Daisy não se arrependeu de ter transado por dinheiro com o Augusto (o cliente), se tivesse que continuar vendendo seu corpo para ele para poder sobreviver naquela selva, ela o faria sem problemas.
“O dinheiro que ele me deu por duas horas de carícias era quase a metade do que eu ganharia em um mês de trabalho na loja. Tudo bem que foi um dia excepcional e as coisas feitas de improviso — pensava Daisy —, mas não me sinto tão mal quanto achei que ficaria ao partir para uma atitude desesperada. Não bateu nenhum arrependimento nem sentimento de culpa. E o resultado até que foi bem satisfatório.”
No decorrer de uma nova semana, o mesmo cliente solicitou outra entrega para a noite da sexta-feira seguinte. Naquela mesma sexta, ainda pela manhã, Edgar, o patrão, a surpreendeu com presentes e um convite para almoçarem na segunda-feira, era o dia em que ambos folgavam na loja. Claro que ele tentou fazer a entrega discretamente e sem chamar a atenção de outros, porém, sua gentileza com a jovem começava a despertar o interesse dos demais funcionários. A moça curtia a atenção e correspondia de maneira comedida, mas em seu íntimo ela só pensava nos benefícios que aquela relação poderia lhe trazer. Procurava ser cuidadosa, pois sabia que estaria no inferno caso a patroa percebesse o interesse do marido pela funcionária. Óbvio que a corda arrebentaria do lado mais fraco, como sempre acontece.
Quanto aos presentes que a preferida do patrão ganhou: era um vestido, conjunto de lingerie, bolsa e sapatos. Tudo isso era para a Daisy usar no encontro que teriam no almoço agendado pelo homem.
***
Noite de sexta-feira
Ela foi fazer a entrega da cesta de vinhos e queijos do Augusto. Dessa vez foi ele quem fez a oferta para tê-la em sua companhia. Ela já esperava pela proposta e já tinha um sim como resposta. Mas ainda era cedo e a garota tinha outras entregas a fazer. Combinaram que ela voltaria ao final do seu expediente.
“Ele me agarrou quando virei as costas para sair. O seu abraço forte e o contato do seu corpo másculo no meu, despertou-me desejos. Ainda mais quando senti o volume roliço sob suas calças se aninhando em minha bunda. Aquilo mexeu demais comigo, quis sentir seu corpo sobre o meu e repetir a transa da última semana. Não estava segurando o tesão e faltou pouco para dar um foda-se e fugir do trabalho e deitar com ele naquele instante. Mas consegui reunir forças.”
— Me aguarde, lindo, essa noite serei sua até de manhã.
— Esperarei ansioso. E vê se não gasta toda sua energia trabalhando! — falou em tom de farra.
Daisy concluiu sua jornada de trabalho. Passava das 22h30 quando ela retornou à residência do Augusto. Disse que só precisava de uma ducha e depois o compensaria pela espera.
Porém foi ele quem a fez delirar mais uma vez minutos depois.
— Ahhh! O que você consegue fazer com essa língua em meu corpo é de enlouquecer — ela murmurou gaguejando e gozando na boca do homem enquanto se contorcia feito um réptil.
Eles fizeram amor por horas naquela noite. Os intervalos foram apenas para comer e beber, pois ninguém é de ferro.
Antes de adormecer, aninhada nos braços do companheiro, ela foi amável exaltando o homem:
— Você me enlouqueceu da outra vez, mas hoje, fala sério, foi demais — e dormiu com um sorriso no rosto.
Ao raiar do dia ela foi direto para a loja e trabalhou até o final do expediente. Luana, a patroa, a incumbiu de abrir o estabelecimento na manhã seguinte, para tanto, deixou suas chaves com a moça, em razão de a dona não trabalhar aos domingos e também porque o patrão chegaria um pouco mais tarde ao trabalho. Tudo motivado por uma festa em que os patrões compareceriam naquela noite de sábado.
A jovem jantou em uma padaria e foi para sua pensão depois das 23h, só pensava em uma ducha morna e relaxante para depois cair na cama e acordar cedo no outro dia. Todavia, a residência estava sem água por causa de uma manutenção na rede local, só lhe restou dormir.
Daisy chegou uma hora mais cedo na loja naquele domingo para tomar um banho antes de iniciar o trabalho. Seria uma ducha improvisada utilizando um chuveirinho usado para regar plantas, ligaria o mesmo à uma mangueira nos fundos do salão.
Após ficar nua, molhou o corpo e se arrepiou todinha com o contato da água fria. Menos mal que era em um dia de verão.
A jovem estava na fase final do seu banho quando ouviu o apito característico do alarme da porta de entrada ao ser aberta. Ficou apavorada pensando que poderia ser algum invasor, pois era muito cedo para ser o patrão. Ela cobriu seu corpo molhado com o agasalho de malha e cautelosamente foi para o salão principal.
A moça quase caiu para trás ao dar de cara com o homem.
— Deus do céu! Você quase me mata de susto — ela falou com o patrão.
Ele a havia segurado no instante em que a moça tropeçou ao recuar assustada. A princípio, o agasalho cobria somente as suas partes mais íntimas, à mostra estavam apenas suas pernas torneadas, de coxas grossas e úmidas. Aquilo já era uma visão agradável aos olhos do homem, no entanto, ela soltou as mãos que mantinham a roupa fechada ao tentar se equilibrar segurando em algo. O agasalho abriu exibindo os seus seios e também seus pêlos pubianos para deleite do patrão.
Daisy conseguiu firmar o corpo com a ajuda dele, se cobriu novamente olhando assustada e envergonhada para o homem. Edgar a abraçou carinhosamente.
— Hei, calma! Você está tremendo.
A funcionária se desculpou por estar tomando banho na loja, depois tentou explicar sobre a falta de água na pensão. O homem a interrompeu no meio da fala e arriscou roubando-lhe um beijo… Ela ficou estática sentindo os lábios dele nos seus, sua mente raciocinava em velocidade tão absurda que até parecia que o homem se movia em câmera lenta. Deduziu que seu emprego estaria por um fio se o recusasse novamente, pois não era sua primeira tentativa desde a sua admissão na loja.
Moderadamente ela correspondeu ao beijo, porém, sentiu aversão às mãos masculinas que percorriam o seu corpo tentando tirar o seu agasalho. Daisy tentou evitar no início, mas quando ele insistiu na tentativa de retirar-lhe a blusa, ela cedeu e ficou à mercê dele. O patrão abriu a roupa e admirou seu corpo, fez carícias em seus seios de mamilos intumescidos pela água fria e posteriormente pela situação anormal. Terminou de despi-la e a puxou pela mão em direção ao seu escritório.
O patrão acomodou-se com a garota em um pequeno sofá. As preliminares foram rápidas e ele a posicionou sentada de pernas abertas sobre seu membro e a penetrou. Seguiram-se troca de beijos e frases sem sentido enquanto o homem segurava em sua bunda a fazendo subir e descer continuamente.
De olhos marejados, Daisy não conseguia sentir-se em uma relação sexual e, sim, como se pagasse uma penitência. Ela fez a sua parte dando gemidinhos e remexendo sobre o membro firme que entrava e saia cada vez mais rápido de dentro de sua vagina.
Edgar chegou ao clímax, seus movimentos ficaram suaves, lentos e por fim ficou estático. A garota sentiu os últimos espasmos do pênis que perdeu a rigidez e tamanho. Considerou aquela etapa como cumprida.
O homem envolveu a menina com um braço colando o corpo quente e macio ao seu, com a outra mão afagou os cabelos longos e castanhos do anjinho ainda ofegante que repousava a cabeça tombada em seu ombro. Ele sorriu satisfeito com aquela loucura e o prazer que ela lhe proporcionou.
Durante aquele dia de trabalho, Daisy comentou o quanto era ruim a pensão em que residia. Que sentia medo de ser abusada por homens e até por mulheres que lá viviam.
— Você precisa arrumar um lugar melhor para morar — falou o patrão.
— Eu sei, mas não tenho como fazer isso sozinha. Você me ajuda a ir para outro lugar?
Ele não teve tempo de responder, foram interrompidos por um outro funcionário, contudo, o semblante dele a deixou com a impressão de que a resposta seria um sim.
A garota saiu para mais uma entrega naquela manhã. Aproveitou os momentos solitários para conversar com seu eu interior:
“Meus interesses são momentâneos, dedico minha atenção integral somente às necessidades básicas do meu dia a dia. Não sinto necessidade de diversão ou lazer e nem de envolvimento amigável com pessoas; ainda reside raiva e amargura dentro de mim. Faço planos para ter segurança e estabilidade em um futuro próximo, mas nesse instante, o que posso fazer é continuar vivendo apenas um dia de cada vez.”
E com o Augusto, será que ainda era só um negócio?
Ela se recusava a responder à questão ou até de pensar a respeito.
Continua Amanhã.
Capítulo Anterior: Entregas Especiais – Capítulo 2 – Cesta do Amor
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