro de casa. Robson sumiu tão logo atravessamos o átrio da porta gigante e o piso de porcelanato branco quase me cegou. Não vi a mão do ?pai? de Atila estendida para mim, e fiquei vermelho de vergonha ao perceber meu próprio embaraço, não pai, tio.

- Você é o escolhido então – me disso o homem da minha altura, com os cabelos totalmente brancos e uma gravata borboleta no pescoço – oh essa aliança, eu a conheço muito bem, meu sobrinho tem bom gosto.

- Oh é verdade George a aliança – uma senhora disse me chamando a atenção. – Prazer sou Helene, mãe de Atila. Fique à vontade tá bom...

- Atila podemos falar – um senhor mais austero também da minha altura surgiu entre os dois a nossa frente, Atila arrochou mais sua mão à minha – então podemos?

- Quê isso pai? Não cumprimenta mais? Esse é o Inácio, a pessoa com quem vou viver o resto da minha vida, cumprimente-o, por favor. – Disse Atila um tom acima do que se espera de um filho para com o pai.

Eu apertei mais a mão de Atila em repúdio a sua forma de falar, mas o homem cedeu e estendeu a mão para mim. Não pude fazer outra coisa se não segura-la e agradecer, Alyne veio não sei de onde vestida em um turquesa tomara que caia lindo e brincos laminados com uma pequena tiara no alto de um coque, todo em diamante branco ou cristais. Não sei distinguir. Fiquei de boca aberta com a sua aparência, e pensei no quanto Marcos foi idiota em ter feito o que fez com uma pessoa tão bacana quanto Alyne. Atila se aproveitou desse meu momento de distração e me tascou um beijo ali na frente de todos.

Alyne me levou para conhecer o restante da casa, e ao passar por duas portas grandes de vidro numa espécie de corredor para a cozinha, vi Robson sentado em uma espreguiçadeira conversando com um homem. As costas largas não denunciaram quem, mas o sorriso estampado no rosto de Robson, só poderia ser conseguido por Heitor. Supus quando os vi... E não estava errado nessa suposição.

O pior, ou melhor, da noite estava por vir. Alyne fez o favor de conluio com o irmão de me ludibriar por um bom tempo, me fazendo passar vergonha conhecendo gente demais para eu lembrar todos os nomes. E finalmente quando as pessoas abriram espaço um túnel para a nossa passagem, onde na ponta a quatro degraus do chão Atila na escada, me sorriu.

Só de pensar nisso... O frio sobe por minha espinha, ele estendeu uma das mãos, e com a outra em uma caixinha de veludo negro. Atila abriu a caixinha e lá dentro as duas alianças douradas e grossas, reluziram em meus olhos marejados. Não resisti e deixei que lágrimas corressem ali na frente de todos? Sim! E agora tem até um gostinho especial ao olhar para a foto de nos dois eu mais abaixo e ele na escada, com aqueles olhos presos em mim. Eu fecho os meus agora aqui na loja, e posso me lembrar do cheiro. Das pessoas a nossa volta, das mãos de Heitor e Robson cruzadas meio escondidos entre as pessoas.

Dos pais e tio de Atila, da sua irmã batendo palma com uma taça de champanhe pela metade na mão.

- Eu te amo e quero que todos saibam disso, por isso... Quer se casar comigo? - foram essas as palavras.

Fico agora aqui apreciando o porta retrato todo de vidro com nossa foto desse dia. Olho para a aliança no meu anelar direito, e penso nesse homem em minha vida, nessa vida nova. Logo eu tão...

- Distraído – me gritou a voz de Robson entrando pela loja. – Os macho já tão ai pra carregar os fardos de roupa pra dentro.

Sorrio para o maluco do Robson, e deixo o porta retrato ali no balcão mesmo, passo a mão de forma carinhosa por ele. E suspiro ao ver Atila do outro lado da rua, cercado por homem com enormes fardos de roupas nas costas. Olho só para ele, e meu sorriso se expande. Robson, loja, fardos, homens, tudo some. Meu peito fica quente de uma maneira boa e eu saio para me aproximar dele. Nos nós beijamos, e os homens começam a entrar na loja com os fardos. Robson ajuda a coordenar.

- Esses homens que arranjei para te ajudar – ele diz – olha bem para eles...

- O que? – eu digo me virando para os sujeitos – só tô vendo o tanto de dinheiro que estou devendo... – sorrio, mas feliz com as mãos dele apoiadas nos meus quadris.

Ele beija atrás da minha orelha. E continua orientando minha cabeça para olhar os homens. Tento me concentrar nos rostos, gestos, nas feições dos sujeitos e eles não me são de todo estranhos, mas longe de serem facilmente reconhecidos. Um deles faz um gesto, um leve gesto de ajeitar o membro na calça, e então o reconheço. É como se aquele dia no canteiro de obras, quando os covardes me cercaram, voltasse com tudo. E são eles, quase todos eles, percebo então... Eles estão carregando fardos pesadíssimos de roupas, minhas peças, para minha loja.

O mundo não gira, capota, penso sem acreditar piscando os olhos. Deixo meu corpo relaxar amortecido pelo corpo de Atila atrás de mim.

- Alguns daqueles canalhas, eu consegui demitir por justa causa – Atila começa a dizer e eu continuo a olhar aquilo, descrente, completamente desacreditado do que vejo. – Esses aí, apesar de preconceituosos e de ter feito o que fez com você, não tinham motivos concretos para serem demitidos por justa causa, mas esperei esse momento para usar o trabalho deles aqui, como uma forma de pelo menos devolver um pouco o estrago que eles te fizeram.

Tem como não amar um homem desses? Ergo minha cabeça um pouco, e o encaro, a boca dele gruda na minha. Seus braços me apertam um pouco, e por mim podemos ficar aqui para o resto do dia, dos dias... Mas interrompemos o beijo, e seguimos para a loja onde os homens sob as orientações de Robson despejavam os fardos.

Os mais pesados eram o dos jeans, e por isso mesmo dois homens um de cada lado os carregava. Deixei que terminassem os serviços, e quando finalmente todos os fardos já estavam dentro da loja, nos fundos, eu disse para Atila.

- Eles se lembram de mim? – Atila assentiu e com uma voz só, os chamou a todos. Robson sem saber de nada sorria para tudo eufórico. – Rob, vem aqui um minuto por favor.

- Esses homens são horríveis, mas têm força viu – ele sorri para mim – vou montar as arraras de jeans no fundo...

- Robson, - digo rápido – esses caras foram mesmos que me cercaram um tempo atrás, e que eu consegui fugir. Você se lembra?

Ele arregala os olhos e vira para os sujeitos já em fila indiana vindo pra cá, a frente do balcão. Atila coloca sobre o balcão uma pilha contendo a rescisão de contrato deles, e uma caneta bik em cima deles. Os homens coçam a cabeça com o dedo ao perceberem o papel. Alguns deles franzem as sobrancelhas, ainda em fila os de trás não sabem o que está acontecendo, mas já me olham inquietos. A porta de vidro da loja é aberta mais uma vez, Artur acompanhado de um homem todo de preto, calça, e camisa entram. Artur confere o relógio.

- Desculpe o atraso – ele sorri para a gente – esse é Wesley, homem da minha confiança, caso alguma coisa saia dos trilhos...

O primeiro homem da fila, a receber o documento, depois de apertar as vistas e lê-lo, cresce os olhos de supetão.

- O sinhô tá me demitindo?! – ele avança para o balcão com tudo. – Mas o que é que eu fiz pra merecer isso?

- Olhe para esse rapaz – Atila fala apontando para mim – não o reconhece? Pense bem.

Ele repete isso para todos os sujeitos, e quase todos com exceção de dois suspiram e assinam o documento sem olhar para nossa cara. Dobra o documento embaixo do braço ou no bolso do macacão, macacão conhecido por mim, e saem da loja. Mas dois dos homens tentam argumentar, para não dizer ladrar como cachorros ameaçados. Um deles é humilde o suficiente para:

- Me desculpe, eu me arrependi depois – suspirou – nem queria na verdade mas os cabra estavam tudo... Olhe me perdoe. Mas o seu Atila, sempre fui bom no serviço, tenho filhos pra criar... – esse foi o único que quis intervir para Atila não demiti-lo, mas ele não me permitiu entrar na conversa, só sussurrou para mim.

- Quando você tiver seus funcionários vai perceber que algumas vezes precisamos tomar medidas extremas – sorriu. – E se ele é tão bom, não duvido, vai achar o que fazer logo, logo.

Mas ai invés de dizer isso ao homem, lançou mais uma pesada pedra na consciência do sujeito lhe advertindo que se ele prezava tanto pelo emprego deveria ter pensado melhor antes de fazer o que fez. O último a assinar o documento, foi o único a tentar crescer para cima da gente, mas soube abaixar a bola rapidinho, quando Artur tomou a frente. O ex-funcionário de Atila, bradou para que todos ouvissem:

- Bando de veados cachorros! Desgraçados! Raça de Braga ruim na terra! – ele espumava.

- Depois do que passei esse espetáculo só me diverte – disse Robson me surpreendendo pela maturidade – ele acha que assusta quem?

- Olhe aqui rapaz, homofobia é crime tá legal? Aqui está cheio de testemunhas, então você baixa bem o tom, meça suas palavras, assine logo isso ai e saia daqui. Imediatamente, mas se quiser continuar, - suspira – tanto melhor, chamamos a policia e o caso se resolve lá. Um belo motivo para justa causa.

O homem tremelicou os ombros e os deixou desabar no peito, fungou algumas vezes e assinou o documento chorando. Saiu com a sua via no bolso do zuarte. Eu parado atrás do balcão, olhava para isso boquiaberto. Mas aliviado por tudo já está acabado, abracei Atila tão logo as portas de vidros se fecharam.

- Obrigado – eu digo – nem me lembrava mais desses sujeitos, mas foi bom vê-los assim... Pagando pela besteira que fizeram.

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Comentários

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Como assim tá acabando??? Adorei essa vingança! Escreve pelo menos mais alguns capítulos!!! Nunca te pedi nada!

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Espero que continues a contar os vossos dias.,......adoro seu conto não deixes de escrever

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