Agora, ela se encontra amarrada. Os pulsos, unidos, se tocam deixando as mãos uma de costas para a outra. As tiras de couro são firmes, mas sem machucar a carne; a respiração ofegante deixa sua marca em todo o recinto. Ela espera. O combinado é que estaria usando trajes com tecidos muito finos. A ideia que lhe foi proposta consiste em saber como reagiria ao ser estimulada sem estar nua.
A novidade, contudo, ficou pelas amarras. Um elemento que ao mesmo tempo limitava e expandia as possibilidades. Primeiro a perna direita, tão suada que a calça quase se torna sua pele; exatamente como ela quer. Uma mão grande e forte empurra a perna, deixando-a arqueada. O tornozelo é preso. A perna esquerda, igualmente agarrada ao tecido, igualmente presa no chão.
O toque final. Ela não conseguia abrir os olhos, dominada pelo desejo; quando o faz, enfim, apenas escuridão. Mas sente o calor das lâmpadas e logo entende que está vendada. A mão grande, desnuda, pousa sobre a buceta. A cobre completamente e em seguida se firma, sentindo o (ainda) suor que se espalha vindo da parte interna das coxas.
Com a ponta da língua, toca a auréola direita, deixando-a enrijecida. Faz movimentos circulares, sem pressa. Demarca a pele por cima da blusa, finíssima. A língua, então, muda para o seio esquerdo, enquanto o direito sente um dedo que pressiona levemente a auréola antes de toda a mão o segurar, também.
No esquerdo, a língua lambuza o bico, que é mordiscado, levemente, enquanto é segurado. Agora há uma mão em cada seio, com boca, língua e dedos se revezando. O mesmo para lamber, mordiscar e sugar. Nenhum sente-se abandonado; ambos são continuamente estimulados.
Com as duas mãos ainda segurando os seios, ele se dirige até o pescoço, roçando o queixo barbudo primeiro do lado direito, depois do esquerdo. Demoradamente, deixa um beijo de cada lado, provocando arrepios.
Em seguida, abaixa-se e segue em direção aos seios. Neste momento as duas mãos os seguram de maneira a deixarem livres os bicos; mais uma vez cada um é lambido, mordiscado e chupado, enquanto, entre um ato e outro, a barba roça nele, uma direção por vez.
Depois, o mesmo com o outro.
Ela respira ruidosamente, adorando cada minuto mas sem saber se conseguirá suportar o próximo. A cabeça meneia, envolta em informações fragmentadas e prazeres completos. Ela geme. Se contorce. Cada toque, cada movimento, uma resposta, um revirar de olhos.
Agora os sabores, os odores, se confundem, se juntam. Ela quer gritar. A mão grande volta para onde estava e sente a umidade se espalhando, dominando tudo que toca. A mão, antes firme, agora desliza seus dedos indo para cima e para baixo, cavando uma abertura, uma entrada que os receba. Que os devore.
As portas, abertas (e assim mantidas) por dois dedos, se abrem para receber a língua. Ela repete o mesmo movimento destes, mas provocando repetidas jogadas de corpo para trás, enquanto as mãos tentam, em vão, se soltar.
Tremores e gritos de prazer se unem aos sabores e sensações, enquanto a língua, tal como fez com as auréolas, demarca todo o redor da buceta antes de entrar, mais do que convidada.
Enquanto tenta, em vão, forçar a entrada, ela mais uma vez se joga para trás, num gozo ao mesmo tempo inacabado de práticas e pleno de sensações.