Olá gente linda. Hoje chegamos ao capítulo final deste meu conto. Eu espero muito que tenham gostado. Não se esqueçam de ler, ao terminar o conto, uma nota de esclarecimento que deixarei. Este capítulo é um pouco diferente dos outros.
Obrigado a todos!!!
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Hoje, muitos anos depois, eu ainda lembro dessa história com lágrimas nos olhos.
Nunca deixei de amar Felipe.
Suas últimas quase-palavras, me foram ditas com os olhos, pois seus pulmões já doentes, não conseguiam falar. Momentos antes de ser levado para a UTI, em 30 de julho de 2011, eu chegava no seu quarto.
Foi o único momento que vi em seu rosto, qualquer lágrima.
Sua tentativa, ao tentar se despedir de mim foi feita com os olhos apenas.
Tentava dizer que me amava e sim, eu sei que ele me amava como ninguém mas nesse mundo amou ou nem sequer em outras vidas irá amar. Só podia responder que também o amava
Naquela época, ele não resistiu à doença. Faleceu 21 dias após ser levado para a UTI, como uma espécie de libertação para sua alma de um corpo.
Seus três meses de sofrimento nunca o afligiram. Ele dizia que não sofria. Que sabia que quando chegasse a hora, iria bem. Iria em paz.
Nunca mais conheci ninguém como ele. Nem sequer penso que seja possível. Também nunca mais amei ninguém como ele, essa tarefa é mais complicada do que o próprio inferno congelar.
Ainda hoje sinto a presença dele na minha vida. Sinto que muitas vezes ele me visita à noite, acaricia meu cabelo e me diz que tudo vai ficar bem.
Não consegui ir ao seu velório. Meus sogros na época quiseram que ele fosse enterrado no estado que nasceu e eu não fiz objeção.
Morei logo em seguida com meus pais e minha vida por muito tempo se tornou amarga.
Havia perdido quem eu amava, havia perdido o amor que eu tinha pela música. Mas eu não podia desistir. Ele não me deixaria desistir.
Devo toda minha vida a ele.
Mesmo hoje, quando eu já estou velho, sozinho na vida, aposentado de anos de aulas de canto, eu não me esqueço dele.
Eu queria conseguir ainda lembrar a voz dele. A imagem de seu sorriso ainda é viva na minha mente. Mas sua voz, com o tempo se apagou de minhas lembranças e tudo ainda ficou mais difícil de lembrar depois que a velhice se achegou já a tanto anos.
Eu sei que tudo vai ficar bem. Sei que nada nesse mundo vai apagar essa história, não existe força ou poder que nessa Terra exista, que possa apagar nossa breve e linda história de amor.
A posteridade tratará de cuidar, de deixar que essa história permaneça viva.
Eu sei que tudo vai ficar bem.
Muito em breve eu vou poder escutar a voz dele novamente.
Já estou em meu leito de morte. Aos 85 anos não há muito mais do que se possa esperar além do desejo que se tenha uma morte muito tranquila e pacífica.
Eu espero que ele venha me buscar. Para que fiquemos eternamente juntos, assim como espero que esse conto que deixo pra posteridade, permaneça na memória dos povos como uma lembrança de amor.
Uma lembrança que o amor vale a pena. Uma lembrança do meu amor.
Eu sei que tudo vai ficar bem.
Eu sei.
...
Bom, eu não poderia deixar de dizer, ao final desse conto que Felipe realmente existiu. Existe na minha história e na dele, muitas coisas que foram colocadas neste conto que, com alguns floreios, consegui fazê-lo ficar lindíssimo.
Espero muito que tenham gostado.
Foi um prazer contar-lhes essa história.