Médico: Você está se sentindo bem?
Lucas: Estou, muito bem.
Médico: Que bom, a polícia precisa interrogá-lo, houve um crime de trânsito, o senhor dirigia bêbado e sob o efeito de drogas, está ciente disso?
*EM BUSCA DO SUCESSO - CAPÍTULO 16*
Lucas estava se lembrando do acidente.
Lucas: Quando eu vi já não dava pra ver nada, onde estão meus amigos doutor?
Médico: O rapaz que vinha no banco do passageiro passou por uma cirurgia, está repousando, houve um óbito, a moça chamada Taís, tentamos reanimá-la aqui, mas foi constatado que ela morreu no acidente, a outra jovem se recupera bem, estava de cinto de segurança.
Lucas: Minha nossa senhora.
Médico: Descanse, o outro médico passa mais tarde. - Ele disse saindo.
CASA DA FAMÍLIA MACOPPI
Gustavo acordou logo cedo e olhou para Guilherme dormindo.
Gustavo: Que homem!
O jovem levantou para ir no banheiro e na volta encontrou Camila que levou um susto.
Camila: Que que você ta fazendo aqui?
Gustavo: Ah eu e o Gui fomos pra balada, tava meio bêbado pra dirigir em casa, aí vim pra cá.
Camila: Hummmm, estão bem amiguinhos. - Ela abriu a porta do quarto do irmão para ver onde Gustavo tinha dormido.
Gustavo: Que foi?
Camila: Nada não, vamos tomar café?
Gustavo: Bora, acordei com uma fome.
César e Estela estavam à mesa e se surpreenderam com a visita.
Estela: Camila? Você trouxe esse rapaz pra dormir com você? - Ela perguntou preocupada.
Camila: Claro que não mãe, dessa vez não, ele saiu com o Guilherme ontem à noite.
César: O que quis dizer com dessa vez não?
Camila: Eu e Gustavo estamos ficando.
Gustavo: Camila!
Estela: Ficando? Isso lá é modo de dizer?
Gilda: Iii dona Estela, hoje em dia os jovens são assim, só ficam.
Camila: Senta Gustavo, sirva-se, eu quis dizer que estamos nos conhecendo.
Estela: Você esteve aqui esses dias pra fazer um trabalho, levou minha filha pra almoçar ontem, pelo jeito estão se dando bem.
César: E foram aonde ontem?
Gustavo: Numa balada aí.
Guilherme: Bom dia família, porra Gustavo já ta comendo?
Camila: Já é de casa.
Guilherme: Gilda prepara umas torradas pra mim? Não sei porque acordei cedo no domingo.
César olhava pra Gustavo sabendo que o garoto não era hétero, mas parecia que para os outros o jovem disfarçava muito bem.
CASA DE ANDERSON
Néia: Tá tudo certo, será nessa semana.
Anderson: E se ele chamar a polícia?
Néia: O homem está fraco, depois de pegarmos a grana é capaz de dar alguma coisa e ele partir ali mesmo, não que eu queira né, ainda por cima tem que dividir a herança com aqueles bocós dos filhos dele.
Anderson: Por isso então você quer vender o caminhão em vida né?
Néia: Esse dinheiro vai dar uma mixaria, um caminhão velho daqueles, meu foco é a casa, o terreno que ele tem e o dinheiro guardado no banco, Juvenal sempre foi mão de vaca, pegava o dinheiro e guardava no banco.
Anderson: Então ficamos combinado, iremos ao cartório fazer a documentação, eu busco o caminhão, entrego o dinheiro e ele é assaltado.
Néia: A minha parte você vai dar antes, qual a garantia de você me encontrar depois do assalto?
Anderson: Com que dinheiro?
Néia: Me poupe Anderson, você tem dinheiro escondido que eu sei, a minha parte você dá antes, o do assalto fica pra você, já basta você ficar com o caminhão.
Anderson: Tudo bem.
Néia: Agora me leva pro seu quarto, a pica do velho nem levanta mais, to louca pra te dar.
Néia e Anderson entraram no quarto na maior pegação.
CEMITÉRIO
Jéssica foi com Gilda e Kauan acompanhar o enterro de Taís. Pela última vez, Jéssica viu a namorada no caixão.
Jéssica: Vá em paz, meu amor! - Ela disse perto do caixão.
Gilda: Uma menina tão nova, morrer desse jeito, coitado desse pai.
Kauan: Mãe a senhora não gostava dela.
Gilda: Por pouco eu não perdi minha filha também, acho que eu fui muito errada em não ter respeitado as escolhas da sua irmã.
Kauan: Quer dizer que agora a senhora aceita?
Gilda: Pecado é pecado, mas todos temos não é mesmo? Quem somos nós perto da Virgem Maria para julgar alguém.
Gilda abraçou a filha e eles acompanharam o caixão sendo fechado e levado a sepultura.
Gilda: Nenhum padre, um pastor? Ela não ia a igreja Jéssica?
Jéssica: Ela era atéia.
Gilda: Valha-me Deus!
DIA SEGUINTE
Renan voltou ao hospital assim que soube que Samuel podia receber visitas.
Renan: Samuel… - Ele correu para lhe dar um beijo.
Samuel: Renan, que bom que você veio.
Renan: E como eu iria deixar de ver meu namorado? Eu morri de preocupação, meu Deus Samuel que loucura, a Taís morreu, podia ter sido você!
Samuel: Uma tragédia, eu só lembro de entrar no carro, dormir, acordar com o barulho da chuva, houve uma batida e acordei aqui.
Renan: O Lucas estava dirigindo né, dirigindo bêbado Samuel…
Samuel: Coitado, mas parece que ele ficou bem.
Renan: Quero ver se vai ficar bem quando for processado.
Samuel: Credo, você parece que deseja o mal pra ele, foi um erro, mas quem não erra?
Renan: Irresponsável, e você ainda defende, se você tivesse morrido?
Samuel: Eu não tenho medo da morte, acredito que a hora chega pra todo mundo.
Renan: Que uó você pensar desse jeito, cadê sua aliança?
Samuel: Meu Deus! Devo ter perdido no acidente…
Renan: Bom, Samuel eu te liguei, mandei várias mensagens...
Samuel: Amor eu estava curtindo, lá nem tinha sinal pra te responder.
Renan: Eu nem queria que você tivesse ido, meu pai estava no hospital, achei falta de consideração da sua parte.
Samuel: Amor, por favor, não vamos discutir aqui, eu acabei de sofrer um acidente, nem sei quando vou receber alta.
Renan: Ai tudo bem, deixa pra lá, o que importa é que você está aqui, eu te amo Samuel, você não sabe o sufoco que passei com você aqui.
Samuel puxou o namorado para um beijo, as coisas foram esquentando e eles esqueceram que estavam no hospital.
Renan: Ei, por favor, tenha modos, tira a mão da minha bunda.
Samuel: Desculpa, to com saudades dela.
Renan: Quando será que você sai daqui?
Samuel: Estou me sentindo bem, só os pontos que ainda doem, mas acho que amanhã.
Renan: Tá precisando de alguma coisa? Posso ir buscar na sua casa ou quer que eu vá comprar alguma coisa, a comida daqui deve ser horrível.
Samuel: Não, não to precisando de nada, só de você.
Os dois deram mais um beijo.
CASA DE LUCAS
Lucas já estava em sua casa, sentado, pensando.
Lucas: Amanhã tenho que prestar depoimento do acidente, o que eu vou fazer? Preciso consultar um advogado.
Lucas saiu apressado, ele estava cada vez mais desesperado com o fato de ter se envolvido em um crime, até chegar ao escritório de advocacia.
Lucas: Kayte?
Kayte: Entra Lucas, fica à vontade, fiquei surpreso com a sua ligação.
Lucas: Nunca pensei que fosse acontecer comigo, mas houve uma tragédia, aí Kayte você precisa me ajudar, te conheço há tanto tempo né amiga.
Kayte: Há muito tempo, me formei ano passado, passei na OAB esse ano.
Lucas: Sabia que você ia conseguir se tornar um advogado, quer dizer advogada e me fala de você, tá tudo bem?
Kayte: Tudo ótimo, fiz a cirurgia, não tenho mais pênis, não que eu não fosse uma mulher antes, mas me incomodava o fato de ainda ter aquele negócio nas pernas, mas deixa pra lá, não gosto de ficar contando esse processo de transição, vamos falar de você, o que aconteceu?
Lucas: Um acidente, um crime de trânsito.
Kayte: Atropelou alguém?
Lucas: Não, estava eu e mais uns amigos, uma garota morreu, que Deus a tenha, estávamos voltando de uma rave, eu dirigindo bêbado e tinha tomado uma bala também, enfim, tenho que me apresentar depois de amanhã na delegacia, Kayte estou desesperado, acho que acabei com a minha vida. – Ele deixou algumas lágrimas caírem.
Kayte: Minha nossa, seu caso é complicado, houve uma morte.
Lucas: Você acha que vou ser... preso?
Kayte: Vai passar por um processo de julgamento, os exames vão provar que você estava dirigindo sob o efeito de drogas.
Lucas: Maldita hora que peguei aquele carro e ainda ofereci carona pra falecida.
Kayte: Olha Lucas, sinceramente, corremos risco de perder, mas né, uma rave, nunca fui, porém você pode argumentar que foi drogado, alguém simplesmente ofereceu uma água batizada e aconteceu, te embebedaram, é importante que você se passe por vítima que não tinha noção do risco que estava correndo pegando o carro, aliás a documentação do carro estava em dia?
Lucas: Estava, tudo certo, agora vai ficar lá no pátio da PRF até sabe Deus quando, mas esse argumento é bom, gostei.
Kayte: Não é uma garantia de que vai dar certo, mas é o único argumento possível, vou te acompanhar na delegacia, assim que derem entrada no processo, entro com o pedido para você responder em liberdade.
Lucas: Obrigado Kayte, fico mais aliviado, sou capaz de fazer um empréstimo no banco para te pagar, mas me salva dessa amiga, faça o impossível, eu não posso ir pra cadeia, meu Deus, tudo o que eu planejei pra mim ser jogado pro alto desse jeito?
Kayte: Esse país tem leis, mas todas muito falhas, deixa comigo.
UNIVERSIDADE
Gustavo e Camila chegaram de mãos dadas, colocando em ação o plano do falso namoro. Na sala de aula deram um selinho, mas Camila o puxou para lhe dar um beijo de verdade.
Gustavo: Camila não precisa disso.
Camila: Ué, tem que parecer de verdade.
Gustavo: O lance é mais pra minha avó largar do meu pé, na facul o povo nem liga pra nada.
Camila: Vai querer que o Enzo fique te zoando pro resto da vida?
Enzo e Valentina se aproximaram deles.
Enzo: Falando de mim Camila?
Valentina: Amiga, é isso mesmo? Estão juntos?
Camila: Já é oficial, não é Gustavo?
Gustavo: É, estamos namorando.
Enzo: Olha, meus parabéns, quem diria.
Guilherme: O que eu perdi?
Enzo: Gustavo agora é seu cunhado pelo que eu entendi.
Guilherme: Irmãzinha desencalhou.
Camila: Aí Guilherme, vê se me erra, quero ver quando você vai conseguir achar uma namorada que te suporte.
Guilherme: Lindo, gostoso, fluente em inglês, futuro administrador, quem não vai querer?
Enzo: Menos né princesa, até agora ninguém quis.
Guilherme: Cês vão ficar me zoando porque eu sou o único solteiro agora é?
Camila: É bom né pra você parar de zoar os outros.
Professora: Aqui estão as notas da prova de finanças, fiquei surpresa que muita gente não foi muito bem. – Ela disse entregando as provas.
Renan: Aí Paula, tirei 3 pra uma prova que valia 10.
Paula: Tá melhor que eu amore, tirei 2,5
Professora: Parabéns Guilherme foi o único que tirou 10.
Guilherme: Rei da matemática.
Enzo: Você é bichão mesmo hein.
Guilherme: Não tá querendo umas aulas Paulinha?
Paula: Se for de graça eu aceito.
Guilherme: Sabe que para você eu faço qualquer coisa.
Paula: Me poupe Guilherme, eu detesto matemática.
No intervalo, Paula e Renan estavam comentando sobre o namoro de Camila.
Paula: Chegaram de mãos dadas, deram um beijo, vi tudo de longe, Gustavo nera gay?
Renan: Aí sei lá, deve ser bi.
Paula: O que você acha do Guilherme?
Renan: Ele é meio babaca né, vamos combinar, tava se achando aquela hora.
Paula: Sim, mas é inteligente né, tirar 10 em finanças? Gabaritou.
Renan: Eu acho que ele gosta de você.
Paula: Ele vive atrás de mim, fora que a gente transou naquela festa.
Renan: Aí verdade né, tinha esquecido.
Paula: E como está o Samuel? Jéssica nem apareceu hoje coitada, deve estar abalada com a morte de Taís.
Renan: Ah com certeza, vamos fazer uma visita pra ela, mas Samuel tá bem, deve receber alta amanhã, vi ele hoje, o Lucas que sumiu né, já tinha saído do hospital, não foi trabalhar, não veio pra facul.
Paula: Agora ele vai ter que esperar a poeira baixar, ele é o culpado né.
Renan: Que situação!
CASA DE ANDERSON
Anderson: Aqui está a sua parte Néia, conforme combinamos. – Ele lhe entregou um saco embalado.
Néia: Vou abrir pra conferir.
Anderson: Está tudo certo, pode contar.
Néia sorria ao ver as notas de dinheiro.
Néia: Perfeito, amanhã iremos ao cartório, me diga uma coisa, quem vai pegar o dinheiro?
Anderson: Um parceiro meu, ele vai armado, então faça teu marido baixar a bola.
Néia: O velho ta doente, nem tem força nenhuma mais, escuta, melhor você sumir daqui depois, Juvenal pode desconfiar que foi um golpe, afinal como o bandido ia saber que ele ia ter esse dinheiro?
Anderson: Eu me viro, pode deixar.
DIA SEGUINTE
CARTÓRIO
Juvenal e Anderson assinaram a documentação para a venda do caminhão.
Néia: O senhor vai buscar o caminhão hoje?
Anderson: Isso, vou buscar o dinheiro e lhe entrego na sua casa.
Juvenal: Não é melhor depositar ou fazer uma transferência?
Anderson: É que tenho um bar sabe, aí eu recebo muito em dinheiro vivo.
Néia: Juvenal em casa estará seguro, amanhã vamos ao banco e depositamos, se depositar hoje só cai amanhã pois já passou das 4 da tarde.
Juvenal: Tudo bem, estamos indo pra casa, amor vamos pegar um táxi aqui.
Anderson: Até daqui a pouco então!
Chegando em casa, Juvenal foi se despedir do caminhão.
Juvenal: Tantos anos de estrada e eu tendo que me desfazer de você por tão pouco.
Néia: Você dá muito valor as coisas materiais Juvenal, caminhão velho, vivia estragando.
Anderson chegou logo depois.
Anderson: E então, será que saio com ele daqui andando ou vai precisar de guincho?
Juvenal: Ele tá com problemas, mas consegue sair daqui sim.
Anderson: Aqui está o dinheiro, conforme previsto em contrato.
Juvenal abriu uma bolsa de dinheiro e conferiu a quantia, enquanto Anderson tentava fazer o caminhão pegar.
Anderson: Esse trem vai precisar de uma boa manutenção.
Juvenal: Pode levar daqui, está tudo certo.
Néia: O negócio está feito, agora teremos mais dinheiro para ajudar no seu tratamento meu amor.
Juvenal: Pois é, tenho que avisar meus filhos.
Néia: Eles nem vão se importar.
RUA
César estava saindo do trabalho, pegou sua BMW no estacionamento, olhou as horas e lembrou de Kauan.
César: Hora de me divertir.
O bancário dirigiu até próximo do colégio de Kauan para busca-lo.
Kauan: Dae, beleza? – Ele entrou no carro.
César: Tudo certo, vamos pra um lugar diferente hoje.
Kauan: Sério? Pô essa nave sua aqui é meu sonho de consumo.
César: Ah é? Já pensou em tirar a carteira?
Kauan: Pô cara, é uma grana né.
César: E o cartão de crédito que te dei?
Kauan: Ah, já ta com o limite estourado.
César: O cartão que te dei é pra você gastar com você, não com a Luana, sua namorada.
Kauan: Ah mas cê sabe que tem que fazer um agrado pra princesa né.
César dirigiu até um apartamento que ele havia comprado.
César: Acho que com o tanto que eu gastei com motel, achei melhor investir comprando esse apartamento
Kauan: Pô, da hora, pequeno, mas só pros nossos encontros ta de boa né? Na real que seria meu sonho sair da Vila pinto e vir morar aqui no Bigorrilho.
César: Hey, já ta querendo se mudar pra cá?
Kauan: Mas minha mãe surtaria se eu saísse de casa.
César: Ainda é cedo, eu vou pagar pra você tirar a CNH, depois a gente pensa se te trago pra morar aqui.
Kauan: Ah César! Nem sei como te agradecer.
César: Ah você sabe! E como sabe!
César se aproximou de Kauan, sentiu seu perfume e foi descendo, baixou a calça do uniforme do garoto e começou a mamá-lo.
CENTRO DE CURITIBA
Após sair do trabalho, Renan foi encontrar Giovani para conversar.
Renan: Eaí como foi na entrevista hoje?
Giovani: Ah cara, acho que não passei, tinha uns maluco lá com mais experiência em loja.
Renan: Poxa Giovani, mas não desanima não, certeza que vai aparecer algo logo, logo.
Giovani: E você como tá?
Renan: Bem, soube que Samuel recebeu alta, já ia pra casa hoje.
Giovani: Ah sim, que bom né, que bom que deu tudo certo.
Renan: É, a gente acabou se acertando sabe.
Giovani: Entendi, Renan, deixa eu te falar... desde que você foi embora, eu fiquei bem confuso em relação há várias coisas, principalmente quando rolou aquele beijo de despedida, todo esse tempo você não saiu da minha cabeça, até que resolvi pegar minhas coisas e vir pra cá, mas foi uma pena chegar aqui e encontrar você namorando.
Renan ficou balançado com as palavras do amigo.
Renan: Giovani, eu nem sei o que dizer.
Giovani: Melhor não falar nada, eu só precisava desabafar, ufa, melhor eu ir nessa.
Renan: Espera, onde você tá morando?
Giovani: É uma pensão aqui no Centro, é por aqui.
Renan acompanhou o amigo em silêncio até lá.
Giovani: Vou entrar, pensar no que faço.
Renan: Tudo bem, qualquer coisa me avisa.
Giovani: Não quero atrapalhar seu relacionamento Renan, acho melhor daqui pra frente a gente se ver cada vez menos, vai ser melhor pra mim.
Giovani deu um abraço em Renan e entrou na casa.
Giovani: Boa tarde dona Matilde. – Ele cumprimentou a dona da pensão que estava recepção.
Matilde: Boa tarde, está triste Giovani?
Giovani: Nada não.
Matilde: Tá difícil se virar na cidade grande né? Conseguiu emprego já?
Giovani: Ainda não.
Matilde: Olha, eu costumo receber na pensão muita gente que vem tentar a sorte em Curitiba, todos chegam aqui que nem você, sem rumo, sem dinheiro, mas quando conseguem emprego acabam se mudando daqui muito rápido, tenha fé, vai dar tudo certo.
Giovani: Obrigado, vou pro meu quarto.
MOTEL
César estava deitado, enquanto Kauan enrolava um baseado de cueca em pé, na janela.
César: Você é tão gostoso, mas gozou rápido hoje.
Kauan: Na real que eu não num dia bom.
César: Que houve?
Kauan: Minha irmã sofreu um acidente e a namorada dela morreu, fiquei pensativo só.
César: Eu sinto muito, ela deve estar arrasada, tadinha.
Kauan: Pois é, você ama sua esposa César?
César: Eu e Estela estamos juntos há 25 anos, eu tive minhas aventuras, mas minha mulher sempre esteve ao meu lado, devo muito a ela.
Kauan: Mas isso não é amor né.
César: Amor eu acho que eu sinto por você.
Kauan: Tá brincando né? Acho que por mim você só tem tesão.
César: Por que acha isso?
Kauan: Largaria tudo pra viver comigo? Ia encarar sua família?
César: Por acaso você tá querendo isso é?
Kauan: Não, eu jamais iria casar com outro homem, eu sou hétero, faço o que tenho que fazer aqui por grana, eu gosto da Luana.
César: Não gosto de ficar discutindo essas coisas com você, porque me magoa sabe, me faz pensar, eu prefiro que a gente só transe e não fique fazendo essas reflexões, vou tomar um banho.
Kauan: Vai lá.
César: Pauzudo hein. – Ele disse passando a mão novinho.
Kauan: Produto de qualidade.
CASA DE JUVENAL
Anderson saiu dirigindo o caminhão.
Juvenal: Vamos guardar esse dinheiro.
Néia: Não é melhor irmos depositar no banco?
Juvenal: Já são 7 da noite Néia, você mesma disse que era melhor depositar amanhã, já que se depositar depois das 4 só cai no dia seguinte.
Néia: Verdade, mas você que sabe.
Alguém começou a bater no portão.
Néia: Leve o dinheiro pro quarto, eu vou ver quem é, deve ser algum vizinho.
Néia caminhou até o portão.
Homem: Vim buscar a grana.
Néia: Tá com o velho dentro da casa, uma mochila preta, vai, rápido, me dá um tapa na cara pra eu cair. – Ela disse baixinho.
O homem fez o que Néia disse e entrou na casa.
Néia: Socorro Juvenal.
Juvenal: O que é isso?
Homem: Passa isso pra cá. – Ele puxou a mochila.
Juvenal: Não, meu dinheiro!
Homem: Cala a boca. – Ele mostrou o revólver.
O homem saiu correndo, montou na moto e fugiu. Néia fingiu desespero e encontrou Juvenal desmaiado no quarto.
CONTINUA...
Gente, eu estou amando ler os comentários de vocês! É bom saber que estão envolvidos com os personagens, posso adiantar que em algumas coisas vocês estão certos hahaha. Infelizmente, só consigo postar no fim de semana. Até mais, comentem mais esse capítulo!