*** Nota: Gente cês não tem ideia de quão irado eu fiquei essa madrugada! Eu tinha acabado de escrever esse capítulo, e, seria hiper mega ultra longo pra que vocês tivessem maior aproveitamento, e já estava pronto pra produzir o capítulo 5 pra entregar bastante coisa de uma vez. E detalhe, o capitulo 4 demorou quase três horas! E esse computador não me fez o favor de dar erro de página? Não tinha salvo rascunho e acabei perdendo tooooooda história! Perdão se esse for curto e abaixo do esperado mas busquei colocar os mesmos acontecimentos porém em outras palavras. Beijos!
Kimi
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[3h45, 25 de Junho]
A noite estava boa e agradável. Mas só para o Eduardo, que ainda estava deitado no meu ombro esquerdo, totalmente apagado e segurava minhas mãos tão fortemente que nem se quisesse conseguiria sair dali, sem acordá-lo, é claro, mas ele estava tão cansado e tranquilo que nem liguei pra posição desagradável que eu estava. A respiração dele estava quentinha e meio que ajudava na sensação congelante que a fazenda trazia junto com ela. Eu juro que tentei dormir mas estava agoniado demais com aquele joelho vermelho, que na verdade já estavam roxos e clamavam aos meus olhos hipoconríacos: "cuidaaaaado". Não podia ver sangue que eu já começava a pirar. Coisas da vida. Fiquei alternando a noite toda entre olhar pra ele, pro joelho e fechar os olhos. Um loop interminável naquela noite que já estava sendo agoniante pra mim.
[8h]
Dormi sem perceber naquela madrugada estressante e eu ainda estava na mesma posição, sentado. Mas Eduardo estava deitado do meu lado e pelo menos eu tinha a visão mais incrível naquela manhã: o sorriso carismático e os olhinhos querendo abrir mas tímidos. Eu o olhei e retribuí o sorriso.
– Buenos días meu jovem – disse ele apertando minha bocheca pra provocar e eu dei um tapa – Uai! Cê agride os doentes, que maligno!
– Você não está doente, está só com um hematoma – respondi
– Bom, vejamos: estou de cama, tenho que tomar remédio, não posso trabalhar e não consigo ficar de pé...acho que o veredito é: está doente
– Para de ser fresco, é só um machucadinho
– Lipe, eu escorreguei e caí de joelhos! Foi milagre não ter quebrado nada, você tem que ter compaixão – ele nem conseguia ser sério, o deboche era o perfume natural daquele pilantra.
– Aham, sei...
Ele me deu a mão pra ajudá-lo a levantar. Coloquei-o sentado na cama e pedi que ele tentasse ficar em pé. Pra quê? O menino gritou tão alto que eu juro que quase cai no chão.
– Não dá, dói demais!
– Okay, okay – respondi tentando acalmá-lo. Levantei ele nos meus braços e levei até o banheiro pra escovar os dentes. Mas na moral, sem condições ficar segurando ele durante 5 minutos no meu colo, sem condições! Foi então que a cena mais ridícula do dia estava se aproximando. Quase não consegui falar de tão idiota que eu estava me sentindo.
– Amigo, fica num pé só – coloquei ele no chão e ele do nada começou a ter crise de riso e eu também não consegui me segurar de tão patético que era aquele momento. Depois da seção de bobeira passar, eu o segurei de novo e fui levando em diração até a sala. O plano era deixar ele no sofá e sair pra resolver um problemas chamado: Letícia. Ele estava tentando me fazer rir enquanto eu descia s escadas até a sala mas não conseguiu tirar minha concentração porque o medo de ter meu joelho roxo era mais forte que a crise de bobeira.
Senti que eu seria muito babaca de deixar ele ali sem se mexer o dia todo mas eu precisava entender o que Letícia estava tramando, não poderia deixar nada de ruim acontecer com ele. Deixei ele no sofá e ficamos alguns instantes ali vendo os programas de sempre na Televisão. Coloquei os pés dele sobre minhas coxas e novamente fiz massagens nos seus pés macios e pequenos, e ainda recebi um sorriso quente e uma feição de relaxamento.
– Tá me retribuindo pelo quê agora? – perguntou tirando onda com a minha cara
– Nada seu sonso, só estou sendo gentil e porque ainda acho que deveria ir no médico – ele revirou a cara e pegou o celular pra mudar de assunto.
– Tô com fome… – disse colocando a mão na barriga e olhando diretamente pra mim, ainda fazendo olhindo de cachorro pra eu sentir pena. Filho da mãe! O pior é que funcionou. Me levantei e fui até a cozinha cuja dificuldade de achar as coisas pra fazer um café foi zero, pois estava tudo organizado como todo o resto da casa. Podia ser o maior pilantra, mas era organizado até os dentes aquele mineiro. Preparei o café rapidamente e ainda dei a sorte de achar umas bolachinhas no armário. Estava com paciência zero pra fazer algo muito delicioso, por isso só fiz café. Dei pra ele e me perguntou se eu queria. Não recusei pois precisaria de energia e gás pra ter que ir até a casa da vó Bete.
– Eu vou precisar ir no rancho hoje resolver um assunto, tudo bem se você ficar por alguns minutos sozinho? – perguntei e ele estava com a boca cheia e os olhos esbugalhados.
– Sevafazeqlá? – indagou e eu não entendi nada porque ele aparentemente não sabia esperar comer e depois falar – Cê vai fazer o que lá?
– Preciso falar com a Letícia
– E você acha que vai demorar somente alguns minutos?
– Claro, é coisa rápida
– Duvido! – respondeu com convicção no tom de voz
– Isso é um desafio?
– Sim!
– Aceito!
– Eu quero ver você chegar antes das 17h...não! Melhor, antes do entardecer
– Okay, mas você vai se lascar porque eu não perco nenhum desafio, nunca!
– Veremos, bebê
Tinham três coisas que eu não perdia na vida: o ponto do ônibus, tempo e uma oprotunidade de participar de uma aposta. Não pela recompensa, mas simplesmente pelo fato de poder surpreeder alguém. Fui tomar banho, me vesti com as roupas gigantes do Eduardo e saí. Eu tinha zero habilidade pra andar numa charrete por isso optei por ir andando e depois de andar mais de 30 minutos me arrependi de nem ter tentado. A casa da vó Bete era longe demais pra ir andando da casa do Edu, porém estava tarde pra voltar.
Era aquele mesmo caminho barrento, lamassento e nojento. Urgh! Só tenho o prazer de andar por ali quando não estou com meus tênis fabulosos que custaram quase 300 pila. As casa eram tão espaçadas umas das outras que meio que senti inveja de como deve ser bom não ter vizinhos chatos, barulentos. Imaginei a tranquilidade que seria ter apenas ter o som das árvores balançando, os passáros cantando em plena manhã, deitar sem ter que escutar o volume alto dos carros. Maravilhoso!
[17h]
Pensei que seria super rápido e simples de resolver o problema com a Letícia mas parecia que meu desafio estava sendo arruinado, pois a menina não aparecia de jeito nenhum. Ja faziam quatro horas que eu tinha chegado no rancho e nada dela aparecer. A Dona Olinda, que trabalha na casa também, tinha me dito que em poucos minutos ela apareceria, mas se passou todo esse tempo depois que ele disse isso. Tolice minha. Sentado na mesa da cozinha ouvi a porta da frente abrir e eu sabia que era a vó Bete. Sempre pontual e como sempre, cansada. Toda suja de lama e grama. Aposto que esteve junto com os porcos hoje.
– Olha só quem apareceu – disse ela
– Hey! Cá estou eu – respondi dando um abraço nela
– Não, Felipe, estou toda suja
– Tanto faz, já estou todo suado mesmo
Ela sorriu e tirou as botas e o chapéu que estava usando.
– Você esteve na casa do Eduardo hoje, não? – perguntou ela
– Ah sim!
– Era pra ele me ajudar hoje com algumas coisas e simplesmente não apareceu, sabe de algo?
– Oh, é, sim… – gaguejei um pouco porque ele tinha uma feição não muito boa – É que ele acabou escorregando no chuveiro ontem , cai de joelho no chão e não está conseguindo nem andar direito
– Eita! Mas está tudo bem? Precimos ir no médico!
– Ah não vó, está tudo certo, é só um machucadinho
– Foi o que ele disse pra você?
– Vó – me aproximei dela – Tá tudo bem, fica tranquila
– Uhum… – confirmou ainda meio desconfiada – Mas o que faz aqui então ao invés de cuidar dele?
– Vim atrás da Leticia, achei que estivesse aqui
– Letícia vai toda terça na casa do noivo e só volta lá pras 18h30, é o combinado que fizemos
– Filho da puta – disse sem querer e minha vó olhou como um dragão furioso pra mim enquanto eu colocava as duas mãos na boca
– O que você disse?!
– Nada, desculpa… não era pra senhora…
O desgraçado sabia que ela não estaria em casa naquele dia, por isso apostou sem nem ter medo de perder! Pela primeira vez eu estava perdendo a aposta. Que raiva! Eu me retirei da sala e subi pro meu quarto arrumar minhas malas pois agora eu precisaria ficar na casa do Eduardo por uns dois, talvez três dias pra ajudar na recuperação dele. Finalmente minha roupas não ficariam tão estranhas no meu corpo, mas por outro lado, perderia aquele cheirinho bom das blusas do Edu. Mas tanto faz, é só um detalhe, não quer dizer nada…
Demorei pra arrumar minha malinha porque sou totalmente diferente do Edu. Completamente desorganizado. Em três dias, sendo que um deles não fiquei aqui, consegui bagunçar minhas coisas, meus perfumes, blusas, camisas, pulseiras, relógio de pulso… tudo jogado. Mas depois de me organizar, deitei na cama e fiz o que sempre faço, e digo com orgulho: olhei pro teto e viajei na maionese. Posso dizer que essas viagens eram maravilhosas. Nelas eu obtinha as respostas que ninguém quer dar porque são questionamentos tão xulos que pra muitos nem vale a pena responder, do tipo: “por que pinguins são aves se não podem voar ?”. Adorava viajar na maionese. Eu estava tão profundament envolvido com minhas alucinações naquele dia que nem ouvi quando a Letícia chamou meu nome. Um beliscão no braço foi o suficiente pra me tirar daquele transe interminável.
– AI!! – gritei feito uma criança
– Ai menino, que susto!
– Susto digo eu, não podia me chamar não?
– Eu te chamei cinco vezes Felipe Rodrigues Figueiredo! – disse ela debochando da minha cara
– Palhaça! Tu vai ver agora! – peguei ela, joguei na cama e comecei a fazer cosquinhas
– Para! Não! Não! AAAAAAAAAA – gritou dando muita risada, quase morreu de tanto rir
– Vai rir de mim?
– Não, não, eu juro – disse ela pegando folêgo depois de quase perder o pulmão. Sentamos na cama e passamos um tempão falando das nossas histórias juntos, das engraçadas e das bizarras. A Letícia era, com certeza, a melhor pessoa que eu tinha conhecido e sempre senti por não poder ficar perto dela o ano todo. Mas naquele curto período de tempo eu sentia que nossa amizade era tudo de bom e eu não queria perder jamais. Nos conhcecemos quando fiz a primeira viagem de férias pra fazenda. Ela ainda era uma criança, igual eu. Não tinha pais e pra ser sincero, nem ligava, não perguntava porque pra mim ela era parte do rancho. Só depois que descobri que ela era uma das “adotadas da vó Bete”. Lembrando dessas coisas, não podia acreditar que ela estava prestes a abortar um bebê porque tem medo das consequiências. Segurei nas mãos dela e olhei bem nos seus olhos.
– Você está bem? – perguntei
– Estou ótima, ainda mais com você aqui, aliás, onde você estava mocinho?
– Eu dormi na casa do Edu
– Edu? Tá chamando até pelo apelido agora?
– Para de ser chata, ele que me chamou!
– Mas pra mim ele era um desgraçado pra você
– Ele ainda é – respondi – Aquele roubão – disse bem baixinho lembrando que ele tinha me passdo a perna na aposta
– O que?
– Nada! – voltei à consciência – Eu estou aqui pra falar sobre seu assunto – ela soltou minha mão e se levantou. Rapidamente eu me coloquei na frente dela e fechei a porta. Percebi o desespero dela e olha que eu nem tinha entrado na conversa ainda.
– Não podemos, simplesmente não podemos Lipe
– Por que não?
– Porque não! Chega!
– Vai ficar se escondendo pra sempre assim?
– Eu disse que você não entende, e eu estava certa, caralho!
– Hey! Não é assim Letícia, sabe que eu estou disposto a entender seu lado
– A é? Então por que não acredita quando digo que eu vou me ferrar quando a Elizabete souber que estou grávida?
– Porque ela nunca faria nenhum mal a você
– Ela disse que quando alguém estiver prestes a formar uma família já pode dizer adeus pra ela
– Tenho certeza de que foi um mal entendido
– Felipe, me deixa sair, por favor
– Não até você dizer que confia em mim pra resolver isso
– Não quero que se intrometa nisso, Lipe, não é sua vida que está em jogo!
– Mas a minha vida vai ser afetada se não me deixar ajudar a sua
Ela sentou na cama, muito entristecida, muito provavelmente por saber o quão difícil seria abortar um filho ou talvez ter que passar por uma rejeição da patroa e do próprio marido. Nas duas possibilidades o resultado seria o mesmo: só ela iria sofrer. Me sentei do seu lado e segurei novamente em suas mãos.
– Lê, deixa eu cuidar disso, por favor? – ela olhou pra mim muito e sua feição me deixou saber que ela permitiria minha intromissão.
– Quero que tome cuidado – ela respondeu e eu retribui com um sorriso e um abraço. Já estava um pouco tarde quando ela tinha chegado, somado ao tempo que ficamos viajando em nossas lembranças, não pude ficar mais tempo pois tinha alguém com o joelho roxo me esperando, provavelmente com muita fome e fedido porque estava mofando naquele sofá. Peguei minha malinha e abracei a Letícia mais uma vez afirmando que tudo ia dar certo.
[21h14]
A charrete estava lá estacionada e eu todo idiota por não ter pego quando fui pra casa da minha vó. Tudo que importava era que agora eu estava em casa e veria a cara daquele pilantra passa-a-perna do caramba! Abri a porta e ele ainda estava lá sentado no sofá e pra minha surpresa, ele não disse que estava com fome, nem estava fedido e nem se gabou pela vitória. Só fez o que sempre fez quando me via: sorriu. O joelho estava ainda pior do que no dia anterior e eu fiquei preocupado mas só queria arrumar minhas coisas e tomar um bom banho.
– Buenas noches mi amigo! – disse ele
– Oi – respondi com o volume baixo porque eu estava muito cansado depois de andas aquela distância duas vezes no dia – Já volto, vou arrumar minhas coisas
– Sim senhor! – respondeu carismático como sempre.
Subi as escadas mais lento do que uma lesma de tão acabado que eu estava. Me arrastei pro quarto de hóspedes, o único quarto que estava empoeirado e desorganizado, aposto que ninguém usava aquele cômodo mas eu estava determinado a ser organizado daquela vez pra passar uma boa impressão pro Eduardo só pra dizer que eu mais organizado que ele. É, eu vejo competição em tudo.Varri tudo, limpei a janela, tirei o pó dos móveis e passei pano em tudo. Fiquei super feliz daquele quarto ter um banheiro só pra mim. Quer dizer, fiquei feliz porque de onde eu venho, tenho que esperar 4 pessoas tomarem banho antes de mim… é um saco. Coloquei minhas coisas no lugar e arrumei a cama. Tomei um belo de um banho e vesti minhas próprias roupas depois de dois dias. Desci pra ver o Eduardo e estava vendo TV.
– Finalmente, me tira daqui, por favor! – disse ele – Nem se atreva a sentar aqui
– Ok – disse meio surpreso
– Obrigado – disse aliviado – Me leva pra psicina
– Cê tá doido? – perguntei com um sorriso de “tá brincando né”
– Não, vem, me ajuda
– Não, nem ferrando, tu vai ficar pior se for pra piscina
– Para de ser bocó, não vou mergulhar, só quero ficar na beirada
Mesmo desaprovando eu ajudei ele a se levantar e infelizmente ele não conseguia andar sem dor mas não queria pegar ele no colo de novo, então fomos andando devagar até chegar na piscina. Vi sair bastante fumaça dela e achei estranho e quando sentamos a água estava super quente.
– Ué, a água é aquecida! – eu disse todo feliz
– Uaaau! – debochado como sempre – Se não fosse chato eu teria falado antes
– Bla bla bla bla bla
– Por que cê não pega uma uvas, deu a maior vontade de comer uva agora– folgado como sempre também.
Me levantei e fui até a cozinha pegar as uvas e um suco.
– Como você sobreviveu sem comer esse tempo todo? – perguntei
– Até parece que eu não comi enquanto você estava fora
– Você se levantou?
– Chorando de dor mas levantei
– Você é louco mesmo!
– Bla bla bla bla bla – respondeu – Sou louco mas pelo menos tirei sua invecibilidade hoje
– Não, nem vem, você sabia que a Letícia não estava em casa seu filho da mãe
– Nananinanão! Você só quer tirar meu mérito
– Eduardo, aceita, não valeu e ponto!
– Valeu sim
– Não mesmo
– Claro que valeu
– Para Eduardo, não valeu
– Valeu sim menino, osh!
– AFFF me poupa vai
– AFFFFF – disse ele revirando o rosto pro outro lado – Você é muito chato Felipe Figueiredo
– Você tamb….que? Com tu sabe meu sobrenome?
– Você olhou minha foto então eu olhei suas coisas também
– Foto? Eu não olhei nenhuma…
– Shhhhhhhh para de mentir, eu vi um monte de digital na foto que está no meu guarda-roupa
– Ah...bem...eu...eu…
– Está tudo bem, não vou brigar com você, só não mexa mais nas minhas coisas, eu odeio isso
– Okay
Ele deitou no meu ombro direito dessa vez.
– Órfão – ele disse
– O que?
– Eu sou órfão, fui abandonado – eu não respondi porque não tinha o que dizer – Aquela moça que você viu na foto não é minha mãe, é minha tia, morei com ela durante um tempo
– Uau, isso é totalmente novo pra mim, como veio parar aqui então?
– Eu, por acaso, acabei descobrindo onde meus pais estavam morando e eu estive disposto a ir me encontrar com eles, só pra conversar, sabe?
– Uhum
– Mas acabei ficando mais puto pelo fato deles terem me abandonado e briguei com os dois e meu pai me odiava, me odiava muito, muito mesmo, não entendia o por quê e quando eu pulei pra cima dele, ele atirou em mim.
– Nossa, como, por quê?
– Não entendo, só sei que era policial. Depois daquilo eu saí perambulando pela vila, sangrando, e só me lembro de ter acordado no hospital com uma velhinha do meu lado, era a Bete.
– Edu...eu..eu sinto muito
– E cá estou eu – disse chorando. Eu o abracei por alguns segundos e depois de se recompor voltou a deitar no meu ombro. – Você quer saber por que fui babaca com você? Porque eu não sei amar as pessoas, só sei destruir a vida delas, por isso que eu estou aqui! – o tom de choro e de raiva dele eram desesperadores pra mim, eu só conhecia o lado bobão e pateta dele e simplesmente não sabia lidar com aquele Eduardo.
– Hey! Não é verdade!
– É sim Felipe, ninguém me ama, ninguém se importa – ele se afastou de mim pela beirada – Em um ano que estou aqui nenhum parente, amigo ou meu antigo patrão me ligou, abolutamente nada, porque ninguém se importa
– O que tá dizendo? Eu não me importo com você? O que eu estou fazendo aqui então cara?
– Está só sendo legal
– Eduardo, eu me importo com você, nos conhecemos pouco, mas sei que me importo com você
– Então fala! – disse ele
– Falar o que?
– Fala que você me ama então, prova pra mim que não como essas pessoas
Eu simplesmente não consegui dizer aquelas palavras imediatamente porque eu não sabia se o amava, poxa, eram apenas 3 dias de contato, eu nem se quer sabia o nome inteiro dele. Hesitei e me arrependi de ter sentido dúvida. Eduardo fez o maior esforço pra sair da piscina mas eu consegui segurá-lo.
– Me solta, eu sabia que era só mais… – eu o segurei e como num ato completamente involuntário, segurei seu rosto e senti meus lábios tocando nos dele e aquele barulho de sua voz, agora se tornava num silêncio em que só se sentia a vibração do beijo. Eu o beijei por quase um minuto e ele ficou completamente paralisado. Quando nossos lábios se separaram, ele permaneceu paralisado e estava dizendo por dentro “você é realmente um idiota”.
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Em meio a proximidade dos dois, parece que Felipe
tomou uma decisão arrisacada...o que será que vai
acontecer nas próximas cenas? Veremos
Kimi