Minha sorte/destruição 1

Um conto erótico de XXSBF
Categoria: Homossexual
Contém 1589 palavras
Data: 16/07/2019 04:01:56
Última revisão: 16/07/2019 16:11:37
Assuntos: ex, Homossexual, Lésbicas

Fazia menos de três meses que eu tinha voltado à vida ou ao que havia restado dela. Ainda não tinha me acostumado a não mais ter, mas fazemos o possível (e o impossível) quando possível para seguirmos em frente. Eu namorava uma garota que era linda em absoluto. Eu a amava de uma forma absurda achava ser incapaz de viver sem ela. Não que eu fosse tentar me matar ou algo assim, eu só... Não via mais graça em nada. Sendo que eu que tinha terminado com ela, mas tem uma explicação. Não foi assim por acaso, nada é por acaso. Sabe quando você faz o que o outro quer só porque o ama? Só porque quer vê-lo bem? Foi exatamente o que eu fiz. E depois de dar um tempo pra ela pensar, respirar, descansar de mim, umas duas semanas se passaram e eu mandei uma mensagem dizendo que a amava, ela me ligou e passamos horas conversando.

Nosso relacionamento era difícil, beirando o impossível. Eram duas pessoas orgulhosas e mesquinhas, mesmo existindo amor, ele não parecia ser capaz de envolver nós duas numa bolha e nos proteger... Bom, de nós mesmo. E no passo que começamos a virar um casal, passamos a deixar de ser um. Começou a dar errado quando eu achei que daria certo. Depois dessa ligação, eu achei que voltaríamos a ser nós, que seria igual. Coloquei toda minha energia nisso, mas ela não. Ela nada, zerado, parado. Na verdade eu nem sei por que ela aceitou sair comigo naquela semana. Foi lamentável, fomos ver um filme no cinema e por Deus como hoje eu odeio esse filme. No fim da noite não restou nada, o amor, grande amor, pareceu insignificante.

Nem foi preciso eu chegar em casa, pedi pro motoboy me deixar na metade do caminho, eu só queria chorar, e ele estava me atrapalhando. Ele insistiu que era tarde pra eu ficar ali, eu menti e apontei pra uma casa dizendo ser minha. Ele foi embora e eu fui chorando pra casa, meia noite! Caminhei uns 15 minutos e quando cheguei fui direto pegar álcool no armário, não pra beber... Eu juntei as coisas que ela havia me dado nesses quase dois anos e ateei fogo. Era daquela forma que eu sentia que estava meu coração, em chamas! E eu chorei, chorei quase a madrugada toda.

Ela mandou maior textão, querendo minha amizade. Mas eu sempre deixei claro que não queria a amizade dela.

Deletei ela da minha vida, sumi das redes sociais e mudei de número.

Tinham se passado alguns bons dias desse dito cinema, eu tinha ficado com alguns caras porque sim... Os caras eu sabia levar melhor, sem envolvimento e sentimento. Era o que eu estava podendo no momento. Até que em um longo dia perfeito de domingo onde eu estava em um barzinho com um amigo assistindo o jogo do timão, tranquilo. Um dia ensolarado, bebíamos cerveja e de vez em quando íamos jogar duas partidas de sinuca. Foi então que chegaram três caras, um em cada moto, estacionaram e entraram. Quando bati os olhos reconheci na mesma hora... Um deles era o irmão de Isabella, minha ex. Eu apertei o braço do meu amigo que ele teve que dar uns tapas na minha mão pra eu poder soltá-lo.

- Que foi, hein? Tudo bem que você tá a maior hétero dessa cidade agora, mas precisava de tanto? Não pode ver um.

- É o irmão dela! - eu disse.

Ele revirou os olhos e ele fazia isso tão bem.

- Ela, Cruela?? Esquece essa garota, Alana. E deixa o boy!

- AH,mas não deixo mesmo!

Eles pegaram cerveja e foram logo pra sinuca. Deixei passar um tempo, bebi minha cerveja, revirei os olhos pros olhos revirados de Ozzy e uma vez ou outra eu olhava, mas não muito. Depois de um tempo, puxei Oz pelo braço e fomos até eles.

- Podemos jogar com vocês? - perguntei.

- Não sei se ainda consigo usar o meu braço - a voz do meu amigo era quase inaudível, só conseguia ouvir o diabinho que fica sussurrando no ouvido.

Eles estavam jogando só de dupla, um sempre ficava de fora, olhando e conversando. Poderia continuar assim, só que agora com 2 duplas. E assim foi. Um foi fumar um cigarro do lado de fora do bar.

Foi até legal e tudo,só que eu estava má intencionada, e ninguém tira meus planos cruéis da minha cabeça. Dava quase pra sentir o gosto doce na boca. Depois de um tempo jogando, decidimos parar e sentar pra beber, conversando. E foi passando os minutos e as cervejas e os cigarros e as piadas e os sorrisos e quem eu queria que desse em cima de mim, não deu. Mas o outro que tinha ido fumar uma hora se aproximou demais de mim e falou baixo comigo, cochichamos um pouco e falei a real, que queria pegar o amigo dele. Mas ele fez carinha de pedichão e insistiu na chance dele...

- Se teu amigo topar, a gente vê se três combina - falei.

Ele sorriu.

- Se ele topar?? Tá me zoando?

- Tô com cara de quem tá zoando?

Ele fez cara mais safada que podia e levantou pra ficar perto do meu estimado ex-cunhado. No mesmo momento Ozzy levantou e sentou ao meu lado.

- Alana eu vou te matar. Você já tá forçando a barra. Por que essa insistência nesse cara? Você devia correr dele por ser irmão de quem e não correr pra cima.

- Oz, me deixa! É muito perverso pra sua mente bobinha.

Já estavam os três conversando baixinho e Ozzy levantou e se retirou da mesa sem falar nada.

O cara que eu estava falando acendeu outro cigarro. Peguei da mão dele e dei um trago.

- Ele aceitou, mas o nosso outro amigo está se sentindo um pouco excluído.

- Tem o meu pequeno Ozzy ali, caso ele seja versátil.

Ele sorriu.

- Aquele mesmo Ozzy que tá entrando no táxi?

- Puta que pariu – virei e respirei fundo, queria saber revirar os olhos tão bem quanto ele – mudanças de plano! Você vai fazer companhia pro teu amigo!

Levantei e fui até o Ícaro ( irmão da Isabella ) e peguei pela mão dele e o levei até o lado de fora do barzinho. E dei um beijo nele, foi até que bom, mas sem a mínima comparação. Ficamos um pouco lá mesmo.

- Teu beijo é muito gostoso - ele disse.

- Você achou?

- Acho que os manos ficaram de cara por você ter me escolhido!

- Você tem que fazer valer a pena então, você não acha?

- Eu não vou achar mais nada, fala pra mim o que você quer agora.

- Por que não vamos pra tua casa e eu te falo?

Ele me beijou mais uma vez. Eu queria não ficar comparando, queria mesmo, mas eu não conseguia.

- É que eu não moro sozinho, gata...

- São pessoas que vão querer participar, iguais seus amigos?

Ele sorriu.

- Não. É minha mãe e minha irmã mais nova.

- Não vejo nenhum problema se você não vê.

Ele beijou minha bochecha e me deu um selinho.

- Vamos logo que eu tô curioso.

Já era tarde, algo como 1h da manhã. Os amigos, já não vi sinal algum... Fora as motos deles, estacionadas no mesmo lugar. Subi na garupa da moto e o envolvi nos braços. A noite estava fria e calculada. Paramos na porta da casa que eu já conhecia, mas só tinha frequentado quando ela estava sozinha em casa, que era quase nunca. E o quarto dele eu já sabia onde ficava, com a porta de frente pro dela. Tentamos não fazer muito barulho ao entrar. A única lâmpada acessa era a da cozinha. Ele abriu a porta do quarto e falou pra eu entrar que ele só iria tomar um banho. No banheiro que separava os dois quartos. Fiquei lá no escuro, inquieta, esperando, sentei na cama, levantei, fui até a janela e olhei pra um céu tristonho, sem uma estrela aparente. Me senti vazia e sem vida igual ele. Até que um som se fez, e cochichos. Me aproximei, em silêncio pra vê se ouvia alguma coisa.

- [...] mas eu te mandei umas 30 mensagens e você nem sequer viu.

Eu amava aquela voz, que por vezes dormia do outro lado da ligação. Ou ficava horas a fio conversando comigo, rindo, chorando, brava.

- Tá, mas agora já foi, já tá tarde.

Ousei me aproximar mais um pouco e lá estavam os dois, ele de toalha enrolada na cintura e ela com uma roupinha de dormir avassaladora.

- Claro, você passou a noite com aqueles teus amigos idiotas!

- Shiii, fala baixo – ele disse.

- Por quê? Você já trouxe outra garota pra cá?

Ela encruzou os braços, com cara de que não gostava nem um pouco daquilo e ele entrou no quarto ignorando ela.

Ele ligou a luz e lá estava eu, trajava um vestido preto, pés no chão e cabelo já solto.

- Por que não ligou a luz, gata?

Os olhos de Isabela petrificaram em mim, dizer que ela ficou assustada seria pouco. Talvez eu fosse o fantasma que ela não acreditava que veria mais.

Eu pisquei um dos olhos e dei um sorriso de canto.

- Vai dormir, Isabella – ele foi fechando a porta que separava o insano da vida real, que separava o que eu tinha naquela noite do que eu queria ter, que separava a minha chance da minha maior desvantagem, que separava o que eu poderia ter sido daquilo que eu me tornei – por hoje já deu.

E o trinco fechando foi o som do silêncio.

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