Aquele cara estava me comendo por trás a mais de vinte minutos, e eu nem o conhecia. Pelo reflexo do vidro à minha frente eu observava o pervertido, no interior do seu carro, mirando a minha bunda coberta apenas pelo jeans justo de lycra. Ele estava a poucos metros, do outro lado de uma travessa da avenida Brás Leme (zona norte de São Paulo). Eu estava na esquina, defronte a um prédio de vidro escuro. Aguardava uma amiga que marcou comigo naquele exato lugar, ela tinha conseguido um trabalho pra mim. Cheguei com antecedência ao encontro, pois morava nas proximidades, e também não queria perder o serviço, apesar de nem saber ao certo o que seria, só pensei na grana que estava precisando muito.
A amiga ligou, disse que a missão dela era somente agendar o meu encontro. Perguntou se eu estava vendo um carro Range Rover preto do outro lado da rua.
— Sim, estou. E tem um tarado dentro dele que está me comendo com os olhos faz quase meia hora.
— É ele que te levará ao trabalho. Pode ir sem medo, é seguro e o cara é do bem.
— Mas que porra de trabalho é esse?
— Eu também não sei, mas posso garantir que não é nada perigoso ou ilegal, conheço o cara faz anos, ele só quer sigilo, pois os envolvidos são políticos famosos. Pode ir, miga, é coisa boa.
Minha atração pelo perigo deu o passo inicial, eu fui de encontro ao cara. O mesmo só me fez elogios, era um conquistador barato, mas não me adiantou nada sobre o trabalho, só levou-me para uma baladinha privada em uma casa de alto padrão a quinhentos metros dali, no Jardim São Bento. Foi lá que conheci o vereador. Ele era do Rio de Janeiro e vinha com frequência passar um ou dois dias na residência do seu amigo paulista.
Seria paga para ser sua acompanhante, mas não transaria com ele. O vereador Kevin e seu namorado Charles (dono da casa) me fizeram uma proposta de trabalho; eu fingiria ser a irmã mais nova do Charles, e a namorada do Kevin. Poderia ser por alguns meses, se tudo desse certo.
O pai do vereador era capitão reformado do exército, homofóbico e machista, entre outras coisas. Também era o presidente de um partido político. O militar é quem tornaria viável a carreira meteórica do filho rumo a Brasília. No entanto, a carreira e apoio correria sério risco se vazasse que o primogênito do capitão era gay.
Fizemos um acordo e eles me pagariam para que fizesse o papel de uma namorada recatada. Até poderíamos ficar noivos para dar mais autenticidade. Isso lhe daria um álibi para suas vindas frequentes a São Paulo a fim de ficar com o seu parceiro.
Nossos primeiros encontros foram só em São Paulo, era necessário para nos conhecermos, trocarmos informações e não cairmos em contradições diante de sua família. Tivemos muito tempo para conversar, já que não tínhamos nenhum contato físico em nossos momentos a sós. Fiquei sabendo que naquela relação o Kevin era quase sempre passivo, o Charles desempenhava o papel mais dominante, o típico macho alpha.
Dias depois entramos no período de festas, o Kevin passou o Natal em São Paulo, dizendo que seria comigo, na casa do meu suposto irmão Charles. Minha presença foi necessária para aparecer posando ao seu lado nas selfies dos grupos de Whats da sua família e também no de seguidores evangélicos.
O Réveillon passaríamos na casa do “sogro”, inclusive o Charles.
O encontro com o pai e o restante da família foi mais fácil do que imaginei, já que havia pressuposto que sofreria uma bateria de perguntas e teria que relatar até a minha primeira infância.
As situações mais embaraçosas vivenciei com o motorista à serviço do Kevin, o mesmo que pegou-me no prédio de vidro no primeiro dia. Por saber que eu não era verdadeiramente a namorada do patrão, ele ficava me cantando a todo instante. Até que ele era atraente, mas eu não pretendia colocar aquele trabalho lucrativo em risco indo pra cama com o motorista.
Depois do almoço, o Kevin discretamente deu um perdido de quase uma hora com o Charles, enquanto o pai e outros tiravam uma soneca. Eu fiquei à beira da piscina onde rolava uns drinks e um som. O motorista aproveitou cada chance que teve para cantar-me e… também excitar-me. Por causa do trabalho, havia dias que não rolava um sexo.
— Você é perfeita, deixa eu ver seus peitinhos, faz um topless pra mim!
Fiz uma cara e um gesto dando a entender que ele estava louco. Não queria chamar a atenção dos outros. Ele continuou me rodeando, mesmo eu pedindo para ele se comportar, pois ia acabar estragando o meu negócio.
— E aí, o que eu faço pra você me dar uma chance e a gente curtir gostoso.
— Quer comprar meu passe? É só você me dar uma mesada mensal, cobrindo a do vereador, que eu saio desse trabalho.
— Não zoa, linda, não tenho esse cacife todo. Mas eu sei que ainda vou curtir esse corpinho apetitoso… e na faixa.
— Pode ser, quem sabe? Você parece ser delicinha, mas dá um tempo agora, por favor, ou você vai me complicar. — falei de maneira amável para não deixá-lo com raiva.
***
Ocorreu uma falta de energia elétrica na residência, horas antes da meia noite, exatamente quando eu estava no banho no quarto de hóspedes. Assim que saí do box e comecei a enxugar-me, senti uma presença no ambiente. Fiquei imóvel e escutando… fui agarrada, bateu um pânico. Uma mão tapou a minha boca e um braço prendeu-me pelo ventre. O shhhhh! Emitido pela boca em meu ouvido, soou quase como um tranquilizador tirando um pouco da minha apreensão, apesar de não conseguir ver quem era, contudo, deduzi quem seria aquele homem musculoso e abusado. Fui puxada por ele andando de ré. Ele parou e pelo som e movimento que fez, deu para perceber que abria e descia suas calças. Ele sentou me levando junto, fiquei em seu colo e senti sua pele nua e seu pau ereto entre minhas coxas. Eu poderia lutar e resistir, mas minha libido estava a milhão. Chamar a atenção de alguém e perder aquele instante estava fora de cogitação. Ele pegou em minha mão a conduzindo até seu pau. Estava duro como uma barra de ferro.
Ele começou a massagear meus seios, lamber e beijar minha nuca e orelhas me deixando louquinha. Esfreguei seu pau em minha boceta encharcada, não aguentava mais o desejo de foder com este sacana descarado. Ele liberou a minha boca, ficou evidente que eu não gritaria. Suas mãos firmes ergueram meu corpo para que eu sentasse sobre seu membro. Direcionei aquele cacete em minha boceta, sentei e desci gostoso. Ele segurou em minha cintura me fazendo subir e descer metendo com intensidade.
Gemi por minutos curtindo suas estocadas profundas. O bruto safado agarrou em meus cabelos e me fez levantar, queria mudar a posição, forçou-me a curvar o corpo e apoiar minhas mãos no vaso sanitário. Sua mão melecou meu ânus de saliva e seu pau começou a invadir o meu cu, e sem dó. Ahh! Se ele pretendia judiar de mim, falhou, pois eu amei aquela pegada máscula. Ele foi enterrando até que tudo estava dentro, começou a bombar com vontade. Ouvia o som do impacto em minha bunda e segurei a onda pra não gemer como uma vadia e chamar a atenção. Seu arfar ofegante aumentava junto com as batidas de suas bolas na minha boceta. Ele efetivamente espancava o meu grelo. Meu clímax chegou intenso, gozei… gozei muito. E ainda fui agraciada naquele momento por seu gozo e sua porra que encheu as minhas entranhas. Ele reduziu as estocadas e senti os últimos espasmos do seu pau.
Achei que seria uma boa oportunidade para conseguir mais uma grana.
— Quanto você pretende me pagar para que eu não fale nada para o Kevin?
Sua resposta foi uma gravata violenta e encostou os lábios em meu ouvido. Deduzi que a chantagem não fora uma boa ideia. Ele foi grosseiro dando-me uma última estocada bruta em meu rabo cheio de porra… e eu gelei ao ouvir sua voz:
— Você vai ficar de bico calado, piranha vagabunda, e me atender quando eu quiser. Já pago o suficiente para fingir que é namorada do viadinho do meu filho.
Ele soltou meu pescoço, tirou seu pau de dentro e sumiu na escuridão. Ouvi o barulho de chave na fechadura. “Será que ele me trancou?” Pensei. Caminhei insegura procurando a saída. A luz voltou. Cheguei até a porta e testei a fechadura… estava aberta. Recuperei-me do susto, tomei outra ducha rápida, recompus roupa e maquiagem e juntei-me aos outros.
O canalha e pervertido do capitão recebeu-me sorrindo e agindo como se nada tivesse acontecido.
Fim