Eu estava distraído, quando o amor me achou - Ú L T I M O C A P Í T U L O

Um conto erótico de Lissan
Categoria: Homossexual
Contém 1413 palavras
Data: 30/06/2019 18:40:56
Assuntos: Gay, Homossexual

Olá amigos,

sumi ontem, mas foi por um bom motivo, estou retomando alguns assuntos da faculdade porque essa semana as aulas voltam depois de um bom tempo de greve.

Então, encerro essa história hoje com um gostinho de quero mais, apesar de não saber quando vou voltar aqui para publicar, pelo menos por algum tempo. Sei

que muitos não vão curtir esse capítulo, e peço desculpas por decepcionar, se isso acontecer. No mais só tenho a agradecer a companhia e apoio de todos vocês

até aqui, muito, muito obrigado!!!

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***UMA ÓTIMA LEITURA A TODOS***

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O dinheiro, da primeira semana de funcionamento da loja, serviu para pagar algumas das despesas mais altas da loja. E ainda nem tínhamos inaugurado de fato, Atila foi quem propôs o jantar em um restaurante de comida italiana para comemorarmos. Isso depois da faculdade, que por um milagre eu tinha conseguido fechar dois semestres. Na porta do estabelecimento já para entramos no lugar eu concertei minha cueca na calça umas constrangedoras duas vezes, por causa da nossa brincadeirinha antes de sair de casa para vir ao restaurante... Atila se tornara um tipo de tentação irresistível. Apesar de desleixado com roupas, bagunceiro e extremamente irritadinho.

Há dois dias, por exemplo, ele perdeu um dos DVDs dele, - quem ainda usa DVDs meu deus? ATILA. E ele simplesmente bagunçou a casa toda, foi roupa para todo lado. Só para terem uma ideia, quando entrei em casa depois do dia exaustivo de trabalho. Tendo ouvido a clientela reclamar alguns preços. Eu encontrei ao abrir a geladeira duas cuecas minhas que eu tinha lavado antes de sair, dentro da geladeira!

E com a cara mais deslavada do mundo Atila fingiu-se ofendido, quando reclamei com ele:

- Era uma cópia esgotada de Cidadão Cane, você sabe o que é isso? – ele me disse como se eu devesse mesmo saber, quem diabos é cidadão Cane?

Um filme todo em preto e branco, que mais parece de terror isso sim. Consegui ficar puto com ele por trinta minutos, o safado usou seu gostoso CHARME lá embaixo, para me dobrar direitinho. O máximo que consegui foi coloca-lo para me ajudar a limpar e arrumar a casa. Daí o meu medo agora, dele com uma camisa branquíssima vir a um restaurante italiano cheio de molhos, e barulho. Com certeza vai sobrar camisa para eu levar para a lavanderia depois. Mas a atmosfera do local logo me faz abrir um sorriso imenso.

“Funiculi Funicula” pra acabar de matar, era o que cantavam e dançavam um grupo de homens e mulheres, não tive como não aumentar meu sorriso para uma coisa dessas.

- Você tá louco se acha que vou mesmo dançar isso – eu reclamo ao perceber ele movimentando os ombros – sério amor não dá...

- Ah! – ele grita e puxa minhas mãos. Entramos no meio da roda de gente estranha dançando e batendo palmas. Atila sorri eu também, e entro na dança louca deles. Apesar de desconfiar totalmente das minhas habilidades nesse quesito.

Não tenho qualquer molejo para acompanhar o ritmo da música desconhecida. Dançamos no meio de gente completamente desconhecida. Atila ergue nossas mãos acima da cabeça, e nossos corpos. Caímos depois sentados em confortáveis cadeiras a uma das mesas dispostas um pouco afastada do tumulto das danças que não param. Bebo alguns goles de agua, antes de voltar a ter algum raciocínio digno de nota. Atila também resfolega, mas já com o cardápio na mão pontua alguns pratos. Ele acena para um garçom, e eu volto meus olhos para a festança do povo.

Tão animados quanto os brasileiros, eu penso, afinal devem mesmo ser brasileiros italianos. Ou ítalo-brasileiros.

- Eu nunca tinha vindo em um lugar assim – dividindo a atenção entre ele e as pessoas dançando.

- Alyne que indicou, - ele diz sorrindo – e como vamos à Itália depois da minha formatura...

As palavras dele me passaram despercebidas por um tempo, não me dei conta imediatamente. Ele se calou mantendo o sorriso estampado no rosto e quando as palavras fizeram sentido, eu engasguei ao tentar falar alguma coisa. Ir à Itália? Arregalei os olhos para Atila, e neguei veementemente com a cabeça. Até quando ele ia ficar fazendo dessas surpresas? Me deixando com cara de camarão, todo vermelho de vergonha, euforia e ansiedade? Fechei bem o cenho como se não tivesse gostado da notícia, e percebi o dele murchar também.

O garçom parou ao lado da nossa mesa para servir o vinho pedido por Atila, e ele coitado sem jeito, ergueu um pouco a taça para ser servido. Eu mantive meu bico, deixando-o ainda mais vexado.

- Eu devia – comecei de forma autoritária – te jogar isso aqui na cara, por me fazer passar por essa ansiedade que estou sentindo agora. – Levanto da cadeira, ele se assusta arregalando os olhos. Vou até Atila, e seguro seus ombros. Agacho um pouco subo a mão suavemente até um dos lados do seu rosto. – Mas eu te amo tanto por conseguir me surpreender desse jeito cada vez mais...

Ele então relaxa os ombros e sorri para mim, a coisa mais linda. Tenho vontade de beijar sua boca ali mesmo, e não fico só na vontade porque Atila mesmo puxa meu pescoço e nossas bocas se encontram. Toco sua coxa, e sinto um movimento dentro da calça dele. Ele semicerra os olhos para mim e sei que a nossa noite vai ser animada, quando chegarmos em casa. Bebo um pouco do vinho, mas o sabor não me atrai tanto quanto o pé de Atila por baixo da mesa me cutucando.

Só que depois de comer toda aquela massa com molhos fortíssimos... Mal consegui levantar da cadeira.

- Meu deus que comida pesada – ele me diz com a testa suada – estou com o ventre alto até agora ô...

- Eu também, - digo recostando e ele – essa nossa viagem... Fico meio preocupado, não tenho ainda dinheiro suficiente...

- Inácio nem pense em dizer isso – ele não me deixou terminar – quem vai pagar tudo sou eu, é uma comemoração nossa, mas por uma conquista minha. Quando você formar, ai você paga nossa viagem. Oquei? – ele ergue uma das sobrancelhas.

Sorrio para o jeito de ele falar, movendo os ombros. Nós abraçamos encostados no carro, preguiçosos depois de comer tanta coisa, e sem aquele animo fogueirento de mais cedo. Entramos no carro e seguimos para casa, mas não fizemos nada além de trocar de roupa e dormir.

Nos primeiros raios de sol eu já estava diante das portas de vidro da loja. Girei a chave e abri. Fui para trás do balcão e contei o dinheiro do caixa. Robson chegou também e começou a me ajudar. Todos os dias era o mesmo processo, abrir as portas da loja, organizar e descer roupas, trocar manequins, e receber os clientes.

- Perguntaram ontem sobre a inauguração – Robson comentou enquanto a gente trocava os manequins – eu disse as clientes que seria na semana que vem... Perguntaram também onde a gente comprava essas roupas, porque eram diferentes das demais lojas da cidade.

- Exagero. Nem são assim diferentes só de preço mais baixo – sorri para ele – depois da inauguração e formatura de Atila, eu e ele vamos fazer uma viagem. Para Itália! – me cabei.

- Quem pode, pode hein – Robson sorriu, mas logo foi atender um cliente.

Eu terminei com os manequins, e segui para o balcão. O cliente não se demorou muito, escolheu algumas peças camisas polos e bermudas, além de meias e cuecas. Colocou tudo em cima do balcão, rapidinho eu despachei as roupas. O homem sorriu para mim, mas eu compenetrado em mais alguns clientes que entravam na loja nem dei atenção, coloquei tudo em uma sacola. O homem tirou a carteira do bolso, sorriu mais uma vez, eu olhei para ele esperando por cartão ou dinheiro para poder liberar a nota fiscal. Ele se aproximou mais do balcão.

- É um assalto – ele falou bem sussurrado colocando o dinheiro em cima do balcão, e metendo a mão para puxar a sacola. Automaticamente peguei o dinheiro, sem pensar. – Obrigado. – Ele se adiantou e com a sacola em uma das mãos saiu da loja.

O ar me fugiu, fiquei petrificado diante dos clientes que acabavam de chegar com Robson. Meu coração deu um solavanco no peito, e me lembrei imediatamente de Emerson. O nome me veio tão fervente na cabeça, e os olhos do homem tão vivos que eu quase caí ali mesmo. Robson veio ao meu socorro, mas ele falava comigo e eu nem ouvia, aquele miserável está morto! Morto! Disse para mim mesmo engolindo em seco. Morto ele está morto.

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Comentários

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simplesmente maravilhoso do começo ao fim mas esse final me deixou literalmente com a sensaçao de nao finalizado.....

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Pichelim - Foi não foi? Eu também achei meio assim, assim esse final. Confesso, mas pode ser que em uma breve releitura eu refaça tudo e acrescente mais algumas coisas. Mesmo assim, obrigado por estar aqui! Um abraço!

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Lyuis - Vou fingir que acredito rsrsrrss mas muito, muito obrigado!!

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tiopassivo - Nossa, nossa! Que isso amigo quer me matar? Que bom que você percebeu isso tudo. Gosto mesmo de usar um ponto de vista só e focar apenas nele, apesar de contar mais de uma história ao mesmo tempo, sempre tentando manter uma linha central e espero ter feito isso. OBRIGADÃO!!

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MarCR7 - Também vou ficar com saudades dos comentários de vocês e de escrever a história desses personagens. Muito obrigado pelo carinho!! Um abraço!

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Amigos, eu volto sim, quando puder kkkk depois de uma greve dos professores na faculdade em que estudo, resolveram voltar agora então meu tempo vai ser sugado quase toda par isso. Mas agradeço pelo carinho de vocês, pelas leituras e os comentários. Obrigado mesmo!

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Maravilhoso como sempre........mas o fim deixou a desejar ou acabou mesmo o conto ou vais ter continuação pois é o que parece.

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O dez foi pelo conjunto maravilhoso da obra, mas me deu a sensação de que você errou a mão nos dois últimos parágrafos. Talvez por se preocupar em deixar um fio a ser puxado por uma continuação futura, acabou, na minha opinião, inserindo de uma maneira abrupta um fato que seria dispensável. Mas, preciso te parabenizar pela construção muito bem feita da história, uma boa narrativa, com personagens fortes e muito agradáveis. Você manteve toda a história na perspectiva do narrador, respeitando suas "distrações", por assim dizer. Tomávamos conhecimento das coisas juntamente com Inácio. Esse apego forte ao "eu lírico" foi uma caracterísitca marcante em sua narrativa. Foi apaixonante acompanhar sua história. Espero nos vermos em breve por aqui. Abraço.

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