Diante da impetuosa noite fria e sombria a fumaça de seu cigarro que era soprada de sua boa com um pequeno toque de elegância, cortava o vento gelado que soprava sobre si, fazendo todos os pelos de seu corpo arrepiarem-se. Como de costume, o rapaz esperava atenciosamente pelo seu primeiro cliente da noite, seria fácil, já que a concorrência não se fazia presente em peso naquele dia, apenas uns dois ou três, mas que diferente dele, não despojaram de tanta beleza e charme, o que acabava facilitando ainda mais o seu trabalho. No momento em que um carro estacionou no meio fio, ele jogou o seu cigarro no chão e o pisou assim que andou em direção ao veículo que não aparentava ser grande coisa. O garoto, ao chegar na janela do carro, agachou-se delicadamente apoiando seus braços na janela, ele olhou o homem que estava dentro, deu um leve sorriso e então falou.
- O que o cavalheiro quer desse pobre garoto essa noite? – falou com uma voz sensual e rouca.
O homem engoliu seco.
- Eu quero tudo que você puder fazer – falou, os olhos arregalados, e uma gota de suor escorrendo pela testa.
- Você sabe que pra fazer tudo não sai barato, tenho a melhor mercadoria que você pode encontrar por aqui – disse ao empinar a bunda gentilmente para que ele visse o quão grande e redonda era.
O homem que aparentava ter seus quarenta e poucos anos, olhou diretamente e descaradamente para a bunda do rapaz, os olhos famintos.
- Eu pago o quanto for pra ter você todinho para mim – falou meio tímido, não parecia ser alguém que costumasse fazer aquele tipo de coisa.
- 2 horas, 500 reais, e realizo todas as suas fantasias – o rapaz sabia que era um preço alto, mas visto o desespero nos olhos do homem, ele não se absteve, jogou alto, nesse ramo o que importam são as oportunidades, e ele sabia muito bem como usá-las.
- Fechado – o homem falou sem hesitar.
O rapaz entrou no carro e os dois seguiriam para um motel, permaneceram o caminho todo em silêncio, só quando chegaram ao quarto do motel que o homem criou coragem para perguntar seu nome.
- Eu sou Paulo, qual é o seu nome?
- Eu sou quem você quiser que eu seja – respondeu tirando sua jaqueta de couro preta.
- O seu nome?
- Diga você, que nome eu pareço ter? – seguiu com o joguinho.
Paulo pensou por um instante.
- Fernando?
- Acertou – mentiu – Você é ótimo com palpites.
Paulo abriu um largo sorriso de satisfação, coitado, tão adulto, mas tão ingênuo.
- É melhor nós começarmos, o tempo está passando – falou “Fernando” ao tirar seus tênis.
O rapaz observou enquanto Paulo tirava sua aliança de casamento que posteriormente colocou no bolso de sua calça. Depois que estava totalmente despido, Paulo passou a despir o rapaz que estava sentado em sua frente na cama, as mãos trêmulas.
- É a primeira vez que você faz isso? – “Fernando” perguntou.
- Sim, com um garoto sim – ele falou meio sem graça.
- Não se preocupe, eu já fiz muitas vezes.
Paulo abriu um leve sorriso, parecia meio que aliviado.
Depois que estava totalmente nú, o rapaz pediu que Paulo deitasse na cama, completamente excitado, colocou a camisinha enquanto “Fernando” passava lubrificante na entrada de seu ânus. Ele gentilmente subiu em cima de Paulo e posicionou seu membro na entrada do ânus, descendo de vagar até que estivesse totalmente dentro de si, aos poucos os movimentos foram ficando mais intensos, levando Paulo simplesmente a loucura.
***
O carro parou no mesmo lugar que havia estacionado há duas horas, antes que o rapaz saísse, Paulo pegou sua carteira e entregou cinco notas de cem para “Fernando”.
- Esse é pelo seu trabalho – falou entregando os 500 reais em sua mão – E esse é pela gentileza – Falou o entregando mais cinquenta reais.
- Obrigado – falou ao abrir a porta do carro para se retirar – Boa noite.
- Espera, você tem algum número que eu possa ligar pra marcar outro programa qualquer dia desses?
- Sim, tem caneta? – falou com o pé para fora do carro.
O rapaz anotou seu número em um pequeno pedaço de papel e o entrregou.
- Você pode mandar mensagem marcando o lugar – falou saindo do carro.
- Tenha uma boa noite, não sabe o quanto estou satisfeito – Paulo falou com uma cara de satisfação.
- O objetivo é satisfazer – falou ao fechar a porta do carro.
“Fernando” observou Paulo indo embora. Ele pegou um cigarro do bolso de sua jaqueta e o acendeu. Estava na hora de ir pra casa, ele já havia ganhado sua noite, hoje deu sorte, pra ganhar esse dinheiro ele precisa trabalhar a noite inteira, estava muito alegre.
- A bicha já vai embora? Pensei que trabalhasse até tarde hoje – Perguntou Samanta, a travesti que lhe fazia companhia durante as noites de trabalho.
- Senhora, eu trabalho bem, diferente de você, tenho uma ótima mercadoria – falou dando um tapa em sua bunda.
- Arrasa, amanhã está por aqui? – perguntou Samanta ao pegar um de seus cigarros dentro de sua bolsa Chanel falsificada.
- Sim amiga, tenho que trabalhar, não posso me dar ao luxo de perder uma noite – falou meio cabisbaixo – Boa noite, boa sorte pra senhora – falou gentilmente, depois rumou para sua casa.
“Fernando” caminhava tranquilo pelas ruas desertas de sua cidade, fazia o mesmo trajeto todas as noites, ele já era meio que conhecido pelos gatos de rua dos bairros por qual passava. Não demorou muito para que ele chegasse em sua casa, pegou a chave do bolso de sua calça jeans e então abriu o pequeno portão brando que dava acesso ao resto da casa, era um lugar simples que ele mal conseguia sustentar com seu trabalho. Ao adentrar a pequena área, ele pode ouvir o barulho da televisão que ainda estava ligada, era pouco mais de 22h e ele estranhou que sua mãe ainda estivesse acordada. Ele abriu a porta da casa e entrou, sua mãe estava sentada, como sempre em sua cadeira de rodas, sua expressão vaga e cansada mostrava que ela não estava nada bem, fazia anos que já não estava, o corpo esguio, a fala rouca e quase inaudível. O rapaz chegou perto dela e deu um beijo meigo em sua testa.
- O que a senhora faz acordada a essa hora? - ele perguntou agachado ao seu lado.
- Oh! Meu filho, estou assistindo ao meu filme favorito – sua voz cansada.
- Cadê a irresponsável da Manu que ainda não lhe colocou pra dormir – falou zangado – Olha ai, nem Isaac ela colocou na cama – falou olhando para seu irmão mais novo que dormia no sofá da sala.
- Diego, você é tão cuidadoso, tão gentil, não se preocupe tanto conosco – falou sua mãe de forma meiga
- Eu preciso mamãe, eu tenho que cuidar de vocês, não posso deixar que passem necessidade nenhuma. – falou meio triste.
- Você faz o que pode meu filho, trabalha naquele restaurante toda noite pra sustentar essa casa, não se cobre tanto está bem? – ela falou
- Tudo bem minha mãe, vou colocar Isaac na cama e depois a senhora, tem que descansar.
Diego pegou o irmão nos braços e o levou ao seu quarto, colocou-o na cama e depois o cobriu com o cobertor que tinha desenhos de carrinhos que ele tanto gostava. Voltou a sala e levou sua mãe para o quarto, com gentileza a ajudou a levantar da cadeira de rodas e a deitar na cama. Depois que apagou a luz do quarto da mãe, Diego foi para o seu quarto e deitou em sua cama, os olhos distantes e cansados, sem perceber dormiu.